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sábado, 28 de dezembro de 2013

Estudo revela: pessoas que consomem regularmente nozes, amêndoas e avelãs têm tendência a viver mais!

O estudo, divulgado na publicação científica New England Journal of Medicine, indica que os mais beneficiados são aqueles que consomem diariamente uma porção – nesses casos, os analisados tiveram uma queda de 20% na taxa de mortalidade durante o período de 30 anos de pesquisa, em comparação com outras pessoas que não consumiram as frutas secas.


Os cientistas que fizeram o estudo disseram que, apesar de as pessoas que consumem regularmente essas oleaginosas em geral terem um estilo de vida mais saudável, o consumo em si também contribui para uma vida mais longa. [...]


Resultados

O estudo acompanhou cerca de 120 mil pessoas ao longo das três décadas e constatou que quanto mais as pessoas consumiam regularmente as oleaginosas menos provável era que elas morressem durante o estudo. Aqueles que consomem essas frutas uma vez por semana mostraram ser 11% menos propensos a morrer durante a pesquisa do que aqueles que nunca as comiam.

O consumo de até quatro porções semanais foi associado a uma redução de 13% no número de mortes, e o consumo de um punhado de oleaginosas por dia reduziu em um quinto a taxa de mortalidade durante o estudo. O principal responsável pela pesquisa, Charles Fuchs, do Dana-Farber Cancer Institute nos Estados Unidos, explicou que 
"o benefício mais óbvio foi a redução de 29% de mortes por doença cardíaca, mas nós vimos também uma redução significativa, de 11%, no risco de morte por câncer."
A pesquisa também concluiu que, em geral, pessoas que comem as frutas secas têm um estilo de vida mais saudável. Elas se exercitam mais, são menos obesas e fumam menos. Esse fato foi levado em consideração durante o estudo. No entanto, os pesquisadores reconhecem queisso não elimina das conclusões do estudo todas as diferenças possíveis existentes entre aqueles que consumem regularmente as oleaginosas e aqueles que não.

No entanto, eles disseram que era "improvável" que esse fator, estilo de vida, tenha impacto suficiente para alterar as conclusões da pesquisa. Eles dizem que as frutas secas de fato parecem colaborar para reduzir os níveis de colesterol, inflamações e a resistência à insulina.


Mais pesquisa

Para Victoria Taylor, nutricionista do British Heart Foundation, 
"este estudo mostra uma relação entre comer regularmente um pequeno punhado de oleaginosas e um menor risco de morte por doença cardíaca. Embora esta seja uma associação interessante, precisamos de mais pesquisas para confirmar que são essas frutas que protegem a saúde do coração, e não outros aspectos relacionados ao estilo de vida das pessoas. Frutas oleaginosas contêm gorduras insaturadas, proteínas e uma variedade de vitaminas e minerais, e são ótimas substitutas para barras de chocolate, bolos e biscoitos na hora do lanche. A escolha pelas simples, sem sal, em detrimento das que tem mel, são assadas ou cobertas por chocolate, mantém o nível ingerido de sal e açúcar baixo."
O estudo foi financiado pelo National Institutes of Health e pelo International Tree Nut Council Nutrition Research & Education Foundation, ambos dos Estados Unidos.


FONTE:
GALLAGHER, James. Consumo de frutas secas ajuda a prolongar a vida, diz estudo. BBC Brasil, 21 nov. 2013. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/11/131121_nozes_prolonga_vida_an.shtml?ocid=socialflow_facebook_brasil> Acesso em: 21 nov. 2013. [ênfase acrescentada]

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Cereais, frutas, nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador. Esses alimentos, preparados da maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos. Proporcionam uma força, uma resistência e vigor intelectual que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante.

— Ellen G. White. A Ciência do Bom Viver, p. 296.

Editor da Nature afirma que interpretação do registro fóssil é baseada em preconceito humano!

De acordo com Sansom e Wills (2013) no artigo "Fossilization causes organisms to appear erroneously primitive by distorting evolutionary trees", numa tradução livre "Fossilização provoca o aparecimento errôneo de organismos primitivos distorcendo árvores evolutivas":
"Fósseis são vitais para calibrar as taxas de variação molecular e morfológica através do tempo geológico , e são a única fonte direta de dados que documentam transições macroevolutivas." [1]
Mais adiante, os pesquisadores concluem que um fóssil pode ser interpretado erroneamente como primitivo quando na verdade ele é mais recente do que se imagina e isto constitui um problema para biólogos que tentam inferir taxas macroevolutivas ou sequenciais.

No entanto, para o paleontólogo evolucionista Henry Gee, editor sênior da revista Nature, é preciso assumir a verdade da teoria quando se estuda a origem humana, porque, por sua própria natureza, o registro fóssil não pode confirmá-lo. Em seu e-book publicado pelo The New York Times que tem por título "In Search of Deep Time: Beyond the Fossil Record to a New History of Life", numa tradução livre "Em busca do tempo profundo: Além do registro fóssil para uma nova história da vida"[2], ele afirma: 
"Do nosso ponto de vista privilegiado nos dias de hoje, olhamos para trás, para a ancestralidade humana e escolhemos as características em fósseis de hominídeos que vemos em nós mesmos - um cérebro maior, uma posição ereta, o uso de ferramentas, e assim por diante. Naturalmente, nós organizamos os fósseis de hominídeos em uma série de acordo com a sua semelhança com o estado humano."
Henry Gee, editor da Nature
E continua:
"Porque vemos evolução em termos de uma cadeia linear de ascendência e descendência, tendemos a ignorar a possibilidade de que alguns desses ancestrais poderiam ter sido ramos laterais em vez - primos colaterais , em vez de ancestrais diretos. [...] 
Novas descobertas de fósseis se encaixam nessa história preexistente.Chamamos essas novas descobertas 'elos perdidos', como se a cadeia de ascendência e descendência fosse um objeto real para a nossa contemplação, e não o que ele realmente é: uma invenção completamente humana, criada após o fato, em forma de estar de acordo com os preconceitos humanos. Na realidade, o registro físico da evolução humana é mais modesto. Cada fóssil representa um ponto isolado, sem conexão cognoscível a qualquer outro dado fóssil , e todos flutuam na esmagadora mar de lacunas."
Que interessante afirmação de um evolucionista que trabalha para uma revista evolucionista. Mais adiante ele esclarece que um dos problemas de Darwin, quando ele estava pensando sobre mecanismos de mudança evolutiva, era a falta de longos períodos de tempo para que seu mecanismo pudesse se tornar viável, pois Darwin havia visualizado uma evolução lenta e gradual, contudo, em seu tempo, era comum a ideia bíblica que assumia a Terra com alguns poucos milhares de anos. 

Foi nos trabalhos de Charles Lyell que Darwin encontrou o tempo evolutivo que necessitava: milhões de anos. Lyell com os seus estudos que o levaram a formar a teoria Uniformitarista, 
"a superfície da Terra teria sido sempre alterada de forma gradual, tendo por agentes forças naturais conhecidas, tais como a chuva, a neve, a erosão, a deposição, a sedimentação, o vento etc." [3]
Esta teoria, que à primeira vista em nada se liga à Biologia, afetou diretamente a Teoria de Darwin. Lyell têm lugar de destaque nas bases do Darwinismo uma vez que a teoria uniformitarista, que Darwin aceitou como a mais correta, ia contra a teoria instaurada na altura, a catastrofista (apoiada pelo registro histórico do dilúvio). Logo, se Darwin seguisse as bases da teoria catastrofista, toda a sua explicação evolutiva não teria sentido. Ele precisava de um longo período de tempo que fosse suficiente para uma espécie mudar em outra.

No decorrer do seu texto, Gee ainda questiona um exemplo utilizado por Darwin para provar a evolução das espécies. Ele assim escreve:
"Em A Origem das Espécies, Darwin colocou o caso para a seleção natural - o mecanismo da evolução - por analogia. Dado que um grupo de criaturas variavam em forma, comportamento e outros atributos, a seleção natural escolhe essas variações mais adaptadas às condições ambientais prevalecentes, da mesma forma que columbófilos [modalidade desportiva relacionada a corrida entre pombos-correio] selecionar os animais com características mais próximas as características desejadas e usar esses animais como plantéis. Dê a um columbófilo um pombal bem abastecido e tempo suficiente, e ele poderia produzir pombos tão variados comopouterstumblers, e fantails [espécies de aves]. Por analogia, dar a natureza uma paleta de protoplasma na Terra primitiva e da distância total do tempo geológico, e ela poderia produzir pombos, columbófilos, e tudo mais.
Então vem a crítica ao exemplo de Darwin:
"A analogia entre os pombos de criação e seleção natural é, no entanto,incompleto. Pombos criados para serem pouters, tumblers e fantailsainda serão pombosEm nenhum momento o criador produzirá uma raça de pombo tão extrema que não se pode mais considerá-lo um pombo. Em analogia, Darwin pode elaborar registros dos mais extravagantes, infinitas variedades podem ser produzidas, mas em nenhum caso são novas espécies formadas. A seleção artificial ocorre contra a continuidade de tempo de todos os dias. A seleção natural como concebido por Darwin - esta força que muda uma espécie para outra - não aconteça dentro deste prazo."


Depois Gee utiliza o exemplo do seu gato. Ele diz que se voltar 32 gerações atrás na genealogia do seu gato siamês, os parentes dele ainda serão gatos. E começa então a tratar da ancestralidade comum entre ele e o seu gato onde mais levanta questionamentos do que apresenta respostas, deixando assim o leitor com um turbilhão de perguntas que ele mesmo reconhece que a ciência nada sabe. Então, sobre o método científico, ele acrescenta:
"Como, então, é possível avaliar a probabilidade de diferentes alternativas? Formalmente, não é, porque não podemos descobrir as particularidades de ascendência e descendência que se juntam a nós em conjunto. Na prática, no entanto, pode-se adotar um princípio que tem resistido bem a ciência durante séculos. Esse é o princípio da parcimônia, ou Navalha de Occam: quando apresentar-se duas hipóteses é prudente escolher como hipótese de trabalho o que requer o menor número de suposições para se justificar. É importante perceber que o princípio da parcimônia não seleciona a resposta 'certa' - que é incognoscível -, mas apenas o melhor para estar ficando com primeiro. Porque nós não podemos esperar para recuperar a meada contínuo de ascendência e descendência que nos une, este é o melhor que podemos esperar alcançar. Isto não só é verdade em biologia evolutiva, mas em toda a ciência. Todas as hipóteses são provisórias e são susceptíveis de serem derrubadas quando novas evidências permitem uma maior aproximação da verdade. Se isso não fosse verdade, a ciência iria parar."
Ou seja, para o Dr. Gee a questão da ancestralidade comum, assim como a linearidade da árvore filogênica são interpretações que se baseiam em um possível erro metodológico que ele chama de “preconceito humano” e que os fósseis são isolados e não representa nenhuma ligação com outro fóssil. Leia novamente o que ele disse:
“O retrato convencional da evolução humana - e, de fato, da história de vida - costuma ser uma das linhas de ancestrais e descendentes. Nós nos concentramos sobre os eventos que nos levam a humanidade moderna, mas negamos ou minimizamos a evolução de outros animais: nós cortamos fora todos os ramos da árvore da vida, exceto aquele que conduz a nós mesmos. O resultado, inevitavelmente, é um conto de melhoria progressiva, culminando na humanidade moderna. Do nosso ponto de vista privilegiado nos dias de hoje, olhamos para trás na ancestralidade humana e escolhemos as características em hominídeos fósseis que vemos em nós mesmos - um cérebro maior, uma posição ereta, o uso de ferramentas, e assim por diante. Naturalmente, nós organizamos os hominídeos fósseis em uma série de acordo com a sua semelhança com o estado humano. Homo erectus, com a sua aparência humana, postura ereta e cérebro grande, estará mais perto de nós do queArdipithecus ramidus, ou Australopithecus afarensis, que tinham cérebros menores e mais simiesco recursos."


Conclusão

Se os fósseis são a nossa única fonte direta que documentam transições macroevolutivas e essa interpretação é baseada em um preconceito humano de uma falácia de ad hoc, o que resta para a Teoria da Evolução? Haja vista que o melhor exemplo de evolução que temos é o aumento do comprimento (0,88 mm para 0,95 mm), largura (0,62 mm para 0,81 mm) e profundidade (0,69 mm para 0,91 mm) do bico de tentilhões fêmeas em 33 anos de estudo [4]. Será sensata essa extrapolação baseada somente em bilhões de anos que nunca serão observados? No campo da biologia, as inferências devem existir e sua produção deve ser incentivada com o livre pensar, contudo, nunca sem se afastar nanômetros de distância das evidências.


Referências:
  1. SANSOM, RS; WILLS, MA. Fossilization causes organisms to appear erroneously primitive by distorting evolutionary trees. Scientific Reports 3, article number: 2545, 29 ago. 2013 doi:10.1038/srep02545.
  2. GEE, H. In Search of Deep Time: Beyond the Fossil Record to a New History of Life. Chapter one, New York, Free Press, 1999. ISBN: 0-684-85421-X. Disponível em: Acesso em 16 dez. 2013.
  3.  Wikipedia: Charles Lyell. Disponível em: Acesso em 16 dez. 2013.
  4. GRANT, PR; GRANT, BR. Evolution of Character Displacement in Darwin's Finches.Science, v. 313, n. 5784, p. 224-226, 14 jul. 2006. Disponível em: Acesso em 16 dez. 2013.



Adaptado de: Francisco Tourinho. Blog Questões Últimas, 13 dez. 2013. Disponível em: <http://questoesultimas.blogspot.com.br/2013/12/interpretacao-do-registro-fossil-e.html> Acesso em 16 dez. 2013. [ênfases acrescentadas]

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

O motivo do Natal - Deus Se fez homem para morrer a nossa morte e nos oferecer a Sua vida eterna!


Cristo, o precioso Filho de Deus, foi levado para fora e entregue ao povo para ser crucificado. Os discípulos e crentes da região próxima uniram-se à multidão que seguia Jesus ao Calvário. A mãe de Jesus também estava ali, amparada por João, o discípulo amado. Seu coração estava partido por indescritível angústia; todavia, ela, como os discípulos, esperava que a dolorosa cena mudasse, Jesus declarasse Seu poder e aparecesse diante de Seus inimigos como o Filho de Deus. Seu coração materno, então confrangeu-se novamente ao relembrar ela as palavras nas quais Ele havia feito ligeira referência às coisas que estavam acontecendo naquele dia.

Jesus mal tinha passado o portão da casa de Pilatos quando a cruz preparada para Barrabás foi deposta sobre Seus feridos e ensanguentados ombros. Cruzes também foram colocadas sobre os companheiros de Barrabás, que deviam sofrer a morte ao mesmo tempo em que Jesus. O Salvador havia conduzido Seu fardo apenas uns poucos passos quando, devido à perda de sangue e excessiva fraqueza e dor, caiu desmaiado ao solo.

Quando Jesus Se reanimou, a cruz foi novamente colocada sobre Seus ombros e Ele foi forçado a avançar. Vacilou mais uns poucos passos, sentindo Sua pesada carga, e caiu ao solo, exânime. De início fora considerado morto, porém finalmente reviveu. Os sacerdotes e príncipes não sentiam compaixão por sua sofredora vítima; mas viam que Lhe era impossível carregar o instrumento de tortura mais adiante. Enquanto estavam considerando o que fazer, Simão, o cireneu, vindo de direção oposta, encontrou a multidão, foi agarrado por instigação dos sacerdotes, e compelido a carregar a cruz de Cristo. Os filhos de Simão eram discípulos de Jesus, mas ele mesmo nunca tinha sido associado com Ele.

Uma grande multidão seguiu o Salvador ao Calvário, muitos zombando e injuriando, porém alguns estavam chorando e expressando Seu louvor. Aqueles a quem Ele havia curado de várias enfermidades, e aqueles a quem havia ressuscitado dos mortos, declaravam Suas maravilhosas obras com fervorosa voz, e procuravam saber o que Jesus tinha feito para ser tratado como um malfeitor. Apenas uns poucos dias antes, eles O aclamaram com alegres hosanas, e agitaram suas palmas, quando Ele entrou triunfalmente em Jerusalém. Mas, muitos que haviam gritado em Seu louvor, porque era popular fazer assim, agora avolumavam o clamor: "Crucifica-O! Crucifica-O!" Luc. 23:21.

Pregado na Cruz Em chegando ao lugar da execução, os condenados foram ligados ao instrumento da tortura. Enquanto os dois ladrões lutaram às mãos dos que os puseram na cruz, Jesus não opôs resistência alguma. A mãe de Jesus olhava em agônica ansiedade, esperando que Ele operasse um milagre para salvar-Se. Viu Suas mãos estendidas sobre a cruz - aquelas bondosas mãos que sempre tinham dispensado bênçãos, se estendido muitas vezes para curar os sofredores. Agora foram trazidos o martelo e os pregos, e ao serem estes cravados através da carne tenra e fixados na cruz, os quebrantados discípulos levaram da cena cruel o corpo desfalecido da mãe de Jesus.

Jesus não murmurou uma queixa; Seu rosto permaneceu calmo e sereno, mas grandes gotas de suor estavam em Sua fronte. Mão piedosa alguma houve para enxugar o suor da morte de Sua face, e nem palavras de simpatia e inabalável fidelidade para confortar Seu coração humano. Ele estava pisando sozinho o lagar; de todas as pessoas, ali não havia uma com Ele. Enquanto os soldados executavam a terrível obra, e Ele sofria a mais aguda agonia, Jesus orava pelos Seus inimigos: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." Luc. 23:34. Aquela oração de Cristo pelos Seus inimigos abrangia o mundo inteiro, envolvendo cada pecador que deveria viver até o fim dos tempos.

Depois de ser Jesus pregado à cruz, ela foi erguida por alguns vigorosos homens e lançada com grande violência no lugar preparado para ela, causando cruciante agonia ao Filho de Deus. Então uma terrível cena ocorreu. Sacerdotes, príncipes e escribas esqueceram a dignidade de seu sagrado ofício, e uniram-se com a turba em zombar e injuriar o agonizante Filho de Deus, dizendo: "Se Tu és o Rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo." Luc. 23:37. Alguns escarnecedoramente repetiam entre si: "Salvou os outros, e não pode salvar-Se a Si mesmo." Mar. 15:31. Os dignitários do templo, os empedernidos soldados, o vil ladrão sobre a cruz e os cruéis dentre a multidão - todos se uniram nos insultos a Cristo.

Os ladrões que foram crucificados com Jesus sofriam a mesma tortura física que Ele: mas um deles pelo sofrimento tornou-se mais endurecido e desesperado. Ecoou a zombaria dos sacerdotes, e lançou-a sobre Jesus, dizendo: "Se Tu és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo,e a nós." Luc. 23:39. O outro malfeitor não era um criminoso endurecido. Quando ouviu as palavras de zombaria de seu companheiro de crime, ele "repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas Este nenhum mal fez". Luc. 23:40 e 41. Então, quando seu coração se voltou para Cristo, celestial iluminação inundou-lhe a mente. Em Jesus, ferido, zombado, e pendente da cruz, ele viu seu Redentor, sua única esperança, e a Ele apelou em humilde fé: "Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino. E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso." Luc. 23:42 e 43.

Com espanto contemplavam os anjos o infinito amor de Jesus, que, sofrendo a mais intensa agonia física e mental, pensava apenas nos outros e animava a arrependida alma a crer. Enquanto derramava a própria vida na morte, Ele exerceu pelo homem um amor mais forte do que a morte. Muitos dos que testemunharam estas cenas no Calvário, foram por elas posteriormente firmados na fé em Cristo.

Os inimigos de Jesus agora aguardavam sua morte com impaciente esperança. Esse acontecimento, imaginavam, apagaria para sempre os rumores de Seu divino poder e as maravilhas de Seus milagres. Lisonjeavam-se de que não mais teriam de tremer por causa de Sua influência. Os insensíveis soldados que haviam pregado o corpo de Jesus na cruz, dividiram entre si Suas vestes, contendendo sobre uma peça, que era uma túnica sem costura. Finalmente, decidiram o assunto lançando sortes. A pena da inspiração descreveu esta cena com pormenores centenas de anos antes da mesma ocorrer: "Pois Me rodearam cães: o ajuntamento de malfeitores Me cercou, traspassaram-Me as mãos e os pés. ... Repartem entre si os Meus vestidos, e lançam sortes sobre a Minha túnica." Sal. 22:16 e 18.

Uma Lição de Amor Filial Os olhos de Jesus vaguearam sobre a multidão que se reunira para testemunhar Sua morte e Ele viu, junto à cruz, João amparando Maria, a mãe de Cristo. Tinha ela retornado à terrível cena, não suportando permanecer longe de Seu filho. A última lição de Jesus foi de amor filial. Olhando o rosto abatido de Sua mãe, e então a João, disse, dirigindo-Se a ela: "Mulher, eis aí o teu filho." João 19:26. Depois, ao discípulo: "Eis aí tua mãe." João 19:27. João bem compreendeu as palavras de Jesus, e o sagrado dever que lhe foi confiado. Imediatamente removeu a mãe de Cristo da terrível cena do Calvário. Daquela hora em diante dela cuidou como filho obediente, tomando-a em seu próprio lar. O perfeito exemplo do amor filial de Cristo resplandece com não esmaecido brilho por entre a neblina dos séculos. Conquanto suportasse a mais aguda tortura, Ele não Se esqueceu de Sua mãe, e fez toda a provisão necessária para seu futuro.

A missão da vida terrena de Cristo estava agora quase cumprida. Sua língua estava ressecada e Ele disse: "Tenho sede." João 19:28. Saturaram uma esponja com vinagre e fel e ofereceram-na para beber; mas quando a provou, recusou-a. E agora, o Senhor da vida e da glória estava morrendo, como resgate pela raça. Foi o senso do pecado, trazendo a ira do Pai sobre Si como substituto dos homens, que fez tão amargo o cálice que bebeu, e quebrantou o coração do Filho de Deus.

Como substituto e penhor do homem, a iniquidade dos homens foi posta sobre Cristo. Foi contado como transgressor, a fim de redimi-los da maldição da lei. A culpa de cada descendente de Adão em todos os séculos pesava-Lhe sobre o coração; e a ira de Deus e a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniqüidade, encheram de consternação a alma de Seu Filho. O afastamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia, penetrou-Lhe o coração com uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Toda dor suportada pelo Filho de Deus sobre a cruz, as gotas de sangue que corriam de Sua fronte, Suas mãos e pés, as convulsões de agonia que sacudiam Seu corpo, e a indescritível angústia que enchia Sua alma quando o Pai ocultou dEle a face, falam ao homem, dizendo: Foi por amor de ti que o Filho de Deus consentiu em levar sobre esses odiosos crimes; por ti Ele rompeu o domínio da morte, e abriu os portões do Paraíso e da vida imortal. Aquele que acalmou as encapeladas ondas pela Sua Palavra e andou sobre as espumejantes vagas, que fez demônios tremerem e a doença fugir a Seu toque, que chamou os mortos à vida e abriu os olhos dos cegos, ofereceu-Se a Si mesmo sobre a cruz como o último sacrifício pelo homem. Ele, o portador de pecados, suportou uma punição judicial pela iniquidade e tornou-Se Ele mesmo pecado, pelo homem.

Satanás, com suas cruéis tentações, torturava o coração de Jesus. O pecado, tão odioso a Sua vista, foi amontoado sobre Ele até que sucumbiu sob o seu peso. Não admira que Sua humanidade tenha vacilado nessa hora tremenda. Com espanto, os anjos presenciaram a desesperada agonia do Filho de Deus, tão maior do que a dor física, que esta mal era sentida por Ele. Os anjos do Céu cobriram o rosto do terrível espetáculo.

A Natureza inanimada exprimiu sua simpatia para com seu insultado e moribundo Autor. O Sol recusou contemplar a espantosa cena. Seus raios plenos, brilhantes, iluminavam a Terra ao meio-dia, quando, de súbito, pareceu apagar-se. Completa escuridão, qual um sudário, envolveu a cruz e seus arredores. As trevas se estenderam por três horas inteiras. À hora nona ergueu-se a terrível treva de sobre o povo, mas como um manto continuou a envolver o Salvador. Os furiosos relâmpagos pareciam dirigidos contra Aquele que pendia da cruz. Então "Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloi, Eloi, lama sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que Me desamparaste?" Mar. 15:34.

"Está Consumado" Em silêncio o povo aguardava o fim da terrível cena. Outra vez o Sol brilhara, mas a cruz continuava circundada de trevas. De repente, ergue-se de sobre a cruz a sombra, e em tons claros, como de trombeta, que pareciam ressoar por toda a criação, bradou Jesus: "Está consumado." João 19:30. "Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito." Luc. 23:46. Uma luz envolveu a cruz, e a face do Salvador brilhou com uma glória semelhante à do Sol. Pendendo então a cabeça sobre o peito, expirou.

No momento em que Cristo morreu, havia sacerdotes ministrando no templo diante do véu que separava o lugar santo do santíssimo. Subitamente eles sentiram a terra tremer sob seus pés, e o véu do templo, uma forte e rica tapeçaria renovada anualmente, foi rasgado em dois de cima a baixo pela mesma mão lívida que escreveu as palavras de condenação nas paredes do palácio de Belsazar. Jesus não entregou Sua vida até que tivesse cumprido a obra que viera fazer; e exclamou em Seu derradeiro alento: "Está consumado." João 19:30. Os anjos se alegraram quando estas palavras foram proferidas, pois o grande plano da redenção estava sendo triunfalmente executado. Houve alegria no Céu de que os filhos de Adão pudessem agora, mediante uma vida de obediência, ser elevados finalmente à presença de Deus. Satanás foi derrotado, e sabia que seu reino estava perdido.

Fonte: História da Redenção, 220-227.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Cultos nas igrejas, ensinamento bíblico e a presente geração!

Já é frequente nos meios adventistas o conceito de que a música se presta ao papel de conectar o adorador com Deus. Cantar leva a sentir Deus de forma mais íntima. Como reflexo disso, não apenas se canta mais, criando um longo espaço dedicado ao canto congregacional (em algumas congregações, o tempo dedicado ao canto é maior do que qualquer outro momento do culto), como também fica implícita (ou explícita mesmo?) a ideia de que cantar seja a parte principal do culto. Os que pensam assim reforçam o poder da música, com sua capacidade de nos atingir de forma mais completa do que um sermão.
Sutilmente, o tipo de músicas cantadas vem mudando. Saem de cena os hinos tradicionais (muitos herança da reforma protestante do século XVI ou de hinários consagrados dos séculos XVIII e XIX) para composições contemporâneas. Worships oriundos de igrejas como Vineyard ou do Hillsong são traduzidos ou emulados em produções adventistas recentes. Tais cânticos são simples, poéticos, com uma letra que se repete com variações de acompanhamentos musicais e volume de voz, tudo para aumentar o grau de emoção envolvido no ato de adoração.
A mudança de paradigmas musicais traz novas posturas litúrgicas. A liturgia tradicional é despojada de seu aparato rígido, tornando-se mais informal e dando destaque à figura do ministro da música, substituto do antigo regente congregacional. O adorador se envolve mais, participando com a voz e as mãos, uma vez que é convidado (convocado?) a erguer as mãos, fazer gestos, coreografias ou congêneres. O corpo agora recebe permissão para louvar, aumentando o tônus de envolvimento e a sensação de bem-estar emocional decorrente.
Tanto em suas letras quanto em sua forma musical, há uma forte sensação de “romance adolescente”, com predominância de expressões de amor, relacionamento, dependência e forte choro. É inegável que a nova forma de cantar em adoração é marcante, fixando suas melodias simples de forma bem eficaz na mente do adorador. De certa forma, as canções contemporâneas não apenas pavimentaram mudanças litúrgicas em geral, como transformaram a pregação. Estamos diante de uma geração que não possui interesse, paciência e preparo para ouvir sermões longos, centrados na Bíblia e que sejam fruto de cuidadosa exegese. Sermões doutrinários, expositivos e com profundidade não “tocam” os novos adoradores.
É preciso mensagens leves, com forte apelo emocional, que versem sobre relacionamentos, usam de raciocínio simples, tenham espaço para muitas histórias interconectadas e minimalistas. O pregador agora é um narrador, falando na intimidade com o auditório, apresentando no máximo sermões temáticos (explorando alguns poucos textos bíblicos sem se aprofundar em seu contexto) ou, na pior das hipóteses, usando um texto central lido em algum momento do discurso, mas ignorado em boa parte dele.
A conexão com a música notabiliza a desconexão com a Palavra, relegada à segundo plano. Por isso o analfabetismo bíblico, fenômeno lamentado pelos grandes [pensadores] cristãos, que vem essa praga correr o meio evangélico, começa a atingir os adventistas. Seria leviano dizer que a música em si esvazia o conteúdo bíblico da mente, em um abracadabra misterioso. Em verdade, a postura de adoração orientada por um perfil carismático chegou a nós por meio do worship. Tal postura é que dispensa a profundidade do estudo da Bíblia como fundamento da adoração, dando espaço a experiências pessoais e legitimando o sentimento como meio de conecção com o sagrado.
No início do processo, isso não parecia tão claro. Atualmente, quase no fim dele, fica inegável o que está acontecendo. Apenas quem não quiser ver o negará. Mas lendo o texto de Ellen G. White, no segundo volume de Mensagens Escolhidas, fica fácil entender que a carismatização do adventismo está às portas:

Mero ruído e gritos não são sinal de santificação, ou da descida do Espírito Santo. Vossas desenfreadas demonstrações só criam desagrado no espírito dos incrédulos. Quanto menos houver de tais demonstrações, tanto melhor para os atores e para o povo em geral. […]
Deus quer que lidemos com [a] sagrada verdade. Unicamente isto convencerá os contraditores. Importa desenvolver trabalho calmo, sensato, para convencer almas de sua condição, mostrar-lhes a edificação do caráter que deve ser levada avante, caso haja de erguer-se uma bela estrutura para o Senhor. Mentes que são despertadas precisam ser pacientemente instruídas caso compreendam corretamente e apreciem devidamente as verdades da Palavra.
Deus chama Seu povo a andar com sobriedade e santa coerência. Eles devem ser muito cuidadosos de não representar mal e nem desonrar as santas doutrinas da verdade mediante estranhas exibições, por confusão e tumulto. […]
As coisas que descrevestes como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes da terminação da graça. Demonstrar-se-á tudo quanto é estranho. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se pode confiar neles quanto a decisões retas. E isto será chamado operação do Espírito Santo. […]
E melhor nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos músicos para fazer a obra que, foi-me apresentado em janeiro último, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada dessa espécie em sua obra de converter almas. Uma balbúrdia de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. As forças das instrumentalidades satânicas misturam-se com o alarido e barulho, para ter um carnaval, e isto é chamado de operação do Espírito Santo. (p. 35-36, grifos supridos)


Quem tiver entendimento, pesquise e se prepare. O tempo é chegado – restam dúvidas?

sábado, 21 de dezembro de 2013

Judeus babilonizados!

Em janeiro de 2008, a arqueóloga Eilat Mazar, da Hebrew University, em Jerusalém, anunciou a descoberta de mais um objeto envolvendo personagens bíblicos. Trata-se de um anel ou sinete utilizado pela família Temech ou Tama. Se você conhece um pouco da história bíblica deve se lembrar de alguns personagens que receberam um sinete em momentos importantes, como José, no Egito, e o filho pródigo, quando encontrou o pai. Diversos sinetes de personagens bíblicos foram encontrados nas últimas três décadas. A família Tama é mencionada no livro de Neemias, capítulo 7, verso 55. Mas quem eram eles? Qual a importância deles para a história bíblica? O texto abaixo procura responder essas perguntas.

De acordo com o mesmo livro de Neemias, no capítulo 7, verso 6, eles faziam parte do grupo de judeus que estava voltando da cidade de Babilônia, onde eles haviam ficado por 70 anos. Lá, o antigo povo de Deus teve contato com uma cultura totalmente diferente daquela que lemos nas Escrituras. Ao invés de adorarem ao Criador, Babel estava impregnada de adoração a criaturas. 

No sinete dessa família, que estava deixando Babilônia e retornando para Jerusalém, duas pessoas estão diante de um altar com as mãos erguidas, um costume comum para expressar reverência, no Antigo Oriente Médio. Acima deles pode se ver o que está sendo adorado: o deus babilônico Sin, o deus lua, filho dos deuses Enlil e Ninlil, de acordo com a mitologia mesopotâmica. Há algumas evidências que sugerem um reavivamento do culto ao deus Sin, em Babilônia, no período em que os judeus estiveram lá.

Há uma poderosa lição para cada um de nós nesse achado arqueológico. Este mundo, que se parece muito com uma Babilônia moderna, oferece constantemente uma vida de pecado e desobediência a Deus e à Sua Palavra. Somos "judeus" saindo deste antro de perdição e indo para a Nova Jerusalém, o local que Deus preparou para Seus filhos. E, assim como os membros da família Tama, queremos ir para Jerusalém com hábitos contrários ao caráter de Deus! Soa irônico.

Creio que o conselho do autor de Hebreus seja válido nesta hora: "Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta" (Hebreus 12:1). Que você e eu não sejamos membros da família Tama, no dia do encontro com Cristo.

Fonte: Outra Leitura.

Como vai sua alma? Cheia deste mundo ou de Jesus?!

A mente natural tende para o prazer e a satisfação egoístas. É método de Satanás providenciar abundância dessas coisas. Busca encher o espírito dos homens com o desejo dos prazeres mundanos a fim de não lhes sobrar tempo algum para perguntarem a si mesmos: Como vai minha alma? O amor do prazer é infeccioso. A ele entregue, a mente precipita-se de um a outro ponto, buscando sempre algum entretenimento. A obediência à lei de Deus neutraliza essa inclinação, construindo barreiras à impiedade.

Ellen G. White, Conselhos aos pais, professores e estudantes, p. 337. 

"Neandertais" que enterravam seus mortos?! Evolução... ôps...

Mais uma vez, uma descoberta científica força os evolucionistas a rever crenças basilares da sua fé religiosa.
NeandertalNão é a primeira vez que os neandertais, os nossos “primos” europeus hoje extintos, nos surpreendem ao revelar que não eram assim tão primitivos como pensávamos. O mais recente sinal de modernidade deste grupo de humanos vem agora da reavaliação, por uma equipa internacional de arqueólogos, de uma escavação realizada em França, há mais de um século, numa gruta habitada por neandertais há 50 mil anos.
Os seus resultados, publicados online, esta segunda-feira, pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences, confirmam, segundo eles, que os neandertais possuíam as capacidades cognitivas e simbólicas necessárias para sepultar intencionalmente os seus mortos.
Em 1908, três padres-arqueólogos franceses descobriram, na gruta Bouffia Bonneval, perto de La Chapelle-aux-Saints, no sudoeste de França, um esqueleto quase completo de neandertal num buraco cavado na rocha. Os descobridores, os irmãos Amédée, Jean e Paul Buyssonie, emitiram então, pela primeira vez, a hipótese de que, antes da chegada dos primeiros homens modernos (nós) à Europa Ocidental, os neandertais já enterravam os seus mortos.
Porém, escrevem agora no seu artigo William Rendu, do Centro Nacional de Investigação Científica francês e da Universidade de Nova Iorque (EUA), e colegas, essa hipótese tem sido criticada nas últimas décadas por especialistas que argumentam que não se sabe ao certo quais foram os procedimentos utilizados pelos descobridores originais do esqueleto, o que torna a difícil tecer ilações sobre a natureza exacta do achado.
A partir de 1999, a equipa de Rendu estendeu o âmbito das escavações originais – trabalho que ficou concluído em 2012 – e reexaminou também o esqueleto inicial e o local onde fora descoberto em inícios do século XX.
E em particular, escrevem ainda os investigadores, embora a cavidade onde aquele esqueleto estava deitado possa não ter sido totalmente de fabrico humano, é muito improvável que se trate de uma cavidade totalmente natural: terá sido, argumentam, “pelo menos parcialmente alterada” para receber restos mortais humanos.
Os cientistas também desenterraram uma série de outros fragmentos fósseis de neandertal, parte dos quais pertencem ao primeiro esqueleto e os outros a duas crianças e a um segundo adulto. Mas foram sobretudo os ossos de veado e de bisonte, também descobertos por eles no local, que lhes forneceram um argumento de peso para afirmar que o enterro do homem de La Chapelle-aux-Saints (é assim que o esqueleto fóssil ficou conhecido) terá mesmo sido intencional.
Acontece que, comparado com os ossos dos animais – que apresentam marcas de dentes, provavelmente deixadas por carnívoros que se terão alimentado das carcaças –, os ossos do esqueleto de neandertal estão muito bem conservados. Ora, isso sugere fortemente, segundo os autores, que o corpo encontrado em 1908 na gruta Bouffia Bonneval foi rapidamente coberto. “A natureza relativamente prístina destes restos com 50 mil anos implica que foram cobertos pouco depois da morte, sustentando fortemente a nossa conclusão de que os neandertais, nesta parte da Europa, faziam por enterrar os seus mortos”, diz Rendu em comunicado da Universidade de Nova Iorque.
O que não significa necessariamente que os neandertais tinham ritos fúnebres. “Não sabemos se esta prática fazia parte de um ritual ou se era meramente pragmática”, salienta Rendu. “Mas é um facto que esta descoberta reduz a distância comportamental entre eles e nós.
E todas as descobertas que forem feitas em torno dos neandertais vai confirmar o que os cientistas criacionistas sempre afirmaram: o Homem de Neandertal era um homem comum, como nós. Que pena que os evolucionistas só agora começam a estar do lado da ciência.
Fonte: Darwinismo.

Apocalipse 17 e o 8° rei

O que simbolizam a meretriz, a besta escarlate e os demais elementos de Apocalipse 17?

Sete séculos se passaram e mais de 70 papas se sucederam até que um novo pontífice ousasse abdicar do chamado trono de Pedro. No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciou que declinaria de seu pontificado. “Bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de São Pedro”, assim anunciou Bento XVI, alegando sua idade avançada e decrescente vigor. Contudo, dias depois, Bento XVI condenou a “hipocrisia religiosa” e afirmou ter enfrentado “águas agitadas”, certamente em referência aos escândalos de pedofilia, lavagem de dinheiro no Banco do Vaticano e, mais recentemente, de práticas homossexuais na própria Cúria Romana. Em entrevista ao canal de notícias Globo News, no dia 27 de fevereiro deste ano, o arcebispo Dom Geraldo Majella confirmou que até a vida de Bento XVI estava em perigo.

Contudo, as especulações sobre a renúncia de Bento XVI têm ido muito além das questões internas do Vaticano. Em alguns círculos, elas intensificaram uma expectativa em torno da chamada “teoria dos sete reis”, construída sobre Apocalipse 17. A teoria enumera os papas a partir do estabelecimento do Estado do Vaticano, em 1929, até a volta de Jesus. Portanto, Bento XVI, o sétimo papa desde então e cujo pontificado foi relativamente breve, é visto como o “rei” que tinha que “durar pouco” (Ap 17:10). Dessa forma, de acordo com a teoria, o papa Francisco I, o oitavo, seria o último antes da segunda vinda de Cristo (veja mais aqui). Essa teoria não recebe o apoio da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pois carece de fundamentação bíblica, como veremos a seguir.

A meretriz e a besta – A interpretação de Apocalipse 17 é um dos maiores desafios para o estudante da Bíblia. Não existe pleno consenso sobre todos os pormenores dessa profecia. No entanto, com o avanço do estudo do Apocalipse, mais luz tem sido lançada sobre essa incrível seção do livro.

Para se compreender os aspectos básicos de Apocalipse 17, é preciso que se entenda o propósito da visão e seu lugar no livro. A visão tem uma ligação direta com o capítulo 16, que trata das sete pragas, sendo que as duas últimas afligem a Babilônia espiritual (Ap 16:12-21). Ao fim do relato dessas pragas, um dos anjos que as derramaram convida João para ver o julgamento (do grego krima, “sentença”) da Babilônia espiritual, a “grande meretriz” (Ap 17:1). Em resumo, o anjo quer mostrar por que Babilônia e seus apoiadores foram tão severamente castigados por Deus (Jacques Doukhan, Secrets of Revelation, p. 160).

João ouviu sobre uma meretriz “sentada sobre muitas águas”, mas o profeta viu uma “mulher montada numa besta escarlate” (Ap 17:1, 3). A figura da mulher nas profecias bíblicas sempre esteve relacionada ao povo de Deus, à igreja (Gn 3:15; Os 2:19; Jr 3:14; 2Co 11:2), ao passo que a prostituição sempre foi associada à infidelidade espiritual da igreja (Jr 3:20; Ez 16:32; Ap 2:20). A meretriz é a contrafação da “noiva, a esposa do Cordeiro”, que também foi apresentada a João por “um dos sete anjos que têm as sete taças” (Ap 21:9). A “grande cidade” (Ap 17:18) tenta imitar a “santa cidade” (Ap 21:10). Em síntese, a meretriz ou Babilônia pretende dominar o mundo, com uma autoridade pretensamente divina, mas satânica em sua essência.

A simbologia religiosa também é evidente na aparência da mulher, “vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas” e com uma inscrição “na sua fronte” (Ap 17:4, 5), elementos também presentes nas vestes do sumo sacerdote do antigo santuário (Êx 28:4-35; 35:9; 39:30; Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ, 2ª ed., p. 517, 518).

A meretriz, portanto, representa um poder religioso que exercerá domínio global nos últimos momentos da história (Ap 17:15). Mas esse poder religioso não dominará sem ajuda. A meretriz precisará de apoio político das nações para exercer influência sobre as massas humanas, assim como a primeira besta depende da segunda, em Apocalipse 13. No capítulo 17, o instrumento que ela utiliza para dominar a humanidade é a besta sobre a qual está montada, que representa um poder político. Bestas (ou animais ferozes), em profecias bíblicas, sempre representaram potências que oprimiram o povo de Deus (Is 30:6, 7; Dn 7:5-7; 11, 19, 23; Ap 13:2, 11). A meretriz seduz a besta, e, por meio dela, exerce domínio mundial.

As armas simbólicas de sua sedução estão em seu corpo e no cálice que ela segura. Ela usa o corpo para se prostituir com os reis da Terra, atraídos por seu luxo e aparência. A simbologia trata das alianças com os governantes, para benefício mútuo (Ap 17:2; 18:3, 12-17; cf. Is 23:15-17; Ez 23:3, 30). Por sua vez, as multidões são enganadas pelo “vinho de sua devassidão” contido no cálice (Ap 17:2, 4). Neste aspecto se representa o poder sedutor da meretriz, que faz uso de um falso evangelho e de milagres (Ap 13:13, 14; 18:23; 19:20; Francis D. Nichol (ed.), The Seventh-Day Adventist Bible Commentary, v. 7, p. 850).

A própria meretriz se achava “embriagada com o sangue dos santos e [...] das testemunhas de Jesus” (Ap 17:6). Nos últimos momentos da história, a meretriz, antes mesmo de tentar derramar sangue inocente, já está embriagada, pois assassinou milhões de filhos de Deus por mais de um milênio (Dn 7:25). Portanto, nenhum outro poder religioso pode se encaixar nessa descrição, além da Igreja Romana.

Ellen G. White identificou a meretriz como a Igreja Romana (O Grande Conflito, p. 171), que será julgada pelos crimes cometidos contra o povo de Deus ao longo da história (Ap 18:24) e até do sangue que intentará derramar no fim dos tempos (Nichol, p. 628). No entanto, a Igreja Romana não estará isolada como poder religioso. A “mãe das meretrizes” (Ap 17:5) terá o apoio de outras organizações religiosas, em especial, de outras denominações cristãs (O Grande Conflito, p. 382, 383). Portanto, essa confederação religiosa formará a Babilônia mística.

A besta e suas cabeças – Se a meretriz representa uma confederação religiosa, a besta, os dez chifres/reinos e os reis da terra (Ap 17:12, 13, 16) representam uma confederação política que a sustentará no desfecho final. Há, portanto, uma distinção clara entre os poderes político e religioso (Nichol, p. 851). Neste ponto se encontra o principal equívoco da teoria dos sete reis como sete papas. Como as cabeças da besta seriam sete papas, se a besta representa o poder político que dá suporte ao papado? Outro erro: Se o oitavo rei representa o último papa, como ele se unirá aos dez chifres/reinos em ódio mortal à meretriz (Ap 17:16), que representa o próprio papado? O papa odiaria a si mesmo? Isso entra em contradição com o sentido lógico do texto.

Ellen G. White descreve a situação crítica dos líderes religiosos apóstatas nos últimos momentos da história. Sofrendo sob as pragas, as multidões reconhecerão o “dedo de Deus” (Êx 8:19) e concluirão que foram iludidas por seus líderes religiosos. Por isso, dirigirão “suas mais amargas condenações contra os ministros”. Então se repetirá a matança ocorrida após o desafio de Elias (1Rs 18:40), e os falsos profetas do tempo do fim serão mortos por seus próprios seguidores (O Grande Conflito, p. 655, 656).

Sobre as cabeças da besta, a chave para sua compreensão está na explicação do anjo (Ap 17:9). Embora o termo “montes” seja tradicionalmente defendido como “uma alusão à cidade de Roma, com suas sete colinas” (Nichol, p. 855), ele tem um sentido específico na antiga mentalidade hebraica. Daniel orou pelo “monte santo” do seu Deus, significando que orava por Jerusalém (Dn 9:16). Jeremias transmitiu uma ameaça divina contra a antiga Babilônia, chamando-a de “monte” que destrói (Jr 51:24). A pedra que destrói a estátua de Nabucodonosor se transforma numa grande montanha, o reino de Deus (Dn 2:35, 44). Assim, ao longo de todo o Antigo Testamento, percebe-se que a palavra “montes” também representa reinos (ver Sl 48:2; 78:68; Is 2:2-3; 13:4; 31:4; 41:15; Ez 35:2, 3; Ob 8, 9; Stefanovic, p. 296).

A interpretação católica, por sua vez, tenta restringir a figura dos sete montes às sete colinas da antiga Roma, para identificar a besta de Apocalipse 17 com o império romano. Em vista disso, Kenneth Strand, teólogo adventista já falecido, ressaltou que a tradução correta do termo grego oros em Apocalipse 17:9 é “montes”, não “colinas”. Afirmou também que, em sentido simbólico, ela sempre deve ser entendida como reinos e nunca como indivíduos ou governantes (Kenneth Strand, “The Seven Heads: Do They Represent Roman Emperors?”,Simposium on Revelation – Book II, v. 7, p. 186).

Assim como “montes”, o termo “reis” também representa reinos (Is 14:4, 22, 23; Dn 2:37, 38, 42-44; 7:17). Portanto, como as cabeças são sete montes e sete reis (Ap 17:9), e ambos representam reinos, as cabeças também simbolizam reinos.

Fator tempo – Evidentemente, os sete reinos representados pelas sete cabeças da besta de Apocalipse 17 foram impérios sucessivos. Na explicação, o anjo afirmou que, no tempo de João, cinco já haviam passado e que “um existe” (Ap 17:10). Esta é a principal referência cronológica da profecia, pois a explicação do anjo fez uma referência aos dias do profeta. Ekkehardt Mueller, diretor associado do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral da Igreja Adventista, afirma que, se a referência fosse a outro tempo ao qual o profeta tivesse sido transportado, não haveria como determiná-la. Para que a profecia se faça compreendida, a referência cronológica na explicação de qualquer profecia é sempre uma referência ao tempo do profeta. Esse princípio é exposto pelo escatologista Jon Paulien: “A visão não está necessariamente localizada no tempo e lugar do profeta. Mas, quando a visão é posteriormente explicada ao profeta, a explicação sempre vem no tempo, lugar e nas circunstâncias do que tem a visão” (ver Ekkehardt Mueller, “A Besta de Apocalipse 17: Uma Sugestão”, Parousia, 1° sem. 2005. p. 37; ver também Jon Paulien, Armageddon at the Door, p. 214).

Assim, o versículo 10 constitui a âncora cronológica da interpretação das sete cabeças da besta de Apocalipse 17, algo que a teoria dos sete papas ignora. A sexta cabeça representa o Império Romano, existente no tempo de João. Antes do Império Romano, outros cinco oprimiram o povo de Deus, os impérios: egípcio, assírio, babilônico, medo-persa e macedônico (chamado de Grécia, na Bíblia).

O sétimo rei ainda estava no futuro, do ponto de vista de João, Roma papal, que se tornaria predominante na Europa por mais de mil anos. Ela é representada pela sétima cabeça, pois, assim como os outros impérios, também concentrou poderes civis e políticos, incluindo o comando de exércitos e o domínio de territórios.

Alguns veem inconsistência na interpretação do sétimo rei como Roma papal, quando se leva em conta que o sétimo rei deveria “durar pouco” (Ap 17:10). No entanto, segundo Ranko Stefanovic, a expressão “tem de durar pouco” (do grego: oligon auton dei meinai) tem um sentido “qualitativo”, da mesma forma que em Apocalipse 12:12, em que Satanás percebe que “pouco tempo lhe resta” (oligon kairon echei). Após Cristo subir ao Céu, Satanás percebeu que tinha “pouco tempo”, e esse período já se prolonga por quase dois mil anos! “Em outras palavras, a expressão indica que o tempo de Satanás é limitado. A expressão ‘pouco tempo’ de Apocalipse 17:10 está em contraste com mikron kronon (‘pouco tempo’) de Apocalipse 20:3, designado para Satanás, com referência ao julgamento pendente contra ele” (Stefanovic, p. 521).

O oitavo rei – A figura do oitavo rei e alguns aspectos relacionados a ele são a parte mais enigmática da profecia. Sobre esse tópico, a Igreja Adventista do Sétimo Dia não tem uma interpretação estabelecida. Analisando a história da interpretação adventista de Apocalipse 17, Jon Paulien relata que Uriah Smith nem Ellen White definiram o sentido dos versículos 7 a 11 (Paulien, p. 166).

Embora contribuições possam ser dadas, é preciso ter prudência, pois, de acordo com Paulien, “aplicações ultraespecificas para o presente ou futuro imediato têm levado muitos a erros de interpretação embaraçosos”. Em alguns casos, é o testemunho histórico do cumprimento profético que nos permite interpretá-lo. Esse princípio é encontrado em João 13:19: “Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que Eu Sou” (ver Paulien, 166).

Analisando a profecia, percebemos que o surgimento do oitavo rei está relacionado aos momentos finais deste mundo. Seu aparecimento provoca admiração mundial (v. 8), sua autoridade dura apenas “uma hora”, ou seja, é efêmera (v. 12) e, logo que surge, esse poder “caminha para a destruição” (v. 8), pois vai se unir a dez reis/reinos para enfrentar o Rei dos reis e ser finalmente derrotado (Ap 17:14; 19:16).

A expressão “era e não é” (v. 8, 11) possivelmente é “uma paródia do título de Deus como “Aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4:8; ver 1:4, 8). O título divino se refere ao “nome da aliança de Deus” e a Sua “visitação escatológica” (David Aune, Revelation 17–22, p. 940. In: Stefanovic, 523), ou seja, Deus agindo no fim dos tempos para salvar Seu povo e condenar seus inimigos. Se Deus age desse modo, um poder terreno também atua contrariamente a Ele e a Seu povo. O título “era e não é” contrasta a onipotência de Deus com a transitoriedade e debilidade das nações (ver Is 40:15).     

Outros relacionam a expressão “era e não é” a Roma papal, representada pela primeira besta ferida mortalmente, mas que se recupera como força religiosa no fim dos tempos (Ap 13:1-10). Essa posição aparentemente é a mais plausível, no entanto, colide com pelo menos dois fortes argumentos: (1) A Igreja Romana do fim dos tempos já está representada na visão como a mulher montada sobre a besta. É verdade que ela também é representada historicamente como a sétima cabeça, mas, no desfecho escatológico, a Igreja Romana é representada como a meretriz; (2) ela será tão somente uma força religiosa, não político-militar, como a simbologia da besta exige; (3) o oitavo rei, que é a própria besta (v. 11), odiará a mulher (Igreja Romana e sua confederação, v. 16). Uma confederação religiosa (meretriz) terá o suporte de uma confederação política (a besta e os dez chifres), a qual se voltará contra a meretriz e a destruirá.

Alguns ainda enxergam o oitavo rei ou a besta como o próprio Satanás (Nichol, 856; Mueller, 33), no entanto, esse não parece ser o caso. Embora a semelhança com o dragão de Apocalipse 12 seja evidente na cor, nas sete cabeças e dez chifres (Ap 17:3), percebemos que bestas em profecias apocalípticas geralmente representam impérios perseguidores (Dn 7:5-7, etc.).

Nesse caso também é preciso repetir que a besta odiará a meretriz e a destruirá (Ap 17:16), o que não faz sentido em se tratando de Satanás. A desavença na aliança político-religiosa faz parte de um plano divino (v. 17; ver Ez 23:22-29), não satânico. Também não seria lógico crer que Satanás destruiria seus próprios instrumentos de engano e perseguição (Mt 12:25). Por fim, o apêndice da visão (Ap 17:18) deixa claro que a “grande cidade” (Babilônia mística) domina sobre os “reis da terra” (líderes humanos).

A manifestação final de um poder perseguidor é representada pelo oitavo, que é a besta propriamente dita (v. 11). É interessante notar que o texto grego não afirma a existência de uma oitava “cabeça” e omite a palavra “rei”. Menciona-se apenas o “oitavo”, que, pelo contexto, entendemos ser um “oitavo rei”. Do versículo 12 em diante, a besta é mencionada nominalmente mais quatro vezes (v. 10, 13, 16, 17). Isso reafirma que a besta em si será o oitavo rei e que ela representa um poder mais escatológico que histórico, ou seja, que sua ação no contexto de Apocalipse 17 está mais relacionada ao fim dos tempos do que com o passado (embora ela seja julgada pelo que fez no passado). Portanto, se as sete cabeças da besta representam “reis” (v. 9) ou impérios perseguidores, o oitavo rei será o último deles.

Uma dificuldade desse ponto de vista é que o oitavo rei “procede dos sete” (v. 11), talvez indicando que o último império perseguidor seria Roma papal, que se recuperaria da ferida mortal (Ap 13:12) e voltaria com força renovada nos instantes finais deste mundo (Paulien, p. 219). No entanto, isso contraria o sentido geral do texto e confunde as identidades da mulher (poder religioso) e da besta (poder político). Se a meretriz se prostitui com a besta (reis da terra), ela não pode ser a besta.

A expressão “procede dos sete” talvez tenha uma relação com a natureza do oitavo rei, no sentido de que ele seria semelhante aos anteriores (ver Paulien, p. 219). Alguns enxergam essa expressão como que estabelecendo uma distinção do oitavo reino em relação aos demais (ver Stefanovic, 525). Contudo, a expressão pode indicar tanto semelhança quanto distinção. A preposição grega ek, sem equivalente em português, tem o sentido de “vir de”, como a preposição inglesa from, e foi traduzida em português com o verbo “proceder” (ARA).

João, assim como os demais escritores do Novo Testamento, utiliza ek abundantemente. Contudo, o texto joanino tem como uma de suas características marcantes o uso de ek, indicando associação, mesma natureza, semelhança e, ao mesmo tempo, distinção (confira o verbo “proceder” em Jo 15:26; 1Jo 2:16, 21; 3:8, 10; 4:1, 3, 5, 7; 3Jo 11; Ap 5:9). Assim, o texto parece indicar que o oitavo rei “procede dos sete” no sentido de ser como um deles e não necessariamente ter sido um deles, assim como o Consolador “procede” do Pai, mas não é o Pai (Jo 15:26).

Que reino ou império (v. 9, 11) poderia ser o oitavo? Em primeiro lugar, ele deverá ser uma potência que dará apoio incondicional à Igreja de Roma às vésperas da volta de Jesus. Será um poder coercitivo de alcance mundial que se unirá aos ainda indefinidos dez chifres (reis ou reinos; ver v. 12) e que aglutinará todos os governantes da Terra, formando uma confederação política global (Ap 17:12, 13, 18; 18:3, 9). Essa coalizão se levantará contra Deus e Seu povo, mas será esmagada pelo Rei dos reis (Ap 19:18, 19). Para Paulien, a identidade do oitavo rei ainda está indefinida, mas representa a própria coalizão de nações (Paulien, 219).

Vanderlei Dorneles, autor de O Último Império (CPB), acredita que uma analogia com Apocalipse 13 pode lançar luz sobre a questão (leia o texto dele aqui). Em Apocalipse 13, a segunda besta (os Estados Unidos, ver O Grande Conflito, p. 579) será o poder que dará suporte ao papado, exercendo “autoridade” sobre a “terra e seus habitantes” (v. 12), ou seja, terá uma influência global. Se a mesma aliança é retratada em Apocalipse 17, com a mulher sendo carregada pela besta, é possível fazer uma relação entre ambos os capítulos: como a primeira besta de Apocalipse 13 está para a meretriz, assim a segunda besta de Apocalipse 13 está para o oitavo rei/reino. Ou seja, o oitavo reino representaria a superpotência americana que lideraria as nações para dar suporte à confederação religiosa. “Uma vez que as cabeças representam reinos/impérios sucessivos, o último ou oitavo deles podem ser os Estados Unidos, que seriam o último poder político sobre o qual a meretriz está montada”, afirma Dorneles.

Conclusões – Embora todas as análises de Apocalipse 17 sejam fascinantes, essa seção está em estudo e uma posição definida ainda é esperada. Este artigo não se propôs a esgotar a interpretação, mas o que foi exposto até aqui provê evidências suficientes para se rejeitar a teoria dos sete reis como uma sucessão de indivíduos ou papas. O contraste entre a superficialidade da teoria e os sólidos alicerces da interpretação profética nos relembra a exortação do autor do Apocalipse: “provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1Jo 4:1). Não devemos aceitar prontamente as teorias que batem à nossa porta. Devemos ir às Escrituras como os antigos bereanos (At 17:11), para não sermos levados por “todo vento de doutrina” (Ef 4:14).

Por outro lado, no estudo de Apocalipse 17, percebemos como Deus tem o firme controle da história. Ele já sabe quais serão os próximos passos do inimigo e utiliza até mesmo suas manobras malignas para benefício de Seu povo. Embora esteja prevista a formação de uma imensa coalizão político-religiosa contra os “eleitos e fiéis” (Ap 17:14), Cristo, o Rei dos reis, Se levantará como nosso supremo Defensor (Dn 12:1). Aquele que nos criou e deu a vida por nós será nosso refúgio e baluarte. Podemos ter a mesma confiança de que “mais são os que estão conosco do que os que estão com eles” (2Rs 6:15).

(Diogo Cavalcanti é formado em Teologia e é editor associado de livros na Casa Publicadora Brasileira)

Semelhantes, mas diferentes

Apesar das semelhanças, a besta de Apocalipse 17 não é a mesma do capítulo 13. A besta do capítulo 17 representa uma pluralidade de organizações (sete impérios sucessivos mais um império final associado a dez reinos). A besta do capítulo 13 representa apenas um império, Roma papal (O Grande Conflito, p. 54). A besta do capítulo 13 é um poder político-religioso, por isso tem diademas; a do capítulo 17 é um poder político nos eventos finais, mas não tem diademas, pois rende sua autoridade à meretriz. Ambas as bestas são semelhantes, por terem relação direta com o dragão (Ap 12:3). Contudo, é importante lembrar que a besta de Apocalipse 13 está representada historicamente como a sétima cabeça da besta do capítulo 17 e, em seus momentos finais, como a meretriz.

Fonte: Criacionismo.