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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O fim do império do mal e o livre-arbítrio


Essa pergunta não é tão simples quanto parece. Se a resposta for não, temos de lidar com a questão da liberdade das criaturas. Se a resposta for sim, o sacrifício de Cristo não teve poder suficiente para erradicar o pecado de uma vez por todas. O universo, então, existiria sob a sombra de outro conflito inevitável. Sob tais circunstâncias, será que o céu seria um lugar de felicidade total para seres inteligentes? Para tentar responder essa pergunta, direi duas coisas que podemos afirmar com certeza; e, baseado nelas, acrescentarei um comentário.

O final de Satanás, pecadores e pecado: O originador do pecado não é eterno, nem eterno o seu reino; ambos terão um fim. Isso acontecerá na ocasião do último ataque de Satanás ao povo de Deus, quando ele será consumido pelo fogo (Ap 20:7 e 10). Esse é um dos eventos mais importantes na resolução do conflito cósmico. O originador do pecado e da rebelião, o instigador do pecado nos outros deixará de existir, sem deixar para trás um vácuo no cosmos para ser preenchido por outra pessoa. Por causa da corrupção absoluta de Satanás, sua presença no universo é desnecessária. Quando o inimigo for eliminado do cosmos, seus seguidores - demônios e humanos rebeldes - não permanecerão como uma extensão de sua pessoa e poder. Eles, também, cairão no esquecimento, sem deixar sequer um traço de sua existência e corrupção. No grande dia do julgamento, os anjos caídos enfrentarão a Deus como juiz e experimentarão a morte eterna (Jd 6 e II Pe 2:4). A destruição do ímpio também será radical e será simultânea à de Satanás e dos anjos caídos (Ap 20:7-15). Malaquias expressa bem essa ideia quando fala concisamente sobre o ímpio: “Não lhes deixará nem raiz nem ramo” (Ml 4:1). Essa cirurgia cósmica extrema destruirá permanentemente a anomalia do pecado em todas as mais diversas formas de expressão.

O Reino Eterno de Deus: Com a destruição do inimigo e suas hostes, será restabelecida a soberania universal do reino de Deus. É concedida a visão do mundo novo que recebe uma harmonia cósmica e inalterável. A erradicação do sofrimento e da morte é expressa de um modo que exclui seu ressurgimento (Ap 21:4). Os redimidos “nunca” deixarão o templo de Deus (Ap 3:12), “nunca” mais sentirão fome ou sede (Ap7:16), e seu nome “nunca” será removido do livro da vida (Ap 3:5). Deus e o Cordeiro serão louvados “para todo o sempre” (Ap 5:13), e Cristo e Seu povo “ reinarão para todo o sempre” (Ap 11:15; 22:5; veja também Dn 7:14). A maldição não retornará (Ap 22:3; cf. Na 1:9). Nenhum texto bíblico sugere ou faz menção à ideia de que a nova criação de Deus possa ser arruinada pelo pecado, outra vez.

Só na Cruz há segurança: liberdade humana. Aqui está minha sugestão: A cruz de Cristo vacinou o cosmos contra o ressurgimento do pecado. A expiação resolveu o problema cósmico do pecado e é poderosa o suficiente para prevenir outro conflito cósmico. Era o propósito divino de Deus “fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos” (Ef1:10). Ele fez isso e continuará a manter toda a plenitude por toda eternidade (cf. Cl 1:19). Após Sua ressurreição, Cristo “subiu aos céus e está à direita de Deus; a Ele estão sujeitos anjos, autoridades e poderes” (I Pe 3:22). A segurança do futuro do universo tem sua base no significado da morte sacrifical de Cristo. Por essa razão esse será o assunto que analisaremos por toda eternidade. Todas as criaturas inteligentes, voluntária e permanentemente, se submeterão ao Senhor em razão da magnitude e magnificência do amor de Deus por elas, revelado na cruz de Cristo. Ellen G. White escreveu: “O plano da salvação, fazendo manifesta a justiça e o amor de Deus, proporciona proteção eterna contra a rebelião em mundos não caídos, bem como entre aqueles que serão redimidos pelo sangue do Cordeiro” (Signs of the Times, 30 de dezembro de 1889).

Fonte: Dr. Angel Manuel Rodríguez, Revista Adventist World, Julho de 2011.

2 comentários:

  1. Gosto desse tema. É um prolongamento do maior e melhor de todos os assuntos: O Plano da Redenção.

    Os remidos juntar-se-ão aos anjos e mundos não caídos: não possuirão mais nenhuma dúvida a respeito do caráter e natureza do governo de Deus; nenhuma dúvida sobre o desastre que o pecado é e provoca; nenhuma simpatia por Lúcifer.

    Isso é suficiente para dizermos que não mais haverá pecado novamente. Mas... suponhamos que houvesse: então, por não mais haver dúvida da natureza de Deus e a do pecado, o pecador morreria de imediato. O que Cristo tinha que fazer já foi feito! Por que aturar um novo Satanás? (Mas tiremos essa suposição).

    Graças a Deus, não mais haverá pecado e pecadores.

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  2. Estou gostando de sua visão bíblica "irmão leitor". Parabéns! Posso saber quem está por trás dessas frases tão bem fundamentadas?

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