Fatoração quântica Cientistas
chineses afirmam ter batido o recorde de computação quântica,
calculando os fatores primos do número 143 - o recorde anterior era o número
21.
Os
computadores atuais não são nada bons em fatoração numérica, o que tem
permitido a elaboração de esquemas de segurança - a chamadacriptografia -
baseados justamente na dificuldade em fazer essa fatoração.
Ou
seja, o eventual desenvolvimento dos computadores quânticos colocará em xeque
os atuais esquemas de segurança, exigindo o desenvolvimento de técnicas
igualmente quânticas de criptografia.
O
número 143 parece pequeno demais para ameaçar qualquer esquema de segurança. E
é de fato.
Mas
o que tira um pouco o entusiasmo em relação ao feito, anunciado por Jiangfeng
Du, da Universidade de Ciência e Tecnologia de Heifei, é a técnica de
processamento quântico utilizada.
Computação adiabática em fase líquida A equipe usou um processo chamado computação adiabática, o mesmo usado em 2006 por Ralf Schutzhold e Gernot Schaller, da Universidade Técnica de Dresden, na Alemanha, para fator o número 21.
Ao
contrário das técnicas mais pesquisadas de computação quântica, baseadas em
condensados de Bose-Einstein e, mais recentemente, em dispositivos de estado
sólido, incluindo semicondutores e diamante, esse processo
foi adotado em um experimento que se dá em fase líquida.
Há
muitas dúvidas se o processo de estado líquido pode ser ampliado para números
grandes o suficiente para que a técnica tenha algum efeito prático.
Os
qubits dessa "piscina quântica" são os spins de núcleos de hidrogênio
em moléculas de um cristal líquido (1-bromo-2-clorobenzeno).
Cada
spin é um pequeno magneto, que pode ser manipulado usando disparos de ondas de
rádio, em uma técnica similar à ressonância magnética.
Processamento coletivo Em vez dos componentes individuais, tanto dos computadores clássicos, quanto das técnicas mais comuns de computadores quânticos, na computação adiabática a piscina de qubits é controlada para que responda às entradas do processamento de forma coletiva.
A
piscina quântica está sempre buscando o nível mais baixo de energia. O truque é
ajustar o sistema para que seu estado de mais baixa energia dê a resposta.
É
mais ou menos como mexer com uma bola, fazendo-a correr sobre um pano esticado,
para que ela atinja a posição correta - somente o algoritmo quântico correto
permite que uma piscina quântica resolva um determinado problema.
O
inconveniente também é óbvio: cada problema exigirá um "hardware"
diferente.
A
forma de cálculo mais utilizada nos experimentos com processadores quânticos é
o chamado algoritmo de Shor.
Fonte: Inovação Tecnológica.
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