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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Você é daqueles que apenas se chocam com a crueldade da indústria da carne?!

Choca-me a vida que o animal foi forçado a levar, em galpões, currais e baias fedorentas, tendo que permanecer o tempo todo, comer, descansar e dormir, em contato com centenas ou milhares de outros indivíduos que não fariam parte do grupo ao qual esse animal teria se afeiçoado, caso estivesse vivendo livre.

Choca-me o processo de captura desses animais (frangos, perus, porcos, ovelhas, cabras, vacas, cães, cavalos e peixes) na hora de colocá-los nos caminhões e barcos para serem transportados.

Choca-me o fato de tirarem a água e a comida das aves, porcos, bois e vacas dois dias antes de serem mortos (para diminuir a imundície na hora do transporte e depois na esteira da morte), quando passaram seus miseráveis dias de vida sendo forçados a comer em demasia e a beber muita água para dar conta do lixo que dão a eles. Na hora da captura e na hora da lâmina cortante, o animal, igualzinho aos humanos em estado de terror, se desfaz em vômitos e diarreias.

Se o animal tiver comido normalmente, a montanha de urina, fezes e vômito fará com que os lucros diminuam, porque requererá água para ser limpa e mão-de-obra para o serviço. Então, privar o animal de água e comida é prática em todos os sistemas de produção mecânica de carnes vivas em carnes mortas para consumo humano (vejam o documentário Terráqueos).

Choca-me o transporte abarrotado desses seres sencientes em estado de pânico, a descida na rampa do caminhão até a esteira da morte, a espera na esteira enquanto os companheiros já foram trespassados pelas lâminas, a amputação de pernas, a abertura da pele e do corpo para retirada das vísceras, o sangue escorrendo na câmara, a carcaça pendurada seguindo agora morta para o talho, as pessoas talhando talhando e talhando pedaços de carne (vejam o documentário CarneOsso) como se fossem massa de pão ou cenouras, os pacotes seguindo para os distribuidores, baixando nas gôndolas, e milhões de zumbis agarrando-os e colocando-os em seus carrinhos de compra.

Choca-me todo o processo de desmonte do corpo vivo de seres sencientes, até que esse corpo reste apenas como um naco de matéria morta qualquer.

Choca-me o processo de tornar ausente o referente (leiam da Carol J. Adams, A Política Sexual da Carne), até que o pedaço de carne no prato não contenha mais nenhuma informação de que o sujeito desse corpo dilacerado em bifes foi um animal inteligente, sensível e consciente, como nós, os que agora comemos seus restos mortais sem piedade.

E choca-me ver que toda gente segue comendo isso com a maior complacência, e se achando moralmente superior ao animal que abocanha. É simplesmente visceral. Não é moral.

Fonte: Galactolatria.

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