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sexta-feira, 29 de julho de 2011

Um convite à reflexão para nossos irmãos muçulmanos e da Igreja "do véu"

Em I Coríntios 11:2-16, Paulo afirma que “todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça” (verso 4), ao passo que “toda mulher ... Que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça” (verso 5). Endossando o uso do véu pelas mulheres que oram ou profetizam, Paulo estava em conformidade com o costume oriental (judaico e árabe) da época. Mas ao afirmar que os homens não deveriam cobrir a cabeça em tais circunstâncias, ele estava rompendo diretamente com a tradição judaica, que ainda hoje continua ordenando o oposto. Para compreendermos essa distinção entre o homem e a mulher, quanto a cobrir ou não a cabeça, devemos ter em mente, em primeiro lugar, que Paulo está se referindo aqui ao véu como um “sinal de estar sob a autoridade de outrem” (Leon Morris). Essa distinção baseava-se no princípio de que cristo é “o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher” (verso 3). Por conseguinte, se a mulher deixasse de usar o véu, ela estaria assumindo uma atitude de desonrosa insubordinação para com o seu marido. Por outro lado, se o homem passasse a cobrir a cabeça, ele estaria negando “ser ele imagem e glória de Deus” (verso 7), reconhecendo o senhorio de outra autoridade em sua vida. Mas essa subordinação funcional da mulher à autoridade do homem não pode ser isolada da declaração paulina de igualdade essencial entre ambos os sexos. Nos versos 11 e 12, Paulo é claro em asseverar: “No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus”. Esse mesmo conceito de igualdade essencial é enunciado também em Gálatas 3:28: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. As referências em I Coríntios 11:2-16 às “tradições” (verso 2) e aos “costume[s]” (verso 16) parecem corroborar a noção de que o uso litúrgico do véu era apenas uma norma cultural, em harmonia com o estilo do vestuário cristão oriental da época, e não um mandamento normativo para as demais culturas que não possuem tal costume. Como cristãos, devemos romper apenas com os elementos de nossa cultura que estejam em direta oposição aos princípios universais da palavra de Deus. Exigir, ainda hoje, que as mulheres cubram a cabeça com um véu ao adentrarem um templo ocidental é uma imposição legalística e artificial.

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, março de 1999. 

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