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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ilustração: Argumentos (não) evolutivos na visão de uma pulga


Imagine uma colônia de pulgas vivendo dentro do motor de um carro – o único “mundo” que elas já haviam conhecido. Duas delas – vamos chamá-las C e E – começaram a investigar cientificamente o seu mundo. Através do estudo de processos que ocorriam no carro, elas descobriram todas as leis básicas da química e da física – movimento, gravidade, eletromagnetismo, termodinâmica, mecânica quântica e assim por diante.
Tudo o que elas aprenderam poderia ser provado por experimentos reproduzíveis, então elas acabaram por concordar em suas conclusões. Finalmente, uma jovem larva perguntou-lhes uma questão fatal: “Professores, como foi que este carro surgiu?”
C: “Isso é óbvio – foi construído há algum tempo atrás por um projetista inteligente.”
E: “O quêêêê? Nunca ouvi você falando assim antes… Oh, já sei! Você é um daqueles religiosos insistentes que creem em um livro no porta-luvas, o Manual, supostamente escrito por esse “projetista”. Você não sabe que nossos melhores estudiosos de pulgaico da atualidade concordam que ele é um monte de mitos, escritos por pulgas nômades do deserto, em uma era pré-científica?”
C: “Então como você explica o carro, sem um criador?”
E: “Por favor, não me leve a mal – você pode acreditar em um criador se quiser, mas precisa ver que não podemos ensinar isso às nossas larvas nas aulas de ciências. Obviamente, as leis e processos científicos que temos estudado construíram este carro, lenta e gradualmente, a partir de substâncias simples.”
C: “Você deve estar ciente de algumas das tremendas dificuldades científicas de uma ideia como essa que você está defendendo, não?”
E: “Todas as ideias científicas têm dificuldades, e estou trabalhando nelas. Mas tenho a mente aberta para mudar minhas ideias sobre como este carro evoluiu, assim que surgirem os resultados de mais pesquisas.”
C: “Você mudaria suas ideias sobre se este carro evoluiu?”
E: “Ora, como poderia fazer isso? A única alternativa à evolução deste carro é a criação, e isso seria uma ideia religiosa, não científica. Seria confiar em um processo (criação) que não pode mais ser observado, e em um criador que não podemos ver. Estou surpreso de ver um cientista como você sustentar ideias místicas como essas!”
C: “Na verdade, foi a ciência que me ajudou a concluir que deve haver um criador. Você sabe que também não pode realizar um experimento que prove suas ideias, E.”
E: “Ah, mas agora você foi injusta, C! Você sabe quão lentamente o pó de ferro se deposita no cárter – levaria centenas de milhões de anos para os grãozinhos de pó de ferro aderirem um ao outro e formarem um novo virabrequim. Mas pelo menos nós podemos ver algo acontecendo agora.”
C: “Sua filosofia parece te impedir até mesmo de considerar a possiblidade de que realmente haja um construtor-de-carros. Se houvesse, você esperaria ser capaz de estudar os processos (passados) do construtor-de-carros, isto é, do criador? Na verdade, acho que a ideia de que há um criador é, cientificamente, muito mais válida que a sua.”
E: “O que você quer dizer?”
C: “Bem, as coisas que observamos acontecendo no carro se encaixam melhor na ideia de que um dia ele foi feito, e agora está se desgastando. Você se lembra da segunda lei da termodinâmica, que nós descobrimos? De um modo geral, tudo neste carro está se desgastando.  Nenhum dos processos científicos que estudamos tem a habilidade de construir este carro. Acho que essa é uma boa evidência para a criação. E essa evidência é consistente com o livro que afirma ser o manual do construtor, por isso faz sentido acreditar no que ele diz.”
“Outra importante evidência da criação é a organização dos componentes deste carro – isto é, a relação entre suas partes. Veja, uma bobina não tem a tendência natural de se alinhar com um distribuidor e uma vela de ignição do modo necessário para fazer uma faísca – quando essas três partes funcionam juntas, elas estão todas obedecendo às leis da ciência – nenhum processo misterioso está acontecendo.”
“Mesmo assim, tudo o que sabemos a respeito delas nos força a concluir que elas devem ter tido essa ordem, essa relação, esse propósito, se você preferir, impostos a elas, originalmente, por alguém externo. [Nesse momento, E sentiu um arrepio no exoesqueleto.] Você mesmo reconhece evidências da criação – se vir uma bela pintura, digamos… de Vincent van Pulg, você a reconhece como o resultado de uma inteligência criativa. Você conclui isso porque conhece aquela tela e sabe que as tintas não têm a tendência natural de se juntar daquele modo. Você a reconhece como criação embora nunca tenha visto o criador ou o ato da criação.”
E: “Hum, entendo seu argumento, mas… Mas… Me recuso a acreditar que há alguém lá fora…”
Artigo traduzido de: Creation 29(2):12–15 Março 2007. Título original: “A tale of two fleas”. Copyright Creation Ministries International Ltda, . Usado com permissão. Tradução de Daniel Ruy Pereira. Revisão de Thiago Borges.

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