As citações bíblicas vêm da
Almeida Revista e Atualizada 2ª edição. Quando não, a versão é informada logo
após o texto.
“Irou-se
o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os
que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho
de Jesus” (Ap 12:17).
Apocalipse
12 é um daqueles capítulos bíblicos que, uma vez compreendidos à luz das
Escrituras e somente delas (quero dizer, sem devaneios denominacionais, mas é
claro, de acordo também com registros históricos incontaminados por
historiadores tendenciosos), nos ajuda a entender vários outros capítulos, e
até mesmo livros inteiros, inclusive o próprio livro da “Revelação de Jesus
Cristo” (Ap 1:1).
Após
descrever uma linda “mulher vestida do sol” e sua epopeia repleta de
perseguições e ataques malogrados vindos do “dragão”, João – o profeta
escolhido para receber a “revelação” ou “testemunho de Jesus” (comp. Ap 1:1 e
1:9) – conclui o capítulo com a cena do adversário indo “pelejar com os
restantes” da descendência daquela que concebera “um filho varão” que fora
“arrebatado para Deus até ao Seu trono” (cf. Ap 12:5).
Maria,
a “bem aventurada” (Lc 1:45), é uma miniatura dessa maravilhosa mulher de
Apocalipse 12. Os judeus também não conseguem preencher ou igualar por completo
todo o currículo dela! E, obviamente, nenhuma das religiões atuais, por mais
antigas que sejam suas raízes, alcançam toda a beleza espiritual do caráter e
dos feitos dessa escolhida de Deus!
No
entanto, não é difícil descobrir a identidade dessa personagem tão marcante, se
identificarmos o “restante dos filhos dela” (Ap 12:17, Tradução Brasileira e
Bíblia de Jerusalém); afinal, em se tratando de profecias e de caráter, Deus
nos deu um princípio infalível: “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:20).
Duas
são as características salientadas desses frutos (“filhos”) da mulher: “os que
guardam os mandamentos de Deus e mantêm
o testemunho de Jesus” (TB e BJ); porém, conhecendo o sincronismo e a ligação
dos ensinamentos da Bíblia, o texto grego parece sugerir apenas uma
característica – a manutenção da obediência a Jesus! (Esse texto é uma
evidência, que vale a pena escavar, da divindade de Cristo, pois os mandamentos
de Deus e o testemunho de Jesus se equivalem em autoridade e função tanto
quanto se complementam, ou seja, são a mesma coisa ou duas coisas iguais! Caso
contrário, se tropeça no politeísmo ao se crer que Deus é o Pai e Jesus um Deus
Jr., e ambos possuem autoridades de magnitudes distintas).
Guardar
os mandamentos de Deus é uma clara referência a uma obediência individual e
completa – guardar todos os
mandamentos conhecidos de Deus! “Se
ouvires atento a voz de JAVÉ, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus
olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos,
e guardares todos os seus estatutos,
nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu
sou JAVÉ, que te sara” (Êx 15:26). Isto é, estamos diante de uma
impossibilidade dos seres caídos, dos humanos pecadores, por exemplo! Entretanto,
Deus mesmo cobriu esse abismo para nós sem precisar anular qualquer um dos Seus
mandamentos, os quais podem ser inteligente e moralmente organizados em dez – a
Lei dos Dez Mandamentos (cf. Êx 20:3-17), ou pragmaticamente resumidos em dois
– amar a Deus sobre tudo e ao próximo como a si mesmo (cf. Mt 22:36-40). Ele
fez isso Se enviando em carne na Pessoa do Messias! Jesus não veio anular os
mandamentos para facilitar as coisas para a humanidade (cf. Mt 5:17-20);
tampouco obedecer pelos homens (cf. Lc 6:46)! O Homem-Deus veio para salvar do
pecado (transgressão dos mandamentos,
cf. I Jo 3:4) o homem-caído e ratificar a opção da vida eterna, unicamente por
meio de Si próprio, para todos os habitantes da Terra. De modo que, a
obediência ou a guarda de todos os mandamentos de Deus é um estilo de vida
possível aos homens por meio da vida, morte e ressurreição do Messias
divino-humano, vivido pelos que estão ligados a Jesus assim como os caules de
uma planta vivem e frutificam enquanto ligados à planta (cf. Jo 15:1-5)!
Mas
como os mandamentos de Deus chegaram aos pecadores? A Bíblia revela que Deus
mesmo Se encarregou disto, comunicando-Se com a humanidade diretamente (cf. Gn
3:9 e Hb 1:2,3), por meio dos anjos bons (At 7:53, Gl 3:19 e Hb 2:2), profetas (Hb
1:1), outros homens santos mesmo não sendo profetas (II Co 5:20) e até por meio
de Sua criação não racional, o restante da natureza terráquea (Sl 19:1 e Rm
1:20)!
Quando
eu cito a Bíblia como fonte das revelações de Deus, o faço racionalmente,
analisando seu impacto na vida das pessoas e da História, e também como um ato
de fé. Não descarto outros escritos sobre Deus, outras pretensas revelações da
Divindade, a menos que estes conflitem com as Escrituras! Afinal, quer na
Religião, quer na Ciência, quer na vida cotidiana, todos os terráqueos
racionais necessitamos basear nossos valores em algo que confiamos como
infalível. Eu faço assim com a Palavra de Deus e somente com ela, já que nela
está escrito que só essa Palavra “permanece eternamente” (Is 40:8), não precisa
de acréscimos (cf. Pv 30:5,6), não carece de intérpretes humanos (cf. Jo 16:13)
e a História nunca apresentou outro poder tão influenciador para o caráter
saudável e feliz do que as Escrituras! (Hendrickson Rogers)
- Pesquisa em construção. Aguardem!
Nenhum comentário:
Postar um comentário