segunda-feira, 25 de junho de 2012

O Plano da Redenção para os anjos - 4ª parte


      h)      Fim permanente do diálogo entre os anjos não caídos e os caídos. Nova destruição das obras do diabo por parte do Senhor Jesus! Toda essa liberdade concedida a Satanás e seus anjos, de levar diante de Deus suas lorotas por meio dos anjos não caídos, segundo as Escrituras, teve um fim. “Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso” (Jo 12:31). “Jesus respondeu: — De fato, eu vi Satanás cair do céu como um raio” (Lc 10:18, NTLH). “E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos. Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:9,10 e 12). Você percebe que Jesus, João e a “grande voz do céu” estão falando de uma expulsão de Satanás do Céu posterior a primeira expulsão, a qual teve seu lugar antes mesmo da criação na Terra?! Vou lhe ajudar a enxergar este fato importantíssimo, a segunda expulsão do dragão, apresentado pelas Escrituras. O Senhor Jesus em João 12 afirmou que o mundo estava prestes a ser julgado e Satanás – o usurpador do principado de Adão e Eva – seria expulso. Mas, o julgamento dos habitantes de nosso planeta não se daria nos dias de Jesus, pois, caso assim ocorresse, todos estaríamos condenados, já que o Substituto do pecador arrependido não teria morrido em seu lugar e o próprio Juiz não estaria em Seu tribunal celestial para determinar as sentenças! Segundo o profeta Daniel o tribunal abriria suas portas e o julgamento no Céu começaria somente após a queda do império romano (cf. Dn 7), o que ocorreu mais de 400 anos depois da encarnação de Deus aqui na Terra (476 d.C.)! Se nosso Salvador não estava se referindo ao julgamento celestial dos pecadores terráqueos (cf. At 17:31), então que julgamento Ele tinha em mente? Algum tempo depois, Jesus asseverou: “o príncipe deste mundo já está julgado” (Jo 16:11) ou “condenado” (NVI). No tópico anterior (g) nós vimos a aparente liberdade que Satanás possuía ao conversar com os anjos não caídos e ter suas palavras levadas até Deus por aqueles seres não contaminados. No entanto, o Senhor Jesus, o Miguel, previu em João 12:31 que Satanás estava prestes a perder essa regalia e não somente isto – estaria julgado pelos anjos não caídos como não merecedor de nenhum tipo de favor por parte deles, ou seja, condenado à completa rejeição do Céu! Isto deve ter acontecido nalgum momento anterior à cruz, pois em João 12:32 o Senhor a mencionou e em João 16:11 Ele ainda não havia sido “levantado” ou crucificado! Possivelmente, desde a (primeira) expulsão do Céu, os anjos não caídos toleravam Satanás, ainda que minimamente, uma vez que eles observavam sua conduta cruel e destruidora aqui na Terra. Talvez eles pensassem que o ex-Lúcifer não trataria seu Criador assim quando Ele viesse revestido da humanidade. Quando observaram a maldade diabólica dos anjos maus contra Aquele que Se submetera às péssimas escolhas humanas e descera para sacrificar-Se de maneira máxima por eles, para dar-lhes certeza de que ainda existia esperança para sua situação, para revelar-lhes o caráter todo-amável da Trindade e Seu esforço divino em favor de todos os pecadores humanos, e mesmo assim, Satanás dirigir sua energia para atrapalhar esta obra de redenção e destruir a própria vida (humana) de Jesus, talvez, então, a partir dessas observações os anjos não caídos “julgaram” e “condenaram” seus ex-companheiros de perfeição e os “expulsaram” para sempre da posição dialogável tolerada por eles! Deus deu livre arbítrio para Seus filhos mais velhos que nós também, e Ele permitiu que eles tomassem essa decisão, realizassem esse julgamento a respeito de seu relacionamento com Satanás na Terra no tempo deles! Talvez isto explique muitos dos acontecimentos que envolvem dor e sofrimento em nosso planeta – o desdobramento do plano divino entre os anjos! Não enxergamos nada disso, mas talvez o que vemos sejam os resultados desse conflito angelical, claro, muito bem administrado pela Trindade. Assim sendo, uma vez que Satanás perdeu perante (alguns dos) os anjos não caídos o que ele nunca teve perante Deus – o direito de representar o planeta Terra nas reuniões interplanetárias (cf. Jó 1:6), de tê-lo como seu reino (cf. Mt 4:8,9) e de enviar recados para Deus por meio dos santos anjos – ele  “desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12)! Alguns detalhes esclarecedores: Apocalipse 12:7 e 8 se refere à guerra militar ocorrida no Céu e seu resultado, expulsão de Satanás e seus anjos. Apocalipse 12:9 também se refere à derrota de Satanás, mas já com o segundo sentido da expulsão de João 12:31, pois em Ap. 12:9 ele é chamado de títulos que até a primeira expulsão Satanás não possuía (“serpente”, “sedutor de todo o mundo”)! Talvez Lucas 10:18 seja uma referência direta à segunda expulsão de Satanás, onde Jesus diz tê-lo visto caindo do Céu dias antes da Cruz! E Apocalipse 12:10-12 menciona que houve uma ordem de festa no Céu devido a salvação garantida para o pecador que a desejasse por meio da morte substitutiva de Jesus na Terra e a segunda expulsão de Satanás do Céu. Talvez vários anjos já não tolerassem o diálogo com o mal e as mensagens trazidas ao Céu enviadas por ele, e quando houve um consenso angelical quanto a isso, em algum momento próximo a crucifixão do Messias, então todos eles se alegraram naquele instante! Por outro lado, lamentaram profundamente pelos habitantes da Terra, pois, se os anjos maus mesmo divididos em destruir a humanidade e enviar recados para Deus já causavam tanta desgraça na vida das famílias humanas, quanto maior desgraça fariam eles após perderem o direito da segunda atividade, de modo que teriam todo o tempo para se concentrarem numa só realização!! “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12). O “diabo” ou o acusador não mais teria espaço no Céu. No entanto, acusaria um pecador por meio de outros e causaria grandes estragos no corpo de Cristo, na Igreja, por meio de discórdias! O mal sabe que após a Cruz “pouco tempo lhe resta”. Mas, e eu, vivo consciente disso? De que não tenho mais tempo a perder com as coisas deste mundo que são exatamente armadilhas do derrotado, porém, bastante vivo inimigo de Cristo e de Sua obra redentora? Talvez Satanás tivesse o direito de chegar até os portões do Céu (cf. Sl 24:7-10). Mas os anjos unanimemente tomaram dele o passaporte que ele usava para sair do planeta Terra e o atiraram e o confinaram aqui, a ele e aos “seus anjos” (cf. Ap 12:9 e 13). A partir da Cruz, Satanás foi confinado ao único planeta, em todo o universo de Deus, que se desgarrou e se perdeu (cf. Lc 15:5-7), mas que em “pouco tempo” será redimido e elevado por Miguel, pelo Cristo, ao posto de capital do universo, o “novo céu” (cf. Ap 21:1)! “Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo 3:8).

Conclusão Não é a toa que os anjos não caídos amam estudar o plano da redenção dos homens, “coisas essas que anjos anelam perscrutar” (I Pe 1:12)! A morte de JAVÉ encarnado na cruz além de salvar o planeta Terra do mal, salva a todo o universo de uma ressurreição do mal, pois revela de modo singular e inesgotável o compromisso do Criador com TODAS as Suas criaturas, em especial com as racionais e livres! Portanto, quem em são juízo pode afirmar que a Cruz é um assunto que se limita apenas a redenção dos homens? (Hendrickson Rogers)

Estude toda a pesquisa: 1ª parte, 2ª parte3ª parte, 4ª parte e Apêndice.

Um comentário:

  1. A expressão "sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12) é rica em resposta.
    Os anjos, tal como a humanidade, receberam o "livre arbítrio" - só que isso não significa "independência" de Deus. Deus continua sendo a Fonte, a Vida. Separado DEle, portanto, encontramo-nos separado da Fonte de Vida - cujo resultado é "morte".
    Ao criar a rebelião, Lúcifer separou-se de Deus - e, assim, deveria ter morrido imediatamente. Ocorre, porém, que Deus o poupou por um tempo, para que ele mesmo provasse estar total, completa e absolutamente errado.
    Os demais anjos teriam ficado de que modo, em relação a Deus, dada a dúvida lançada por Lúcifer, se este tivesse morrido de imediato?
    Vejam, portanto, que, até nisso, temos a sabedoria do Eterno em favor daqueles que Ele não deseja que alimentem dúvidas sobre o Seu caráter! Devemos servi-Lo por amor, jamais por medo.
    Enquanto isso, Satanás sabia que pouco tempo lhe restava, pois isso é intrínseco ao pecado, com seu poder destrutivo e homicida.
    Até então não havia "data de vencimento".

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