Páginas

sábado, 5 de maio de 2012

É correto afirmar que “os remanescentes” da mulher de Apocalipse 12 são uma Igreja? E o “testemunho de Jesus” quem o possui?


As citações bíblicas vêm da Almeida Revista e Atualizada 2ª edição. Quando não, a versão é informada logo após o texto.

“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17).

Apocalipse 12 é um daqueles capítulos bíblicos que, uma vez compreendidos à luz das Escrituras e somente delas (quero dizer, sem devaneios denominacionais, mas é claro, de acordo também com registros históricos incontaminados por historiadores tendenciosos), nos ajuda a entender vários outros capítulos, e até mesmo livros inteiros, inclusive o próprio livro da “Revelação de Jesus Cristo” (Ap 1:1).

Após descrever uma linda “mulher vestida do sol” e sua epopeia repleta de perseguições e ataques malogrados vindos do “dragão”, João – o profeta escolhido para receber a “revelação” ou “testemunho de Jesus” (comp. Ap 1:1 e 1:9) – conclui o capítulo com a cena do adversário indo “pelejar com os restantes” da descendência daquela que concebera “um filho varão” que fora “arrebatado para Deus até ao Seu trono” (cf. Ap 12:5).

Maria, a “bem aventurada” (Lc 1:45), é uma miniatura dessa maravilhosa mulher de Apocalipse 12. Os judeus também não conseguem preencher ou igualar por completo todo o currículo dela! E, obviamente, nenhuma das religiões atuais, por mais antigas que sejam suas raízes, alcançam toda a beleza espiritual do caráter e dos feitos dessa escolhida de Deus!

No entanto, não é difícil descobrir a identidade dessa personagem tão marcante, se identificarmos o “restante dos filhos dela” (Ap 12:17, Tradução Brasileira e Bíblia de Jerusalém); afinal, em se tratando de profecias e de caráter, Deus nos deu um princípio infalível: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:20).

Duas são as características salientadas desses frutos (“filhos”) da mulher: “os que guardam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus” (TB e BJ); porém, conhecendo o sincronismo e a ligação dos ensinamentos da Bíblia, o texto grego parece sugerir apenas uma característica – a manutenção da obediência a Jesus! (Esse texto é uma evidência, que vale a pena escavar, da divindade de Cristo, pois os mandamentos de Deus e o testemunho de Jesus se equivalem em autoridade e função tanto quanto se complementam, ou seja, são a mesma coisa ou duas coisas iguais! Caso contrário, se tropeça no politeísmo ao se crer que Deus é o Pai e Jesus um Deus Jr., e ambos possuem autoridades de magnitudes distintas).

Guardar os mandamentos de Deus é uma clara referência a uma obediência individual e completa – guardar todos os mandamentos conhecidos de Deus! “Se ouvires atento a voz de JAVÉ, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou JAVÉ, que te sara” (Êx 15:26). Isto é, estamos diante de uma impossibilidade dos seres caídos, dos humanos pecadores, por exemplo! Entretanto, Deus mesmo cobriu esse abismo para nós sem precisar anular qualquer um dos Seus mandamentos, os quais podem ser inteligente e moralmente organizados em dez – a Lei dos Dez Mandamentos (cf. Êx 20:3-17), ou pragmaticamente resumidos em dois – amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo (cf. Mt 22:36-40). Ele fez isso Se enviando em carne na Pessoa do Messias! Jesus não veio anular os mandamentos para facilitar as coisas para a humanidade (cf. Mt 5:17-20); tampouco obedecer pelos homens (cf. Lc 6:46)! O Homem-Deus veio para salvar do pecado (transgressão dos mandamentos, cf. I Jo 3:4) o homem-caído e ratificar a opção da vida eterna, unicamente por meio de Si próprio, para todos os habitantes da Terra. De modo que, a obediência ou a guarda de todos os mandamentos de Deus é um estilo de vida possível aos homens por meio da vida, morte e ressurreição do Messias divino-humano, vivido pelos que estão ligados a Jesus assim como os caules de uma planta vivem e frutificam enquanto ligados à planta (cf. Jo 15:1-5)!

Mas como os mandamentos de Deus chegaram aos pecadores? A Bíblia revela que Deus mesmo Se encarregou disto, comunicando-Se com a humanidade diretamente (cf. Gn 3:9 e Hb 1:2,3), por meio dos anjos bons (At 7:53, Gl 3:19 e Hb 2:2), profetas (Hb 1:1), outros homens santos mesmo não sendo profetas (II Co 5:20) e até por meio de Sua criação não racional, o restante da natureza terráquea (Sl 19:1 e Rm 1:20)!

Quando eu cito a Bíblia como fonte das revelações de Deus, o faço racionalmente, analisando seu impacto na vida das pessoas e da História, e também como um ato de fé. Não descarto outros escritos sobre Deus, outras pretensas revelações da Divindade, a menos que estes conflitem com as Escrituras! Afinal, quer na Religião, quer na Ciência, quer na vida cotidiana, todos os terráqueos racionais necessitamos basear nossos valores em algo que confiamos como infalível. Eu faço assim com a Palavra de Deus e somente com ela, já que nela está escrito que só essa Palavra “permanece eternamente” (Is 40:8), não precisa de acréscimos (cf. Pv 30:5,6), não carece de intérpretes humanos (cf. Jo 16:13) e a História nunca apresentou outro poder tão influenciador para o caráter saudável e feliz do que as Escrituras! (Hendrickson Rogers)

- Pesquisa em construção. Aguardem!

Nenhum comentário:

Postar um comentário