quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

“Eu, porém, vos digo” e o Sexto Mandamento



“Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e para sempre” (Hb 13:8, NVI). “Porque eu, JAVÉ, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos” (Ml 3:6). Essas afirmações divinas parecem encontrar dificuldades diante do “Eu, porém, vos digo”, dito várias vezes pelo Senhor Jesus! Sendo Jesus uma parte do JAVÉ bastante mencionado do Antigo Testamento, como Ele poderia usar antíteses ao explicar Seus preceitos, séculos mais tarde, no Novo Testamento?

As Escrituras deixam claro como as ordens e o raciocínio de Deus foram, ao longo de toda a história do povo hebreu, interpretados erroneamente e até completamente rejeitados por eles! Mesmo após tanto tempo e caminhando juntos com JAVÉ em tantas experiências, o povo não conhecia seu Deus! “O meu povo não entende” (Is 1:3). “Israel é uma nação que perdeu o bom senso, é um povo sem entendimento” (Dt 32:28, Nova Bíblia Viva – NBV). “O meu povo é destruído porque não me conhece” (Os 4:6, NBV). Além disso, após o primeiro amor, quando o povo escolheu ser dedicado, agradecido, leal e obediente a Deus, em seguida a essas fases maravilhosas, havia a apostasia deliberada, o deturpar os preceitos divinos e usá-los em favor da maldade! “Escutem, líderes e autoridades de Israel! Vocês odeiam o que é bom e torcem a justiça” (Mq 3:9, NTLH). “Vai ser muito triste o destino das pessoas que amarram os seus pecados com cordas de mentiras, que arrastam a sua maldade com cordas como quem puxa com cordas uma carroça e ainda fazem pouco caso do Santo de Israel, desafiando JAVÉ, dizendo: ‘Ande logo, Deus! Que o Santo de Israel realize depressa os seus planos, para que o conheçamos!’ Ai dos que chamam o mal de bem e o bem de mal; que dizem que as trevas são luz e a luz, trevas; que afirmam que o amargo é doce e o doce é amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos e dos que se consideram inteligentes e sensatos! Ai dos que são heróis em beber vinho e são mestres em misturar bebidas alcoólicas; gente que aceita dinheiro para torcer a justiça, dando liberdade ao culpado e negando a justiça ao inocente” (Is 5:18-23, NVB). E se você tem alguma dúvida quanto ao público de Jesus, se eram melhores do que os mencionados pelos profetas do AT, por favor, leia a avaliação feita pelo próprio JAVÉ em carne: não conheciam a Deus (Jo 8:55), eram seguidores convenientemente de tradições humanas contrárias aos mandamentos divinos (Mc 7:8), eram “insensatos e cegos” (Mt 23:17), exibidos (Mt 6:1), hipócritas (:5 e :16), mentirosos (Jo 8:55), desobedientes conscientes e teimosos (Jo 9:41 e Mt 21:45), criminosos e invejosos (Jo 12:10,11) e eram rejeitadores do “desígnio de Deus” (Lc 7:30).

Daí o Mestre divino fazer uma revisão, não da validade e aplicabilidade de Seus mandamentos para os judeus; o objetivo de Cristo foi confrontar a interpretação judaica dos escritos de Moisés com a visão do próprio Deus, o Autor dos preceitos dados a Seu povo por meio de Moisés e dos outros profetas! “Não entendam de modo errado a razão da minha vinda. Não vim abolir a Lei de Moisés e as advertências dos profetas. Eu vim para cumprir a Lei. Eu afirmo a vocês: enquanto existirem céus e terra, a menor letra ou o menor traço da Lei continuará de pé até que o seu objetivo seja alcançado. Porém eu advirto a todos: a menos que vocês tenham justiça melhor que a dos fariseus e mestres da lei, não poderão de maneira alguma entrar no Reino dos céus” (Mt 5:17,18 e 20). Vamos verificar isto ao estudar alguns paralelismos que o JAVÉ-Homem fez com as palavras de JAVÉ Deus, isto é, com as Suas próprias, ditas anteriormente!

O Sexto Mandamento “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno [Geena] de fogo” (Mt 5:21,22). Esse mandamento eterno fora deturpado pelos judeus da seguinte maneira: não era transgressão matar um estrangeiro ou mesmo um judeu que parecesse com um, se essa pessoa não seguisse as tradições judias! Se os judeus julgassem que um indivíduo estava desonrando a Deus, procuravam prejudicá-lo e/ou matá-lo! (Cf. Jo 9:22; 8:40, 48 e 59) E o absurdo é ainda maior quando nos lembramos de que, como nação subjugada pelos romanos, o povo judeu não possuía poderes civis para condenar alguém. Ou seja, sua cegueira espiritual afetava diretamente sua cidadania! Eles desobedeciam a Deus e às autoridades romanas. Que péssimo testemunho esse dos descendentes de Abraão para o mundo!

O raciocínio de JAVÉ, se é que posso chamar essa imensurável capacidade divina com o mesmo nome que chamamos a nossa limitada capacidade, me encanta e extasia! Todos os que procuram compreender a Bíblia (e isto só se faz por meio de um relacionamento comprometido com o Autor divino dela, cf. I Co 2:14-16) sabem que, mesmo antes da promulgação dos Dez Mandamentos no Sinai ao povo israelita, os princípios por de trás desse decreto divino já haviam sido colocados no coração do ser humano pelo Criador. Por exemplo, antes de Caim transgredir o sexto mandamento, JAVÉ conversou com ele e o alertou nos seguintes termos: “Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo? Se tivesse feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo” (Gn 4:6,7, NTLH). Perceba como Deus já enxergava “o pecado” de Caim olhando para o rosto dele! Antes mesmo de assassinar Abel, Caim já havia começado esse pecado pela “raiva”. Logo, as implicações do 6° mandamento alcançam a subjetividade do pensamento humano, das intenções da mente e as manifestações do humor. “Não matarás” (Êx 20:13), portanto, também quer dizer não guarde rancor, não se ire contra o próximo e estes significados eram acessíveis aos hebreus e muito mais o são para os que possuem a Palavra de Deus em seus lares. Jesus Cristo repetiu a mesmíssima ideia que JAVÉ apresentou a Caim e que o Anjo de JAVÉ ensinou aos recém libertos israelitas no Sinai! Os rancorosos fariseus tiveram a oportunidade de reconhecer sua interpretação equivocada e criminosa do sexto mandamento, bem como todos os demais judeus e não judeus até nossos dias. A visão de Deus com esse mandamento é completamente preventiva. A Lei toda é preventiva e não somente punitiva. Ao respeitá-la e obedecê-la o ser humano tem tempo e condições morais para impedir que suas mãos e seus pensamentos sejam contaminados com sangue! O judeu que interpretava o 6° mandamento conforme o AT ensinava, jamais descarregava seu aborrecimento contra o próximo, quer por palavras ou ações, ainda que provocado; e o inimigo bem tratado por tal judeu obediente ao mandamento era julgado por JAVÉ (como Jesus explicou; Mt 5:22) e já recebia uma porção do fogo do Geena sobre sua cabeça – isto não é invenção minha e muito menos mudança da Lei por Jesus; isto é o que JAVÉ  ensinou no AT e ratificou no NT: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele, e JAVÉ recompensará você” (Pv 25:21,22, NVI). Não estou afirmando com esse raciocínio bíblico que o “lago de fogo” (Ap 20:10) começa quando o pecador transgride o sexto mandamento; a NTLH transmite muito bem a ideia das “brasas vivas sobre a cabeça” – “Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele; se estiver com sede, dê água. Porque assim você o fará queimar de remorso e vergonha, e o Senhor Deus recompensará você”! E esse sentimento os pecadores não salvos certamente sofrerão no “Geena de fogo” (Mt 5:22); mas, Jesus e Salomão advertem de que, é melhor senti-lo agora, se arrepender e começar a tratar bem o próximo do que “queimar” de verdade! (Hendrickson Rogers)


Todo este estudo está disponível num pequeno livro em PDF AQUI (clique).
E ainda aqui no Blog na seguinte sequência de capítulos:

Capítulo 1:  “Eu, porém, vos digo” e o Sexto Mandamento (que é este artigo!).

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