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sábado, 2 de fevereiro de 2013

A criação do ser humano e a existência da moral

Introdução
Ideia central 1: Ter sido criados à imagem e semelhança de um Deus plural significa que manifestamos essa imagem quando nos relacionamos, especialmente no contexto do casamento, que provê ainda o potencial para a multiplicação. Em certo sentido, Deus concedeu o poder criador ao homem e à mulher. Curiosa e diferentemente dos animais, os seres humanos têm conceitos de moral. Por que um amontoado de matéria teria isso? Por que deveríamos confiar nas conclusões e na moral oriundas de um cérebro tido como apenas um aglomerado de moléculas? As “explicações” evolucionistas para a existência da moralidade têm se mostrado insuficientes. A única resposta lógica é que o Legislador universal nos fez à imagem dEle. Portanto, somos dotados de uma moralidade que se reporta à moral absoluta dEle, ainda que de maneira inconsciente, para alguns.

Ideia central 2: A crença na origem da humanidade a partir de um casal nos torna a todos irmãos e dotados da mesma dignidade, independentemente de sexo, etnia ou condição social. O darwinismo social, de certa forma, ajudou a combater essa ideia, justificando o domínio do mais fraco pelo mais forte. Na Bíblia, Deus é apresentado como um Ser de amor incondicional e Jesus nos convida a ser como Ele (Mt 5:44-48). A parábola do bom samaritano (Lc 10:29-37) contradiz totalmente a lei do mais forte e apresenta o caráter de Deus na prática; o caráter que deve ser manifestado pelos seres criados à imagem dEle. O fato de o ser humano possuir moralidade o torna responsável por esse senso e ele será julgado por essa compreensão.

Para refletir
1. O que significa o fato de termos sido criados pelo Deus triúno?
2. Por que a ideia de moralidade contradiz o evolucionismo naturalista?
3. A humanidade tem origem em um casal criado por Deus. Como essa crença afeta as relações humanas e contradiz o darwinismo?

Ampliação
À imagem do Grande Designer
Criado à imagem e semelhança do Criador, espera-se que o ser humano também reflita os valores morais e éticos que caracterizam a natureza da própria Divindade. Assim, a mente humana pode estar apta para discernir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Essa aptidão possibilita ainda ao pesquisador identificar, no estudo do mundo natural, tanto esteticamente como no âmbito da ciência, aspectos positivos (que apontam para propósito e planejamento) e aspectos negativos (ligados a processos degenerativos). Na realidade, as características belas e funcionais da natureza são tão extraordinárias que cientistas religiosos ou não, por força da própria razão, afirmam que o mundo natural está repleto de evidências de design. Ou seja, seria possível, por meio do estudo sistemático da natureza, distinguir entre o acidental e o intencional.

Nesse sentido se destaca a principal proposta da Teoria do Design Inteligente (TDI): a mente humana está plenamente apta para perceber a diferença entre acaso e desígnio. Essa percepção é de importância fundamental nos acontecimentos cotidianos e é frequentemente utilizada na investigação científica, especialmente nas atividades de pesquisa experimental. Assim, a TDI inicia sua argumentação com a seguinte questão: Os objetos (por exemplo, os organismos biológicos) – mesmo que nada seja conhecido sobre sua origem – exibem características empiricamente detectáveis que sinalizam com segurança a ação de uma causa inteligente?

Os próprios proponentes dessa estrutura conceitual sugerem a melhor resposta para a referida pergunta que, por sua vez, constitui a premissa fundamental do design intencional: existem sistemas naturais que não podem ser adequadamente explicados em termos de forças naturais não dirigidas e apresentam características que, em quaisquer outras circunstâncias, atribuiríamos à inteligência. Essa mesma inteligência deixaria então um rastro ou assinatura, denominado “complexidade especificada”. Por um lado, a complexidade assegura que o sistema natural em questão não é tão simples que possa ser explicado facilmente pela casualidade. A especificação, por sua vez, garante que esse mesmo sistema mostre um tipo de padrão que é a marca registrada da inteligência.

A TDI procura se limitar exclusivamente ao campo de atuação da ciência. Por isso, a origem da vida e dos organismos não é considerada. A existência de sistemas irredutivelmente complexos, frequentemente identificados na biologia, representa um dos principais argumentos utilizados pelos adeptos desse modelo. Complexidade irredutível pode ser entendida como um sistema cujas várias partes estão inter-relacionadas de tal forma que, ao remover uma única parte, seria completamente destruída a funcionalidade desse mesmo sistema (um bom exemplo é a célula).


Figura 1 – À imagem do Grande Designer


Evidentemente, os sistemas irredutivelmente complexos, que evocam intencionalidade ou planejamento, não podem ter se desenvolvido mediante pequenas e sucessivas modificações ao acaso (processo não dirigido), o que contraria frontalmente as presumíveis modificações evolutivas progressivas (para as quais não se admitem metas, planos nem propósitos).


No contexto dos argumentos da TDI, verifica-se, frequentemente, que o evolucionismo ateísta é coerente e eficazmente desafiado. No entanto, a TDI procura investigar apenas os efeitos da inteligência, sem se preocupar com o agente inteligente. Ou seja, por um lado, a evolução darwiniana (Teoria Geral da Evolução) é consistentemente questionada, pois o tempo e o acaso jamais refletiriam designinteligente. Entretanto, por outro lado, o paradigma em questão revela sua maior limitação: muito embora sejam valorizadas as evidências de planejamento na natureza, ignora-se o óbvio: a identidade do designer ou planejador.

É importante ainda destacar que o brilhante e coerente detalhamento de inúmeras evidências de planejamento na natureza e as contundentes e pertinentes críticas ao evolucionismo caracterizam o Movimento do Design Inteligente como um forte aliado do criacionismo. Entretanto, a TDI constitui, em sua concepção prevalecente, um paradigma duplamente insatisfatório, pois se restringe praticamente ao campo da biologia e ignora a existência do agente inteligente ou planejador. Em última análise, uma inteligência fora da natureza é necessária para explicar o projeto inteligente da própria natureza.

Assim, muito embora a TDI se apresente como um modelo válido e coerente, ela é epistemicamente insuficiente. Ou seja, a inteligência humana não se contenta em obter apenas conhecimentos empíricos. O ser humano, naturalmente, deseja conhecer seu passado, os propósitos de sua existência, seu destino e um ser supremo transcendente (dimensão espiritual). Nesse sentido, o criacionismo se mostra inegavelmente superior e muito mais completo, em comparação com a proposta do Design Inteligente.

Com efeito, o Design Inteligente aponta para o Grande Designer, o Criador. A narrativa bíblica é simples e clara: no período definido por seis rotações completas e sucessivas do planeta Terra, há aproximadamente seis mil anos, o Criador organizou e/ou criou um mundo muito superior, muito mais ordenado e complexo, para prover um ambiente ideal para os seres vivos. Neste planeta, então perfeito, Ele colocou os ancestrais do ser humano (Adão e Eva) e os antecessores de todos os organismos que têm vivido neste planeta. Na ocasião, o próprio Deus estabeleceu leis e processos físicos, químicos e biológicos conservativos (destacando-se a capacidade de reprodução), objetivando assegurar a continuidade de Sua criação em nosso planeta. Essa é a verdadeira origem da vida, do ser humano e das demais espécies. E as implicações são importantes:

1. Vindos de um mesmo casal, todos os seres humanos se tornam irmãos, independentemente das diferenças étnicas, sociais, etc.
2. Criados à imagem e semelhança de um Deus moral, os seres humanos, diferentemente dos animais, são igualmente dotados de senso de moralidade, atributo dificilmente explicado sob a ótica darwinista.
3. O sexo, para os seres humanos, trata-se de algo que vai além do mero instinto de reprodução. Ele revela o propósito do Criador com respeito à união que deve haver entre homem e mulher.
4. “Deus é amor” (1Jo 4:8). O ser humano, criado à imagem e semelhança desse Deus, quando mantém comunhão com a Divindade, manifesta esse amor ao semelhante. Isso contradiz a máxima evolucionista que prevê a sobrevivência do mais apto e a competição como motor da existência.

Conclusões
– O autor da Lição pergunta: “Por que, ao contrário dos besouros, pulgas e até mesmo chimpanzés, os seres humanos têm uma consciência moral, um conceito que distingue entre o certo e o errado? Como seres feitos essencialmente de matéria amoral (quarks, gluóns, elétrons e assim por diante) podem estar cientes de conceitos morais? A resposta pode ser encontrada nos primeiros capítulos da Bíblia, que revelam que os seres humanos são criaturas morais feitas ‘à imagem de Deus’.”

– O próprio Kant parece apontar para o argumento moral [se existe uma lei moral, deve existir o legislador dessa lei] ao escrever: “Duas coisas ocupam a mente com admiração e reverência sempre renovadas e crescentes quanto maior é a frequência e a regularidade com que alguém reflete sobre elas: o céu repleto de estrelas sobre mim e a lei moral dentro de mim” (Fábio Konder Comparato, Ética: direito, moral e religião no mundo moderno [São Paulo: Cia. das Letras, 2006], p. 67, 69).

– O autor da Lição escreveu: “Deus chama o forte a cuidar do fraco, enquanto os princípios de Satanás exigem a eliminação dos fracos pelos fortes. Deus criou um mundo de relacionamentos pacíficos, mas Satanás distorceu as coisas de modo tão completo que muitos consideram a sobrevivência do mais apto o padrão normal de conduta. Se o processo perverso de seleção natural (em que os fortes dominam os fracos) tivesse sido o meio pelo qual viemos à existência, por que deveríamos agir de modo diferente? Se aceitarmos esse ponto de vista e promovermos nossos interesses, em detrimento dos menos ‘naturalmente selecionados’, não deixaremos de seguir a Deus, e os princípios da natureza, da maneira que Ele ordenou?”

– Clique aqui para ler um texto que mostra um triste exemplo de aplicação da seleção levada a extremos.

– Leia o texto “Eles adotam a metodologia do DI e nem sabem” (aqui).

Assista ao esboço em vídeo desta lição. Clique aqui.
Assista também à exposição geral da Lição “Origens” (aqui).


Fonte: CPB.

Um comentário:

  1. “Por que, ao contrário dos besouros, pulgas e até mesmo chimpanzés, os seres humanos têm uma consciência moral, um conceito que distingue entre o certo e o errado?"

    Porque comeram o fruto proibido.

    "Então disse o SENHOR Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente,"

    Parece que o plano original era que não fossem
    "como um de nós, sabendo o bem e o mal".

    A vida eterna só dependia de comerem também da árvore da vida.

    De facto nem a cobra se portou bem : podia te-los levado a comerem primeiro da árvore da vida e só depois da árvore da sabedoria.

    Os Eloyin também não tiveram um comportamento correcto: castigaram alguém que era como um besouro que não distinguia o bem do mal.

    Parece que as únicas vitimas foram Adão e Eva. Ganharam a igualdade com os Eloyom e a cobra que aparentemente também distinguia o bem do mal.

    A cobra foi também castigada mas menos. Essa pelo menos aparentemente sabia o que fazia.

    A quem devemos então estar gratos por distinguir o bem do mal?

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