É
evidente que no mundo do ateísmo não há nem moralidade, nem imoralidade; apenas
amoralidade. Isso é geralmente mal interpretado como se ateus não tivessem
valores. Essa conclusão seria claramente errônea. Associar ateísmo com
amoralidade não significa dizer que ateus não possuem valores, pois eles
certamente os têm; amoralidade é uma definição, não da inexistência de valores,
mas do significado desses valores. Uma vez que na visão de mundo ateia nós
somos nada além de primatas bípedes, nosso sistema de valores não tem mais
significado do que o dos nossos parentes que vivem na selva. Na visão
darwinista, o humano é para a barata assim como a barata é para um protozoário.
Imaginar que nós somos algo “mais" é apenas isso: fruto da imaginação
humana. Seria absurdo então para um ateu sugerir que o pronunciamento de
qualquer indivíduo ou sociedade obrigasse os outros a se comportar
adequadamente. Para o ateu, moralidade é nada mais do que uma palavra usada
para descrever o tipo de sistema que um indivíduo ou grupo de indivíduos
preferem subjetivamente. Cada sociedade determina, mantém e modifica seus
valores para suprir suas necessidades.
“Moralidade
é o costume de um país e o sentimento atual de um indivíduo e seus semelhantes.
O canibalismo é moral em um país canibal”. (Samuel Butler)
Torna-se
óbvio que esses valores irão mudar e se transformar para se adaptar a
necessidades, atitudes e preferências em constante mudança. Durante a minha
vida eu testemunhei mudanças sociais radicais do comportamento moral e de atitudes
com relação a casamento e sexualidade, homossexualidade, assassinato de bebês
no ventre na mãe, eutanásia e uso de drogas ilícitas. Pode-se prever que à
medida que a paixão pelo ceticismo e ateísmo cresce entre as “elites
intelectuais” influentes na sociedade, também cresce sua propensão a aceitar
mudanças cada vez mais radicais nos valores morais. Religiosos expressando
consternação e terror diante da nefasta tempestade moral que dá sinais no
horizonte são respondidos com risinhos presunçosos, contra-acusações histéricas
ou total indiferença. Não há nada que as sociedades ateias não sejam capazes de
racionalizar e aceitar – incluindo o abuso sexual de crianças.
Sem
dúvida essa afirmação vai soar absurda e ofender alguns ateus. No entanto, não
há como escapar das consequências lógicas e filosóficas do conjunto de crenças
dos ateus. Quando indagado pelo jornalista William Crawley se ele achava a
pedofilia “inerentemente má”, o Professor Peter Singer da Universidade de
Princeton – mundialmente famoso filósofo de “ética” – respondeu o seguinte:
“Não
tenho tabus morais intrínsecos. Na minha visão não há nada inerentemente mau...
você está tentando colocar palavras na minha boca.”
Singer
prosseguiu explicando que ele era um “consequencialista”. Para ajudar os não
familiarizados com termos filosóficos, permitam-me uma síntese do que é
"consequencialismo": Se você gosta das consequências, é ético; se você não gosta das consequências, não é ético. Portanto, se você gosta de pornografia
infantil ou de fazer sexo com crianças, isso é [ser] ético; se
você não gosta de pornografia ou de fazer sexo com crianças, é antiético.
Em um artigo intitulado “Heavy Petting”
(poderíamos traduzir informalmente como “Pegação”), Singer igualmente deu seu
selo de aprovação à zoofilia. Como prêmio por produzir tamanhas pérolas de
sabedoria, foi agraciado com o privilégio de ensinar "ética" aos
nossos filhos nas universidades de Ivy
League. Além do mais, Singer não é o único filósofo ateu incansavelmente
engajado na tentativa de empurrar a civilização ocidental para essa arriscada
ladeira na qual ela bordeja. Eis a razão do meu “pedido” aos ateus, pois as
bases filosóficas para a aceitação da pedofilia já estão plantadas por esses
filósofos.
Joe
Marks, Professor emérito de filosofia da Universidade de New Haven, que durante 10 anos escreveu para a coluna “Momentos
Morais” da revista Philosophy Now, fez esta chocante reviravolta no seu artigo de 2010
intitulado “Um Manifesto Amoral”:
“O
filósofo que vos fala esteve trabalhando sob uma improvada assunção, a saber,
de que há algo como o certo e o errado. Eu acredito que não há... Sendo curto e
grosso, estou convencido de que o ateísmo implica amoralidade, e uma vez que
sou ateu, devo aceitá-la... Passei pela chocante epifania de que os fundamentos
religiosos estão corretos; sem Deus, não há moralidade. Mas ainda acredito que
eles estão errados quanto a haver um Deus. Acredito, portanto, que a moralidade
não existe”.
Marks
então, de forma bastante franca e ousada, demonstra as implicações de suas
crenças recém-descobertas.
“Mesmo
que palavras como "pecaminoso" ou "mal" venham naturalmente
na ponta da língua ao fazer uma descrição do abuso de crianças, o fato é que
elas não descrevem as reais propriedades de absolutamente nada. Não existem
pecados propriamente ditos porque não existe um Deus propriamente dito... nada
é literalmente certo ou literalmente errado porque não existe uma moralidade...
e apesar disso, nós, seres humanos, ainda podemos descobrir diversos recursos
completamente e naturalmente explicáveis para motivar certas preferências. Por essa razão, a maioria de nós é bastante avessa ao abuso sexual de
crianças e continuará sendo...”.
Nesse
ponto a completa falência intelectual (e moral) da posição de Marks se torna
patente. Depois de concluir corretamente que um mundo sem o divino está livre
das algemas de conceitos ilusórios de moralidade e imoralidade, ele
pateticamente tenta ficar com o toucinho e com o porco ao mesmo tempo,
sugerindo que há algo "bom" ou "melhor" quanto à preferência de se ser avesso ao abuso de crianças. Difícil saber se rimos ou
choramos desse patente exercício masoquista de dar murro em ponta de faca. Não
constitui esse argumento toda a diferença entre "preferência" e
"moralidade"? O reconhecimento de que há algo inerentemente e
intrinsecamente abominável no abuso sexual de crianças o transforma em imoral, ao
invés de meramente algo do qual não
se gosta. A moralidade sugere que há
princípios de comportamento que são parte da própria estrutura da realidade,
princípios dos quais o Dr. Marks só vê significado se vierem do Todo Poderoso.
A preferência, por outro lado, é subjetiva e notoriamente caprichosa. Como por
exemplo: Prefiro sorvete de chocolate que de baunilha. Prefiro que adultos façam sexo com adultos ao invés de
crianças ou com o animal de estimação da família.
No
entanto, como o Dr. Marks admite, outras pessoas têm preferências diferentes, não menos válidas do que a sua própria. O Dr. John Money da
Universidade de Johns Hopkins
proclama: “Se eu visse um caso de um garoto de 10 ou 12 anos que fosse
intensamente e eroticamente atraído por um homem nos seus 20 ou 30 anos, se o
relacionamento fosse genuinamente e totalmente mútuo, assim como os laços
afetivos... então eu não chamaria isso de patológico de forma alguma" (em
vista da sua opinião profissional, fico imaginando quantos vizinhos teriam
coragem de deixar seus filhos irem brincar na residência dos Money).
Em
17 de agosto de 2011, uma conferência patrocinada por uma associação de
profissionais de saúde mental chamada B4U-ACT foi realizada
em Baltimore, Maryland, EUA. O panfleto oficial dizia:
“Este
dia de conferência irá facilitar a troca de ideias entre pesquisadores,
acadêmicos, médicos de saúde mental e indivíduos que
sentem atração por menores que
se interessem por assuntos fundamentais acerca da inclusão da pedofilia no
Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais (MDEDM)”. [Veja mais aqui.]
De
forma mais clara, essa conferência cujo objetivo é facilitar a remoção da
pedofilia da classificação oficial de desordens mentais da Associação Americana
de Psiquiatria. A B4U-ACT já inventou um termo insosso, inócuo e inofensivo para
tornar a ideia de sexo com crianças mais palatável: “pessoas que sentem atração
por menores”. Essa frase soa quase agradável, distintamente diferente daquelas
repugnantes e em breve politicamente incorretas palavras como “pedófilo” e
"molestador de crianças". (Como pedofóbico soa para você?) Como já era de se esperar, o palestrante de destaque é o
Dr. Fred Berlin da Universidade de Johns
Hopkins, colega do Dr. John Money. A defensora das crianças Dr. Judith
Reisman revelou que a conferência é parte de uma estratégia para condicionar as
pessoas a aceitar os pedófilos. “A primeira coisa que eles fazem é tirar das
pessoas a ideia do que o criminoso cometeu para focar em seu estado
emocional... causar empatia e simpatia... Você não muda uma nação toda de uma
vez, mas deve mudá-la pelo condicionamento”.
Embora
publicada há mais ou menos duas décadas, uma edição especial do Journal of Homossexualitychamada Male
Intergenerational Intimacy (Intimidade
Intergeracional Masculina) editada por três acadêmicos prestigiados (todos
PhD's) nos dá um gostinho do que há por vir:
“Na
sociedade ocidental contemporânea, relações sexuais íntimas entre homens e
garotos são consideradas igualmente imorais... independente dos contextos
emocionais em que elas ocorrem [não de
acordo com Joel Marks e Peter Singer!]...
o clima social atual torna um tanto difícil olhar para esses relacionamentos de
forma objetiva... relacionamentos entre homens e garotos não são incomuns.
Assim como na homossexualidade, a sexualidade entre homens e garotos ocorre não
raramente em um contexto em que ambas as partes consentem... nesses
relacionamentos uma diversidade de sentimentos são ou podem ser expressos:
afeição, vínculo emocional, desejo, dominação e submissão... homens que se
sentem atraídos por garotos precisam legitimar seus sentimentos com relação a
eles mesmos e à sociedade".
Agora
todos estão dando pela falta de um estudo acadêmico “científico” que nos
informe que finalmente conseguiram isolar o gene da "atração
homem-criança"! Vem à mente um provérbio alemão: “So fangt es
immer na” — “Sempre começa
do mesmo jeito”. O que também vem à mente é a letra de uma antiga canção de
protesto de Barry McGuire dos anos 60: :"And you tell me over and over
again my friend, you don't believe we're on the eve of destruction?"
(E você não cansa de dizer, meu amigo, que não estamos à beira do abismo?)
A
noção ateia de que a vida surgiu aleatoriamente de uma sopa prebiótica,
combinada à crença darwinista de que os humanos são nada além de chimpanzés
inteligentes nos deixa desprovidos da moral. Em uma sociedade em que a Escola
considera um nobre empreendimento ensinar um garoto adolescente como usar um
preservativo, mas considera estritamente proibido ensiná-lo que Deus nos
proibiu de roubar ou matar, como se pode prever outra coisa a não ser um
profundo e cada vez maior abismo moral? Enquanto houver reais desafios em
determinar exatamente o que o Senhor quer de nós na esfera moral, vamos todos
concordar, pelo menos, com as seguintes premissas antes que seja tarde demais:
*
Todos os seres humanos são criados à imagem e semelhança do Senhor e são
portanto inerentemente e intrinsecamente preciosos.
*
Todos os seres humanos foram presenteados pelo nosso Criador com direitos
intransferíveis, dentre eles os direitos à vida, à liberdade e à busca da
felicidade.
*
Não matarás
*
Não roubarás
*
Não darás falso testemunho
*
Não adulterarás, não cometerás incesto, nem te deitarás com animal algum
*
Não te deitarás com criança, e se o fizer, serás amaldiçoado e desprezível aos
olhos do mundo, e serás tratado como criminoso.
*
Ensinarás estas leis a teus filhos.
[Eu
insisto que todos os 10 Mandamentos da Lei eterna de JAVÉ trino sejam
obedecidos com a graça de Cristo. Caso contrario, a imoralidade continuará
existindo mesmo que de modo disfarçado!]
Defendemos
essas verdades como incontestáveis, não por meio de procuração de algum tipo de
contrato social pragmático que pode ser emendado ou revisado aos caprichos e
conveniências do momento; não como resultado de insípidas contemplações
filosóficas dos autointitulados professores de “ética”; mas porque refletem as
eternas, imutáveis e absolutas leis morais que emanam do Todo-Poderoso, Criador
do universo e de toda a humanidade.
Um
sábio uma vez observou que enquanto a crença no divino após o holocausto pode
ser difícil, a crença no homem após do holocausto é impossível.
As escolhas diante de nós são claras. Ou nós buscamos uma lei moral
transcendente à qual todos nos submetamos, ou buscamos nossa própria
indulgência social e moral. Se nos voltarmos para Ele em nossa busca para criar
um mundo moral e justo, teremos uma chance de lutar; se não, estaremos
condenados à espiral de um inferno artificial na selva humana.
Fonte: Rabino Moshe Averick, traduzido por Luis Gustavo para o blog Julio Severo. Adaptações e acréscimos por Hendrickson Rogers.
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