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sábado, 12 de dezembro de 2015

Três grandes erros e um acerto do sr. Francisco

Respondeu-lhes Jesus: Errais,
não conhecendo as Escrituras
nem o poder de Deus (Mt 22.29).
Deu na BBC Brasil: “A Igreja Católica vai oferecer no próximo domingo em todo o mundo a chance para que mulheres que fizeram aborto sejam ‘perdoadas’ se cumprirem certos procedimentos. A absolvição, que também poderá ser estendida a mulheres mortas, faz parte do Jubileu da Misericórdia, o Ano Santo da igreja que começa na terça-feira e vai até 20 de novembro de 2016. ‘A absolvição do pecado do aborto é uma prerrogativa dos bispos que, em situações particulares, podem delegar esta função aos padres. Todavia, durante o Ano Santo, para facilitar ainda mais o perdão, o papa Francisco concedeu essa faculdade a todos os sacerdotes’, disse à BBC Brasil o padre Geraldo dos Reis Maia, reitor do Colégio Católico Pio Brasileiro, em Roma, administrado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).”

E na sua página no Facebook, o papa postou: “Hoje, dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a solenidade da Imaculada Conceição, professando que a Mãe de Jesus foi concebida sem o pecado original, herança com que todos nascemos. Não deixe de repassar a imagem, faça do seu Facebook um andor para Nossa Senhora.”

Primeiro erro: seres humanos não podem perdoar nem absolver qualquer outro ser humano. Só Jesus, nosso único intercessor, nosso único mediador (porque é o único que, sendo Deus, Se fez homem), pode perdoar os pecados daqueles que se arrependem e os confessam a Deus. Jesus quase foi apedrejado quando esteve aqui na Terra pelo fato de ter perdoado pecados e, com isso, ter se igualado a Deus o Pai, o que seria uma blasfêmia, caso Ele realmente não fosse Deus. Estes vídeos podem ajudar a entender esse assunto: clique aqui e aqui.

Segundo erro: os mortos não podem ser perdoados pelo simples fato de que não estão vivos, estão inconscientes, “dormindo” no pó da terra. Esse é um claro ensino da Bíblia Sagrada, bem explicado neste vídeo. Ensinar o contrário disso (que os mortos ou a “alma” deles estariam conscientes em algum lugar) é flertar com o espiritismo.

Terceiro erro: Maria não foi concebida sem pecado (o único que nasceu nessa condição foi Jesus), nem foi assunta ao Céu. Esse é um dogma católico definido pelo papa Pio XII em 1950. Não há sequer um versículo na Bíblia que sustente essa ideia. Maria foi uma mulher exemplar e digníssima, justamente por ser mulher, humana e serva de Deus. A grande beleza da história da encarnação de Cristo está no fato de que Deus escolheu uma simples moça para ser a mãe de Jesus na Terra. Mesmo sendo pecadora, Maria foi tida por digna dessa missão. E a aceitou de todo o coração. A humana Maria nos deixou um exemplo de fidelidade e disposição para servir. Divinizá-la foi um erro. Isso a afastou da humanidade praticamente equiparando-a à Divindade. Alguns chegam ao ponto de dizer que devemos pedir à mãe para que o Filho nos atenda, o que é um absurdo. Assista a este vídeo

Um grande acerto: o papa tem Twitter e Facebook, e os usa para divulgar sua crença, suas ideias, seus dogmas. O que você, cristão, tem feito com suas redes sociais? Tem utilizado esse recurso para evangelizar? Tem aproveitado essas mídias para deixar uma marca positiva na vida das pessoas? Ou tem apenas curtido, compartilhado e tuitado piadas, críticas e conteúdos fúteis, sem contar aquelas fotos que não revelam cristianismo? Nesse ponto, o papa Francisco nos deixa uma grande lição de foco na missão e de testemunho consciente.

Fonte: Criacionismo.
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sábado, 31 de outubro de 2015

Laudato Si e o cuidado da casa comum (#DoSábadoParaOdomingo)

Para ampliar, clique na figura!

European Sunday Alliance #DoSábadoParaOdomingo

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De anticristo à irmão em Cristo #DoSábadoParaOdomingo

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"E toda a terra se maravilhou, seguindo a besta" #DoSábadoParaOdomingo

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Campanha da fraternidade ou do domingo? #DoSábadoParaOdomingo

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sábado, 20 de junho de 2015

Laudato Si e o erro do papa Francisco

Hoje pela manhã, o papa Francisco saudou seus mais de seis milhões de seguidores no Twitter com a seguinte conclamação: “Convido a todos para fazer uma pausa para pensar sobre os desafios que enfrentamos em relação aos cuidados com a nossa casa comum.” Pouco mais de uma hora depois, outro tweet foi divulgado: “A cultura do descartável de hoje apela a um novo estilo de vida.” Sempre com a hashtag #LaudatoSi, que, na verdade, é o título da encíclica que o Vaticano divulgará oficialmente hoje. Conforme destacaram Bruno Calixto e Marina Ribeiro, em artigo publicado ontem no site da revista Época, hoje um bispo católico, um ortodoxo e um cientista ateu sentarão juntos na Sala do Sínodo, no Vaticano, e apresentarão aos jornalistas a primeira encíclica escrita exclusivamente pelo papa Francisco. “A escolha das pessoas que apresentarão o documento não é aleatória. O papa quer que sua encíclica – uma carta de ensinamento aos católicos – ultrapasse as fronteiras do catolicismo, chegue às ‘pessoas de boa vontade’ e influencie as decisões internacionais sobre o meio ambiente e o clima. A encíclica de Francisco, que empresta do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis seu título Laudato Si (‘Louvado sejas’, em português), fala especificamente sobre o impacto do homem no meio ambiente – ou na ‘Criação’ – e mostra como os homens podem viver em harmonia com a natureza, de acordo com a moral e a ética da Igreja.”

Obviamente que é louvável a iniciativa de um líder religioso como o papa de encabeçar um movimento ecológico com o objetivo de proteger a Terra da degradação que ela vem sofrendo ao longo dos anos. É evidente que os religiosos podem e devem dar sua parcela de contribuição para criar uma mentalidade de cuidado com a criação de Deus. O problema são as motivações, os argumentos, os objetivos e os erros por trás de todo esse discurso ecológico.

Não quero aqui me deter na ideia de que o ser humano seja o verdadeiro culpado pelo aquecimento global. Há cientistas que, embora não neguem esse aquecimento, não creem que a causa dele seja antropogênica. Poderíamos estar atravessando um novo ciclo de calor; a causa poderia ser outra, como a atividade solar; ou mesmo, como escreveu Ellen White, no livro O Grande Conflito, páginas 589 e 590: “[Satanás] estudou os segredos dos laboratórios da natureza, e emprega todo o seu poder para dirigir os elementos tanto quanto o permite Deus. [...] Nos acidentes e calamidades no mar e em terra, nos grandes incêndios, nos violentos furacões e terríveis saraivadas, nas tempestades, inundações, ciclones, ressacas e terremotos, em toda parte e sob milhares de formas, Satanás está exercendo o seu poder. [...] Essas visitações devem se tornar mais e mais frequentes e desastrosas. [...] E então o grande enganador persuadirá as pessoas de que os que servem a Deus estão motivando esses males. [...] Será declarado que os homens estão ofendendo a Deus pela violação do descanso dominical; que esse pecado acarretou calamidades que não cessarão antes que a observância do domingo seja estritamente imposta.”

E é exatamente sobre isso que eu quero falar aqui. Quero me deter num erro típico do romanismo, presente na encíclica Laudato Si: o erro de confundir deliberadamente o sábado com o domingo.

No capítulo II, seção 71 (a encíclica está disponível aqui), referindo-se à destruição do mundo por um dilúvio no tempo de Noé e sua posterior restauração, Francisco escreveu: “A tradição bíblica estabelece claramente que esta reabilitação implica a redescoberta e o respeito dos ritmos inscritos na natureza pela mão do Criador. Isto está patente, por exemplo, na lei do Shabbath. No sétimo dia, Deus descansou de todas as suas obras. Deus ordenou a Israel que cada sétimo dia devia ser celebrado como um dia de descanso, um Shabbath (cf. Gn 2, 2-3; Ex 16, 23; 20, 10).”

É bom deixar claro logo de início que, ao contrário do que afirma o papa, o sábado não foi dado a Israel apenas. Na verdade, o sábado foi dado à humanidade, no Éden, quando havia apenas um casal sobre a Terra (Gn 2:2, 3), e Jesus confirma isso ao dizer que o “sábado foi feito por causa do homem” (Mc 2:27), não do judeu ou de qualquer outro povo.

Embora cite o mandamento do sábado conforme está na Bíblia, no capítulo VI, seção 237 da encíclica, Francisco se permite reinterpretar o mandamento:

“A participação na Eucaristia é especialmente importante ao domingo. Este dia, à semelhança do sábado judaico, é-nos oferecido como dia de cura das relações do ser humano com Deus, consigo mesmo, com os outros e com o mundo. O domingo é o dia da Ressurreição, o ‘primeiro dia’ da nova criação, que tem as suas primícias na humanidade ressuscitada do Senhor, garantia da transfiguração final de toda a realidade criada. Além disso, este dia anuncia ‘o descanso eterno do homem, em Deus’. Assim, a espiritualidade cristã integra o valor do repouso e da festa. [...] A lei do repouso semanal impunha abster-se do trabalho no sétimo dia, ‘para que descansem o teu boi e o teu jumento e tomem fôlego o filho da tua serva e o estrangeiro residente’ (Ex 23, 12). O repouso é uma ampliação do olhar, que permite voltar a reconhecer os direitos dos outros. Assim o dia de descanso, cujo centro é a Eucaristia, difunde a sua luz sobre a semana inteira e encoraja-nos a assumir o cuidado da natureza e dos pobres.”

Conforme observou Filipe Reis, de Portugal, “não precisamos de muito esforço para perceber que o papa confunde o Shabbat bíblico do sétimo dia com o domingo, primeiro dia da semana, atribuindo a este a importância e solenidade que, biblicamente, apenas o sábado do sétimo dia possui. Ou seja, a validade do sábado do sétimo dia parece ter sido mudada para o domingo, primeiro dia da semana”.

Curiosa e e contraditoriamente, na secção 68 do capítulo II, Francisco escreve, citando os Salmos:

“‘Ele [ndr: Deus] deu uma ordem e tudo foi criado; Ele fixou tudo pelos séculos sem fim e estabeleceu leis a que não se pode fugir!’ (Sl 148, 5b-6).” O papa está correto aqui. Não podemos fugir das leis de Deus, muito menos alterá-las. O sábado faz parte dessa lei e é tão eterno que continuará sendo observado na Nova Terra (Is 66:23). Daniel 7:25, escrito cerca de 500 anos antes de Cristo, previu que no futuro haveria um poder religioso que se atreveria a mudar os tempos e a lei de Deus. A profecia, pra variar, estava corretíssima...

Por favor, tome algum tempo para assistir ao vídeo abaixo. Creio que lhe será muito esclarecedor e o situará devidamente nessa controvérsia entre o sábado e o domingo, que só tende a aumentar daqui para a frente.
Em seu artigo na revista Época, Bruno Calixto e Marina Ribeiro captaram com precisão a intenção do papa com essa encíclica: “Francisco escolheu com cuidado o momento da publicação e de seu ativismo ambiental. Em setembro, a Assembleia Geral da ONU se reunirá para aprovar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ele pessoalmente discursará em Nova York. Depois, em novembro, haverá a Conferência do Clima em Paris, onde se espera que governos assinem um acordo global contra as mudanças climáticas. Segundo o secretário-geral do WWF-Brasil, Carlos Nomoto, o papa poderá desempenhar um papel importante nessas reuniões internacionais, aumentando a pressão para que governos enfim assumam compromissos nas negociações climáticas.”

Para Eduardo Felipe Matias, autor de A Humanidade Contra as Cordas: A luta da sociedade global pela sustentabilidade, as questões ambientais exigem a mobilização de todos os atores da sociedade, não apenas governos (num programa da rádio CBN, dois jornalistas também falam sobre isso). “Os efeitos que a encíclica papal pode ter sobre a comunidade internacional e sobre os católicos seriam ampliados se outras instituições religiosas se somassem a esse esforço. Não iremos alcançar um mundo mais sustentável sem mudar radicalmente a mentalidade das pessoas, e as diferentes religiões podem contribuir para essa mudança”, diz. 

Felipe resume bem um assunto sobre o qual tenho falado em meu blog há quase dez anos: o ECOmenismo. Trata-se de um movimento de união de esforços que extrapola os limites das religiões e tem o potencial de coligar religiosos, místicos, cientistas, ativistas, ateus e outros grupos. Para entender um pouco mais a relação entre aquecimento global e decreto dominical, eu o convido a assistir ao vídeo abaixo.

Estamos vivendo dias solenes. Deus nos ajude a estar firmados na verdade bíblica, cumprindo nosso papel, assim como o papa e outros estão cumprindo o deles.

sábado, 13 de dezembro de 2014

sábado, 4 de outubro de 2014

João Paulo II - mais um líder religioso pecador...

Embora a Bíblia nos proíba fazer juízo temerário sobre a salvação das pessoas (evitando fazer acusação de pecados que não temos conhecimento), existem os chamados PECADOS PÚBLICOS que qualquer pessoa consegue identificar. Que Caim matou Abel e violou o sexto mandamento não se discute e nem mesmo que Judas traiu o grande Filho de Deus.

O Papa João Paulo II está em vias de ser beatificado pelo Vaticano. Isso significa que a Igreja Católica considera que ele está vivo e pode responder orações. É um passo inicial para considerá-lo “santo”. Dessa maneira existirá autorização para lhe fazer uma imagem e dirigir orações.

A Bíblia ensina que os santos serão ressuscitados no último dia. Portanto, João Paulo II não está vivo nos Céus. A doutrina católica tem fundo no espiritismo e na essência é a mesma: “mortos continuam vivos em algum lugar”, desfazendo das palavras de nosso Senhor que prometeu trazê-los de volta a vida apenas e somente no último dia:

(João 6:39) –  E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.

(João 6:40) –  Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.

A ética diz que não devemos falar mal dos mortos, mesmo que tenham cometido assassinato (embora se fale mal livremente de Hitler, Caim e Judas). Mas já que a Igreja Romana pensa em santificar um homem pecador, nos sentimos no direito de expor seus pecados públicos:

Pecados evidentes de João Paulo II

1- Transgressão do Sábado
(Lucas 23:56) – E, voltando elas, prepararam especiarias e unguentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.

A falta de aceitação deste mandamento, leva os judeus a ignorarem o evangelho. (pecado de omissão).


2- Adoração a seres humanos, criaturas, através de imagens:
(Atos 17:29) –  Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
(Romanos 1:23) – E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis.

3- Adoração a Nossa Senhora, a Rainha do Céu (Lúcifer transfigurado):

(Jeremias 44:17) –  Mas certamente cumpriremos toda a palavra que saiu da nossa boca, queimando incenso à rainha dos céus, e oferecendo-lhe libações, como nós e nossos pais, nossos reis e nossos príncipes, temos feito, nas cidades de Judá, e nas ruas de Jerusalém; e então tínhamos fartura de pão, e andávamos alegres, e não víamos mal algum.

De acordo com David Yallop em O Poder e a Glória página 246 [Santo] “Agostinho teria julgado a idolatria de toda uma vida do Papa João Paulo II por Maria”.

4- Falta de Testemunho da Segunda Vinda e do Dia do Juízo, prometendo paz e prosperidade:
(I Tessalonicenses 5:3) –  Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.
(II Pedro 3:7) – Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.

5- Permitiu livremente que as pessoas se ajoelhassem perante ele. Pedro  e um anjo celestial recusaram tal prática:
(Atos 10:25-26) – E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.
(Apocalipse 19:10) – E eu [JOÃO] lancei-me a seus pés para o adorar; mas ele  [O ANJO] disse-me: Olha não faças tal; sou teu conservo, e de teus irmãos, que têm o testemunho de Jesus. Adora a Deus; [...]

Penso que poderiam ser elencados ainda, com uma consulta bíblica mais detalhada, mais de 20 pecados públicos de João Paulo II. Porém nos abstemos de tal. Quem quiser lerá a Bíblia por conta própria e investigará os fatos com dedicação.

Se este ser humano será salvo ou não é com Deus (que analisará se houve arrependimento dos pecados). Mas que ele não foi santo durante a vida É EVIDENTE. Não chegou aos pés de Abraão, do profeta Elias, do profeta Daniel, do Apóstolo Pedro guardador do sábado ou de Maria, mãe de Jesus e observadora do sábado. Ele ficou muito abaixo dos santos da Bíblia. Isso é EVIDENTE.

PECADOS DE OMISSÃO NA ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA, se tornando co-participante de crimes.

1- Acobertamento dos Crimes do Banco do Vaticano:
Durante o pontificado de João Paulo II, o Banco do Vaticano estava completamente envolvido em crimes. Clique aqui para ver a história completa. João Paulo II foi repetidamente avisado dos crimes
do Arcebispo Marcinkus, a terceira pessoa mais poderosa do Vaticano e nunca o entregou a Polícia. Roberto Calvi e Michele Sindona, 2 pessoas envolvidas com Marcinkus foram assassinados.  Eles utilizaram a imunidade diplomática do Banco do Vaticano para esconder o dinheiro da Máfia, da Loja Maçónica P2 e de influentes políticos italianos.

“A principal função do banco do Vaticano era oferecer serviços bancários às ordens religiosas. Deveria ser impossível um leigo abrir uma conta no banco. Mas em maio de 1981 havia mais de 12 mil contas correntes. Só uma minoria delas obedecia ao estatuto do banco, as outras 9351 pertenciam a “cidadãos privilegiados”, incluindo membros das famílias mafiosas Gambino, Inzerillo e Spatola que usavam suas contas para lavar o dinheiro dos lucros de suas atividades ilegais de tráfico de drogas, sequestros e outras atividades do crime organizado. Os Cidadãos privilegiados também incluíam a família Corleone da Máfia”. Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 138-139.

Em 1995 protegeu o Cardeal Carles, acusado de lavar 100 milhões de dólares através do banco do Vaticano. Deu um emprego para ele  dentro do Vaticano, impedindo que ele fosse processado pela justiça italiana. Veja mais aqui.

2- Acobertamento da Pedofilia
“Em maio de 1981 começaram a chegar cartas e petições no Vaticano do continente africano, dos Estados Unidos, América Latina, Canadá.. e todas elas tinham um tema básico: abuso sexual. Em cada caso, os supostos culpados eram padres, bispos e membros das comunidades religiosas. As queixas sobre os Bispos eram dirigidas ao secretário ou ao prefeito da Congregação dos Bispos e aquelas que envolviam padres à Congregação do Clero e aquelas envolvendo as várias ordens religiosas, à Congregação dos Institutos da Vida Consagrada e das Sociedades da Vida Apostólica. A Secretaria enviava cada carta ao membro apropriado da equipe. O arquivista dava um número de protocolo à carta e anotava sua data, autor, diocese ou origem e assunto. Uma providência mínima era tomada”. Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 142. Aplica-se o sistema secreto: o acusado tinha que responder somente ao papa. E João Paulo II nunca fez NADA.

1971: Estudo The Catholic Priest in the United States: Psychological Investigations de autoria dos padres Eugene C. Kennedy e Victor Heckler mostrou que 7% dos padres eram emocionalmente desenvolvidos, 18% estavam em desenvolvimento, 66% eram subdesenvolvidos e 8% mal desenvolvidos.

1976 – Vaticano recebe as primeiras denúncias contra o fundador dos Legionários de Cristo, Padre Maciel. Durante a visita do Papa ao México em 1979 foi convidado especial e esteve sempre ao lado de João Paulo II. Saiba mais sobre seus crimes aqui. No ano de 2010 o Papa Bento XVI chamou Marcial Maciel de “Um falso profeta de vida imoral: uma existência aventureira, desperdiçada e distorcida”. Depois de mais de 20 anos de denúncias em que ninguém fez nada.

1983 Padre Gilbert Gauthe, Louisiana, abusou de mais de 100 meninos. Em 1984, 6 famílias, com 9 vítimas levaram 4,2 milhões de dólares. Em 1984 11 garotos entraram na justiça. Ficou preso 11 anos e foi libertado em 1998.
1984 – Rita Milla em Los Angeles foi estuprada por 7 padres.
1985 Padre Mel Baltazar em Idaho foi condenado a 7 anos de prisão por abusar de meninos doentes que faziam hemodiálise ou eram coxos.
Em 1985 foi entregue ao Papa João Paulo II um relatório de 100 páginas  sobre a situação da pedofilia nos EUA. Nada foi feito.
1988 - denúncia em Terra Nova no Canadá chegou a incriminar 10% do clero.  Mais de 30 instituições católicas foram condenadas.

Padre Dino Cinel de Nova Orleans: encontrados 160 horas de vídeos domésticos de sexo com crianças e adolescentes.

Argentina: Egardo Storni, arcebispo de Santa fé abusou de 47 seminaristas.

No colégio de São Niniano os meninos eram submetidos a abusos sexuais, choques elétricos, açoitamentos com chicote de montaria.

Padre Michael Hill abusou de 20 a 30 crianças, entre elas um menino com paralisia cerebral e outro confinado a uma cadeira de rodas.

Desde 1985 na Irlanda, 4 mil alunos submetidos a trabalho escravo nos colégios católicos. 48 padres e irmãos foram condenados.

1991- Nova Zelândia: 38 casos de abusos em 6 dioceses.
Austrália: Ordem dos Irmãos São João de Deus acusada de abusar de 24 homens deficientes mentais. Depois 157 vítimas se apresentaram.

Estados Unidos entre 1985 e 2000 = revelados 1.200 padres pedófilos. Em abril de 2002, 177 padres foram afastados em 28 estados. Em março de 2006 havia 783 novas acusações (81% de vítimas masculinas). A Igreja Católica americana gastou mais de 3 bilhões em indemnizações e várias dioceses foram a falência. Fonte: ”Sua Santidade – as cartas secretas de Bento XVI” de Gianluigi Nuzzi, página 91.

1996– Estudo com 34 mil freiras católicas nos EUA. 22% foram molestadas após se tornarem freiras.
Holanda: 20 mil abusos sexuais.
2011- Canadá: Ordem católica Congregação da Santa Cruz aceitou nesta quinta-feira pagar US$ 18 milhões a dezenas de ex-alunos que foram vítimas de abusos sexuais em três escolas de Québec entre 1950 e 2001.

Salvo, citações em contrário as informações básicas foram retiradas do livro de David Yallop, O Poder e a Glória páginas 306 a 397.

3- Deixava o sexo e relacionamentos homossexuais rolar livre no Vaticano
Para religiosos, que pelas leis da igreja caída, deviam ser castos, esse é o maior dos absurdos. Sempre escondido, acobertado, tratado sem seriedade. “A carreira e a promoção eram de maior importância para qualquer seminarista determinado a se tornar bispo. Para ascender na carreira eclesiástica era preciso encontrar um protetor. Também era necessário seguir os 5 nãos: Não pense. Se pensar, não fale. Se falar, não escreva. Se pensar, falar e escrever, não assine o seu nome. Se pensar, falar, escrever e assinar seu nome, não se surpreenda. Ascender na carreira com a ajuda de um protetor também frequentemente requeria a participação em um relacionamento homossexual ativo. As estimativas da prática do homossexualismo na cidade do Vaticano variam de 20 a mais de 50%”. Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 142.

4- Ajuda ao regime racista do Apartheid da Africa do Sul
O banco do Vaticano emprestou 172 milhões de dólares as agências oficiais do apartheid sul africano. (por volta de 1984). Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 173.

5- Canonizou anti-semitas e escondeu a história dos papas anti-semitas
A- Maximiliam Kolbe, editor chefe do semanário O Cavaleiro da Imaculada: contribuía para envenenar a opinião pública contra os judeus e foi canonizado.
B- Concedeu o título de cavaleiro da Ordine Piano a Kurt Waldheim, secretário geral das nações unidas entre 1972 e 1981, sendo acusado de crimes de guerra na Bósnia e pela deportação de judeus de Salónica, na Grécia.
C-  Na carta Nós nos lembramos, uma reflexão sobre o shoah (Holocausto) de 1998 disse que as causas do anti-semitismo na Europa era culpa do nacional-socialismo da Alemanha e suas ideias de raça ariana. Uma tentativa surpreendente de reescrever a história. Não mencionava a ajuda do Papa Pio IX (1846-1878) que chamava os judeus de “cães dos quais há muito em Roma, uivando e nos perturbando por toda parte”. Ou a ajuda de Leão XIII (1878-1903) que descrevia os judeus de “teimosos, sujos, ladrões, mentirosos, ignorantes, pragas… uma invasão bárbara por uma raça inimiga”. Ou o clero católico da Polónia, muito bem representado por Josef Kruszynski que escreveu em 1920 que “se for para o mundo ser governado pelo flagelo judeu, será necessário exterminá-los, até o último deles”.

Em setembro de 2000, João Paulo II beatificou o Papa Pio IX (1846-1878), aquele que dizia que os judeus são como cães uivando em Roma.

D- Em 18 de maio de 1941, enquanto o holocausto dos não católicos acontecia na Croácia o Papa Pio XII recebeu em audiência o líder do Utashi (organização anti-semita, anti-sérvios e anti-ortodoxos), Ante Pavelic. Tanto o Papa como o Secretário de Estado Montini que mais tarde se tornaria o Papa Paulo VI tiveram um relacionamento bastante chegado com Pavelic. O papa designou o Arcebispo STEPINAC como capelão militar sênior. Não há registros de que ele tenha tentado reprimir os religiosos assassinos a ele subordinados. O Frei Miroslav Filipovic supervisionou como comandante de campo a matança de 20 a 30 mil reclusos e STEPINAC não fez nada. Em outubro de 1998, João Paulo II declarou que STEPINAC seria beatificado. O Centro Simon Wiesenthal conhecido como caçador de criminosos de guerra pediu que fosse adiada essa beatificação até o fim de um estudo exaustivo do registro de STEPINAC em tempo de guerra. O Vaticano ignorou o apelo e beatificou STEPINAC em 03 de outubro de 1998.

E- Aprovou o filme Paixão de Cristo de Mel Gibson (2004), baseado não integralmente na Bíblia, mas muitas partes nas visões da freira Anne Catherine Emmerich que incluem caracterizações anti-semitas dos judeus, uma Maria vestida de freira antes de inventarem o hábito da castidade, e crianças malhando o judas. Em junho de 2006 ao ser preso em Malibu na Flórida, por estar dirigindo alcoolizado, Gibson deu várias declarações anti-semitas: “Judeus de merda. Os judeus são responsáveis por todas as guerras do mundo”. Se não bastasse, Anne Catherine Emmerich foi beatificada em 3 de outubro de 2004.


Fonte: David Yallop. O Poder e a Glória página 269, 292-295, 299, 303-305, 398-410.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Apocalipse 17 e o 8° rei

O que simbolizam a meretriz, a besta escarlate e os demais elementos de Apocalipse 17?

Sete séculos se passaram e mais de 70 papas se sucederam até que um novo pontífice ousasse abdicar do chamado trono de Pedro. No dia 11 de fevereiro de 2013, Bento XVI anunciou que declinaria de seu pontificado. “Bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de bispo de Roma, sucessor de São Pedro”, assim anunciou Bento XVI, alegando sua idade avançada e decrescente vigor. Contudo, dias depois, Bento XVI condenou a “hipocrisia religiosa” e afirmou ter enfrentado “águas agitadas”, certamente em referência aos escândalos de pedofilia, lavagem de dinheiro no Banco do Vaticano e, mais recentemente, de práticas homossexuais na própria Cúria Romana. Em entrevista ao canal de notícias Globo News, no dia 27 de fevereiro deste ano, o arcebispo Dom Geraldo Majella confirmou que até a vida de Bento XVI estava em perigo.

Contudo, as especulações sobre a renúncia de Bento XVI têm ido muito além das questões internas do Vaticano. Em alguns círculos, elas intensificaram uma expectativa em torno da chamada “teoria dos sete reis”, construída sobre Apocalipse 17. A teoria enumera os papas a partir do estabelecimento do Estado do Vaticano, em 1929, até a volta de Jesus. Portanto, Bento XVI, o sétimo papa desde então e cujo pontificado foi relativamente breve, é visto como o “rei” que tinha que “durar pouco” (Ap 17:10). Dessa forma, de acordo com a teoria, o papa Francisco I, o oitavo, seria o último antes da segunda vinda de Cristo (veja mais aqui). Essa teoria não recebe o apoio da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pois carece de fundamentação bíblica, como veremos a seguir.

A meretriz e a besta – A interpretação de Apocalipse 17 é um dos maiores desafios para o estudante da Bíblia. Não existe pleno consenso sobre todos os pormenores dessa profecia. No entanto, com o avanço do estudo do Apocalipse, mais luz tem sido lançada sobre essa incrível seção do livro.

Para se compreender os aspectos básicos de Apocalipse 17, é preciso que se entenda o propósito da visão e seu lugar no livro. A visão tem uma ligação direta com o capítulo 16, que trata das sete pragas, sendo que as duas últimas afligem a Babilônia espiritual (Ap 16:12-21). Ao fim do relato dessas pragas, um dos anjos que as derramaram convida João para ver o julgamento (do grego krima, “sentença”) da Babilônia espiritual, a “grande meretriz” (Ap 17:1). Em resumo, o anjo quer mostrar por que Babilônia e seus apoiadores foram tão severamente castigados por Deus (Jacques Doukhan, Secrets of Revelation, p. 160).

João ouviu sobre uma meretriz “sentada sobre muitas águas”, mas o profeta viu uma “mulher montada numa besta escarlate” (Ap 17:1, 3). A figura da mulher nas profecias bíblicas sempre esteve relacionada ao povo de Deus, à igreja (Gn 3:15; Os 2:19; Jr 3:14; 2Co 11:2), ao passo que a prostituição sempre foi associada à infidelidade espiritual da igreja (Jr 3:20; Ez 16:32; Ap 2:20). A meretriz é a contrafação da “noiva, a esposa do Cordeiro”, que também foi apresentada a João por “um dos sete anjos que têm as sete taças” (Ap 21:9). A “grande cidade” (Ap 17:18) tenta imitar a “santa cidade” (Ap 21:10). Em síntese, a meretriz ou Babilônia pretende dominar o mundo, com uma autoridade pretensamente divina, mas satânica em sua essência.

A simbologia religiosa também é evidente na aparência da mulher, “vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas” e com uma inscrição “na sua fronte” (Ap 17:4, 5), elementos também presentes nas vestes do sumo sacerdote do antigo santuário (Êx 28:4-35; 35:9; 39:30; Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ, 2ª ed., p. 517, 518).

A meretriz, portanto, representa um poder religioso que exercerá domínio global nos últimos momentos da história (Ap 17:15). Mas esse poder religioso não dominará sem ajuda. A meretriz precisará de apoio político das nações para exercer influência sobre as massas humanas, assim como a primeira besta depende da segunda, em Apocalipse 13. No capítulo 17, o instrumento que ela utiliza para dominar a humanidade é a besta sobre a qual está montada, que representa um poder político. Bestas (ou animais ferozes), em profecias bíblicas, sempre representaram potências que oprimiram o povo de Deus (Is 30:6, 7; Dn 7:5-7; 11, 19, 23; Ap 13:2, 11). A meretriz seduz a besta, e, por meio dela, exerce domínio mundial.

As armas simbólicas de sua sedução estão em seu corpo e no cálice que ela segura. Ela usa o corpo para se prostituir com os reis da Terra, atraídos por seu luxo e aparência. A simbologia trata das alianças com os governantes, para benefício mútuo (Ap 17:2; 18:3, 12-17; cf. Is 23:15-17; Ez 23:3, 30). Por sua vez, as multidões são enganadas pelo “vinho de sua devassidão” contido no cálice (Ap 17:2, 4). Neste aspecto se representa o poder sedutor da meretriz, que faz uso de um falso evangelho e de milagres (Ap 13:13, 14; 18:23; 19:20; Francis D. Nichol (ed.), The Seventh-Day Adventist Bible Commentary, v. 7, p. 850).

A própria meretriz se achava “embriagada com o sangue dos santos e [...] das testemunhas de Jesus” (Ap 17:6). Nos últimos momentos da história, a meretriz, antes mesmo de tentar derramar sangue inocente, já está embriagada, pois assassinou milhões de filhos de Deus por mais de um milênio (Dn 7:25). Portanto, nenhum outro poder religioso pode se encaixar nessa descrição, além da Igreja Romana.

Ellen G. White identificou a meretriz como a Igreja Romana (O Grande Conflito, p. 171), que será julgada pelos crimes cometidos contra o povo de Deus ao longo da história (Ap 18:24) e até do sangue que intentará derramar no fim dos tempos (Nichol, p. 628). No entanto, a Igreja Romana não estará isolada como poder religioso. A “mãe das meretrizes” (Ap 17:5) terá o apoio de outras organizações religiosas, em especial, de outras denominações cristãs (O Grande Conflito, p. 382, 383). Portanto, essa confederação religiosa formará a Babilônia mística.

A besta e suas cabeças – Se a meretriz representa uma confederação religiosa, a besta, os dez chifres/reinos e os reis da terra (Ap 17:12, 13, 16) representam uma confederação política que a sustentará no desfecho final. Há, portanto, uma distinção clara entre os poderes político e religioso (Nichol, p. 851). Neste ponto se encontra o principal equívoco da teoria dos sete reis como sete papas. Como as cabeças da besta seriam sete papas, se a besta representa o poder político que dá suporte ao papado? Outro erro: Se o oitavo rei representa o último papa, como ele se unirá aos dez chifres/reinos em ódio mortal à meretriz (Ap 17:16), que representa o próprio papado? O papa odiaria a si mesmo? Isso entra em contradição com o sentido lógico do texto.

Ellen G. White descreve a situação crítica dos líderes religiosos apóstatas nos últimos momentos da história. Sofrendo sob as pragas, as multidões reconhecerão o “dedo de Deus” (Êx 8:19) e concluirão que foram iludidas por seus líderes religiosos. Por isso, dirigirão “suas mais amargas condenações contra os ministros”. Então se repetirá a matança ocorrida após o desafio de Elias (1Rs 18:40), e os falsos profetas do tempo do fim serão mortos por seus próprios seguidores (O Grande Conflito, p. 655, 656).

Sobre as cabeças da besta, a chave para sua compreensão está na explicação do anjo (Ap 17:9). Embora o termo “montes” seja tradicionalmente defendido como “uma alusão à cidade de Roma, com suas sete colinas” (Nichol, p. 855), ele tem um sentido específico na antiga mentalidade hebraica. Daniel orou pelo “monte santo” do seu Deus, significando que orava por Jerusalém (Dn 9:16). Jeremias transmitiu uma ameaça divina contra a antiga Babilônia, chamando-a de “monte” que destrói (Jr 51:24). A pedra que destrói a estátua de Nabucodonosor se transforma numa grande montanha, o reino de Deus (Dn 2:35, 44). Assim, ao longo de todo o Antigo Testamento, percebe-se que a palavra “montes” também representa reinos (ver Sl 48:2; 78:68; Is 2:2-3; 13:4; 31:4; 41:15; Ez 35:2, 3; Ob 8, 9; Stefanovic, p. 296).

A interpretação católica, por sua vez, tenta restringir a figura dos sete montes às sete colinas da antiga Roma, para identificar a besta de Apocalipse 17 com o império romano. Em vista disso, Kenneth Strand, teólogo adventista já falecido, ressaltou que a tradução correta do termo grego oros em Apocalipse 17:9 é “montes”, não “colinas”. Afirmou também que, em sentido simbólico, ela sempre deve ser entendida como reinos e nunca como indivíduos ou governantes (Kenneth Strand, “The Seven Heads: Do They Represent Roman Emperors?”,Simposium on Revelation – Book II, v. 7, p. 186).

Assim como “montes”, o termo “reis” também representa reinos (Is 14:4, 22, 23; Dn 2:37, 38, 42-44; 7:17). Portanto, como as cabeças são sete montes e sete reis (Ap 17:9), e ambos representam reinos, as cabeças também simbolizam reinos.

Fator tempo – Evidentemente, os sete reinos representados pelas sete cabeças da besta de Apocalipse 17 foram impérios sucessivos. Na explicação, o anjo afirmou que, no tempo de João, cinco já haviam passado e que “um existe” (Ap 17:10). Esta é a principal referência cronológica da profecia, pois a explicação do anjo fez uma referência aos dias do profeta. Ekkehardt Mueller, diretor associado do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral da Igreja Adventista, afirma que, se a referência fosse a outro tempo ao qual o profeta tivesse sido transportado, não haveria como determiná-la. Para que a profecia se faça compreendida, a referência cronológica na explicação de qualquer profecia é sempre uma referência ao tempo do profeta. Esse princípio é exposto pelo escatologista Jon Paulien: “A visão não está necessariamente localizada no tempo e lugar do profeta. Mas, quando a visão é posteriormente explicada ao profeta, a explicação sempre vem no tempo, lugar e nas circunstâncias do que tem a visão” (ver Ekkehardt Mueller, “A Besta de Apocalipse 17: Uma Sugestão”, Parousia, 1° sem. 2005. p. 37; ver também Jon Paulien, Armageddon at the Door, p. 214).

Assim, o versículo 10 constitui a âncora cronológica da interpretação das sete cabeças da besta de Apocalipse 17, algo que a teoria dos sete papas ignora. A sexta cabeça representa o Império Romano, existente no tempo de João. Antes do Império Romano, outros cinco oprimiram o povo de Deus, os impérios: egípcio, assírio, babilônico, medo-persa e macedônico (chamado de Grécia, na Bíblia).

O sétimo rei ainda estava no futuro, do ponto de vista de João, Roma papal, que se tornaria predominante na Europa por mais de mil anos. Ela é representada pela sétima cabeça, pois, assim como os outros impérios, também concentrou poderes civis e políticos, incluindo o comando de exércitos e o domínio de territórios.

Alguns veem inconsistência na interpretação do sétimo rei como Roma papal, quando se leva em conta que o sétimo rei deveria “durar pouco” (Ap 17:10). No entanto, segundo Ranko Stefanovic, a expressão “tem de durar pouco” (do grego: oligon auton dei meinai) tem um sentido “qualitativo”, da mesma forma que em Apocalipse 12:12, em que Satanás percebe que “pouco tempo lhe resta” (oligon kairon echei). Após Cristo subir ao Céu, Satanás percebeu que tinha “pouco tempo”, e esse período já se prolonga por quase dois mil anos! “Em outras palavras, a expressão indica que o tempo de Satanás é limitado. A expressão ‘pouco tempo’ de Apocalipse 17:10 está em contraste com mikron kronon (‘pouco tempo’) de Apocalipse 20:3, designado para Satanás, com referência ao julgamento pendente contra ele” (Stefanovic, p. 521).

O oitavo rei – A figura do oitavo rei e alguns aspectos relacionados a ele são a parte mais enigmática da profecia. Sobre esse tópico, a Igreja Adventista do Sétimo Dia não tem uma interpretação estabelecida. Analisando a história da interpretação adventista de Apocalipse 17, Jon Paulien relata que Uriah Smith nem Ellen White definiram o sentido dos versículos 7 a 11 (Paulien, p. 166).

Embora contribuições possam ser dadas, é preciso ter prudência, pois, de acordo com Paulien, “aplicações ultraespecificas para o presente ou futuro imediato têm levado muitos a erros de interpretação embaraçosos”. Em alguns casos, é o testemunho histórico do cumprimento profético que nos permite interpretá-lo. Esse princípio é encontrado em João 13:19: “Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que Eu Sou” (ver Paulien, 166).

Analisando a profecia, percebemos que o surgimento do oitavo rei está relacionado aos momentos finais deste mundo. Seu aparecimento provoca admiração mundial (v. 8), sua autoridade dura apenas “uma hora”, ou seja, é efêmera (v. 12) e, logo que surge, esse poder “caminha para a destruição” (v. 8), pois vai se unir a dez reis/reinos para enfrentar o Rei dos reis e ser finalmente derrotado (Ap 17:14; 19:16).

A expressão “era e não é” (v. 8, 11) possivelmente é “uma paródia do título de Deus como “Aquele que era, que é e que há de vir” (Ap 4:8; ver 1:4, 8). O título divino se refere ao “nome da aliança de Deus” e a Sua “visitação escatológica” (David Aune, Revelation 17–22, p. 940. In: Stefanovic, 523), ou seja, Deus agindo no fim dos tempos para salvar Seu povo e condenar seus inimigos. Se Deus age desse modo, um poder terreno também atua contrariamente a Ele e a Seu povo. O título “era e não é” contrasta a onipotência de Deus com a transitoriedade e debilidade das nações (ver Is 40:15).     

Outros relacionam a expressão “era e não é” a Roma papal, representada pela primeira besta ferida mortalmente, mas que se recupera como força religiosa no fim dos tempos (Ap 13:1-10). Essa posição aparentemente é a mais plausível, no entanto, colide com pelo menos dois fortes argumentos: (1) A Igreja Romana do fim dos tempos já está representada na visão como a mulher montada sobre a besta. É verdade que ela também é representada historicamente como a sétima cabeça, mas, no desfecho escatológico, a Igreja Romana é representada como a meretriz; (2) ela será tão somente uma força religiosa, não político-militar, como a simbologia da besta exige; (3) o oitavo rei, que é a própria besta (v. 11), odiará a mulher (Igreja Romana e sua confederação, v. 16). Uma confederação religiosa (meretriz) terá o suporte de uma confederação política (a besta e os dez chifres), a qual se voltará contra a meretriz e a destruirá.

Alguns ainda enxergam o oitavo rei ou a besta como o próprio Satanás (Nichol, 856; Mueller, 33), no entanto, esse não parece ser o caso. Embora a semelhança com o dragão de Apocalipse 12 seja evidente na cor, nas sete cabeças e dez chifres (Ap 17:3), percebemos que bestas em profecias apocalípticas geralmente representam impérios perseguidores (Dn 7:5-7, etc.).

Nesse caso também é preciso repetir que a besta odiará a meretriz e a destruirá (Ap 17:16), o que não faz sentido em se tratando de Satanás. A desavença na aliança político-religiosa faz parte de um plano divino (v. 17; ver Ez 23:22-29), não satânico. Também não seria lógico crer que Satanás destruiria seus próprios instrumentos de engano e perseguição (Mt 12:25). Por fim, o apêndice da visão (Ap 17:18) deixa claro que a “grande cidade” (Babilônia mística) domina sobre os “reis da terra” (líderes humanos).

A manifestação final de um poder perseguidor é representada pelo oitavo, que é a besta propriamente dita (v. 11). É interessante notar que o texto grego não afirma a existência de uma oitava “cabeça” e omite a palavra “rei”. Menciona-se apenas o “oitavo”, que, pelo contexto, entendemos ser um “oitavo rei”. Do versículo 12 em diante, a besta é mencionada nominalmente mais quatro vezes (v. 10, 13, 16, 17). Isso reafirma que a besta em si será o oitavo rei e que ela representa um poder mais escatológico que histórico, ou seja, que sua ação no contexto de Apocalipse 17 está mais relacionada ao fim dos tempos do que com o passado (embora ela seja julgada pelo que fez no passado). Portanto, se as sete cabeças da besta representam “reis” (v. 9) ou impérios perseguidores, o oitavo rei será o último deles.

Uma dificuldade desse ponto de vista é que o oitavo rei “procede dos sete” (v. 11), talvez indicando que o último império perseguidor seria Roma papal, que se recuperaria da ferida mortal (Ap 13:12) e voltaria com força renovada nos instantes finais deste mundo (Paulien, p. 219). No entanto, isso contraria o sentido geral do texto e confunde as identidades da mulher (poder religioso) e da besta (poder político). Se a meretriz se prostitui com a besta (reis da terra), ela não pode ser a besta.

A expressão “procede dos sete” talvez tenha uma relação com a natureza do oitavo rei, no sentido de que ele seria semelhante aos anteriores (ver Paulien, p. 219). Alguns enxergam essa expressão como que estabelecendo uma distinção do oitavo reino em relação aos demais (ver Stefanovic, 525). Contudo, a expressão pode indicar tanto semelhança quanto distinção. A preposição grega ek, sem equivalente em português, tem o sentido de “vir de”, como a preposição inglesa from, e foi traduzida em português com o verbo “proceder” (ARA).

João, assim como os demais escritores do Novo Testamento, utiliza ek abundantemente. Contudo, o texto joanino tem como uma de suas características marcantes o uso de ek, indicando associação, mesma natureza, semelhança e, ao mesmo tempo, distinção (confira o verbo “proceder” em Jo 15:26; 1Jo 2:16, 21; 3:8, 10; 4:1, 3, 5, 7; 3Jo 11; Ap 5:9). Assim, o texto parece indicar que o oitavo rei “procede dos sete” no sentido de ser como um deles e não necessariamente ter sido um deles, assim como o Consolador “procede” do Pai, mas não é o Pai (Jo 15:26).

Que reino ou império (v. 9, 11) poderia ser o oitavo? Em primeiro lugar, ele deverá ser uma potência que dará apoio incondicional à Igreja de Roma às vésperas da volta de Jesus. Será um poder coercitivo de alcance mundial que se unirá aos ainda indefinidos dez chifres (reis ou reinos; ver v. 12) e que aglutinará todos os governantes da Terra, formando uma confederação política global (Ap 17:12, 13, 18; 18:3, 9). Essa coalizão se levantará contra Deus e Seu povo, mas será esmagada pelo Rei dos reis (Ap 19:18, 19). Para Paulien, a identidade do oitavo rei ainda está indefinida, mas representa a própria coalizão de nações (Paulien, 219).

Vanderlei Dorneles, autor de O Último Império (CPB), acredita que uma analogia com Apocalipse 13 pode lançar luz sobre a questão (leia o texto dele aqui). Em Apocalipse 13, a segunda besta (os Estados Unidos, ver O Grande Conflito, p. 579) será o poder que dará suporte ao papado, exercendo “autoridade” sobre a “terra e seus habitantes” (v. 12), ou seja, terá uma influência global. Se a mesma aliança é retratada em Apocalipse 17, com a mulher sendo carregada pela besta, é possível fazer uma relação entre ambos os capítulos: como a primeira besta de Apocalipse 13 está para a meretriz, assim a segunda besta de Apocalipse 13 está para o oitavo rei/reino. Ou seja, o oitavo reino representaria a superpotência americana que lideraria as nações para dar suporte à confederação religiosa. “Uma vez que as cabeças representam reinos/impérios sucessivos, o último ou oitavo deles podem ser os Estados Unidos, que seriam o último poder político sobre o qual a meretriz está montada”, afirma Dorneles.

Conclusões – Embora todas as análises de Apocalipse 17 sejam fascinantes, essa seção está em estudo e uma posição definida ainda é esperada. Este artigo não se propôs a esgotar a interpretação, mas o que foi exposto até aqui provê evidências suficientes para se rejeitar a teoria dos sete reis como uma sucessão de indivíduos ou papas. O contraste entre a superficialidade da teoria e os sólidos alicerces da interpretação profética nos relembra a exortação do autor do Apocalipse: “provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora” (1Jo 4:1). Não devemos aceitar prontamente as teorias que batem à nossa porta. Devemos ir às Escrituras como os antigos bereanos (At 17:11), para não sermos levados por “todo vento de doutrina” (Ef 4:14).

Por outro lado, no estudo de Apocalipse 17, percebemos como Deus tem o firme controle da história. Ele já sabe quais serão os próximos passos do inimigo e utiliza até mesmo suas manobras malignas para benefício de Seu povo. Embora esteja prevista a formação de uma imensa coalizão político-religiosa contra os “eleitos e fiéis” (Ap 17:14), Cristo, o Rei dos reis, Se levantará como nosso supremo Defensor (Dn 12:1). Aquele que nos criou e deu a vida por nós será nosso refúgio e baluarte. Podemos ter a mesma confiança de que “mais são os que estão conosco do que os que estão com eles” (2Rs 6:15).

(Diogo Cavalcanti é formado em Teologia e é editor associado de livros na Casa Publicadora Brasileira)

Semelhantes, mas diferentes

Apesar das semelhanças, a besta de Apocalipse 17 não é a mesma do capítulo 13. A besta do capítulo 17 representa uma pluralidade de organizações (sete impérios sucessivos mais um império final associado a dez reinos). A besta do capítulo 13 representa apenas um império, Roma papal (O Grande Conflito, p. 54). A besta do capítulo 13 é um poder político-religioso, por isso tem diademas; a do capítulo 17 é um poder político nos eventos finais, mas não tem diademas, pois rende sua autoridade à meretriz. Ambas as bestas são semelhantes, por terem relação direta com o dragão (Ap 12:3). Contudo, é importante lembrar que a besta de Apocalipse 13 está representada historicamente como a sétima cabeça da besta do capítulo 17 e, em seus momentos finais, como a meretriz.

Fonte: Criacionismo.

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