h) Fim permanente do diálogo entre os
anjos não caídos e os caídos. Nova destruição das obras do diabo por parte do
Senhor Jesus! Toda essa liberdade concedida a Satanás
e seus anjos, de levar diante de Deus suas lorotas
por meio dos anjos não caídos, segundo as Escrituras, teve um fim. “Chegou o
momento de ser julgado este mundo, e
agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12:31). “Jesus respondeu: — De fato, eu
vi Satanás cair do céu como um raio” (Lc 10:18, NTLH). “E foi expulso o grande dragão,
a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo,
sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande
voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus
e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o
mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Por isso, festejai,
ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu
até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:9,10
e 12). Você percebe que Jesus, João e a “grande voz do céu” estão falando de
uma expulsão de Satanás do Céu posterior a primeira expulsão, a qual teve seu
lugar antes mesmo da criação na Terra?! Vou lhe ajudar a enxergar este fato
importantíssimo, a segunda expulsão do dragão, apresentado pelas Escrituras. O
Senhor Jesus em João 12 afirmou que o mundo estava prestes a ser julgado e
Satanás – o usurpador do principado de Adão e Eva – seria expulso. Mas, o
julgamento dos habitantes de nosso planeta não se daria nos dias de Jesus,
pois, caso assim ocorresse, todos estaríamos condenados, já que o Substituto do
pecador arrependido não teria morrido em seu lugar e o próprio Juiz não estaria
em Seu tribunal celestial para determinar as sentenças! Segundo o profeta
Daniel o tribunal abriria suas portas e o julgamento no Céu começaria somente
após a queda do império romano (cf. Dn 7), o que ocorreu mais de 400 anos
depois da encarnação de Deus aqui na Terra (476 d.C.)! Se nosso Salvador não
estava se referindo ao julgamento celestial dos pecadores terráqueos (cf. At
17:31), então que julgamento Ele tinha em mente? Algum tempo depois, Jesus
asseverou: “o príncipe deste mundo já está julgado”
(Jo 16:11) ou “condenado” (NVI). No tópico anterior (g) nós vimos a aparente liberdade que Satanás possuía ao conversar
com os anjos não caídos e ter suas palavras levadas até Deus por aqueles seres
não contaminados. No entanto, o Senhor Jesus, o Miguel, previu em João 12:31
que Satanás estava prestes a perder essa regalia e não somente isto – estaria julgado
pelos anjos não caídos como não merecedor de nenhum tipo de favor por parte
deles, ou seja, condenado à completa rejeição do Céu! Isto deve ter acontecido
nalgum momento anterior à cruz, pois em João 12:32 o Senhor a mencionou e em
João 16:11 Ele ainda não havia sido “levantado” ou crucificado! Possivelmente,
desde a (primeira) expulsão do Céu, os anjos não caídos toleravam Satanás,
ainda que minimamente, uma vez que eles observavam sua conduta cruel e
destruidora aqui na Terra. Talvez eles pensassem que o ex-Lúcifer não trataria
seu Criador assim quando Ele viesse revestido da humanidade. Quando observaram
a maldade diabólica dos anjos maus contra Aquele que Se submetera às péssimas
escolhas humanas e descera para sacrificar-Se de maneira máxima por eles, para
dar-lhes certeza de que ainda existia esperança para sua situação, para
revelar-lhes o caráter todo-amável da Trindade e Seu esforço divino em favor de
todos os pecadores humanos, e mesmo assim, Satanás dirigir sua energia para
atrapalhar esta obra de redenção e destruir a própria vida (humana) de Jesus,
talvez, então, a partir dessas observações os anjos não caídos “julgaram” e “condenaram”
seus ex-companheiros de perfeição e os “expulsaram” para sempre da posição dialogável
tolerada por eles! Deus deu livre arbítrio para Seus filhos mais velhos que nós
também, e Ele permitiu que eles tomassem essa decisão, realizassem esse
julgamento a respeito de seu relacionamento com Satanás na Terra no tempo
deles! Talvez isto explique muitos dos acontecimentos que envolvem dor e
sofrimento em nosso planeta – o desdobramento do plano divino entre os anjos!
Não enxergamos nada disso, mas talvez o que vemos sejam os resultados desse
conflito angelical, claro, muito bem administrado pela Trindade. Assim sendo,
uma vez que Satanás perdeu perante (alguns dos) os anjos não caídos o que ele
nunca teve perante Deus – o direito de representar o planeta Terra nas reuniões
interplanetárias (cf. Jó 1:6), de tê-lo como seu reino (cf. Mt 4:8,9) e de
enviar recados para Deus por meio dos santos anjos – ele “desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo
que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12)! Alguns detalhes esclarecedores:
Apocalipse 12:7 e 8 se refere à guerra militar ocorrida no Céu e seu resultado,
expulsão de Satanás e seus anjos. Apocalipse 12:9 também se refere à derrota de
Satanás, mas já com o segundo sentido da expulsão de João 12:31, pois em Ap.
12:9 ele é chamado de títulos que até a primeira expulsão Satanás não possuía (“serpente”,
“sedutor de todo o mundo”)! Talvez Lucas 10:18 seja uma referência direta à
segunda expulsão de Satanás, onde Jesus diz tê-lo visto caindo do Céu dias
antes da Cruz! E Apocalipse 12:10-12 menciona que houve uma ordem de festa no
Céu devido a salvação garantida para o pecador que a desejasse por meio da
morte substitutiva de Jesus na Terra e a segunda expulsão de Satanás do Céu.
Talvez vários anjos já não tolerassem o diálogo com o mal e as mensagens trazidas
ao Céu enviadas por ele, e quando houve um consenso angelical quanto a isso, em
algum momento próximo a crucifixão do Messias, então todos eles se alegraram
naquele instante! Por outro lado, lamentaram profundamente pelos habitantes da
Terra, pois, se os anjos maus mesmo divididos em destruir a humanidade e enviar
recados para Deus já causavam tanta desgraça na vida das famílias humanas,
quanto maior desgraça fariam eles após perderem o direito da segunda atividade,
de modo que teriam todo o tempo para se concentrarem numa só realização!! “Ai
da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo
que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12). O “diabo” ou o acusador não mais teria espaço no Céu. No entanto, acusaria um
pecador por meio de outros e causaria grandes estragos no corpo de Cristo, na
Igreja, por meio de discórdias! O mal sabe que após a Cruz “pouco tempo lhe
resta”. Mas, e eu, vivo consciente disso? De que não tenho mais tempo a perder
com as coisas deste mundo que são exatamente armadilhas do derrotado, porém,
bastante vivo inimigo de Cristo e de Sua obra redentora? Talvez Satanás tivesse
o direito de chegar até os portões do Céu (cf. Sl 24:7-10). Mas os anjos unanimemente
tomaram dele o passaporte que ele
usava para sair do planeta Terra e o atiraram e o confinaram aqui, a ele e aos “seus
anjos” (cf. Ap 12:9 e 13). A partir da Cruz, Satanás foi confinado ao único
planeta, em todo o universo de Deus, que se desgarrou e se perdeu (cf. Lc
15:5-7), mas que em “pouco tempo” será redimido e elevado por Miguel, pelo Cristo,
ao posto de capital do universo, o “novo céu” (cf. Ap 21:1)! “Para isto se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo 3:8).
Conclusão Não é a toa que os
anjos não caídos amam estudar o plano da redenção dos homens, “coisas essas que
anjos anelam perscrutar” (I Pe 1:12)! A morte de JAVÉ encarnado na cruz além de
salvar o planeta Terra do mal, salva a todo o universo de uma ressurreição do mal, pois revela de modo
singular e inesgotável o compromisso do Criador com TODAS as Suas criaturas, em
especial com as racionais e livres! Portanto, quem em são juízo pode afirmar
que a Cruz é um assunto que se limita apenas a redenção dos homens? (Hendrickson Rogers)
A expressão "sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12) é rica em resposta.
ResponderExcluirOs anjos, tal como a humanidade, receberam o "livre arbítrio" - só que isso não significa "independência" de Deus. Deus continua sendo a Fonte, a Vida. Separado DEle, portanto, encontramo-nos separado da Fonte de Vida - cujo resultado é "morte".
Ao criar a rebelião, Lúcifer separou-se de Deus - e, assim, deveria ter morrido imediatamente. Ocorre, porém, que Deus o poupou por um tempo, para que ele mesmo provasse estar total, completa e absolutamente errado.
Os demais anjos teriam ficado de que modo, em relação a Deus, dada a dúvida lançada por Lúcifer, se este tivesse morrido de imediato?
Vejam, portanto, que, até nisso, temos a sabedoria do Eterno em favor daqueles que Ele não deseja que alimentem dúvidas sobre o Seu caráter! Devemos servi-Lo por amor, jamais por medo.
Enquanto isso, Satanás sabia que pouco tempo lhe restava, pois isso é intrínseco ao pecado, com seu poder destrutivo e homicida.
Até então não havia "data de vencimento".