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quinta-feira, 30 de junho de 2011

A "hipótese" (não mais que isto) do Big bang e seus problemas!

A teoria do big bang possui um problema seríssimo com a questão do tempo de viagem da luz. De acordo com este modelo, a luz teria que percorrer uma distância muito acima da que lhe é permitida, dentro de um período de 14 bilhões de anos (idade do universo proposta pela teoria do big bang). Esta dificuldade é conhecida como o “problema do horizonte”. De acordo com a teoria do big bang, quando o universo era ainda bastante jovem e muito pequeno, ele desenvolveu pequenas diferenças locais de temperaturas (sem isso corpos celestes como estrelas e galáxias não poderiam ter se formado). Vamos assumir teoricamente que neste início de universo haveria, portanto, dois pontos: A (quente) e B (frio). Hoje, bilhões de anos depois deste período, o universo expandiu de tal forma que os pontos A e B estão muito distantes um do outro. No entanto, temos visto por meio da radiação de fundo (Cosmic Background Radiation) que a temperatura, mesmo a distâncias imensas, é praticamente a mesma: 2,7 K (270°C negativos). Isto significa que os pontos A e B possuem a mesma temperatura hoje. Mas isso somente seria possível se eles tivessem trocado energia. E a maneira mais rápida de trocar energia é através de radiação eletro-magnética. No entanto, essa troca teria que ter ocorrido múltiplas vezes durante a existência do universo para que um equilíbrio térmico fosso atingido (como observado através da temperatura uniforme da radiação de fundo). Dado o tamanho do universo – a distância e a quantidade de vezes entre dois pontos que a luz teria que ter percorrido durante os supostos 14 bilhões de anos – a velocidade da luz não teria sido suficiente para que tal temperatura uniforme existisse. Uma solução proposta para a teoria do big bang é o que se chama de período inflacionário. O universo no seu início teria expandido dentro dos limites conhecidos pela ciência. Em seguida ele teria entrado num período inflacionário, através do qual teria chegado às dimensões atuais. Esta proposta não possui nenhuma evidência, não sendo nada mais que uma pura conjectura. (Não existe nenhuma evidência do que poderia ter dado início a esse período e muito menos o que teria feito com que ele chegasse ao fim de forma suave para manter intacta a estrutura observada no universo atualmente). Assim sendo, o problema do tempo de viagem da luz permanece uma questão aberta para a discussão científica. Aceitar uma idade antiga para o universo (teoria do big bang), apenas porque a luz de corpos celestes localizados a bilhões de anos-luz tem chegado até nós, é uma questão de preferência por um modelo de idade antiga por um outro modelo de idade recente. Esta preferência não se dá por méritos científicos, mas sim por pressuposições e posicionamento filosófico pessoal de cada cientista ou pesquisador.

[Adaulto Lourenço http://www.universocriacionista.com.br . Correções ortográficas por Hendrickson Rogers]

Universo em Expansão?

Em 1913 Melvin Slipher, um astrônomo americano, anunciou que um estudo feito em cerca de doze nebulosas mostrava que a maioria delas estava se afastando da Terra em velocidades de milhões de quilômetros por hora. Slipher foi um dos primeiros pesquisadores a usar o efeito Doppler para medir sistematicamente as velocidades de grandes objetos celestiais. Edwin Hubble observou esta mudança da cor do espectro das galáxias. A esta mudança foi dada a interpretação de que o universo estaria em expansão. As galáxias ao se distanciarem ou ao se aproximarem da nossa galáxia teriam a sua “cor” alterada. Esta mudança é observada através das alterações das linhas do espectro de elementos como o sódio, o potássio e o hidrogênio. Isto funciona de maneira análoga ao som da sirene de uma ambulância. Quando a ambulância está se aproximando, o som é mais agudo. Depois que ela passa, o som fica mais grave. Para uma pessoa dentro da ambulância o som não teria mudado.Essa interpretação do desvio espectrográfico tem enfrentado dificuldades relacionadas com outras observações: 
  1. Galáxias interconectadas possuem desvios espectrográficos diferentes. Isto significa que galáxias que estão interconectadas possuem velocidades diferentes.
  2. Desvios que se agrupam em valores específicos. Esses valores são indicados pelo símbolo z. Por exemplo, para um desvio (redshift) de z=1, temos a indicação de que o comprimento da onda dobrou desde a sua emissão até chegar ao observador. Os valores de z que as galáxias tendem a assumir são 0,06; 0,3; 0,6; 0,9; 1,4 e 1,96. Isto traz consigo duas importantes conclusões: (1) que as galáxia possuem velocidades preferidas, o que em se tratando de galáxias, isto não faz sentido, e (2) esta recessão implica que a Terra está numa posição única. Uma posição que não fosse única poderia explicar a recessão observada, mas os valores de z apareceriam de forma contínua e não em intervalos distintos como observados. Isto implica diretamente que nossa galáxia estava no centro ou muito perto do centro do universo.
  3. O desvio para o vermelho implica também numa diminuição da freqüência. Sendo que a energia da luz é proporcional à sua freqüência, isto pode implicar numa perda de energia. Até o momento, a Teoria do Big Bang não oferece explicações para esta possível perda de energia.
 É importante salientar aqui que existem outras explicações para o fenômeno do desvio espectrográfico da luz para o vermelho as quais são de grande importância e relevância. Todas elas têm um sólido embasamento científico e oferecem respostas igualmente compatíveis com a evidência. Apenas algumas delas estão relacionadas abaixo. O astrônomo Fritz Zwicky em 1929 já havia proposto que o desvio para o vermelho seria causado pela perda de energia da luz ao viajar pelo espaço. Esta proposta ficou conhecida como a “teoria da luz cansada”. Esta teoria continua sendo estudada e pesquisada ainda hoje, por ser uma forte alternativa . Uma outra cosmologia estática proposta por I. E. Segal, apresenta o desvio para o vermelho diretamente proporcional à curvatura do espaço. V. S. Troitskii, desenvolveu um modelo cosmológico no qual ele interpretou o desvio para o vermelho como conseqüência da diminuição da velocidade da luz . Todas estas proposta mostram que a interpretação de um universo em expansão não é a única interpretação científica para o fenômeno do desvio espectrográfico da luz. Também é importante notar que a visão moderna não é a expansão de objetos no espaço, mas sim a expansão do próprio espaço, o que faz com que os objetos sejam “carregados” por esta expansão. Seria como o desenho numa bexiga que aumenta a medida que a bexiga é inflada. Esta ideia de uma expansão súbita foi necessária para que a teoria do big bang pudesse ser adaptada a observação. Foi uma solução ad hoc. A proposta foi feita por Alan Guth. Nesta proposta o universo teria passado por um período de rápido crescimento (período inflacionário) num curtíssimo espaço de tempo. Em outras palavras, ele teria expandido por um fator de 1025 em apenas 10-35 segundo. Isto seria como transformar uma ervilha numa galáxia como a nossa (100.000 anos-luz de diâmetro) em 0,00000000000000000000000000000000001 segundo!
[Este artigo está baseado numa parte do Capítulo 3 “A Origem do Universo: Astronomia e Cosmologia” do livro “Como Tudo Começou – Uma Introdução ao Criacionismo” do físico Adaulto Lourenço. Correções ortográficas por Hendrickson Rogers]  



quarta-feira, 29 de junho de 2011

O Comer e o Beber...

“Sabemos que temos de cuidar do nosso corpo quanto as partes física, mental e espiritual. Não devemos tomar café, me disseram que é pecado. No entanto a mesma pessoa que me recriminou quando eu ainda bebia café bebe chá mate, que tem quase o dobro de cafeína que o café! Pergunto: É proibido beber café mas não é proibido usar o chá mate? Quais os parâmetros para a escolha dos nossos alimentos?”

“Eu também tenho algumas dúvidas... Muitos irmãos não tomam café porque dizem que é pecado. Mas e a coca-cola? O adventista não prega que é pecado tomar coca-cola! É pecado ou trata-se da opinião de cada um?” O que diz a Bíblia sobre essas questões? [Essas indagações foram feitas por Alexandre Rodrigues e Andréa, São Paulo-BR]


Quando se trata de proibições, pecados, quando o assunto gira em torno do que é legal ou ilegal, deve-se ter como referência as prescrições de um poder legislativo. A suprema Lei de Deus deve ser a referência em todas as questões legais, não acha? Pois bem: o que há nesse compêndio das normas da vida humana elaborado pelo próprio Criador, que nos ajuda a responder a essas questões? Sabemos que os “Dez Mandamentos” são um conjunto de princípios na forma de leis e, como princípios, não envolvem apenas 10 assuntos específicos, mas sim 10 grupos de assuntos das mais variadas naturezas! Tomando o primeiro dos “Dez Mandamentos” – “Não terás outros deuses diante de Mim”, podemos verificar quão ampla é a ordem clara do Senhor! Da mesma forma o 6° mandamento: “Não matarás” e os outros 8. Talvez o mandamento mais específico e menos cheio de implicações variadas seja o 4º mandamento – Deus toma a cautela de não deixar ambíguo ou abstrato o dia de descanso separado por Ele para os humanos: é o sábado e ponto final!(Êx 20:8-11). Já familiarizados com essa propriedade de amplitude da Lei de Deus, vamos buscar algo que nos traga parâmetros bem definidos quanto aos cuidados com relação a saúde humana. A ingestão de qualquer alimento (sólido, líquido ou gasoso) que infrinja o 6° mandamento, instantaneamente leva o infrator a transgredir o 1° dos mandamentos, posto que Deus não teve maior autoridade que a sua vontade de querer ingerir tal alimento! Veja outra propriedade dos “Dez Mandamentos”: a unidade! Se eu amo o Senhor e demonstro isso através da obediência, como posso ser negligente quanto ao que comer, beber, vestir, etc.? Não que a minha dedicação em ser submisso a Deus me leve ao Céu, mas essa dedicação explicita meu amor e consideração Àquele que me criou, salvou e mantém! É por isso que nós os Adventistas do Sétimo Dia* somos tanto cuidadosos com a saúde quanto o somos para com o amor ao próximo, o sábado, a administração dos bens, a participação ativa e comprometida com a igreja, e tudo o mais! É a Lei de Deus que coloca todas essas coisas no “mesmo nível de importância”, não há como priorizar mandamentos ou princípios! A unidade da Lei e sua amplitude são as características que nos fazem perceber a incoerência de se beber café, chá mate, coca-cola (e os demais refrigerantes!), cerveja, vinho, e outros tantos líquidos malfazejos! [* Adventistas do Sétimo Dia mais no sentido da organização! O conteúdo da organização tem esses princípios, independente de os membros da Igreja os defenderem e os cumprirem... ou não.]
  
Como saber o que comer e beber?
1°) “Quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer cousa, fazei tudo para a glória de Deus”(I Co 10:31).  
2°) “Guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas cousa imunda”(Jz 13:4).
3°) “Aplica-te à leitura”(I Tm 4:13).

É interessante também usar a diagnose para saber se é certo ou errado consumir um certo produto: Quais os efeitos ao se usar? Aumenta o vigor mental? As substâncias contidas são próprias para a saúde? Ou seguimos o caminho do prazer ou o caminho da “obediência prazerosa”! Tudo o que Deus fez para o ser humano causa alegria e prazer... ou hoje ou amanhã! “Porque Deus dá sabedoria, conhecimento e PRAZER ao homem que Lhe agrada” (Ec 2:26)! O tempo passa, a “tecnologia dos anjos maus” se explicita e o pecado no mundo aumenta! Os que quiserem estar a salvo das doenças que essa “tecnologia maligna” e o pecado trazem, devem amar a Deus a ponto de apresentar a Ele o “corpo por sacrifício vivo, santo e agradável”(Rm 12:1). É esse nível de obediência que os “Dez Mandamentos” estabelecem! (Perguntas & Respostas volume I, pp.29 e 30) 

Quem são os vinte e quatro anciãos em Apocalipse 4?

Esta questão me faz “pairar” sobre assuntos que me fazem desejar ainda mais estar logo no Lar dos remidos, para ver com meus próprios olhos, não mais com os olhos da fé, o conteúdo físico do Céu e a sua população! Após ver o meu trino Deus salvador e mantenedor, será transcendental ver os funcionários da fábrica da sabedoria e do amor!! Apresento algumas tentativas razoáveis de explicação sobre os 24 anciãos:





(1)   Se as cenas da visão que João recebeu em Ap 4 eram “ao vivo” ou pelo menos atuais, esses 24 seres humanos (já que o termo ancião sempre é usado na Bíblia para discriminar a função de um ser humano! Êx 18:13-26, Rt 4:2, At 14:23) já estavam no céu, naquela época (95 ou 96 d.C.), literalmente “ao redor do trono” de Deus!
(2)   A IASD (Igreja Adventista do Sétimo Dia) crê que esse grupo distinto seja formado pelos “santos que se levantaram de suas tumbas quando Cristo ressuscitou (Mt 27:52,53, comp. Ef 4:8), pois esse é um grupo cuja ressurreição é um fato” [Comentário Bíblico Adventista em espanhol].
(3)   Em I Cr 24 vemos os sacerdotes divididos em 24 turnos “segundo os seus deveres no seu ministério”, v.3. Podemos comparar esses oficiantes do Santuário terrestre (veja v.19) com os 24 anciãos, como sendo estes também oficiantes do Santuário, no caso, Santuário celestial!
(4)   “Outros sugerem que os 24 anciãos simbolizam a Israel em seu sentido mais amplo (veja Ap 7:4): dois anciãos por cada tribo – um que simboliza o Israel literal, o povo de Deus antes da cruz; e o outro o Israel espiritual, a Igreja cristã, o povo de Deus depois da cruz. Desta maneira pode-se compará-los com os 12 patriarcas e os 12 apóstolos” [Comentário Bíblico Adventista em espanhol]. No caso desta interpretação, João viu símbolos e não seres e cargos literais!
(5)   “Alguns intérpretes vêem os 24 anciãos como anjos e não seres humanos. Põem ênfase na atividade desses seres descrita em Ap 5:8, onde ministram as orações dos santos; uma obra – dizem eles – que dificilmente seria atribuída a seres humanos!”[Idem]
    
Minha humilde opinião está contida apenas nos 3 primeiros comentários acima. Não consigo enxergar simbolismos no registro de João sobre os 24 anciãos! E a Bíblia está repleta de intercessores humanos que literalmente ofereceram a Deus as orações de outros pecadores! Por exemplo: Abraão intercedendo por Ló e os seus (Gn 18:23-33); Abraão orando pela vida de Abimeleque, rei de Gerar (Gn 20:1-7). E neste texto aparece a idéia de que seria “necessária” a intercessão de Abraão para que Deus “ouvisse” Abimeleque! Algo semelhante aconteceu com Elifaz, Bildade e Zofar: Jó literalmente levou as orações deles a Deus, para que Ele pudesse aceitá-las(Jó 42:7-9)! Bom, mas tudo isto antecedeu o ministério no Santuário terrestre! E quem eram os oficiantes, os quais tornavam propícios os pecadores a Deus? Quem eram os intercessores de nossos irmãos do passado que tipificavam a Jesus? Eram anjos do Senhor? Não, absolutamente! Deus sempre foi “auxiliado” por pecadores para a redenção de outros pecadores! É nosso, privilégio e dever, apelar a Deus por nossos companheiros de existência! “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo”, diz Tiago, mesmo após a morte sacrifical e a ressurreição típica do Salvador Jesus; mesmo após Sua ida ao Santuário celestial para interceder por nós (veja Tg 5:15,16)! Portanto, acredito que os 24 anciãos são “justos” vestidos da “justiça de Cristo”(veja Ap 3:18), que trabalham ao lado do Todo-poderoso Rei do Universo! Lembremo-nos que o bom Pai recebe Seus filhinhos de outros lugares extra-terrenos em Sua habitação (Veja Jó 1:6, 2:1, 38:7)! Não chamaria Ele também Seus filhos terrenos, mesmo antes do grande Dia, para acompanharem de perto e até assistirem-nO em Seu honesto governo universal? (Perguntas & Respostas volume I, pp. 25 e 26)

Por que na Bíblia existem textos entre colchetes?

Algumas Bíblias da SBB (nem todas), como a versão RA 2ª Edição, trazem a seguinte explicação: “Essas passagens [entre colchetes] não se encontraram no texto grego adotado pela Comissão Revisora, mas haviam sido incluídas por Almeida com base no texto grego disponível na época”. Quanto à questão de essas passagens serem ou não inspiradas... vejamos: Se não são inspiradas são apócrifas, certo? Mas, se são apócrifas por que estão presentes no Cânone Sagrado? E quais os critérios usados para a formação desse Cânone, já que existem vários outros textos e livros que não fazem parte dele? A questão de quais livros pertencem à Bíblia é chamada de questão canônica. A palavra cânon significa régua, vara de medir, regra, e, em relação à Bíblia, refere-se à coleção de livros que passaram pelo teste de autenticidade e autoridade. Significa ainda que esses livros são nossa regra de fé e vida. Os Testes de Canonicidade: Em primeiro lugar é importante lembrarmos que certos livros já eram canônicos antes de qualquer teste lhes ser aplicado. Isto é como dizer que alguns alunos são inteligentes antes mesmo de se aplicar neles qualquer prova. Os testes apenas provam aquilo que já existe. Os diversos concílios eclesiásticos reconheceram certos livros como sendo a Palavra de Deus e, com o passar do tempo, aqueles assim reconhecidos e profundamente analisados quanto á sua coerência e autenticidade, foram colecionados para formar o que hoje chamamos Bíblia. Alguns testes ocorreram ao longo dos séculos: (1) Havia o teste da autoridade do escritor. Em relação ao Antigo Testamento, isto significava a autoridade do legislador, ou do profeta, ou do líder em Israel. No caso do Novo Testamento, o livro deveria ter sido escrito ou influenciado por um apóstolo para ser reconhecido. Em outras palavras, deveria ter a assinatura ou a aprovação de um apóstolo. Pedro, por exemplo, apoiou a Marcos, e Paulo a Lucas. (2) Os próprios livros deveriam dar alguma prova intrínseca de seu caráter peculiar, inspirado e autorizado por Deus. Seu conteúdo deveria se demonstrar ao leitor como algo diferente de qualquer outro livro, por comunicar a revelação de Deus. (3) O veredito das igrejas quanto à natureza canônica dos livros era importante. Na verdade, houve uma surpreendente unanimidade entre as primeiras igrejas quanto aos livros que mereciam lugar entre os inspirados. Embora seja fato que alguns livros bíblicos tenham sido recusados ou questionados por uma minoria, nenhum livro da Bíblia, cuja autenticidade tenha sido questionada por um grande número de igrejas, veio a ser aceito posteriormente como parte do cânon. O cânon da Escritura estava-se formando, é claro, à medida que cada livro era escrito, e completou-se quando o último livro foi terminado. Quando falamos da "formação" do cânon estamos realmente falando do reconhecimento dos livros canônicos. Esse processo levou algum tempo. Alguns estudiosos afirmam que todos os livros do Antigo Testamento já haviam sido colecionados e reconhecidos por Esdras, no quinto século a.C. As referências nos escritos do historiador Flávio Josefo  (95 A.D.)  indicam   a   extensão  do cânon do Antigo Testamento como sendo os 39 livros que conhecemos e aceitamos hoje. Quando Jesus acusou os escribas de serem culpados da morte de todos os profetas que Deus enviara a Israel, desde Abel até Zacarias (Lc11:51), Ele, desta forma, delimitou o que considerava ser a extensão dos livros canônicos. O relato da morte de Abel está no primeiro livro, Gênesis; o da morte de Zacarias se acha em II Crônicas, que é o último livro da disposição da Bíblia hebraica (em lugar do nosso Malaquias). Assim sendo, é como se Jesus tivesse dito: "A culpa de vocês está registrada em toda a Bíblia, de Gênesis a Malaquias". (É interessante que Jesus nunca fez referência a nenhum dos textos ou livros chamados apócrifos, que já existiam em seu tempo, uma vez que os fatos neles relatados ocorreram no período intertestamentário, quase 200 anos antes de Seu nascimento). O primeiro concílio eclesiástico a reconhecer todos os 27 livros do Novo Testamento foi o Concílio de Cartago, em 397 A.D. Alguns livros do Novo Testamento, individualmente, já haviam sido reconhecidos como canônicos muito antes disso (II Ped. 3:16 e I Tim. 5:18), e a maioria deles foi aceita como canônicos no século posterior ao dos apóstolos, embora alguns como Hebreus, Tiago, II Pedro, II e III João e Judas tivessem sido debatidos durante algum tempo. A seleção do cânon sagrado foi um processo que continuou até que cada livro provasse o seu valor, passando pelos testes de canonicidade. Os 12 livros chamados apócrifos do Antigo Testamento jamais foram aceitos pelos judeus ou por Jesus. Eles eram respeitados, mas não foram considerados como Escritura. Eles chegaram a ser incluídos na tradução grega chamada Septuaginta, produzida quase 300 anos antes de Cristo. Jerônimo (420-340 a.C) fez uma distinção entre esses livros e os canônicos, chamando-os de eclesiásticos, e essa distinção acabou por conceder-lhes uma canonicidade secundária. Os Reformadores também os rejeitaram. Em algumas versões protestantes dos séculos XVI e XVII, os apócrifos foram colocados à parte. Os manuscritos originais do Antigo Testamento e suas primeiras cópias foram escritos em pergaminho ou papiro, desde o tempo de Moisés (1450 a.C.) e até o tempo de Malaquias (400 a.C.). Até a sensacional descoberta dos Rolos do Mar Morto, em 1947, não possuíamos cópias do Antigo Testamento anteriores a 895 A.D. A razão disto acontecer era a veneração quase supersticiosa que os judeus tinham pelo texto, e que os levava a enterrar as cópias, à medida que ficavam gastas demais para uso regular. Na verdade os tradicionalistas, ou massoretas, que acrescentaram os acentos e transcreveram a vocalização das palavras entre 600 e 950 A.D., padronizando em geral o texto do Antigo Testamento, engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das cópias que faziam. Verificavam cada página cuidadosamente, contando a letra média de cada página, livro e divisão. Devemos muito a estes religiosos detalhistas, em relação à veracidade do que hoje conhecemos. Quando os Manuscritos do Mar Morto foram descobertos, trouxeram à luz um texto hebraico datado do segundo século a.C., com todos os livros do Antigo Testamento, menos o de Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois forneceu um instrumento muito mais antigo para verificarmos a exatidão do Texto Massorético, que se mostrou extremamente exato. Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a Septuaginta, os targuns aramaicos (paráfrases e citações do Antigo Testamento), citações em autores cristãos da antiguidade, a tradução latina de Jerônimo (a Vulgata, 400 A.D.), feita diretamente do texto hebraico corrente em sua época. Todas essas fontes nos oferecem dados que asseguram um texto extremamente exato do Antigo Testamento. (Perguntas & Respostas volume I, pp. 16 e 17)



Matusalém, Noé e o Dilúvio

“Passou Noé 120 anos construindo a arca? E seu avô Matusalém morreu no dilúvio ou apenas no ano do dilúvio?” 

Entendendo o texto Gn 6:3 como uma profecia divina contra a “maldade do homem” (v. 5, 11 e 12), penso que o Senhor estava dando um ultimato ao mundo de então, semelhante a mensagem de Jonas a Nínive: “Ainda 40 dias, e Nínive será subvertida”(Jn 3:4). Creio que a partir da conversa entre Deus e Noé (Gn 6:13), o profeta começou a advertir seus contemporâneos nos termos: “Ainda 120 anos, e as águas serão derramadas em dilúvio sobre a Terra!!!” Veja Gn 6:17A mensageira de Deus dos nossos dias, a amiga Ellen, afirmou: “Por entre a corrupção prevalecente, Matusalém, Noé, e muitos outros, trabalhavam para conservar vivo o conhecimento do verdadeiro Deus, e conter a onda dos males morais. Cento e vinte anos antes do dilúvio, o Senhor, por meio de um santo anjo declarou a Noé o Seu propósito, e ordenou-lhe construir uma arca. Enquanto construía a arca, deveria ele pregar que Deus traria um dilúvio de água sobre a Terra para destruir os ímpios. Os que cressem na mensagem, e se preparassem para aquele acontecimento pelo arrependimento e reforma de vida, encontrariam perdão, e seriam salvos. Enoque repetiu a seus filhos o que Deus lhe mostrara com relação ao dilúvio, e Matusalém e seus filhos, que viveram até alcançar a pregação de Noé, ajudaram na construção da arca” (Patriarcas e Profetas, p.89). Portanto não tenho dúvidas de que, tanto o tempo da construção do espetacular navio quanto o tempo de graça, duraram 120 anos! A Bíblia também deixa claro o fato de Metusalém (ou Matusalém) não ter participado do evento diluviano! Seguindo a cronologia crescente, a morte de Metusalém e o dilúvio acontecem no ano 1656 (Gn 5:27 e 7:6). Pedro em duas afirmações inspiradas declara: “...enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água”; “mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios”! (I Pe 3:20 e II Pe 2:5). Quem “eram as 7 pessoas”? Deus responde: “entrarás na arca, tu e teus filhos, e tua mulher, e as mulheres de teus filhos”, Gn 6:18! Assim, o “extenso” Metusalém dormiu antes do começo do dilúvio! (Perguntas & Respostas volume I, p.12)

O Sol e o "Haja luz"

É interessante notarmos as duas posições de interpretação para a criação do sol:

1ª) O sol foi criado no 4º dia da criação e só.
2ª) O sol "apareceu" no 4º dia da criação, havendo sido criado antes.

Particularmente creio na 2ª opção e explico o por que.

Veja que Deus pode criar algo manifestando-o somente depois - por exemplo, a "porção seca" de Gn 1:9: Ele a criou "no princípio" apesar de ela aparecer depois!

Outro detalhe que é bom enxergar é o seguinte: A que "céus" se refere Moisés em Gn 1:1?

ü  À morada de Deus é bastante estranho posto que o Senhor é "Pai da eternidade" e, portanto, Sua morada é eterna...

ü         Ao céu atmosférico (firmamento) não faz sentido, já que este foi criado no 2º dia (verso 6).

ü  Parece-me que resta somente os "céus" siderais - o espaço! 
           
Daí vem que o conteúdo desses "céus" pode ter-se originado "no princípio", isto é, antes do 4º dia da criação.

Veja você que, em Gênesis 1 Moisés narra apenas a criação na Terra e não a criação de outros corpos do Universo!

Assim sendo, posso pensar que o "haja luz" do Senhor no 1º dia, pode se referir a luz solar, e ainda porque os horários aparecem após essa ordem divina! "Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre luz e trevas. E chamou Deus à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o primeiro dia" (versos 4 e 5). É o movimento de rotação da Terra (movimento de "pião"), cuja duração é de aproximadamente 24 horas cada volta completa, que permite a aparição da "luz" e das "trevas". Realmente é, para mim, complicado entender o surgimento dos dias e das noites sem a existência do sol...

Agora, julgue ainda um argumento do Profº José Carlos Ramos em favor desta 2ª opção:

“Esta posição explica também o que são as 'águas abaixo' do céu atmosférico, e as 'águas sobre' o céu atmosférico (v. 7). Naturalmente, os raios solares, aquecendo a superfície aquática (v. 2; compare com II Pe 3:5) da Terra original, produziram uma camada tão espessa de vapor que o bloco líquido, no núcleo, se envolveu em trevas (Gn 1:2). É a partir deste ponto, a meu ver, que Moisés traça o relato da semana da criação. De início essa camada tocava as águas líquidas. Na verdade, a ordem divina 'haja luz', do primeiro dia (v. 3), fez com que a camada se dissolvesse parcialmente, tornando-se menos espessa e permitindo que a luz solar penetrasse atingindo o bloco líquido em baixo, que se iluminou mais ou menos como num dia de neblina; houve iluminação sem que o sol fosse visto. O segundo   dia  da  semana  Deus   fez   'separação'   entre   águas   e   águas,  colocando  um 'firmamento' entre elas (vs. 6 e 7). Em outros termos, Ele ordenou que o vapor se elevasse e se condensasse acima. Este 'firmamento' recebeu o nome de 'céus' (v. 8), e é, com efeito, a camada atmosférica que envolve o planeta. Isso feito, Deus fez surgir, das águas líquidas, o solo, a chamada 'porção seca' do verso 9; a partir deste ponto, a superfície do planeta é dividida em 'mares' e 'terra' (solo). Havendo vapor d’água e solo, o ambiente tornou-se propício para Deus criar a primeira forma de vida, a vegetal. Esses milagres todos ocorreram no 'terceiro dia' (vs. 9-13). (...) Deus, então, no quarto dia, fez com que a camada gasosa restante acima se desvanecesse, e o sol incidisse diretamente sobre as plantas”. [Revista Adventista 12/2001, p.16]

Concluo dizendo que não há ofensa ao relato bíblico quando cremos que o sol não foi criado no 4º dia da criação, mas apenas foi completamente manifestado na Terra nesse dia. (Perguntas & Respostas volume I, pp. 9 e 10)

Ilustração da Inspiração Divina Sobre o ser Humano

A torneira derrama a água no botijão. O botijão derrama a água através da torneirinha do filtro (bebedouro). Tomamos a água do botijão (que passa pelo filtro), geralmente num copo!

Vejamos...

De modo idêntico, JAVÉ derrama Sua inspiração no recipiente humano o qual, por sua vez, passa o que recebeu para outros, onde estes recebem, cada um, a seu modo próprio!

 Deus, a torneira.
 A mensagem dada por DEUS, a água.
 O poder de JAVÉ, o filtro.
 O profeta ou mensageiro, o botijão.
 A maneira de o mensageiro expressar a mensagem dada por DEUS, a torneirinha.
                                                                                    A maneira do povo de receber a mensagem expressa pelo mensageiro, o copo!

Observemos que,

        1º A água não modifica o botijão apesar de inundá-lo. JAVÉ não desrespeita o caráter do mensageiro, permitindo que este continue sendo o que era, apesar de estar repleto de um poder sobrenatural.

        2º A água que sai do botijão não é necessariamente a mesma que nele entrou. E se o botijão não estiver totalmente desinfectado? Ao repassar a mensagem recebida, o profeta realmente deverá fazê-lo do seu jeito (posta a observação nº 1), e mais, o que sai dele utopicamente é igual ao que entrou. Além da obs. 1 indago: e quanto à natureza pecaminosa do mensageiro?

       3º Usamos recipientes externos e internos para beber a água do filtro – o copo e a boca! Os receptores da “mensagem do profeta” usam o que possuem para recebê-la: natureza pecaminosa e caráter defeituoso (preconceitos, negligências, parcialidades,...).

       4º Lembremo-nos do filtro... É bem verdade que DEUS não oblitera o “ser” humano na hora de enviar Sua inspiração. Não obstante, Ele tem um escopo por trás de Sua mensagem, e de modo algum permitirá que o fator pecado atrapalhe a recepção e a transmissão de Suas verdades – “Eu Sou o que Sou” (Êx 3:14), o Deus da inspiração afirma!   (Perguntas & Respostas volume 1, p. 5)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Inferno, Castigo proporcional e Cafarnaum

“Passou, então, Jesus a increpar as cidades nas quais ele operara numerosos milagres, pelo fato de não se terem arrependido: Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza” (Mt 11:20, 21).
Lendo essas palavras do Senhor Jesus, me vieram as perguntas:

            - Então, por que Ele não foi até Tiro e Sidom e realizou os mesmos milagres, para o povo daquelas cidades se arrependerem?!
         - Por que Corazim e Betsaida receberam os milagres e Tiro e Sidom não?!
            - Como Deus poderá condenar Tiro e Sidom se Ele não fez tudo o que podia para salvá-las?!

Quando continuei a leitura...
“E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras” (:22),
aí a coisa complicou mais ainda!
              - Como assim “mais rigor” para uns e, consequentemente, menos para outros?!
          - Pelo fato de Deus não ter feito tudo o que podia para salvar alguns, na hora do castigo eles sofrerão menos... mas ainda assim sofrerão?!

Nos versos seguintes,
“Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno; porque, se em Sodoma se tivessem operado os milagres que em ti se fizeram, teria ela permanecido até ao dia de hoje. Digo-vos, porém, que menos rigor haverá, no Dia do Juízo, para com a terra de Sodoma do que para contigo” (:23, 24),
se repetem os mesmos problemas, que me fizeram fazer as mesmas perguntas mais uma:
            - Qual o significado de “inferno” nesse contexto?

Claro, evitei criar uma primeira imagem, ou melhor, me basear em qualquer primeira imagem gerada em minha mente, para não interferir na busca pelas respostas que a própria Bíblia me daria! Lhe aconselho a fazer isso com todos os textos aparentemente problemáticos que sua leitura das Escrituras trouxer.

Em Gálatas 4:4 e 5 encontrei a primeira solução de minhas questões: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. O tempo da vinda do Messias não seria determinado por um grupo local de pecadores obstinados. Ou seja, embora Deus ame os pecadores e Se submeta muitas vezes e de muitas maneiras a nossa condição e teimosia, o Seu tempo (o mais adequado a todas as pessoas de todas as épocas) é respeitado (se não por nós, pelo Céu!). JAVÉ encarnado, Jesus, não nasceria para tentar salvar Caim e os demais antediluvianos só porque eles não atenderiam outras estratégias divinas! Deus, apesar de dar Sua vida pelos filhos, não é um pai permissivo e refém de Seus próprios filhos. Além disso, qual a garantia de que “Tiro”, “Sidom” e “Sodoma” se arrependeriam e se converteriam verdadeiramente, caso o Cristo aparecesse no tempo delas, uma vez que cada uma rejeitou os enviados por Ele? (Veja o descaso dessas pessoas para com as oportunidades e os juízos divinos: Is 23:15 e 17; Ez 28:2, 7, 8, 21 e 22; Jl 3:4; Gn 13:13, 18:20 e 19:6-9). Um exemplo de arrependimento pontual seguido de retorno às velhas práticas pecaminosas foi Nínive! Essa grande capital assíria aceitou a mensagem do enviado Jonas (Jn 3:5-10), porém mais tarde recebeu a sentença da destruição por meio dos enviados Naum e Sofonias: “Sentença contra Nínive” (Na 1:1 e Sf 2:13). Com o Enviado (Siloé, Jo 9:7), não seria diferente, segundo o que Ele mesmo ensinou “Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos” (Lc 16:31). O trabalho de mostrar ao pecador o seu erro, convidá-lo e ensiná-lo é do Espírito Santo (Jo 16:8 e 13). E Ele está aqui no mundo antes do pecado (Gn 1:2)! Ninguém poderá alegar, “no Dia do juízo”, que não se converteu por que Jesus não operou milagres em sua época, diante dele ou dela, pois, o Espírito de Deus prega por meio de Seus enviados, opera transformações de caráter (quer maior milagre do que este?!) e oportuniza a salvação até hoje (Ap 22:17)! Portanto, “Tiro”, “Sidom” e “Sodoma” tiveram as mesmas chances sem o Cristo, que “Corazim”, “Betsaida” e “Cafarnaum” com Ele. Deus fez e faz tudo o que um Pai Todo-poderoso poderia realizar para salvar um povo, um pecador. A condenação divina é completamente razoável! Por outro lado, a ideia de sentença proporcional às obras é pregada pelo Senhor Jesus aqui: “no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras” (Mt 21:22). “Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites. Aquele, porém, que não soube a vontade do seu senhor e fez coisas dignas de reprovação levará poucos açoites. Mas àquele a quem muito foi dado, muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc 12:47 e 48). O Juiz está nos informando, assim, que ninguém colherá nem mais nem menos do que escolheu em sua vida, uma clara evidência da brevidade do lago de fogo ou condenação final! (Seria injusto alguém que viveu algumas décadas receber a imortalidade para ficar no fogo eternamente, não acha? Até para um antediluviano que viveu séculos ou um anjo caído com a idade de milênios, isso não estaria certo!). Falando em anjo caído, podemos concluir a presença do ex-Lúcifer em Cafarnaum pela afirmação de Cristo semelhante a de Isaías: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo. Contudo, serás precipitado para o reino dos mortos, no mais profundo do abismo” (Is 14:12-15). Compare o negrito com “Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno”. Mais do que isso – entendemos o significado da palavra “inferno” mencionada em Mateus: “reino dos mortos”, “abismo”, segundo Isaías! No grego e na Bíblia de Jerusalém, no lugar de “inferno” aparece a palavra hades significando literalmente sepultura. Até esse será o destino de Satanás. O inferno eterno ou morte eterna. Um inferno com chamas eternas com gente viva dentro não é bíblico! O ensinamento bíblico sobre a destruição dos pecadores por meio do fogo está contido na expressão “inferno de fogo” ou no grego “gehenna de fogo” (Mt 5:22), “fogo eterno” (Mt 18:8, 25:41 e Jd 7) e “lago de fogo”, note a ideia de efemeridade na palavra lago (Ap 19:20, 20:10, 14 e 15). Jesus não ensinou que os perdidos de Cafarnaum, ao morrer, iriam para o “gehena”, mas para o “hades”! O “gehenna de fogo” (expressão atribuída a Jesus) ou o “lago de fogo” (João) ainda não existem segundo a Bíblia (diferentemente do “hades” que existe desde a morte do justo Abel!). A condenação com fogo existirá previamente na vinda de Cristo, apagando-se em seguida, e finalmente após os mil anos, apagando-se antes de Jesus tocar no monte das Oliveiras (Zc 14:4) e estabelecer a Nova Jerusalém (Ap 21:2). Oxalá não estejamos nós, “no Dia do juízo”, ao lado dos condenados de “Corazim”, “Betsaida”, “Cafarnaum”, “Tiro”, “Sidom” e “Sodoma”, por não havermos nos “arrependido com pano de saco e cinza”. Antes, que o milagre da transformação do caráter, operado pelo Amigo Espírito Santo nos livre do gehenna ainda que durmamos no hades por breve período, esperando a vinda de Deus! (Hendrickson Rogers)                

domingo, 26 de junho de 2011

A Caixinha "Vazia"


Há certo tempo atrás, um homem castigou sua filhinha de 3 anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado. O dinheiro andava escasso naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e colocá-la debaixo da árvore de natal. Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente a seu pai e disse: "Isto é para você paizinho!" Ele sentiu-se envergonhado por sua furiosa reação, mas voltou a "explodir" quando viu que a caixa estava vazia. Gritou, dizendo: "Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?" A pequena menina olhou para cima com lagrima nos olhos e disse: "Oh, paizinho, não está vazia. Eu soprei beijos dentro da caixa. Todos para você, papai". O pai quase morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse. Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali. 

De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós humanos tem recebido uma caixinha dourada, cheia de amor e beijos de nossos pais, filhos, irmãos, amigos... e principalmente de Deus. Mas, quantas vezes nossa precipitação, nosso materialismo, nossa pressa e nossa raiva nos tornam cegos a ponto de só vermos caixas vazias, não concorda?

Acontece algo semelhante na relação Criador e criatura. Deus nos presenteia com liberdade, moralidade, espiritualidade, família, capacidade de raciocínio, revelações de Seu caráter e de Seu amor. O que Suas criaturas veem? Em verdade os seres humanos enxergam apenas o que querem e o que podem – o que querem no sentido de ignorarem muito do que Deus faz a ponto de produzirem uma geração que está acostumada ou condicionada a não enxergar! O profeta Jeremias presenciou há mais de 2600 anos atrás exatamente isso: “Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo de JAVÉ (Jr 8:7)”.

Até os animais, dentro de sua esfera, veem o que os homens não enxergam.

O homem vazio de Deus enxerga um vazio, uma ausência de liberdade e cria sua própria definição de liberdade. Resultado: “até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens” (Rm 1:26,27).

O homem vazio de Deus enxerga um vazio, uma ausência da necessidade de uma moralidade absoluta. Resultado: “E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem” (Rm 1:28-32).

O homem vazio de Deus enxerga um vazio, não vê a Bíblia como revelação divina autorizada e cria caminhos de Caim para chegar até Deus. Resultado: “Algumas pessoas vão pedir que vocês consultem os adivinhos e os médiuns, que cochicham e falam baixinho. Essas pessoas dirão: ‘Precisamos receber mensagens dos espíritos, precisamos consultar os mortos em favor dos vivos!’” (Is 8:19 NTLH). “pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador” (Rm 1:25). “Os pensamentos deles não têm valor, e a mente deles está na escuridão. Eles não têm parte na vida que Deus dá porque são completamente ignorantes e teimosos” (Ef 4:17,18 NTLH).

O homem vazio de Deus enxerga um vazio, a ausência da necessidade da preservação da família... Resultado: “Uma vez eu estava olhando pela janela da minha casa e vi vários rapazes sem experiência; mas notei que um deles era mesmo sem juízo. Esse rapaz estava andando pela rua, perto da esquina onde morava uma certa mulher. Ele passava por perto da casa dela, ao anoitecer, quando já estava escuro. E aconteceu que essa mulher foi encontrar-se com ele, vestida como uma prostituta e cheia de malícia. Ela era espalhafatosa e sem-vergonha e estava sempre andando pelas ruas. Ficava esperando em alguma esquina, às vezes numa rua, outras vezes na praça. Ela chegou perto do rapaz, e o abraçou, e beijou. Então, com um olhar atrevido, disse: — Paguei hoje os meus votos, e a carne dos sacrifícios de gratidão está comigo. Por isso saí procurando você. Eu queria encontrá-lo, e você está aqui! Já forrei a minha cama com lençóis de linho colorido do Egito. Eu a perfumei com mirra, aloés e flor de canela. Venha, vamos amar a noite toda. Passaremos momentos felizes nos braços um do outro. O meu marido não está em casa; ele foi fazer uma longa viagem. Levou bastante dinheiro e só voltará daqui a alguns dias. Assim, ela o tentou com os seus encantos, e ele caiu na sua conversa. E, num instante, lá foi ele com ela, como um boi que vai para o matadouro, como um animal que corre para a armadilha” (Pv 7:6-22 NTLH). “A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe” (Pv 29:15).  

O homem vazio de Deus enxerga um vazio, e seu oco na cabeça se reflete em seus raciocínios, em sua ciência: “Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe” (Is 29:16). “Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te” (Lc 12:19). “Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes, a vitória, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes, o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso” (Ec 9:11).

O homem vazio de Deus não O enxerga. E, a Terra, que um dia foi “sem forma e vazia” (Gn 1:2) voltará a ficar vazia, pois, o homem vazio de Deus a destrói, destrói seu próximo, destrói a si próprio, tudo porque se recusa a ver Deus ou, pelo menos, que Deus lhe recupere a visão.

Contudo, assim como a criancinha de nossa história mudou a história daquele homem, existem homens vazios de si, que oram humildemente a Deus, permitindo que Ele os preencha! E esses homens cheios de Deus, apontam para o conteúdo da caixinha, provam que ela não está vazia por meio de suas próprias vidas cheias de Deus, de liberdade, de moralidade, de verdadeira espiritualidade, de famílias iluminadas, de raciocínios científicos coerentes (mesmo que ainda não prováveis!) e de amor a Deus e ao próximo, a Bíblia e a Natureza!

E você, (o que) vê? (Hendrickson Rogers)
  

sexta-feira, 24 de junho de 2011

“Por que o inocente filho de Faraó morreu no lugar do pai?”

  Primeiro: o fato de ele ter sido vítima da praga divina (por causa ou escolha do pai) não significa que ele perdeu a salvação. Geralmente confundimos castigo com rejeição, não é mesmo? Na “disciplina” dos homens isso acontece, mas nunca na de Deus! “Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe... Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havemos de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então, viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça” (Hb 12:6, 9-11). E, embora o alvo da correção de Deus fosse Faraó, a morte de seu filho completaria o conjunto de repreensões divinas de forma cabal e sem deixar dúvidas quanto a autoridade e ao poder de JAVÉ. Nem os magos espíritas de Faraó, nem sua riqueza e posição trariam de volta o fôlego do herdeiro de seu trono... Portanto, a submissão do monarca era-lhe a única alternativa sensata. O que as pragas não conseguiram, a perda de seu filho alcançou! 

     Segundo: há uma lição para os pais nesta infeliz história. Ou eles cumprem seu papel e procuram ser pais com o caráter desenvolvido por Deus, adultos sábios e tementes a JAVÉ, ou sua prole será atingida permanentemente por seu estilo de vida sem Deus! O Rei do universo desejava que o rei do Egito Lhe reconhecesse como o único soberano e Lhe fosse um instrumento de bênçãos para sua família e sua nação. Deus lhe deu tempo, experiência, disciplina e oportunidade. Faraó rejeitou. A última oportunidade mencionada na História Sagrada foi a perda de seu filho. Veja, JAVÉ não queria lançar sobre Faraó nem a primeira praga (Êx 5:3)! Contudo, nem a décima praga fez o coração do rei egípcio se humilhar perante o Altíssimo e entregar a sua vida (os cacos que restaram dela, por sua desobediência e suas escolhas), sua família esfacelada e sua nação arruinada nas mãos do Criador, que, certamente, poderia devolver tudo o que Faraó perdera! 

     Deus não ensina vingança ou tirania aqui. Ele ensina respeito àqueles que Lhe ignoram e vivem como se Ele não existisse (Ele é o Criador, quer sejamos criacionistas ou evolucionistas)! Deus ensina que o destino dos filhos na Terra (e na eternidade), em grande medida, está nas mãos de seus pais! E Deus também ensina, que homem algum poderá culpá-Lo com razão, por sua infelicidade e perdição! Se alguém pensa “Deus é muito intrometido e abusivo. Faraó deveria ter o direito de fazer o que ele queria fazer!”, a Bíblia responde: “que todos os povos da terra saibam que JAVÉ é Deus e que não há outro” (I Rs 8:60). “Lembrai-vos disto e tende ânimo; tomai-o a sério, ó prevaricadores. Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro, eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade... Eu o disse, Eu também o cumprirei; tomei este propósito, também o executarei. Ouvi-me vós, os que sois de obstinado coração, que estais longe da justiça. Faço chegar a minha justiça, e não está longe; a minha salvação não tardará” (Is 46:9-13). 

     Assim como não é certo um filho querer liberdade absoluta de seus pais (o que mais cedo ou mais tarde se verificaria completa libertinagem), muito mais não se deve querer do Criador a mesma coisa, por pelo menos dois motivos: aquele que usa sua liberdade sem submissão a Deus, prejudica a outros (no caso de Faraó, milhares de famílias sofriam pelo mau uso da liberdade dele – famílias dos hebreus, dos egípcios e a sua própria!) e Deus também é livre, mas nem Ele possui liberdade absoluta, uma vez que Ele é honesto e respeitador! Por fim, as lições dessa história só serão eficazes se eu e você não a repetirmos... Decidamos agora deixar Deus ser Deus, em vez de arcarmos com as consequências desastrosas da rebeldia e da vida sem Deus – nós e nossos filhos! (Hendrickson Rogers)    

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Lidando com a Teimosia

  Moisés foi teimoso, Faraó também e o povo hebreu muito mais! Mas, como é bonito vermos Deus trabalhando com os teimosos! Quanta paciência, quantos métodos diferentes, quanto amor e também quanta firmeza! JAVÉ estava cumprindo Sua promessa feita a Abrão (Gn 12:1-3) e precisava tirar o povo do Egito. Moisés já havia passado 40 anos no Egito e mais 40 no deserto, sendo preparado para sua missão! Faraó e os demais egípcios precisavam tomar uma decisão – obedecer a Deus ou continuar agarrados aos deusezinhos de nada, que só escravizam e impedem o desenvolvimento do ser humano e a sua felicidade legítima! Os hebreus, por sua vez, precisavam de uma reeducação, precisavam reaprender a sua própria religião, já que haviam sido aculturados e catequizados por meio da escravidão (nem o sábado eles santificavam mais, possivelmente, Êx 5:19!). Contudo, todos esses personagens eram obstinados e atrapalhavam a si mesmos e a Deus. 

     Mas Deus é bom! Ele não nos trata como merecemos e sim com a pura compaixão (Sl 103:10 e Is 63:9)! Deus usou as escolhas (as acertadas e as erradas) de todos eles, os colocou em contato uns com os outros e enormes oportunidades de aprendizagem, de mudança e de destino feliz eles receberam! Moisés aprendeu como não confiar em Deus e ser teimoso são ruins – administrou um povo que também era assim, incrédulo e obstinado! Faraó reconheceu sua dureza e desonestidade diante do poder persistente de Deus (Êx 9:27) e os outros egípcios também (8:19 e 9:20). E o povo hebreu teve que colher os frutos da sua incredulidade e sofrer com a sua teimosia para mudar (6:12; 14:11-14; 17:8 e 32:27-29)! Mas, é claro, apesar de os métodos do professor JAVÉ serem perfeitos e completamente compreensíveis, nem todos os Seus alunos foram aprovados. Por quê?! Escolhas (Jr 29:11).

      E você? Em que áreas da vida sua teimosia lhe atrapalha na busca pela felicidade genuína e impede Deus de guiá-lo e salvá-lo?! Os destinos dos personagens acima revelam o grau de obstinação em seguir suas próprias ideias, recusando as sugestões e os mandamentos divinos. Moisés aprendeu e, embora tenha morrido (Dt 34:5), foi ressuscitado pelo próprio Miguel (ou Jesus Cristo no Antigo Testamento), Judas 9. Faraó viu seus sonhos, sua família, seu exército e seu povo praticamente destruídos,  sem conserto... E os hebreus, bem, o Antigo Testamento deixa claro que boa fatia deles nunca se apartou da teimosia e desobediência a Deus até deixarem de ser a nação escolhida por Ele para iluminar o mundo inteiro! Com esses exemplos fica mais fácil decidirmos pela submissão à vontade de Deus, não acha? Termino com uma verdade (até engraçada) descoberta pelo rei Davi após teimar em pecar e esconder sua transgressão: "Não sejais como o cavalo ou a mula, sem entendimento, os quais com freios e cabrestos são dominados; de outra sorte não obedecem. Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia em JAVÉ, a misericórdia o assistirá" (Sl 32:9 e 10)! Hendrickson Rogers     

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Honestidade é a Verdadeira Sinceridade

     Embora os Faraós do Êxodo não tivessem tido o privilégio de conhecer José, filho de Jacó, a ponto de um deles alegar: “Quem é JAVÉ..? Não conheço JAVÉ” (Êx 5:2), ao analisarmos o Gênesis e o próprio segundo livro das Escrituras, percebemos como Deus Se deu a conhecer aos egípcios bem como a toda a terra, e tentou reeducá-los! Veja, Abrão morou no Egito, teve contato com o Faraó da época (Gn 12:10,18) e este pode conhecer quem era o Deus verdadeiro. José morou no Egito por mais de 80 anos e foi uma luz para toda aquela nação (37:2; 39:1; 41:38,46,57 e 50:26)! Além disso, seu pai com toda a sua casa foi para o Egito e Jacó abençoou o Faraó da época também (47:7)! Os próprios descendentes de Jacó que permaneceram ali por séculos, evidenciavam que eram um povo distinto, abençoado pelo Deus verdadeiro, leia, por favor, Êxodo 1:7-12. Ninguém poderá alegar que não teve oportunidade de conhecer a Deus, pois Ele mesmo se encarrega de Se dar a conhecer! A Criação divina, as obras de Suas mãos (Sl 19:1-4), ensinam sobre Deus. Mesmo sem O procurarmos, nós O achamos, porque, em verdade, é Ele quem nos procura e Se insinua para nós (Rm 10:20 e Is 65:1,2)! Assim, Faraó pode até ter sido sincero, mas não honesto, ao afirmar que Ele não conhecia JAVÉ. Mas, como Deus é o maior exemplo de humildade prática, Ele ensinou àquele pecador orgulhoso como se, de fato, ele não conhecesse nada sobre o Deus Criador. A cada ação de Deus, Faraó ouvia “para que saibas que ninguém há como JAVÉ” (Êx 8:10 e 9:14). O Egito foi ensinado que o Deus dos hebreus era o Criador (9:29). JAVÉ tinha poder para impedir o poder dos deuses egípcios (8:18,19). Eles aprenderam sobre a misericórdia divina (9:15), sobre o sistema de sacrifícios (8:28) e o objetivo desse Deus de ser conhecido em todo o planeta Terra (9:16)! Quer dizer, ainda que os egípcios não soubessem nada sobre o Criador e a história da Criação (o que não era verdade), após Moisés e Arão, eles receberam o maior estudo bíblico que um pecador pode receber para entender o que é certo/errado na cosmovisão divina, se arrepender dos seus maus costumes e se entregar ao Todo-poderoso, Todo-misericórdia, Todo-sábio e Todo-honesto JAVÉ! E bem assim é hoje, pois, Deus não muda (Ml 3:6). Mas, nós é que escolhemos se conhecemos a Deus ou não! (Hendrickson Rogers)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Um Deus que incita a vingança e a crueldade?! PARTE 2

Se Saul desobedecesse à ordem estaria desobedecendo a, e portanto pecando contra, Deus. Mas, ao investir impiedosamente com um exército inteiro e matar centenas ou milhares de pessoas, inclusive bebês e crianças, ele não estaria pecando?!


Vamos rever a história de um homem extremamente sanguinário, mas que obedeceu às ordens divinas, antes de entendermos o caso de Saul.

“Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Tomei-te da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses príncipe sobre o meu povo, sobre Israel. E fui contigo, por onde quer que andaste, eliminei os teus inimigos diante de ti e fiz grande o teu nome, como só os grandes têm na terra”, II Samuel 7:8 e 9.

“Disse Davi a Salomão: Filho meu, tive intenção de edificar uma casa ao nome do Senhor, meu Deus. Porém a mim me veio a palavra do Senhor, dizendo: Tu derramaste sangue em abundância e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra, na minha presença”, I Crônicas 22:7 e 8.

Davi, desde o menino-guerreiro que enfrentou o gigante-guerreiro Golias, até o rei de renome, matou muita gente e, segundo o sexto mandamento da Lei de Deus, pecou muito! Matar em nome de Deus é uma mentira, a não ser que o próprio Deus diga claramente que o assassino é Seu funcionário! No caso de Davi Deus não apenas admite que Davi  trabalhou para Ele, mas afirmou “eliminei os teus inimigos diante de ti e fiz grande o teu nome”(II Sm 7:9), ou seja, o Senhor agiu por meio de Seu servo.

Então, por que Davi não foi autorizado por seu “Patrão” a construir o templo? A justificativa divina foi: “não edificarás casa ao meu nome, porquanto muito sangue tens derramado na terra, na minha presença” (II Cr 22:8).

Deus não erra nem mente. Assim sendo, as melhores explicações para o aparente paradoxo acima que eu encontro é: o Senhor Todo-poderoso tem objetivos a serem alcançados em prol de Seus filhinhos que envolve a “obra estranha” de matar e destruir (veja Isaías 28:21 ou primeira parte desta pesquisa) . Seus enviados não deixam de pecar ao participarem da execução dessa obra, entretanto, como estão fazendo a “obra estranha” de Deus, são perdoados e justificados, pois, Deus dá e pode tirar, seja com Suas próprias mãos onipotentes ou pelas mãos de Seus funcionários! Ele somente é Deus! Veja a iluminada Ellen comentando assuntos semelhantes a esse:

“Quando pais ou governadores negligenciam o dever de punir a iniqüidade, Deus mesmo tomará o caso em mãos. Seu poder repressor será até certo ponto removido, das forças do mal, de modo que surgirá um séquito de circunstâncias que castigará o pecado com o pecado”. (Patriarcas e Profetas, 782).  

“Talvez seja feita a alegação de que um Pai amoroso não quereria ver Seus filhos sofrerem o castigo divino pelo fogo enquanto tivesse o poder de livrá-los. Mas Deus, para o bem de Seus súditos e para a segurança deles, punirá o transgressor. Deus não atua no mesmo nível que o homem. Ele pode fazer infinita justiça que o homem não tem o direito de fazer aos semelhantes. Noé teria desagradado a Deus se houvesse afogado um dos escarnecedores e zombadores que o importunavam, mas Deus submergiu o vasto mundo. Ló não teria o direito de impor alguma punição aos genros, mas Deus faria isso com toda a justiça. Quem dirá que Deus não fará o que Ele diz que irá fazer?” (Eventos Finais, 208).

Logo, o caso de Saul deve ser entendido usando-se os mesmos princípios presentes nessa parte da história de Davi, pois segundo Balaão, quem destruiu os amalequitas não foi Saul, mas o próprio Deus (Nm 24:20 e 23). Hendrickson Rogers