terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem"


“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:43-48).

Encerro a série “Eu, porém, vos digo” com esta passagem bíblica que explicita ainda mais o significado das outra cinco vezes que o Mestre divino pronunciou essa antítese (em verdade, Mateus, Marcos 9:13 e João 4:35 apresentam um total de 9 dessas antíteses; a de Marcos coincide com a terceira de Mateus; e a de João reflete claramente que Jesus usava essas expressões para contradizer e corrigir a interpretação equivocada que os líderes judeus e demais religiosos tinham do Antigo Testamento e da realidade em geral! Em nenhum momento Ele contradisse o AT.).

Se procurarmos no AT o mandamento “amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” não iremos achar nada parecido! No entanto, essa frase resumia muito bem a crença judaica com relação aos relacionamentos com os não judeus: “Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber... Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher” (Jo 4:7,27). “Responderam, pois, os judeus [a Jesus] e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?” (Jo 8:48).

O Senhor Jesus deixou muito claro como a interpretação errada do AT e o costume de acrescentar leis às de Deus geram perigosos tradicionalismos, responsáveis por sofrimentos e mortes, infelicidades e crimes hediondos praticados às custas do Nome e da Lei de Deus!

No Antigo Testamento encontramos o mandamento do amar o próximo, bem como o estrangeiro e até o inimigo. Jesus desenterrou este mandamento dos escombros do tradicionalismo judaico e chegou a chamá-lo de “novo mandamento” (Jo 13:34) também por causa dos preceitos humanos que suplantavam os divinos (cf. Mc 7:1-13) na religião de Israel. (Por outro lado, Deus chamou “novo” esse mandamento quando Ele o contextualizou dizendo “que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros”!). Relembremos: “Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo. Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou JAVÉ. Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou JAVÉ” (Lv 19:15-18). “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar; para que JAVÉ não veja isso, e lhe desagrade, e desvie dele a sua ira” (Pv 24:17,18). “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e JAVÉ te retribuirá” (Pv 25:21,22). “Uma e a mesma lei havereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou JAVÉ, vosso Deus” (Lv 24:22). “Se um estrangeiro habitar entre vós e também celebrar a Páscoa a JAVÉ, segundo o estatuto da Páscoa e segundo o seu rito, assim a celebrará; um só estatuto haverá para vós outros, tanto para o estrangeiro como para o natural da terra” (Nm 9:14). “Não fale o estrangeiro que se houver chegado a JAVÉ, dizendo: JAVÉ, com efeito, me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca. Porque assim diz JAVÉ: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança, darei na minha casa e dentro dos meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará. Aos estrangeiros que se chegam a JAVÉ, para o servirem e para amarem o nome de JAVÉ, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:3-7).

“E orai pelos que vos perseguem”. A história de Davi, também contida no AT, parece nos dizer algo a esse respeito. Leia um salmo e a probabilidade de você ver Davi (e outros salmistas) cantando sobre a perseguição de seus inimigos, inclusive compatriotas (Sl 3:6)! Davi teve a chance de matar Saul, um de seus piores perseguidores, algumas vezes, mas ele não o fez porque considerava o ainda rei de Israel como “ungido de JAVÉ” (I Sm 24:6). Alguém com tamanha percepção espiritual mesmo na angústia, certamente colocava os nomes de seus inimigos em suas não raras orações, em seus clamores e gemidos (comp. Com Pv 24:10).

Sim, não havia desculpa para a existência do ditado judeu “amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” e o Salvador Jesus, Aquele que nos dá a chance de abandonarmos ditados tronchos, conceitos equivocados de Deus e tradições ofensivas a Sua Palavra, oportunizou à cadente religião judaica a libertação de doutrinas humanas, bem como oferece a você, meu querido leitor, a chance de identificar seus costumes em desacordo com a Bíblia e abandoná-los pelo poder que há na Palavra de Jesus! Somente assim seremos reconhecidos como legítimos “filhos do Pai celeste”, pois estaremos imitando a conduta divina para com Seus próximos e Seus inimigos!



“Eu, porém, vos digo: sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”, é o que ensina cada um dos “Eu, porém, vos digo” de Jesus Cristo, o qual foi a Palavra do Antigo Testamento, a Palavra do Novo Testamento, e ainda é a Palavra eterna, imutável, sem contradições nem variações! Amor e obediência sejam oferecidos a Palavra de Deus. Amém! (Hendrickson Rogers)

Todo este estudo está disponível num pequeno livro em PDF AQUI (clique).
E ainda aqui no Blog na seguinte sequência de capítulos:

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Deus criou a Lei para proteger o homem. A besta cria leis contra o homem e seu Criador!


Desde a terceira semana de janeiro de 2012 estamos recebendo notícias de arrocho legal contra os guardadores do sábado, em Portugal. Estamos em nosso site divulgando desde quase um ano sobre a iminência de uma crise econômica muito forte, a 3ª depressão na economia global. Os países adiantados estão, de forma inédita, em gravíssima crise econômica em tempos de relativa paz. E aos poucos se justificam medidas drásticas para salvar as economias e os empregos. Os sindicatos irão aliar-se nessa luta pela sobrevivência. E o sábado será atacado. Começou em Portugal, um país onde a Inquisição foi forte, assim como na Espanha, Itália e França.
O governo português tomou uma decisão, que tornou legal, com apoio dos sindicatos, que os empresários lá poderão convocar os trabalhadores em 25 sábados ao ano, sem pagamento de hora extra. Agora o sábado é um dia normal de trabalho, como os dias que o antecedem.
Como agirão os que guardam o sábado, nesse país? Deverão começar a viver pela fé. É a sacudidura mais forte iniciando.
Elen G. White explica que haveria 4 estratégias de satanás contra [o remanescente de Ap 12:17], antes do fim. [...]
As quatro estratégias são:
1ª) mornidão, ou mundanismo: manter a igreja voltada para o mundo, de modo que ela morna não conclua nunca a pregação do evangelho;
2ª) opressão, caso a igreja se reavive (o que acontece desde 2009, por iniciativa do Pr Ted Wilson), e inicie a pregação do Alto Clamor (também a igreja já está crescendo na pregação de verdades que incomodam Babilônia), ensine sobre o verdadeiro dia de guarda, virá a opressão, para tornar impossível a santificação do sábado (é isso que está acontecendo em Portugal);
3ª) decreto dominical, caso a opressão não intimide os guardadores do sábado, então vem o decreto dominical;
4ª) decreto de morte, último recurso, o mais radical, contra o povo de DEUS. Essa estratégia antecede a sétima praga, e é um ato de vingança diante da iminente derrota de satanás e seus aliados, mas será sem efeito prático, pois nenhum santo será morto.
É importante que entendamos o que se passa pelo mundo. Mas muito mais importante é o preparo para permanecermos em pé e não sermos sacudidos da igreja em direção ao mundo.
Fonte: Parceiro Sétimo Dia.
Nota: "Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis" (Ap 13:11-18). A besta que emerge "da terra" também tem criado leis contra o ser humano e seu Criador. Confira. (Hendrickson Rogers)

Deus criou a Lei para proteger o homem. A besta que emerge "da terra" cria leis contra o homem!

Historicamente, a Gestapo e a KGB são notórias como agências policiais estatais de monitoração, repressão e perseguição, inclusive de cristãos. Enquanto a Gestapo e a KGB miravam dissidentes e cristãos, o FBI mirava criminosos. Os tempos mudaram. A Gestapo e a KGB desapareceram nos escombros da história. E agora o FBI, que deveria estar mirando islâmicos terroristas, mira os cristãos, se tornando aos poucos como a Gestapo e a KGB.
Primeiro, conforme foi denunciado no meu blog [do Júlio], o FBI está atrás de uma ex-lésbica e sua filha. A mulher se tornou cristã e teve de fugir dos EUA, porque a ex-amante, uma ativista lésbica, exige a menina. Mas o FBI não está do lado da mãe natural. O FBI está com o movimento gay, prendendo pastores e movendo uma perseguição internacional contra a mãe cristã e sua filha. E agora, WND relata o caso de um pregador de rua na mira do FBI. É de se temer o que o FBI acabará se tornando em futuro não muito distante. E não seria difícil o FBI perseguir grupos cristãos e conservadores. Numa das excelentes aulas de seu curso de filosofia, o Prof. Olavo de Carvalho disse que por ano são aprovadas milhares de leis nos Estados Unidos. É claro que é impossível os cidadãos conhecerem todas essas leis. E quando você tem inimigos políticos, como apontou o Prof. Olavo, fica fácil pegar qualquer lei, que você desconheça, e jogar contra você. Só no ano passado, os Estados Unidos aprovaram 40 mil leis, de modo que, conscientemente ou não, todo americano deve estar quebrando alguma lei! Um terço dos americanos já passou, em algum momento de suas vidas, algum tempo na cadeia. Os tribunais americanos declaram aos que confessam que não sabiam: “O desconhecimento da lei não é desculpa”. Isso era fácil quando havia só os Dez Mandamentos. Mas se é impossível decorar dez por cento de todas as leis que foram aprovadas somente no ano passado nos EUA, como então se lembrar das leis que foram aprovadas nos outros anos? Esse enorme labirinto legal pode ser usado e abusado para prender e destruir os desafetos do sistema político no poder.
E os maiores desafetos desse sistema agora são os cristãos conservadores. Sei disso porque o governo americano já está monitorando sites cristãos. Sei disso porque eu mesmo estou em alguma lista negra. Sei disso porque o governo americano já declarou que os EUA vão estabelecer uma agência policial internacional a favor da agenda gayPerto do policiamento politicamente correto que o governo americano quer instaurar mundialmente, temo que a Gestapo e a KGB venham ainda a parecer coisa de criança.
Eis o artigo de WND:

Pregador quer saber se seu nome está na lista de terroristas

Bob Unruh
O Instituto Rutherford, um escritório de advocacia, está buscando saber se o FBI colocou em sua lista de monitoração de terroristas um pregador de rua que prega o Evangelho sem rodeios. O pregador, Michael Marcavage, recorreu à ajuda legal depois que ficou sabendo que o FBI estava querendo entrevistar e interrogar seus amigos sobre as atividades dele.
Michael Marcavage

O Instituto Rutherford confirmou que “uma fonte confiável informou Marcavage de que ele estava sendo alvo de uma investigação do FBI e que seu nome havia sido acrescentado à lista do FBI de monitoração de terroristas, com base na ligação alegada dele a uma organização antiaborto conhecida como ‘Exército de Deus’”. John Whitehead, presidente do Instituto Rutherford, disse que o FBI estava conduzindo uma investigação secreta nas ligações e atividades de Marcavage. Ele exigiu que o FBI revelasse o que está acontecendo ou pare a investigação. “Michael Marcavage merece saber o motivo por que está sob investigação e se ele foi, de fato, colocado na lista do FBI de monitoração de terroristas. Contudo, se, conforme suspeitamos, Marcavage não é culpado de nada, a não ser de dar mensagens religiosas pacíficas que autoridades governamentais veem como polêmicas, então o governo claramente ultrapassou seus limites constitucionais”, disse Whitehead. Marcavage é o diretor de um ministério de evangelismo cuja missão é a proclamação pública do Evangelho. Ele rotineiramente viaja pelo país pregando em fóruns públicos tradicionais, distribuindo literatura cristã e envolvendo os transeuntes em debates sobre a fé cristã.
Fonte: Júlio Severo.
Nota:"Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada. Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens. Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu; e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta. A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis" (Ap 13:11-18). A "primeira besta" também tem criado leis contra o ser humano e seu Criador. Confira. (Hendrickson Rogers)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Você assiste ao BBB?


Os críticos da televisão e do excesso de reality shows na programação ganharam um forte argumento a seu favor. Uma pesquisa feita por psicólogos da Universidade de Linz, na Áustria, chegou à conclusão de que o conteúdo que consumimos em livros, TV ou internet pode modificar nosso desempenho cognitivo de uma maneira muito mais poderosa do que imaginávamos.

No experimento, os voluntários leram um roteiro sobre um personagem fictício que leva uma vida extremamente fútil: ele arrumava em brigas por causa de esporte, ficava bêbado em bares todas as noites e não conseguia interpretar leituras simples. Já outro grupo de pessoas leu um texto sobre o mesmo personagem, mas todas as ações feitas por ele eram inteligentes e úteis.

Em seguida, todos responderam a um questionário de conhecimentos gerais com perguntas como “Qual a capital da Líbia?” e “Quem pintou o quadro Guernica?”, todas fáceis ou cujas respostas estão em telejornais ou programas culturais. O resultado, de acordo com o BodyOdd, foi surpreendente: quem leu a história do sujeito fútil saiu-se muito pior no quiz do que aqueles que acompanharam a história do personagem inteligente.

Os psicólogos explicam que ler ou ouvir sobre um personagem com um comportamento de sentimentos  negativos, como preguiça, violência, raiva ou até burrice, faz com que o espectador seja influenciado por eles e até reproduza algumas das ações da ficção na vida real. Desse modo, a decisão final é toda sua, já que o resultado depende do livro ou programa de TV escolhido.

Fonte: Tecmundo.

Nota: "Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte" (Pv 16:25). "Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se. E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22:11,12). Hendrickson Rogers.



O universo contemplando o "ai se eu te pego" terráqueo...


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Melquisedeque - uma evidência da divindade de Jesus

Paulo faz uma comparação entre Jesus e Melquisedeque, mencionando não tão sutilmente a eterna preexistência de Jesus e, portanto, Sua divindade: "sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus" (Hb 7:3). Ele usa a misteriosa ausência de informação sobre a origem e o fim daquele "rei-sacerdote" (Gn 14:18 e Hb 7:1) apontando-o como tipo ou sombra ou ilustração do Cristo. Mas, Melquisedeque e Jesus são pessoas distintas, pois, Abrão deu o dízimo àquele rei-sacerdote, mas não se prostrou perante ele; já quando JAVÉ (Jesus) foi visitá-lo com dois de Seus anjos, Abraão se prostrou (Gn 18:2)!

Tenho razões bíblicas suficientes para crer que:

a) Jesus era o JAVÉ que foi visitar Abraão;
b) Jesus era (e ainda é) o Anjo de JAVÉ ou de Deus mencionado ricamente no Antigo Testamento.

Prova:
"Disse mais JAVÉ: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito. Descerei e verei se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se assim não é, sabê-lo-ei" (Gn 18:20,21). Não é errado afirmar que a Trindade está sendo mencionada pelo Nome JAVÉ (YHWH) no verso 20, pois, onde está Uma Pessoa divina, Ela representa os Três, confira:

“porquanto, nele [Cristo], habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade [no grego theotes – expressa imagem ou transcrição]” (Cl 2:9).

“Então, disse JAVÉ Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal” (Gn 3:22).

“Então, disse JAVÉ: O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal” (Gn 6:3).

“Depois disto, ouvi a voz de JAVÉ, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu [o profeta Isaías]: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais” (Is 6:8,9). “Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse: Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não entendereis; vendo, vereis e não percebereis” (At 28:25,26). Ou seja, para Paulo, o JAVÉ de Isaías 6 é o Espírito Santo! Já para João, Ele é Jesus (Jo 12:41)!! A Pessoa divina específica nem sempre é o mais importante para o profeta, pois “Deus é Um só” (Tg 2:19)!   

Porém, a Trindade estava representada fisicamente, na forma humana, por uma única pessoa (Gn 18:1,2), ao visitar o pai da nação de Israel. Biblicamente, só Jesus, dos Três, apareceu em forma humana, tanto no AT como no Novo Testamento:
            I)         como “príncipe do exército de JAVÉ” para Josué (Js 5:13-15);
            II)        como “Anjo de JAVÉ” para Manoá e sua esposa (Jz 13:15,18,22);
            III)      como Miguel, “o grande príncipe”, “um dos primeiros príncipes”, para Daniel (Jz 10:13);
            IV)      como o “Cristo”, o “Filho de Deus”, o “Deus conosco”, o “Jesus” como ficou mais conhecido!
Vou demonstrar que as Escrituras se referem a todos os quatro personagens acima citados como uma e a mesma Pessoa divina – uma das Três Pessoas chamadas pelo mesmo Nome JAVÉ, concluindo assim, a prova das afirmações (a) e (b).

“Sou príncipe do exército de JAVÉ e acabo de chegar. Então, Josué se prostrou com o rosto em terra, e o adorou, e disse-lhe: Que diz meu senhor ao seu servo? Respondeu o príncipe do exército de JAVÉ a Josué: Descalça as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é santo” (Js 5:14,15). Caso Este “príncipe” fosse (apenas) um anjo de Deus não permitiria que um ser humano se prostrasse perante ele: “Prostrei-me ante os seus pés [do anjo] para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus” (Ap 19:10). Por outro lado, quando Abraão se prostrou perante JAVÉ em forma humana, como lemos, ele não foi repreendido! De fato, Êxodo 3 deixa claro que o “príncipe” que apareceu a Josué era o Anjo de JAVÉ, ou seja, o próprio JAVÉ,  ou seja, o próprio Deus:  “Apareceu-lhe o Anjo de JAVÉ numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima? Vendo JAVÉ que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa. Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus” (Êx 3:2-6). A Bíblia afirma que o “Anjo de JAVÉ” ou o “Anjo de Deus” (ou Anjo JAVÉ) é Deus em diversos lugares: “Naquele dia, JAVÉ protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo de JAVÉ diante deles” (Zc 12:8). Manoá ao vê-Lo afirmou ter visto Deus (Jz 13:13,22) e o Anjo disse que Seu Nome era “maravilhoso”, um dos nomes do “menino” Deus que viria no futuro, segundo o profeta Isaías (9:6, rodapé da NVI e King James Version)!

Que o Arcanjo Miguel é Jesus podemos também ver facilmente: em Judas 9 o “grande príncipe” Miguel é descrito como um arcanjo (chefe dos anjos). Unindo este texto com: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” (I Ts 4:16, Almeida Revista e Corrigida) e “em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão” (Jo 5:25), fica fácil vermos Jesus como Arcanjo Miguel! E o próprio Jesus, o “Emanuel”, afirmou várias vezes ser o Todo-poderoso “Eu Sou” que conversou com Moisés na sarça ardente (cf. Jo 6:35, 8:12,58, 10:7, 11:25, 13:19, 14:6 e 15:1). Sim, ao afirmar ser o Filho de Deus, Jesus Se colocava em pé de igualdade com o Pai, pois fazia as mesmas obras do Pai (cf. Jo 5:18 e 19)! E embora fosse “Filho” no sentido humano de Sua aparição, Jesus não tinha “pai” no sentido de Sua eterna divindade, como Paulo afirmou em Hebreus 7:3!

Conclusões:
 ü  Jesus apareceu a Abraão em Gn 18:1-3, pois Ele é o “EU SOU” (Jo 13:19), o JAVÉ “Deus de Abraão” (Êx 3:6).  
 ü  Jesus é o único que satisfaz as condições para ser o Anjo de JAVÉ ou Anjo de Deus (Gn 21:17), bem como o Arcanjo Miguel.
 ü  Nem o JAVÉ Pai, nem o JAVÉ Espírito Santo foram vistos com aparência humana na Bíblia, só o JAVÉ Jesus. Contudo, isto não quer dizer que, quando JAVÉ aparece no Antigo Testamento só uma Pessoa divina aparece! JAVÉ é Deus (Dt 6:4) e “Deus é um só” (Tg 2:19); Eles Três não concordam com a palavra Deuses, só com a palavra “deuses” (Êx 20:3), a qual, obviamente, nunca se refere a Eles!
 ü  Melquisedeque, um rei-sacerdote misterioso, anterior a Israel e ao sacerdócio levítico, contribuiu e muito para evidenciar a preexistência e divindade de Jesus Cristo! (Hendrickson Rogers)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

"Eu, porém, vos digo" e o "olho por olho, dente por dente" (parte 2)


O revide deve ser marcado pela boa intenção Voltando à “guerra no Céu” e ao texto de Tiago, podemos descobrir harmonia entre eles, o “Eu, porém vos digo” de Jesus e o Antigo Testamento. Resistir ao perverso está na Lei: “Não terás outros deuses diante de Mim” (Êx 20:3). Eva recebeu instrução e ordem para resistir ao mal (compare Dt 4:25-27 com Gn 2:16,17). O próprio Deus fez isto quando Satanás apareceu no Céu (Ap 12:7-9)! Esse revide ou essa reação é fruto da intenção de não permitir que o mal se espalhe e domine; portanto, tal vingança é legal. Quando Jesus, cheio do Senhor Espírito, ordenou “não resistais ao perverso” (Mt 5:39), Ele nos oportunizou mais um aprendizado transformador. Analise a sequência de textos que segue: “porque eu vos darei boca e sabedoria a que não poderão resistir, nem contradizer todos quantos se vos opuserem” (Lc 21:15); “e não podiam resistir à sabedoria [de Estêvão] e ao Espírito, pelo qual ele falava” (At 6:10). “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis” (Ef 6:13). Perceba o sentido da palavra resistir (a mesma palavra grega inclusive) em cada um deles! Conclusão: só quem está sujeito a Deus (Tg 4:7), ou seja, cheio do Espírito Santo, saberá quando resistir e quando não resistir. Mais uma vez, não é possível obedecer à Palavra de Deus longe do Autor dela!         

A espada de Pedro Deus não é a favor da guerra; longe disso Ele é o “Rei da paz”, “o Deus da paz” o “JAVÉ paz” (Hb 7:2, Rm 15:33 e Jz 6:24). Por outro lado, Ele sabe falar no idioma dos pecadores sem paz! Jesus guerreou com Satanás como “príncipe Miguel” (Dn 10:13), pois este disseminou violência no Céu (Ez 28:16,18), arrebanhou seguidores (Ap 12:4) com suas mentiras (Is 9:15) e partiu ousadamente para cima do trono de Deus (Is 14:12-14)! A Lei de Deus não condena a autodefesa, mas seu foco é a defesa do próximo, pois o próprio Deus, embora não precise Se defender, defende os Seus: “JAVÉ é o meu forte defensor; foi ele quem me salvou. Ele é o meu Deus, e eu o louvarei” (Êx 15;2, NTLH). “JAVÉ é homem de guerra; JAVÉ é o seu nome” (Êx 15:3); e somente neste sentido o “JAVÉ paz” também é “homem de guerra”! Isto nos ajuda a entender o relato sobre “espadas” (ou “facas de degolar”) de Lucas 22:35-38 e as palavras de Jesus à reação violenta de Pedro sobre o soldado Malco (Jo 18:10,11). Apesar de o Mestre não ter ordenado a Pedro “jogue fora a espada”, mas “guarde a espada” (NVI), certamente podemos enxergar a preocupação divina pela ausência das armas ao se resolver uma injustiça. Num contexto “civilizado”, Deus usa o idioma da cidadania para ensinar Seus princípios eternos. Ele mesmo poderia chamar Seus anjos para O defenderem daqueles que perante Ele estavam com “espadas e porretes” (Mt 26:55); “mais de doze legiões de anjos” (Mt 26:52), Ele garantiu, poderiam defendê-Lo usando espadas, talvez (cf. I Cr 21:27 e Js 5:13)! Parece-me que os anjos de Deus podem portar armas, mas, quanto a Seus filhos pecadores Jesus adverte: “Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão” (ibidem). Tem coisas que só o Pai e os filhos mais velhos podem usar. Não é um faça o que eu falo, mas não o que eu faço, e sim uma advertência devido a nossa natureza pecaminosa, algo que nem Deus nem os anjos possuem! Além do mais, os judeus não eram mais nômades (embora novamente escravos, devido a sua desobediência) e tampouco conquistadores vitoriosos.

Dar a outra face é pregar o evangelho “Dizendo ele isto, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que falas ao sumo sacerdote? Replicou-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se falei bem, por que me feres?” (Jo 18:22,23). É errado confundir não se vingar com não ser missionário! A primeira é virtude. A segunda é pecado. São, portanto, excludentes. Jesus não ofereceu a outra face, ao receber um tapa no rosto, como um coitadinho, uma vítima indefesa ou alguém em depressão ou com ressentimento ou ira. Diferente disso, Ele revidou com a pregação do evangelho. Ele não Se esquivou de um segundo tapa, mas aproveitou a oportunidade para apresentar a transgressão do soldado e oportunizar a arrependimento e mudança! Ele obedeceu a... Ele: “Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou JAVÉ” (Lv 19:16-18)! Oferecer a outra face sem ensinar algo ao ofensor é outra ofensa. Um seguidor de Cristo, conhecedor de Sua Palavra, deve saber disso. Quanta tristeza sobreveio àquele soldado caso ele tenha reconhecido o seu Salvador posteriormente! Contudo, tendo-se convertido a Deus ou não, as consequências de seus maus atos foram colhidas “olho por olho, dente por dente”; mas uma coisa é suportá-las possuindo o perdão divino e outra, bem diferente, é sofrer algo merecido estando em falta com o Salvador!

Por fim, a lei do altruísmo de Mateus 7:12 é citada por Jesus também nesse contexto, e com ela todas as perguntas encontram suas respectivas respostas: “Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica; dá a todo o que te pede; e, se alguém levar o que é teu, não entres em demanda. Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Lc 6:29-31)! Hendrickson Rogers

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Capítulo 4: "Eu, porém, vos digo", o 3° e o 9° Mandamentos.

"Eu, porém, vos digo" e o "olho por olho, dente por dente" (parte 1)


“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes” (Mt 5:38-42).

Vamos construir esta pesquisa bíblica permeando e respondendo as seguintes indagações:
(I)           É absolutamente errado revidar?
(II)        Agir vingativamente é igual a ou diferente de reagir em autodefesa?
(III)           Emprestar é uma obrigação do cristão?
(IV)          O cristão deve se submeter a toda e qualquer coação enquanto não lhe for exigido desobedecer à Deus?

Três textos do Antigo Testamento contêm a famosa expressão mencionada pelo Mestre divino. Vamos analisar seus contextos:

1°) Êxodo 21:1,12,14-16,18,19, 22-25. “São estes os estatutos que lhes proporás: Quem ferir a outro, de modo que este morra, também será morto. Se alguém vier maliciosamente contra o próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás até mesmo do meu altar, para que morra. Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto. O que raptar alguém e o vender, ou for achado na sua mão, será morto. Se dois brigarem, ferindo um ao outro com pedra ou com o punho, e o ferido não morrer, mas cair de cama; se ele tornar a levantar-se e andar fora, apoiado ao seu bordão, então, será absolvido aquele que o feriu; somente lhe pagará o tempo que perdeu e o fará curar-se totalmente. Se homens brigarem, e ferirem mulher grávida, e forem causa de que aborte, porém sem maior dano, aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas, se houver dano grave, então, darás vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé, queimadura por queimadura, ferimento por ferimento, golpe por golpe”.

2°) Levítico 24:10,11,13,15,16,17,19,20,22. “Apareceu entre os filhos de Israel o filho de uma israelita, o qual era filho de um egípcio; o filho da israelita e certo homem israelita contenderam no arraial. Então, o filho da mulher israelita blasfemou o nome de JAVÉ e o amaldiçoou, pelo que o trouxeram a Moisés. Disse JAVÉ a Moisés: Dirás aos filhos de Israel: Qualquer que amaldiçoar o seu Deus levará sobre si o seu pecado. Aquele que blasfemar o nome de JAVÉ será morto; toda a congregação o apedrejará; tanto o estrangeiro como o natural, blasfemando o nome de JAVÉ, será morto. Quem matar alguém será morto. Se alguém causar defeito em seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará. Uma e a mesma lei havereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou JAVÉ, vosso Deus”.

3°) Deuteronômio 19:14-21. “Não mudes os marcos do teu próximo, que os antigos fixaram na tua herança, na terra que JAVÉ, teu Deus, te dá para a possuíres. Uma só testemunha não se levantará contra alguém por qualquer iniqüidade ou por qualquer pecado, seja qual for que cometer; pelo depoimento de duas ou três testemunhas, se estabelecerá o fato. Quando se levantar testemunha falsa contra alguém, para o acusar de algum transvio, então, os dois homens que tiverem a demanda se apresentarão perante JAVÉ, diante dos sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias. Os juízes indagarão bem; se a testemunha for falsa e tiver testemunhado falsamente contra seu irmão, far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, exterminarás o mal do meio de ti; para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer semelhante mal no meio de ti. Não o olharás com piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé”.

Perceba que os dois primeiros textos (Êx 21:24 e Lv 24:20) têm como situação principal uma briga ou um ataque, enquanto o terceiro texto (Dt 19:21), um falso testemunho. Não há perda de significados se resumirmos a essência dos três com a afirmação “far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, exterminarás o mal do meio de ti; para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer semelhante mal no meio de ti. Não o olharás com piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Dt 19:19-21)! No entanto, essa legislação civil (geral) não anula nem sequer altera as responsabilidades individuais (os Dez Mandamentos), as quais podem tornar uma situação aparentemente comum, num caso especial.

Exemplos:
   a)    “Se um ladrão for apanhado roubando de noite uma casa e for morto, quem o matar não será culpado pela morte do ladrão. Mas, se isso acontecer durante o dia, ele será culpado de assassinato” (Êx 22:2,3, NTLH). O ladrão não cumpriu com sua obrigação de não roubar (Êx 20:15) e isto altera a responsabilidade de sua vítima com relação a Lei que ordena não matar (Êx 20:13)! Por outro lado, o mesmo caso sendo durante o dia pode culpar tanto o ladrão (pela tentativa de furto) como a vítima (por homicídio culposo ou doloso). (Não há uma inversão de culpas do tipo o culpado se torna inocente e o inocente se torna culpado. Mas, segundo a Bíblia há compartilhamento de culpas: o culpado se torna vítima, embora permaneça culpado, e a vítima se torna culpada, embora permaneça sendo vítima!). Também podemos cogitar o seguinte: e se à noite, mesmo com o ladrão dominado, sem ameaça e ele ainda suplicando por misericórdia, o dono da casa matá-lo? Perante a letra da legislação geral o dono da casa é inocente, mas e para o Autor (e Fiscalizador) da Lei? E ainda, mesmo durante o dia, imagine que o ladrão intentou tirar a vida de alguém de dentro de uma residência (ou naquela época, numa tenda), mas o dono da casa conseguiu impedi-lo e, mesmo esforçando-se por evitar, acabou tirando a vida do malfeitor! Perante a letra da Lei (ambos os Dez Mandamentos e a legislação civil) o dono da casa é culpado; contudo, para o Legislador, certamente, ele é inocentável.
  b)   Contemple o Senhor Jesus (o mesmo JAVÉ do AT) apresentando raciocínio semelhante na seguinte situação: “Se você receber a capa do seu vizinho como garantia de uma dívida, devolva-a antes que anoiteça. Pois a capa é a única coisa que ele tem com que se cobrir quando dorme, para esquentar o corpo. Sem a capa, ele não tem nada com que se cobrir. Quando ele clamar a mim pedindo ajuda, eu o atenderei, pois sou bondoso” (Êx 22:26,27, NTLH); não obstante, “ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa” (Mt 5:40). Embora o pobre (ou a vítima de roubo) tenha o direito legal de reivindicar sua capa (a parte mais protetora e isolante de suas vestes), como filhos de Deus, também temos o dever de ser mais sábios que nossos inimigos (Sl 119:98-100) e de “clamar” por Ele e confiar nEle! Jesus revela como a letra da Lei pode ser mau usada, bem como nos ensina os múltiplos sentidos harmônicos presentes na Lei. É para os que se interessam em conhecer os sentidos da Palavra de Deus que Ele prometeu: “Quando ele clamar a mim pedindo ajuda, eu o atenderei, pois sou bondoso”! Para eles, esta é a parte mais importante da Lei – seu Autor! Para eles, a prioridade é informar a Deus o acontecido e crer na Sua direção e no Seu cuidado. O reivindicar direitos, ainda que legais, só é genuinamente legal quando dentro deste contexto de relacionamento com o Legislador e submissão a Ele! Buscar a ajuda de Jesus sem querer conhecê-Lo não é direito de ninguém.

“Não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra” (Mt 5:39). Se entendermos essa ordem do Mestre como sendo literal apenas, faremos a Palavra de Deus dizer o que ela não intencionou e até contradizer-se; por exemplo, a Bíblia também ordena “resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7)! Você vai me dizer que o “diabo” não é “perverso”? Outro exemplo: “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás” (Ap 12:7-9). Imagine se o comandante Jesus (Miguel), não resistisse o (então) perverso Lucifer, lá no Céu, antes desse a ele a outra face... Novamente os múltiplos sentidos da Palavra estão em ação! Vamos entendê-los pela própria Palavra.

A ordem de Cristo é melhor expressa pela Nova Tradução da Linguagem de Hoje: “não se vinguem dos que fazem mal a vocês. Se alguém lhe der um tapa na cara, vire o outro lado para ele bater também” (Mt 5:39)! Revidar vingativamente é tão errado hoje quanto nos tempos de Cristo quanto no Antigo Testamento quanto na época de Lúcifer no Céu quanto antes dele! E a “peleja” celestial e os “estatutos” do AT não são exemplos de vingança, embora sejam exemplos de revide. O revidar faz parte das leis naturais criadas por Deus. Revidar ou reagir à uma ação não é necessariamente pecado, principalmente quando não é vingativo. Deus, por exemplo, reagiu ao “ladrão” Lúcifer lá no Céu, em plena luz do dia eterno que Sua glória produz, mas não Se vingou (no sentido pecaminoso da palavra) nem o destruiu, seguindo Êx 22:3. Sendo assim, a “vingança de Deus” (Dt 32:35, Rm 12:19 e Hb 10:30) e Sua “retribuição” ocorrem no sentido de castigo, punição e extermínio do mal, mas nunca como desforra para reparar danos sofridos (Deus não pode sofrer dano algum!). Esse sentido estava presente também no AT, como vimos: “far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e, assim, exterminarás o mal do meio de ti; para que os que ficarem o ouçam, e temam, e nunca mais tornem a fazer semelhante mal no meio de ti. Não o olharás com piedade: vida por vida, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé” (Dt 19:19-21). Ou seja, o olho do homem briguento seria furado não por desforra, mas por punição proporcional ao que ele fez no olho de sua vítima! E antes disso “os juízes” (Dt 19:18) deveriam analisar o caso e dar o veredito nesse sentido. O revide autorizado por JAVÉ nunca teve a ver com vingança cruel e banalização da violência. Ele era regrado e objetivava o “extermínio do mal” e não a repetição perpétua deste, o que é resultado da desforra sem lei em todo o mundo!

A intenção conta muito para Deus. Não é tudo, mas é sim levada em consideração pelo supremo Juiz. “far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão e, assim, exterminarás o mal do meio de ti” (Dt 19:19).
           
              a)   Por isso que Ele mesmo criou as 6 cidades-refúgio para os que cometeram crimes não dolosos (sem a intenção de matar), confira Nm 35:9-15.
                b)      Por isso, a intenção sendo ou não vista pelos juízes da Terra, é claramente percebida, avaliada e vingada ou retribuída por Ele em Seu tribunal celestial, confira Jr 17:10, Êx 32:34, Jr 51:36 e II Ts 1:8. A letra da Lei não sonda intenções, conquanto ensine boas intenções! E os magistrados, mesmo os seguidores da Lei, podem não descobrir a verdadeira intenção do réu, embora as ações deste pareçam apontar para ela!
                c)      Por isso também que JAVÉ em carne exaltou o revide com amor e tolerância (“a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas”), pois, isto daria uma segunda chance ao malfeitor (ou o condenaria de vez, cf. Mt 11:6), bem como confirmaria o caráter daquele que Lhe obedece na direção do caráter misericordioso de Deus (Mt 5:45)! Mesmo como JAVÉ, no AT, Jesus incentivou o mesmo ao povo de Israel: “não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou JAVÉ. Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo [intenção]; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou JAVÉ” (Lv 19:16-18). Hendrickson Rogers 
      
      Todo este estudo está disponível num pequeno livro em PDF AQUI (clique).
E ainda aqui no Blog na seguinte sequência de capítulos:

   Capítulo 7: "Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem".                          

                                     

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