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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Diálogo entre o educador materialista e o educador espiritual

Educador materialista (EM): A culpa é da Dilma mesmo!

Educador espiritual (EE): Sério? Pra mim a culpa da Dilma não é maior do que a de cada um...

(EM) Sim, mas quem a colocou no poder foi o Nordeste!

(EE) Por que pra você a culpa mais importante é a do outro?

(EM) Sou realista! Com políticos melhores, o Brasil seria melhor, a vida seria melhor!

(EE) O Brasil e a vida dependem dos políticos pra você. Para mim, o Brasil depende de cada brasileiro e a vida de todos é afetada (e infectada) pela vida de cada um...

(EM) Você é poeta ou é educador? Deixa de ser alienado e cai na real! A corrupção e a impunidade comem soltas e esse é o verdadeiro problema desse país!!

(EM) De fato, sou alienado do seu ponto de vista.

(EH) Pois é! É por causa de educadores alienados que nossos estudantes não se desenvolvem politicamente nem cientificamente!

(EM) Sim, mas graças a Deus ainda existe outra fatia de educadores que oportuniza estudantes pensadores e resistentes!

(EH) Pensadores? Resistentes?

(EE) Vou te explicar: o costume de só enxergar a culpa do outro, por exemplo, vem de filosofias que impregnam a Educação e a Ciência. Raciocine comigo (investigue): se você crê que o ser humano não precisou de um Criador para vir à existência, mas processos aleatórios e milagrosamente fortuitos originaram a vida em nosso planeta, a qual evoluiu através de muita violência e total ausência de moralidade, como essa visão de mundo influencia o pensamento e a ação de quem a possui? Como educar ‘animais evoluídos’ (na verdade adestrá-los)? Negar uma criação sobrenatural com propósito impede qualquer ensino sobre moralidade, altruísmo, cidadania e responsabilidade individual...

(EM) Ei pode parar por aí! Já sei que você é um religioso fundamentalista! Mas, escute uma coisa: eu também creio em Deus; mas a evolução é um fato científico e a coexistência entre Deus e a evolução é perfeitamente compatível! E mais, cogita-se sobre universos paralelos e sobre a origem extraterrestre da vida, você sabia disso ou não??

(EE) Bem, para o “Deus” do Estado Islâmico (e para o “Deus” católico romano) sim, é possível conciliar origem sobrenatural e evolução. Mas, para os cristãos que leem o Gênesis e enxergam um relato literal da origem da vida na Terra em seus dois primeiros capítulos, não é possível mesmo! Ou criação sobrenatural de cada espécie separada, sendo o ser humano dotado de livre arbítrio, com as leis matemáticas (biológicas, físicas e químicas) normatizando a vida e o universo, ou o materialismo que prescinde de Deus e de qualquer lei moral. São filosofias excludentes que geram estilos de vida distintos! E, apesar da mídia carcomida por esse materialismo, há um sem número de evidências arqueológicas, geológicas, matemáticas, físico-químicas e biológicas que demonstram a epistemologia coerente do Gênesis...

(EM) É impossível conversar com você! Você tenta doutrinar cada um que encontra! Vê se me deixa em paz, qual é?! Você acha que vou trocar meus valores nos quais imperam o amor ao próximo e a liberdade de expressão, por uma mente bitolada e regrada por leis preconceituosas e retrógradas?

(EE) Professor, encare a realidade! Seu sistema de valores que impõe o dogma materialista tem formado gerações e... olha o resultado!

(EM) Mentira sua, seu professorzinho preconceituoso! A culpa de tanto preconceito e violência é dos evangélicos homofóbicos e dos religiosos que matam em nome de Deus!

(EE) Ué? A culpa não era da Dilma?

(EM) Sinceramente, já estou perdendo a paciência!

(EE) Mas, você disse que em seus valores o amor e a tolerância imperam, não disse?

(EM) Respeito quem me respeita!

(EE) Lamento que suas crenças lhe impeçam de ver que você e as classes rotuladas por você em sua fala possuem doutrinas comuns: lançar toda a culpa sobre os outros para cauterizar a própria consciência, criando um sistema de justiça que só serve ao seu autor...

(EM) Minha consciência vai muito bem, obrigado! Dou minhas aulas com dedicação, trabalho em n escolas para poder ter um salário razoável que me permite ter alguma dignidade. E não tenho tempo para ficar ouvindo papo religioso desatualizado cujo objetivo é castrar a liberdade alheia. Cada um tem suas crenças e suas verdades, e não é papel do educador interferir nelas! Seja feliz, professor, e faça os outros felizes! Vê se deixa de impor sua maneira de pensar!!

(EE) Você acha que um bom profissional da medicina, por exemplo, exerce sua função na sociedade sob essa sua perspectiva? Você acha mesmo que um paciente cuja saúde está mal por causa de sua desobediência à Biologia normativa que recebemos do Criador, deve ser afagado por seu médico? Professor, fazer de conta que não é sua responsabilidade ensinar moralidade é uma ditadura com implicações sociais terríveis! Por outro lado, ensinar moralidade é outra ditadura quando o docente fala, mas não faz! No entanto, e se o docente ensinar por meio de seu próprio estilo de vida? Isso não é ditadura, mas combate aguerrido contra o relativismo moral, oportunizando ao educando comparações importantes e alternativas opostas...

(EM) Você acha pouco o trabalho de um educador? Você trabalha em quantas escolas? Deixa de ser fantoche dos governantes, professor, abre teus olhos! Deixa de ser capacho dos que não fazem nada pela Educação e atolam o docente de responsabilidades sociais!!

(EE) Mas você mesmo disse que ama o próximo e a liberdade de expressão! Como dar liberdade a um estudante se você só oferece alternativas materialistas através de um estilo de vida hedonista? Que amor é esse? Aliás, como o amor veio à existência no contexto da evolução? Insight de Marte? Meu caro professor, viver desobedecendo às leis da saúde, da Biologia e da moral é tão catastrófico como desobedecer às leis da Física e da Química! Que papelão científico e político é esse do materialismo, o qual ensina a obediência às leis matemáticas e impõe a desobediência às leis da saúde, da Biologia e da moral? Isso é ativismo em prol da analfabetização político-científica! Isso destrói famílias, comunidades, nações e o mundo...

(EM) Como você pode ser tão regrado num mundo onde as próprias autoridades transgridem as leis? Você se acha melhor do que os demais, esse é o seu problema! Deixa de inventar moda de santinho e cai na real! Os estudantes não precisam de modelos de ética e religião na escola, pois a escola pública é laica. Eles precisam conhecer a realidade dura e crua! Eles têm que estudar e ponto final! E deixa de ser homofóbico com seu discurso sobre Biologia normativa; isso dá processo viu?!

(EE) Difamar e fofocar são costumes que podem não ficar na impunidade, professor, cuidado! Cobramos de nossos alunos, exigimos deles o melhor que podem dar, falamos sobre tempo de estudo em casa e da concorrência por vagas lá fora, mas quando o tema é cobrar competências morais e científicas do docente você pula fora? Como assim? Cada profissão exige competências mínimas de seu profissional. Para o docente isso não deve ocorrer? Você prefere nivelar por baixo? Você usa o argumento falacioso de que estou puxando para um diálogo religioso, só para ignorar a completa incompetência do materialismo em formar cidadãos e cidadãs pacíficos, competentes, honestos e ordeiros?! Diga-me como ensinar honestidade e ordem, por exemplo, por meio da sabotadora hipótese do caos evolutivo? Diga-me como ensinar um ser humano a amar, sem ensiná-lo a obedecer às leis?

(EM) Você quer colocar palavras na minha boca, mas não vou permitir isto! Para vivermos em sociedade se faz necessário a legislação de regras para definir direitos e deveres civis. Não sou um transgressor como você insinua! Sou um trabalhador da Educação com muito amor e dedicação! O problema é que você mistura sua religião bíblica com a Educação, e isso é doutrinamento religioso! Em algum momento do passado o homem começou a amar, percebeu que a violência impedia a convivência e começou a construir um sistema de valores. É simples assim. Não venha complicar com a ditadura da moral religiosa, pois isto é crime. Todos somos diferentes e devemos ser respeitados. Não se deve obrigar a alguém a pensar e agir de acordo com nossa cultura individual, mas sim pensar na coletividade e sua multiculturalidade e pluralidade. Deus é bom e quer o coração e a sinceridade de cada um! Mas a religião quer o dinheiro das pessoas, quer o monopólio de suas vidas, quer a liberdade que evoluiu com a humanidade!

(EE) Pois é, professor, com uma fundamentação teórica tão contraditória e movediça, é impossível ter valores absolutos, sólidos e responsáveis; a própria manutenção da vida e convivência entre as criaturas torna-se impossível! É mais fácil culpar outros. Contudo, isso não resolve o problema. Ou fomos criados com responsabilidades morais e obedecemos às leis biológicas, físicas e químicas sob as quais convivemos, ou mais vidas serão contaminadas por uma educação materialista tão paradoxal, egoísta, conveniente, virulenta e naturalmente violenta! O resultado, bem, ninguém pode fugir da realidade, certo? Podemos fugir de Deus, podemos fugir para “um universo paralelo” filosófico, podemos interpretar a realidade como achamos melhor para nosso bolso e nossa dignidade, etc. Mas, pular fora da realidade, as leis matemáticas criadas por Deus impedem que isso seja possível. Nem mesmo a morte é uma fuga da realidade, pois, se houve criação, então haverá ressurreição, e também ali haverá uma realidade repleta de responsabilidades morais das quais também não poderemos fugir! O barco está afundando. Não tem conserto. Os efeitos do problema da vida na Terra (corrupção, violência, abuso, injustiça, sofrimento, dor) causados em grande medida pela educação materialista, estão chegando ao seu clímax e é maior do que nossa ciência, tecnologia e filosofias educacionais materialistas. Nada aqui da Terra resolve nosso problema. Mas, existe salvação. A questão fundamental é: quem se disporá a reconhecer o fracasso de suas filosofias materialistas com seus ganhos (e desculpas) efêmeros, abrindo mão desse peso, e escapará do iminente naufrágio último (causado pelas próprias escolhas individuais da humanidade e pela Justiça não humana), permitindo a salvação de sua vida e a de outros? Ou você acha que dará tempo fugir para Marte?

P.S. Calculando o óbvio: a maior parte dos educadores materialistas ou são religiosos-ateus ou são ateus-religiosos! Eu explico: religiosos-ateus são os que professam ter compromisso com Deus, mas seu estilo de vida não difere dos ateus. Ateus-religiosos são os ativistas em prol de sua causa sem causa, isto é, os que lutam para disseminar o irracionalismo do nada que criou tudo. 

(Hendrickson Rogers) 

sábado, 8 de agosto de 2015

A Coluna Geológica foi reproduzida em laboratório

A ideia que nos foi passada é a de que as camadas (estratos) de rochas que são encontradas no solo do planeta Terra seriam camadas cronológicas, cada uma representando eras geológicas, formadas ao longo de 600 milhões de anos através do processo de erosão e sedimentação. Isso vem sendo ensinado há mais de um século pela teoria da evolução, no entanto, não existe uma pesquisa empírica sequer na área de estratigrafia que sustente esses pressupostos evolutivos, isto é, são hipóteses que não podem ser observadas ou testadas em laboratório. Por outro lado, existem evidências que mostram essas camadas se formando pela sedimentação leve e calma − como em um ritmo compassado da maré alta e da maré baixa. Mas aí você me questiona: “Peraí! Mas no dilúvio as águas não estavam turbulentas?” Sim, estavam. Mas após o dilúvio a água parada, misturada a muita lama e sedimentos. Houve soterramentos rápidos de animais, de acordo com suas densidades corpóreas, os quais formaram os fósseis que vemos hoje (note que um fóssil pode ser formado de 24 a 36 horas, e não em “milhões de anos”), e, posteriormente, mais sedimentos foram se acomodando gradualmente e formando os diferentes estratos que podemos observar nas montanhas ou nos cânions.

Em 1967, um estudo demonstrou um caso interessante em que camadas se formaram rapidamente com a ação da água [1]. Na década de 1960, no Colorado, EUA, o rio Bijou Creek sofreu uma enchente. Em apenas 48 horas de chuva esse rio produziu um depósito de sedimentos de 3,5 metros. Esse depósito de sedimentos foi estudado pelo geólogo Edward McKee, que observou que o depósito era um sistema de camadas formadas simultaneamente, no qual os sedimentos haviam sido depositados na mesma forma estratigráfica encontrada nas rochas da coluna geológica.

Em 1979, uma equipe liderada pelo Dr. Leonard Brand, da Universidade de Cornell, EUA, desenvolveu uma pesquisa que utilizou dois galões interligados com um cano [2, 3]. Em um desses galões foi colocada água, e no outro diferentes tipos de solo. Foram aplicados nesses galões movimentos do tipo de uma balança. A ideia era simular o que teria acontecido durante o dilúvio de Gênesis, assumindo-se maré alta e maré baixa, por um período de aproximadamente 330 dias (11 meses). O resultado foi a presença de estratigrafia (a mesma formação nas camadas que vemos hoje na natureza). Bingo! Mas eles foram além. Pegaram grupos diferentes de animais mortos (mamíferos, anfíbios, aves e répteis), com tamanhos e pesos diferentes, misturados em um grande tanque contendo água e lama. Foi aplicado o mesmo processo de compressão e descompressão sobre todo o conteúdo do tanque. Os resultados mostraram que no fundo do tanque ficaram os anfíbios, um pouco mais acima os répteis, na parte superior os mamíferos e as aves. 

Assim, foi descoberto que o posicionamento de animais dentro daquele monte de lama era referente à densidade dos animais, e não ao seu peso. Mas o mais importante dessa proposta é que a coluna geológica é classificatória! Ademais, as experiências mostraram que as carcaças de formas “mais avançadas”, como mamíferos e pássaros, flutuam durante semanas, enquanto as de animais “menos avançados”, como répteis, flutuam durante período menor, e as de anfíbios mais simples flutuam durante dias [4]. Outros dados que dificultam a doutrinação evolucionista acerca da coluna geológica dizem respeito às estatísticas encontradas. A coluna geológica não aparece completa em nenhum lugar do planeta. Onde a coluna geológica aparece, mais de 50% das camadas (supostos períodos geológicos) estão faltando, e apenas 15% a 20% da superfície onde ela aparece apresenta somente 1/3 das camadas na ordem certa proposta pelos evolucionistas. 

A conclusão é que a coluna geológica naturalista não existe! Além de tudo, ela não pode ser reproduzida em laboratório. Ao se estudar o uniformitarismo geológico, tal como ensinado pelo evolucionismo por meio dos livros didáticos, percebe-se que cada camada não corresponde a “milhões de anos”. Os dados apontam para uma coluna geológica classificatória, que teria sido formada, assim como suas sequencias de fósseis, num período curto de tempo (menos de um ano), durante uma inundação de proporções gigantescas (dilúvio universal).

REFERÊNCIAS

[1] McKee ED, Crosby EJ, Berryhill Jr. HL. Flood deposits, Bijou Creek, Colorado, 1965. Journal of Sedimentary Petrology 1967; 37:829-851.
[2] Brand L. Vertebrate taphonomy: the difficulties in becoming a fossil. 1979. Artigo não publicado. Resultados de um experimento de flutuação de pequena amostra de carcaça de animais.
[3] Brand L, Florence J. Stratigraphic distribution of vertebrate fossil footprints compared with body fossils. Origins. 1982; 9:67-74.
[4] Roth AA. Origens - Relacionando a Bíblia com a Ciência. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2002, p. 162.

sábado, 26 de outubro de 2013

Mais uma superinsipiência da revista "Superinteressante"! Para ela "Origem das Espécies é a Bíblia da ciência".

Quanto mais quando eles não estão de acordo?!
Na seção de cartas da revista Superinteressante deste mês foi publicada a opinião do leitor Walmir: “Sou assinante e gostaria muito de manifestar minha insatisfação com a posição desta revista em defender a ideia (sem nenhuma prova) de que o homem tenha vindo do macaco. Na seção Ideia Visual (agosto), o texto diz que ‘um chimpanzé macho, nosso parente mais próximo, não olharia duas vezes para a mulher’. Acredito que uma revista tão conceituada não deve manifestar sua posição pessoal sobre um fato não comprovado.”
E a revista respondeu: “Walmir, nós nunca dissemos que o homem ‘veio’ do macaco, mas que o chimpanzé é o seu parente mais próximo – somos descendentes de um ancestral comum, como fica claro pela teoria da evolução, que é um modelo científico sólido. Agora, se a sua religião não permite que você acredite na teoria da evolução, não tem problema algum, temos pleno respeito por todas as religiões. Achamos que a Bíblia é um documento histórico belíssimo, mas, na hora de falar de ciência, ficamos mesmo com A Origem das Espécies.”
“Modelo científico sólido”
Preciso dissecar a resposta, já que eles conseguem espalhar tantas “pérolas” em tão poucas linhas:
1Super repete a máxima evolucionista: “O homem não veio do macaco.” Tá, isso a gente já sabe. Mas se o ser humano e os chimpanzés são primos e vieram de um suposto ancestral comum, duvido que ele tenha sido (se tivesse existido) um tipo de galinha. Teria que ser um tipo de... macaco. E até hoje há debates sobre qual teria sido esse suposto ancestral comum. É leviandade afirmar que isso é um “fato estabelecido”, mesmo que se apele para os alegados 90 e tantos por cento de semelhança genética entre chimpanzés e humanos, o que também é discutível (confira). Alias, já apontaram semelhanças genéticas entre humanos e anêmonas! E até porcos.
2Super não respeita o leitor e afirma que o chimpanzé é parente dele, ignorando sua opinião.
3. Como assim, “a teoria da evolução é um modelo científico sólido”? Qual teoria da evolução? A macroevolução ou a microdiversificação? Diversificação étnica humana e variações entre cães e tentilhões, por exemplo, são fato e permanecem na categoria da diversificação de baixo nível (ou “microevolução”). Humanos e macacos provindo de hipotéticos ancestrais comuns (ou mesmo toda a biodiversidade atual tendo origem num ser unicelular desconhecido que teria vivido bilhões de anos atrás), isso é mera especulação hipotética oriunda da mentalidade naturalista, ou seja, é filosofia sem amparo científico (empírico). Quem está por dentro das discussões intramuros sabe que a teoria da evolução não se trata de um “modelo científico sólido”. Darwinistas honestos têm reconhecido isso. Mas o pessoal da Superparece fanático demais por Darwin para admitir isso.
Imprecisões, pregação e preconceito
4. “Se a sua religião não permite que você acredite na teoria da evolução...” Espere aí! O leitor não menciona em momento algum (pelo menos não no texto publicado) qualquer tipo de religião. Aqui, também, o pessoal da Super (ou, pelo menos, o editor de cartas e e-mails) cai no lugar comum da controvérsia ciência x religião. Essa é uma tática antiga para blindar o evolucionismo de discussões realmente científicas. Note que a revista muda rapidinho de assunto. Sai da ciência para a religião e tenta, assim, encerrar a questão. Esse é um típico argumento evolucionista de “roda de bar”, mas não deveria ser usado por uma revista que se propõe séria e científica.
5. Eles dizem ter respeito por todas as religiões, exceto (isso fica nas entrelinhas) por aquelas que insistem em defender o criacionismo.
6. “Achamos que a Bíblia é um documento histórico belíssimo, mas, na hora de falar de ciência, ficamos mesmo com A Origem das Espécies.” Quem falou em Bíblia? O Walmir não menciona (no texto publicado) qualquer livro religioso. Mesmo assim, a resposta é reveladora. A “Bíblia” deles é o livro de Darwin, e eles não negam isso! Quem disse que A Origem das Espécies fala de ciência? Até porque, como diz o químico Marcos Eberlin, o maior instrumento de pesquisa no tempo de Darwin era a cadeira de balanço. Quem disse que as informações do naturalista/teólogo (sim, Darwin estudou teologia) do século 19 estão todas de acordo com a ciência experimental? Quem disse que as ideias macroevolutivas de Darwin resistem ao laboratório e às observações possibilitadas pelos modernos recursos do nosso tempo? Se resistissem, não haveria rumores de uma nova teoria da evolução não selecionista sendo gestada... (confira aqui,aquiaquiaqui). Apesar do título, Darwin não entregou o que se propôs explicar – a origem das espécies. Um título melhor para o livro seria Origem das Variações, assunto que Darwin muito abordou, mas nem isso conseguiu explicar. Que ciência Darwin praticou nesse livro?
Depois de ler essa resposta tão superficial, carregada de imprecisões, pregação e preconceito, reafirmei para mim mesmo o motivo pelo qual deixei de ser assinante da Super há muito tempo.
Detalhe: a matéria de capa deste mês é sobre Ovnis. Nisso, eles também parecem acreditar...
***
Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia

Carlos Orsi e mais uma ficção científica: Evolução das espécies!

Está em andamento, aqui no Brasil, mais uma tentativa de dar um verniz de respeitabilidade científica ao velho criacionismo, a ideia de que os seres vivos da Terra não evoluíram de forma natural, mas foram magicamente criados pelo Deus judaico-cristão-islâmico. Nas redes sociais, volta e meia pipocam convites para eventos, em escolas e universidades, com palestrantes comprometidos com a tese. Para evitar confronto direto, no caso de instituições públicas, com as leis que proíbem o uso de recursos do Estado para a promoção de ideias religiosas – e, também, para mais facilmente seduzir os incautos – os organizadores costumam evitar menções explícitas ao criacionismo, a Deus ou à religião em seu material de divulgação, mas as entrelinhas sempre revelam o verdadeiro objetivo: promover o ideário criacionista como uma “alternativa científica” à Teoria da Evolução.

Em termos espirituais, é claro que cada um é livre para crer no que quiser. Mas quando ideias religiosas tentam se passar por ciência, um pouco de ceticismo vem a calhar. Em ciência, uma “teoria” é um conjunto articulado de explicações bem testadas que dá conta de uma ampla série de fenômenos. Por exemplo, a Teoria da Relatividade Geral explica coisas como o movimento dos planetas em torno do Sol e a expansão do universo.

No parágrafo acima, é importante dar ênfase especial à expressão “bem testadas”: toda teoria nasce como hipótese – uma proposta de explicação para algum fato conhecido – e se consolida à medida que permite entender coisas que, para as hipóteses concorrentes, são mistérios; e também à medida que faz previsões que se confirmam.

A Evolução das Espécies é um caso clássico de teoria bem consolidada: ela não só dá conta dos fatos tal como eram conhecidos no tempo de seus autores, Darwin e Wallace – por exemplo, a adaptação das espécies a seus ambientes – como ainda permitiu entender fenômenos sem explicação clara naquela época, como extinções. E previu, certeira, não só que a Terra deveria ser muito mais velha do que se imaginava no século 19, como também que todos os seres vivos têm um ancestral comum, algo magistralmente confirmado mais de cem anos depois, graças aos avanços da biologia molecular no século 20.

Em comparação, o criacionismo, quaisquer que sejam seus méritos como doutrina religiosa, funciona muito mal como hipótese científica: ou ele não prevê nada (afinal, supõe-se que Deus pode fazer o que quiser do jeito que quiser, enquanto que a ciência, para prever,pressupõe causas naturais amarradas por leis e limitações) ou só faz previsões fracassadas (como a de que a Terra teria surgido há poucos milhares de anos).

A vacuidade científica da tese criacionista leva seus cultores a atacar a evolução. É uma manobra típica de quem, sabendo que não tem nada a oferecer, tenta dar a impressão de que o adversário também é vazio, estabelecendo, assim, uma falsa equivalência.

Mas a evolução não é uma hipótese vazia: é uma teoria bem consolidada, que sobreviveu a inúmeros testes e que, se estivesse errada, teria sido desmentida, nos últimos 150 anos, pela geologia, pelo registro fóssil, pela biologia molecular. Só que não foi.

Fonte: Carlos Orsi, Galileu.

Nota: Carlos Orsi é conhecido entre os leitores de ficção científica (lembro-me dele dos tempos da Isaac Asimov Magazine) e contos de terror. Os anos se passaram e, pelo jeito, ele continua ligado à ficção – o texto acima parece exatamente isto: uma peça de ficção científica. É impressionante como, em tão poucos parágrafos, ele consegue escrever tantas impropriedades e reforçar estereótipos repetidos ad nauseam pelos evolucionistas mal informados. Vamos por partes:

1. Dizer que o Universo e a vida teriam surgido de forma “natural” (informação a partir do nada, vida da não vida, matéria da ausência de matéria, etc.) não equivale a dizer que tudo surgiu de forma “mágica”? Sinceramente, não vejo diferença.

2. Orsi pinta um quadro sombrio (ao estilo “terror”) dos criacionistas, como “agentes obscuros” defensores de ideias medievais e que procuram se infiltrar aqui e ali para disseminar suas crendices e fazer discípulos. Sinceramente, não me vejo dessa maneira (será que sou tão míope a ponto de não perceber?). Orsi caricaturiza os criacionistas e, mesmo que um ou outro por aí seja meio “doido” (e “doidos” há em todos os lugares, sob todas as “bandeiras”), ele erra ao tomar o todo pela parte. Os criacionistas que eu conheço e com os quais convivo são amantes da ciência, do conhecimento e da verdade. Tudo o que querem é ser respeitados, não a despeito de suas crenças, mas exatamente porque creem de forma racional e razoável, e essa sua subjetividade não os impede de fazer boa ciência, muito pelo contrário, os motiva – como aconteceu com os “pais da ciência” Newton, Galileu, Copérnico e outros.

3. Os criacionistas não estão preocupados em “promover o ideário criacionista como uma ‘alternativa científica’ à Teoria da Evolução”. Isso não existe. Já disse aqui e repito: a Sociedade Criacionista Brasileira não defende que se ensine criacionismo nas escolas públicas. Por quê? Porque dificilmente se poderiam conseguir professores capacitados a expor devidamente (e equilibradamente) as ideias dos dois modelos, e porque o criacionismo é um modelo científico-teológico (se posso dizer assim), portanto, não adequado para ser ensinado em escolas laicas. O que se deseja é que o evolucionismo seja ensinado de forma crítica e não como uma verdade incontestável, como vem sendo apresentado a alunos incapazes ainda de enxergar a realidade por si mesmos.

4. Orsi diz que, “quando ideias religiosas tentam se passar por ciência, um pouco de ceticismo vem a calhar”. Um pouco de ceticismo sempre vem a calhar, até mesmo – e principalmente – quando alguém tenta dizer que uma coisa é de um jeito que não é. Não conheço nenhum criacionista bem esclarecido que confunda ciência com “ideias religiosas”. Conheço, sim, muitos evolucionistas – como Orsi – que confundem ciência com cientificismo e com naturalismo filosófico. É com esse tipo de confusão que surgem as “peças de ficção científica”. O naturalismo é uma cosmovisão que não pode ser submetida ao método científico, no entanto, os evolucionistas (especialmente os ateus) a priori a abraçam avidamente como se fosse a única “explicação” possível para a origem de tudo.

5. O ficcionista explica que teoria “é um conjunto articulado de explicações bem testadas que dá conta de uma ampla série de fenômenos”, e então menciona a Teoria da Relatividade Geral (curiosamente, ele não mencionou a gravidade, como é mais comum), que explica coisas como o movimento dos planetas em torno do Sol. Ok, mas o que isso tem a ver com o conceito de macroevolução? O movimento dos planetas nós podemos observar todos os dias,in loco (pois moramos no sistema solar), mas e a origem da vida? E o processo de “transformação” de uma barbatana em pata ou do surgimento de novos órgãos complexos, cujo processo nem consta no registro fóssil? Comparar a Relatividade Geral e a gravidade com a macroevolução é um absurdo total; é mais “forçação de barra” do que muitas ficções por aí.

6. Num único parágrafo, Orsi transita de um conceito a outro, numa confusão típica entre evolucionistas (por má intenção ou desconhecimento?). Ele diz que “a Evolução das Espécies é um caso clássico de teoria bem consolidada”, depois menciona “a adaptação das espécies a seus ambientes” e o “fato” de “que todos os seres vivos têm um ancestral comum”. É mais uma evidência de que o termo “evolução” pode ser usado a torto e a direito, dependendo do interesse de seu usuário. Quando fala em “evolução das espécies”, Orsi não esclarece a que está se referindo. Depois ele muda o discurso para tratar especificamente da diversificação de baixo nível (chamada por alguns de “microevolução”), sim, porque “adaptação das espécies a seus ambientes” se trata exatamente disso. E todo mundo sabe (ou deveria saber, se os evolucionistas deixassem) que adaptações (assim como mutações) não “criam” informação necessária para que houvesse o surgimento de novos planos corporais e/ou órgãos complexos. Adaptações são apenas isto: adaptações. Em seguida, o ficcionista muda de novo o discurso para transformar a palavra “evolução” em macroevolução, ao dizer que “todos os seres vivos têm um ancestral comum”. Cadê as provas disso? Aliás, novas pesquisas parecem mostrar que a realidade é bem outra (confira).

7. Ao contrário do que Orsi quer, “os avanços da biologia molecular no século 20” têm é mostrado que a ideia de complexidade irredutível de Behe é fato, e que se Darwin dispusesse dos equipamentos (como o microscópio) e dos conhecimentos de hoje, talvez a história de sua teoria fosse outra.

8. Orsi diz que o criacionismo ou não prevê nada ou só faz previsões fracassadas. Falso. Os criacionistas previram que o registro fóssil apresentaria lacunas e não transições graduais às milhares. Confirmado. Previram que os organismos do passado seriam maiores, mais fortes e complexos que seus descendentes. Confirmado. Previram que quanto mais a ciência avançasse, mais se perceberia que a complexidade da vida aponta para um designinteligente. Confirmado (a menos que se neguem os fatos). Previram que seriam encontradas evidências de uma grande catástrofe hídrica que extinguiu quase que completamente as formas de vida do mundo de então (incluindo aí os dinossauros). Confirmado. Etc. Etc.

9. Muito mais poderia ser dito sobre esse “conto” de Orsi, mas concluo com esta pérola dele: “A vacuidade científica da tese criacionista leva seus cultores a atacar a evolução.” Negativo. O que leva a maioria dos criacionistas (pelo menos os que eu conheço) a “atacar” a evolução é a doutrinação materialista que procura forçar os estudantes a aceitar um pacote ideológico (filosófico) como se fosse ciência empírica. O que leva os criacionistas a “atacar” a evolução é o desejo de que se compreenda o que é ciência e o que é naturalismo filosófico; que se perceba que há um grupo de ateus tentando usar essa “teoria” como alavanca para mover Deus para o lado e defender sua descrença; que se evidencie o fato de que o evolucionismo se transformou numa verdadeira religião e que seus defensores são tão fanáticos quanto o estereótipo de criacionista que eles criaram.

De qualquer forma, é bom saber que a revista Galileu agora também publica contos de ficção científica travestidos de ciência. Não faltava mais nada mesmo... (Michelson Borges)

terça-feira, 25 de junho de 2013

Escolas (inclusive as) Públicas e o ensino sobre os dinossauros

É suposto as crianças receberem educação de qualidade nas escolas públicas mas a maior parte destas escolas só atingem o nível da indoutrinação. Isto é especialmente verídico quando temas como a evolução, a idade da Terra, e os dinossauros são ensinados dentro das salas de aulas. Normalmente, os livros escolares e o currículo serão feitos de modo a ensinar apenas e só o lado ateísta da questão, ao mesmo tempo que fazem uma má caracterização do lado Bíblico do mesmo tópico. (…)
Dinossauros Um dos grandes erros ensinados nos currículos gira em torno dos dinossauros. As escolas tentam responder a questões como de onde vieram os dinossauros, quando é que eles viveram , e o que aconteceu com eles. Infelizmente, a ciência não pode responder a qualquer destas perguntas uma vez que elas são perguntas relativas a uma cosmovisão e não perguntas empiricamente testáveis. Mas mesmo assim, as escolas tentam fornecer respostas aos seus alunos. Segundo as escolas onde se ensina o ateísmo (também conhecidas como “escolas” públicas), os dinossauros supostamente evoluíram duma sopa pré-biótica e viveram há milhões de anos atrás. Segundo o credo evolucionista, nenhum ser humano alguma vez viu um dinossauro. As escolas ensinam também que a maior parte dos dinossauros morreu quando um asteróide gigantesco caiu sobre a Terra, causando uma extinção em massa (tese contestada por outros cientistas não-criacionistas). Com o passar dos imaginários milhões de anos, os dinossauros que alegadamente sobreviveram a este impacto, evoluíram para pássaros.
Um dinossauro vivo? A Bíblia, por outro lado, relata factos bastante diferentes daqueles que as escolas pública “ensinam”. Segundo a Palavra Daquele que estava presente quando os dinossauros surgiram na Terra, os dinossauros foram criados no 6º Dia da Criação há cerca de 6,000 anos atrás. Para além disso, os dinossauros sempre coexistiram com o ser humano. Originalmente, eles eram vegetarianos, mas depois da Queda, muitos deles tornaram-se carnívoros. Mais tarde na História, o Dilúvio de Noé matou todos os dinossauros terrestres com a excepção daqueles que se encontravam dentro da arca.
Depois do Dilúvio os dinossauros depararam-se com uma situação infeliz onde eles eram mortos mais rapidamente do que o tempo que durava para eles se reproduzirem. À medida que o homem o caçava, as histórias em torno de dragões propagaram-se um pouco por todo o lado. Passado pouco tempo, a maior parte dos dinossauros estava extinta embora ainda possam existir uns poucos actualmente.

Estes são, portanto, os dois pontos de vista no que toca aos dinossauros. A segunda visão é a Bíblica e a primeira é a suportada com o dinheiro dos contribuintes. Embora a ciência operacional não possa provar qualquer destas visões, existem várias evidências históricas que demonstram como a primeira é falsa e a segunda verdadeira. 
Será que os nossos antepassados usaram fósseis para retratar os dinossauros?Se a primeira visão fosse verdadeira, seria de esperar a existência de algum mecanismo que pudesse transformar um tipo de animal outro tipo de animal. Esse misterioso mecanismo não foi ainda encontrado pelos evolucionistas. Para além disso, se os dinossauros realmente evoluíram para aves, seria de esperar que as aves e os dinossauros tivessem algum tipo de semelhança, mas o que a ciência revela é exactamente o contrário. Se o ser humano e os dinossauros nunca coexistiram, então não deveriam existir relatos históricos, provenientes dos mais variados povos, a exibir algum tipo de interacção entre o ser humano e animais que hoje chamamos de dinossauros. Mas eles existem. Se a visão Bíblica é a correcta, então seria de esperar que a arte antiga exibisse homens e dinossauros juntos. E nós temos exactamente isso (aqui e aqui). Seria também de esperar que existissem lendas de criaturas enormes tais como dragões, tal como o são. Por fim, seria de esperar que os dinossauros se encontrassem bem preservados no registo fóssil (revelando que viveram há pouco tempo atrás) e também o são.
Conclusão: Sem qualquer margem de dúvida, a visão que está de acordo com as evidências históricas é a visão Bíblica. Que pena que a visão que é ensinada com o dinheiro público seja a errada (a evolucionista).
Fonte Darwinismo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Se somos limitados, nossa ciência também o é e possui lacunas!

Embora Deus Se revele por meio da natureza e, especialmente por meio da Revelação, a Bíblia Sagrada, devemos ter sempre em mente um detalhe significativo: nossas limitações de conhecimento

A mente humana, naturalmente, comprometida (ou não) com os ideais da pesquisa científica, procura compreender possíveis eventos passados, mesmo que sejam únicos e irreproduzíveis (origem do Planeta Terra, origem da vida, origem do registro fóssil, origem do ser humano, etc.). Teríamos, então, à nossa disposição meios confiáveis para descobrir os fenômenos pretéritos (causas primeiras)? Ou pelo menos teríamos fortes evidências desses eventos singulares? Esses eventos nos possibilitariam relacioná-los coerentemente com os correspondentes efeitos atuais – complexos e variados sistemas (orgânicos e inorgânicos), objetos de estudo das ciências naturais?

Os detentores do saber acadêmico – tão valorizado pela sociedade do século 21 – não hesitariam em responder: “Sim, a ciência (figura 1) tem as melhores (ou únicas) respostas para as questões sobre as origens.” No entanto, no próprio meio universitário identificaríamos alguns problemas. Por exemplo, esse saber científico estaria vinculado à ciência natural, à ciência empírica ou à ciência histórica? Qual delas possibilitaria reconstruir, fielmente, os referidos fenômenos causais (não recorrentes)?

Figura 1. Conhecimento científico


Com efeito, considerando-se a prática objetiva da metodologia científica (as relações de causa e efeito podem ser apreciadas diretamente), os presumíveis eventos singulares, ligados às origens, não estarão acessíveis à observação direta e, evidentemente, à experimentação, caracterizando, assim, uma importante limitação da própria metodologia científica. Consequentemente, na construção de hipóteses e modelos das origens, o conhecimento científico, insuficiente, necessariamente se mesclará com conhecimentos não científicos ou metafísicos (pressupostos filosóficos, cenários imaginários, narrativas bíblicas, etc.).

Assim, o método científico ao mesmo tempo em que se revela como um eficaz procedimento de investigação na obtenção de conhecimentos verdadeiros, também constitui um método com limitações intransponíveis, incapaz de preencher importantes lacunas do conhecimento, especificamente no que diz respeito à construção de modelos das origens. Portanto, o reconhecimento da necessária utilização de uma componente não científica, nesses mesmos modelos, evitará discussões e constrangimentos desnecessários. Em síntese, existiriam pelo menos três tipos de lacunas no campo do conhecimento científico, com suas respectivas implicações:

Lacunas provisórias – Essa é uma situação que possibilita o desenvolvimento de novos projetos de pesquisa, em que o conhecimento científico sobre determinado tema poderá ser construído, atualizado e/ou ampliado (por exemplo, a compreensão das leis fundamentais da física). Evidentemente, nesse caso o objeto do estudo científico não estará vinculado a assuntos sobre as origens da vida, do ser humano, do globo terrestre, etc. Ou seja, nos fenômenos naturais então analisados, as relações de causa e efeito podem ser investigadas diretamente.

Lacunas parcialmente permanentes – Referem-se às situações controversas mais comumente enfrentadas pelos cientistas, na busca pela compreensão de eventuais fenômenos pretéritos (por exemplo, a origem do registro fóssil). As relações de causa e efeito podem ser feitas apenas indiretamente. Ou seja, as lacunas parcialmente permanentes são aquelas preenchíveis (incompletamente) pelos conhecimentos científicos. Nesse caso, procura-se consciente ou inconscientemente preencher o espaço vazio (deixado pelas próprias limitações do método científico) pelos conhecimentos (complementares) de natureza, evidentemente, não científica.

Lacunas permanentes – Entre as questões fundamentais, que impelem a mente humana a buscar respostas convincentes, destaca-se aquela que geralmente divide as opiniões de cientistas, filósofos e teólogos: Qual é a origem da vida? No contexto dessa questão importante, provavelmente seja aqui que se encontram as maiores lacunas do conhecimento. Ou seja, tanto as causas como os efeitos imediatos estão além da investigação científica. Essa situação caracteriza uma lacuna permanente do conhecimento: extrema insuficiência do conhecimento científico.


Figura 2. Naturalismo ontológico



Nas lacunas parcialmente permanentes – e mais frequente e intensamente nas lacunas permanentes –, o conhecimento não científico (auxiliar ou complementar) mais utilizado por biólogos e geólogos ateístas consiste de proposições filosóficas extraídas do naturalismo ontológico (figura 2). Já para alguns cientistas cristãos, o conhecimento bíblico-histórico (autoconsistente e autossuficiente) possibilita complementar ou mesmo ampliar eficazmente o conhecimento científico, na construção de modelos sobre as origens (figura 3).



Figura 3. Conhecimento Bíblico-Histórico



Portanto, os cristãos acreditam que a revelação divina fornece informações interessantes e úteis na compreensão da realidade. Em associação com o conhecimento científico (uma vez que a Bíblia e a ciência sejam devida e corretamente estudadas/compreendidas), a revelação bíblica fornece uma visão ampla do mundo. E essa revelação começa por afirmar que o Universo foi criado por um Deus todo-poderoso e que esse Deus Se envolveu e Se envolve na história humana. As “marcas” desse envolvimento (na biologia, na geologia, na física, etc.) podem ser rastreadas por pesquisadores que se valem do método científico.


Conclusões:

– “Corretamente entendidas, tanto as revelações da ciência como as experiências da vida se acham em harmonia com o testemunho das Escrituras relativo à constante operação de Deus na natureza” (Ellen G. White, Educação, p. 130).

– Em Gênesis 1:1, Moisés escolheu a dedo o verbo bara’ (“criar”). Ele poderia ter utilizado dois outros verbos hebraicos asah(“fazer”) ou yatsar (“formar”), mas usou especificamente bara’ que, segundo o comentário da Bíblia de Jerusalém, por exemplo, “é reservado à ação criadora de Deus, diferente da ação produtora do homem” (grifo nosso).

– O mesmo Deus capaz de criar todo o Universo a partir do nada (ex nihilo), pelo poder de Sua palavra, é apresentado por Davi como Aquele que é capaz de criar algo que não é inerente ao ser humano neste mundo de pecado: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro” (Sl 51:10). Coração puro ou Universo do nada, para Deus, são coisas simples de ser feitas. Se confiamos no relato de Gênesis, também devemos confiar na promessa do Salmo – e em tantas outras promessas que dependem de nossa concepção do Criador.

– João abriu seu evangelho com palavras bem semelhantes às de Gênesis 1 (cf. Jo 1:1-3). João apresenta Aquele que criou todas as coisas (não podendo, portanto, ser Ele mesmo criado, como podem pensar alguns). Jesus é o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último (Ap 1:17).

O que você concluiria a respeito de alguém que, sendo homem, se dissesse Deus? Consideraria esse homem “sábio”? Algum profeta de Deus disse algo parecido de si mesmo? Na verdade, alguém que afirmasse ser Deus, se não fosse, deveria ser tratado como louco ou charlatão, menos “sábio”. Assim, ou Jesus é Deus, ou não serve como modelo de conduta, muito menos como Salvador.

– Romanos 1:20 e Salmo 19:1 tratam da “revelação natural” e afirmam que as digitais espalhadas na natureza apontam para as mãos do grande Designer cósmico, cujos “atributos invisíveis” podem ser detectados por meio “das coisas que foram criadas”. A criação do Universo aponta para o Criador e consiste num dos mais conhecidos argumentos para a existência dEle. Esse argumento é também chamado de cosmológico, e pode ser expresso assim:


1. Tudo o que teve um começo teve uma causa.
2. O Universo teve um começo.
3. Portanto, o Universo teve uma causa.


– Não havia mundo natural nem leis naturais antes do “surgimento” do Universo. Uma vez que a causa não pode vir depois de seu efeito, as forças naturais não foram responsáveis pela origem do Universo. Portanto, deve haver alguma coisa acima da natureza para realizar o trabalho. Isso é o que significa a palavra sobrenatural.

– A conclusão a que podemos chegar é a de que o Universo foi causado por alguma coisa externa ao tempo, ao espaço e à matéria ­– portanto, uma Causa eterna; uma Causa primeira não causada. E como o Universo apresenta lógica e funciona de acordo com leis finamente reguladas, concluímos também que essa Causa tem que ser muito inteligente. Essa conclusão é compatível com as religiões teístas, mas não tem por base apenas essas religiões. A base está, igualmente, na razão e nas evidências. O argumento teleológico, ou do propósito, em forma de silogismo, fica assim:


1. Todo projeto tem um projetista.
2. O Universo e a vida foram projetados.
3. O Universo e a vida têm um projetista.


– Segundo Richard Dawkins, em seu livro O Relojoeiro Cego, a informação encontrada no núcleo de uma pequena ameba é maior do que os 30 volumes combinados da Enciclopédia Britânica. E a ameba inteira tem tanta informação em seu DNA quanto mil conjuntos completos da mesma enciclopédia. Agora, pense na “máquina” mais complexa do Universo: o cérebro humano. Infelizmente, não temos espaço aqui para discorrer sobre ele.

– Resumindo, a informação complexa e específica da qual dependem todas as formas de vida e que simplesmente não poderia surgir por acaso é um dos maiores problemas para os defensores do evolucionismo naturalista. Esse tipo de informação aponta para uma Fonte informante inteligente.

– Quando lemos textos como Jeremias 51:15, 16 e Salmo 33:6, 9 (entre tantos outros), podemos ter uma pálida compreensão da grandiosidade do nosso Deus. Mas, quando lemos os evangelhos e entendemos que esse Deus maravilhoso Se fez homem e caminhou entre nós, ficamos ainda mais maravilhados. É muito bom saber que Deus é todo-poderoso, mas é melhor ainda saber que Ele é todo-interessado em Suas criaturas e todo-amoroso.




Michelson Borges, jornalista pela UFSC e mestre em teologia pelo Unasp.
Nahor Neves de Souza Jr., geólogo pela Unesp e doutor em engenharia pela USP.


Fonte: CPB

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