quarta-feira, 21 de março de 2012

O suicídio glutão!


Manteiga e carne são estimulantes. Isto tem danificado o estômago e pervertido o gosto. Os nervos sensitivos do cérebro são entorpecidos, e o apetite animal fortalecido às custas das faculdades morais e intelectuais. Essas elevadas faculdades, de função controladora, têm sido enfraquecidas, de maneira que as coisas eternas não têm sido discernidas. A paralisia tem entorpecido o que é espiritual e devocional. Satanás tem triunfado por ver quão facilmente pode ele vencer pelo apetite e controlar homens e mulheres de inteligência, destinados pelo Criador para fazer uma boa e grande obra. (p. 48)

Influência de um Regime Simples Se todos quantos professam obedecer à lei de Deus estivessem isentos de iniqüidade, minha alma sentir-se-ia aliviada; não o estão, porém. Mesmo os que professam guardar todos os mandamentos de Deus são culpados do pecado de adultério. Que posso eu dizer que lhes desperte as adormecidas sensibilidades? Os princípios morais, estritamente observados, tornam-se a única salvaguarda da alma. Se jamais houve tempo em que o regime alimentar devesse ser da mais simples qualidade, esse tempo é agora. Não devemos pôr carne diante de nossos filhos. Sua influência é estimular e fortalecer as mais baixas paixões, e têm a tendência de amortecer as faculdades morais. Cereais e frutas preparados sem gordura, e no estado mais natural possível, devem ser o alimento para as mesas de todos os que professam estar-se preparando para a trasladação ao Céu. Quanto menos estimulante o regime, tanto mais facilmente podem as paixões ser dominadas. A satisfação do paladar não deve ser consultada sem respeito para com a saúde física, intelectual ou moral. A condescendência com as paixões inferiores levará muitíssimos a fechar os olhos à luz; pois temem ver pecados que não estão dispostos a abandonar. Todos podem ver, se quiserem. Caso prefiram as trevas em vez da luz, nem por isso será menor a sua culpa. Por que não lêem os homens e mulheres, tornando-se mais versados nessas coisas que tão decididamente afetam sua resistência física, intelectual e moral? Deu-vos Deus uma habitação para que dela cuideis, e a conserveis nas melhores condições para Seu serviço e Sua glória. (p. 64)

Deus está trabalhando em favor de Seu povo. Não deseja que fiquem sem recursos. Ele está levando-os de volta ao regime originalmente dado ao homem. Esse regime deve consistir de alimentos feitos do material que Ele proveu. O material usado para esses alimentos deve ser principalmente frutas, cereais e nozes, mas várias raízes também poderão ser usadas. Repetidamente tem-se-me mostrado que Deus está trazendo de volta o Seu povo ao Seu desígnio original, isto é, que ele não dependa da carne de animais mortos. Ele gostaria que ensinássemos ao povo um caminho melhor. ...Se a carne for abandonada, se o gosto não for estimulado nessa direção, se a apreciação por frutas e cereais for encorajada, logo será como Deus no início desejou que fosse. Nenhuma carne será usada por Seu povo. (p. 82)

Quando o Deus de Israel tirou o Seu povo do Egito, privou-os de alimento cárneo em grande medida, mas deu-lhes pão do Céu e água da dura rocha. Com isto não ficaram eles satisfeitos. Abominaram o alimento que lhes fora dado e desejaram voltar para o Egito, onde podiam sentar-se junto às panelas de carne. Preferiam suportar a escravidão, e até mesmo a morte, a serem privados da carne. Deus lhes satisfez o desejo, dando-lhes carne, e deixando-os comerem-na até que sua glutonaria gerou uma praga, em conseqüência da qual muitos morreram. (p. 149)

Há uma classe de pessoas que professam crer na verdade, e que não usam fumo, rapé, chá, ou café, e no entanto são culpadas de satisfazer o apetite de modo diferente. Anseiam por pratos altamente condimentados, com molhos muito fortes, e seu apetite tornou-se tão pervertido que não se satisfazem nem mesmo com carne, a menos que seja preparada da maneira mais prejudicial. O estômago torna-se febril, os órgãos digestivos são sobrecarregados, e ainda o estômago tem de trabalhar arduamente para desincumbir-se da carga que lhe é imposta. Depois de efetuar sua tarefa, o estômago fica exausto, o que causa desfalecimento. Aqui é onde muitos se enganam, pensando que é a falta de alimento que produz tal sensação, e sem darem ao estômago tempo para descansar, tomam mais alimento, o que no momento afasta o esmorecimento. E quanto mais se condescende com o apetite, tanto mais clamará ele por satisfação. Esse desfalecimento é em geral o resultado de comer carne, e comê-la freqüentemente, e em excesso. (p. 157)

Pessoas que têm cedido ao apetite para comer livremente carne, molhos ricamente condimentados, e várias espécies de substanciosos bolos e conservas, não se satisfazem imediatamente com um regime simples, saudável e nutritivo. Seu paladar está tão pervertido que não têm apetite para um regime saudável de frutas, pão simples e verduras. Nem devem esperar que logo ao princípio sintam prazer em alimento tão diverso daquele com que condescenderam alimentar-se. Se não podem desde o princípio ter prazer em alimentos simples, devem jejuar até que tenham. Esse jejum se lhes demonstrará de maior benefício do que os remédios, pois o abusado estômago encontrará o repouso de que havia tanto necessitava, e a verdadeira fome se satisfará com um regime simples. Levará tempo para o paladar recuperar-se dos abusos que sofreu e voltar ao seu tom natural. Mas a perseverança na adoção de um regime abnegado de comer e beber bem depressa tornará agradável o alimento simples e saudável, e logo este será ingerido com maior satisfação do que frui o gastrônomo com suas ricas iguarias. O estômago assim não fica febril e sobrecarregado de alimentos, mas acha-se em condição sadia, podendo de pronto efetuar sua tarefa. Não deve haver demora na reforma. Devem fazer-se esforços para preservar cuidadosamente a força que resta das forças vitais, evitando qualquer carga excessiva. O estômago talvez nunca mais recupere saúde plena, mas o procedimento acertado na questão do regime poupará novas debilidades, e muitos ficarão mais ou menos recuperados, a menos que tenham ido muito longe no suicídio glutão. (p. 159)

Fonte: Conselhos Sobre o Regime Alimentar, Ellen G. White. 

Alagoano de Escola Pública do interior conquista medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática!

Aluno de escola pública do interior de Alagoas, jovem de 19 anos ganha medalha de ouro na Olimpíada de Matemática.

Coruripe [AL] – Assim como acontece com a maioria dos jovens com quem convive, provavelmente Indiana Jones dos Santos, 19, acabaria seguindo a vida de pescador – como seu pai. Mas, da mesma maneira que o personagem do filme que seu nome homenageia, o jovem gosta de enfrentar desafios. Mesmo vivendo em um Estado que tem um dos piores Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), vindo de uma família pobre, que mora numa casa doada pela prefeitura no povoado de Poxim, município de Coruripe, e ainda ter passado quatro anos fora da escola, ele é um dos vencedores da Olimpíada de Matemática das Escolas Públicas de 2011 – uma competição nacional. Indiana ganhou medalha de ouro no nível 2, para estudantes dos 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, e agora aguarda ansioso pela viagem ao Rio de Janeiro, ainda sem data prevista, quando receberá a medalha e uma bolsa de estudos, no valor de R$ 100 mensais, pelo período de um ano. O prêmio, entretanto, não foi surpresa para o estudante. Ele participa da Olimpíada de Matemática desde 2007 e ganhou, em anos anteriores, menção honrosa e duas medalhas de bronze, em 2009 e 2010.


A competição fez com que ele voltasse a se interessar pelos estudos, e depois do último bronze disse para os professores e a família que iria se preparar para ganhar medalha de ouro no ano passado – como de fato aconteceu. Os certificados e as medalhas que ganhou são mostrados com orgulho nas paredes da sala da pequena casa, onde vive com a mãe, padastro e dois irmãos mais velhos. Agora, iniciando o ensino médio, conta que pretende ganhar ainda mais medalhas por seu conhecimento em Matemática e diz que não tem muita certeza ainda sobre a profissão que deseja seguir; mas sabe que tem condições de vencer o ciclo da pobreza e ser muito mais do que imaginava.

***

Gazeta. É difícil para um estudante de uma escola pública ganhar uma medalha de ouro em Matemática?

Indiana Jones. Para mim não foi difícil, eu sempre gostei de números. Por isso me interessei em estudar Matemática e participar da Olimpíada. Desde a primeira vez que participei ganhei alguma coisa. Em 2007 foi uma menção honrosa, e em 2009 e 2010, ganhei medalha de bronze.

Então a medalha de ouro não foi uma surpresa?

Surpresa mesmo, para mim, não. Mas muita gente não acreditava que eu fosse ganhar. Eu estava me preparando para isso. Em 2010, quando cheguei na escola com a medalha de bronze, disse para os professores que um ano depois queria trazer a medalha de ouro. As provas da primeira fase, a gente faz na escola mesmo. Depois do resultado, fui fazer a segunda fase em Coruripe, e a terceira fase foi em Maceió.

E como você ficou sabendo do resultado?

Minha mãe que me contou. Estava de férias e a diretora da escola acessou a página da Olimpíada de Matemática e viu o meu nome. Minha mãe foi chamada na escola e, quando chegou em casa contando, foi uma alegria muito grande. Apesar de eu já ter ganhado duas medalhas antes, para a minha família foi surpresa a medalha de ouro.

Como você se preparou para a Olimpíada?

Não teve nenhuma preparação especial. Só estudava bastante em casa. Ano passado eu ia para a escola no período da tarde. Quando chegava em casa, depois de tomar banho e tomar café, aí eu começava a estudar. Estudava para a escola e também para fazer as provas da Olimpíada.

Ganhou essas medalhas por que as provas da Olimpíada são fáceis para você ou você venceu pelo esforço?

As provas não eram fáceis, mas eu me esforçava muito estudando.

Você tem 19 anos e só agora está começando o Ensino Médio. O que aconteceu para você se atrasar nos estudos?

Eu nunca fui reprovado, mas passei um tempo sem ir para a escola. Sei lá... perdi a vontade de estudar. A primeira vez fiquei dois anos sem ir para a escola, de 2004 a 2006, quando ainda morava na comunidade da usina [Coruripe]. Depois que a minha mãe se mudou com meu padastro para Poxim, voltei a estudar em 2007 e ganhei menção honrosa na Olimpíada. Em 2008 desisti de novo e só voltei em 2009. Agora não quero parar mais.

Por que você desistia da escola? Para trabalhar e ajudar em casa?

Não. Era porque eu não tinha vontade mesmo. Era preguiça de ir para a escola. Não entendia por que precisava aprender aquelas coisas e achava a escola muito chata. Só voltei a estudar porque, depois que a gente veio morar no Poxim, o meu padastro insistia muito para que eu e meus irmãos voltássemos para a escola. Foi só por causa da insistência dele que eu voltei, porque, querer, eu não queria.




Nota: Exemplo fantástico da recompensa que vem da dedicação aos estudos independente das circunstâncias! Vamos juventude alagoana! Marchemos diariamente na direção dos estudos, com esforços e   luta! Deus ama isso e dispensa um cuidado visível para com os jovens que nEle se refugiam e confiam (Sl 31:19)! "Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo" (Cl 3:23-24).  "Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno" (1 Jo 2:14). Hendrickson Rogers 

Ei, "templo do Espírito Santo", tome não refrigerante, viu?





 razões para não tomar refrigerante

Mesmo que você não saiba por que, com certeza sabe que refrigerante não faz bem. Desprovido de qualquer valor nutricional, essa água açucarada engorda, leva à obesidade e diabetes, além de outros vários males que não recebem muita atenção nas discussões de saúde, mas que listamos aqui na esperança de lhe recrutar para o lado do suco natural, chá e outras bebidas mais saudáveis. Confira:

1 – Envelhecimento acelerado
Normal, diet, light ou zero, todos os refrigerantes de cola contêm fosfato, ou ácido fosfórico, um ácido que dá ao refri seu sabor típico e aumenta seu tempo de prateleira. Embora ele exista em muitos alimentos integrais, tais como carne, leite e nozes, ácido fosfórico em excesso pode levar a problemas cardíacos e renais, perda muscular e osteoporose, e um estudo sugere que poderia até provocar envelhecimento acelerado.
O estudo, publicado em 2010, descobriu que os níveis de fosfato encontrados em refrigerantes fizeram com que ratos de laboratório morressem cinco semanas mais cedo do que os ratos cujas dietas tinham níveis normais de fosfato. Pior ainda é a tendência preocupante dos fabricantes de refrigerantes de aumentar os níveis de ácido fosfórico em seus produtos ao longo das últimas décadas.
2 – Pode causar câncer
Em 2011, a instituição sem fins lucrativos Centro de Ciência para o Interesse Público solicitou à Administração de Alimentos e Drogas americana para proibir o corante artificial caramelo usado para fazer Coca-Cola, Pepsi e outros refrigerantes marrons. O motivo: dois contaminantes na coloração, 2-metilimidazole e 4-metilimidazol, que já causaram câncer em animais. De acordo com uma lista proposta na Califórnia de 65 de produtos químicos conhecidos por causar câncer, apenas 16 microgramas por pessoa por dia de 4-metilimidazol é o suficiente para representar uma ameaça de câncer. Qualquer refrigerante (normal, diet, zero) contêm 200 microgramas por 570 ml.
3 – Dentes podres e problemas neurológicos
Nos EUA, dentistas até deram o nome de um refrigerante (boca “Mountain Dew”) para uma condição que eles vêem em um monte de crianças que o bebem demais. Elas acabam com a boca cheia de cáries causadas por níveis de açúcar em excesso.
Além disso, um ingrediente chamado óleo vegetal bromado, ou BVO, adicionado para evitar que o aroma separe-se da bebida, é um produto químico industrial usado como retardador de chamas em plásticos. Também encontrado em outros refrigerantes e bebidas esportivas baseados em citros, o produto químico tem sido conhecido por causar distúrbios de memória e perda nervosa quando consumido em grandes quantidades. Os pesquisadores também suspeitam que o produto químico se acumula na gordura do corpo, podendo causar problemas de comportamento, infertilidade e lesões nos músculos do coração ao longo do tempo.
4 – Latas tóxicas
Não é apenas o refrigerante que causa problemas. Quase todas as latas de alumínio de refrigerante são revestidas com uma resina 
chamada bisfenol A (BPA), usada para impedir os ácidos do refrigerante de reagir com o metal. BPA é conhecida por interferir com os hormônios e tem sido associada a tudo, de infertilidade a obesidade a algumas formas de câncer. E, enquanto a Pepsi e a Coca-Cola estão atualmente envolvidas em uma batalha para ver qual empresa pode ser a primeira a desenvolver uma garrafa de plástico 100% baseada em plantas que elas estão divulgando como “sem BPA”, nenhuma empresa está disposta a retirar a substância das latas de alumínio.

5 – Poluição da água
Os adoçantes artificiais utilizados em refrigerantes diet não quebram em nossos corpos, e nem o tratamento de águas residuais consegue separá-los antes que entrem nos cursos de água. Em 2009, cientistas suíços testaram amostras de água tratada, rios e lagos na Suíça e detectaram níveis de acessulfame K, sucralose e sacarina em todos, substâncias usadas em refrigerantes diet. Um teste recente em abastecimentos de água municipal nos EUA também revelou a presença de sucralose em todos os 19 estudados. Não está claro ainda o que esses níveis encontrados podem fazer com as pessoas, mas pesquisas anteriores concluíram que a sucralose em rios e lagos interfere com os hábitos de alimentação de alguns organismos.
Há indicações de que refrigerantes de cola podem prejudicar o esperma e até causar paralisia muscular. Além de potencialmente causarem tantos problemas, podem ser viciantes.

terça-feira, 20 de março de 2012

Você está acostumado à paisagem? Cuidado!

Fontes: Nisto Cremos e Rádio Novo Tempo.
Um dos maiores perigos que enfrentamos na vida é o de nos acostumarmos com a paisagem.

Acostumar com a paisagem significa não enxergar mais os detalhes das coisas que vemos todos os dias, dos ambientes em que vivemos o nosso dia a dia. Como vemos sempre a mesma coisa, estamos sempre naquele lugar, já não prestamos mais atenção nas coisas erradas, quebradas, sujas. Como estamos sempre com as mesmas pessoas elas se tornam parte da paisagem e não damos mais a atenção que deveríamos dar a elas.
Passamos a não tratar bem, com respeito e polidez, as pessoas com quem convivemos diariamente

. A verdade é que nos acostumamos com aquela paisagem e ligamos nosso piloto automático.

Vejo empresas com paredes sujas, cantos quebrados, salas de espera mal arrumadas, banheiros sujos e mal cuidados e até plantas secas em vasos secos. Quando chamo a atenção, as pessoas da empresa se surpreendem. Elas não enxergam mais aquilo tudo. Elas se acostumaram com a paisagem.
Conheço subordinados que perderam o respeito em relação a seus chefes e chefes que perderam o respeito em relação a seus subordinados. Esse relacionamento diário fez com que ambos os lados não prestassem mais atenção ao que falam, aos como falam, como se comportam, etc. O mesmo acontece com velhos clientes e velhos fornecedores. Eles acabam fazendo parte de nossa paisagem e aí não damos mais a atenção que dávamos a eles e até acabamos perdendo o respeito que deveríamos ter.

Na vida pessoal é a mesma coisa. A nossa esposa, o nosso marido, nossos filhos e até pais e amigos começam a fazer parte de nossa paisagem e não damos mais a atenção que deveríamos dar a eles. Perdemos o respeito que se traduz em gentileza, consideração, em ouvir com atenção e levar a sério o que dizem.
Há até mesmo o risco de nossa imagem começar a fazer parte da paisagem e não percebemos mais o quanto estamos gordos, feios, mal vestidos e até com falta de cuidados em nossa higiene pessoal. Aquela imagem que vemos todos os dias no espelho acaba fazendo parte da paisagem como se não pudesse ser mudada.
Cuidado, pois, para não se acostumar com a paisagem. Preste atenção!
Pense nisso. Sucesso!

Lúcifer, músico? E os músicos, lúciferes? - Buscando o equilíbrio bíblico


[Meus comentários (Hendrickson Rogers) estão entre colchetes!]

O uso incorreto dos escritos de Ellen White tem dado origem a muitas lendas e mitos adventistas. A maneira como isso ocorre é semelhante à brincadeira do telefone sem fio. Você sabe como é o jogo, a simples frase “Maria foi nadar na piscina” torna-se no fim da roda em “Azarias não jogou nada na latrina”. Quando trabalhei como Assistente de Pesquisas no Centro White, Unasp-2, publiquei um artigo na Revista Adventista (“Revisão de Arquivo” RA, Abril de 1995) em que abordei algumas dessas citações “apócrifas” do Espírito de Profecia, e mais recentemente no artigo “Órion e os Eventos Finais”. Tenho aprendido que o problema não está com certas declarações de Ellen White e sim com a maneira em que seus escritos são lidos, descontextualizados e abusados. Uma das interpretações que tem se tornado quase proverbial em nosso meio é a idéia de que Lúcifer era “regente do coro celeste”. A idéia é baseada na seguinte citação de Ellen White:

“Satanás tinha dirigido o coro celestial. Tinha ferido a primeira nota; então todo o exército angelical havia-se unido a ele, e gloriosos acordes musicais haviam ressoado através do Céu em honra a Deus e Seu amado Filho. Mas agora, em vez de suaves notas musicais, palavras de discórdia e ira caíam aos ouvidos do grande líder rebelde.” (História da Redenção, 25).

Primeiramente, é importante ressaltar que a revelação Bíblica, a luz maior, em nenhum momento retrata Lúcifer como regente do coro celeste [embora ele e a música apareçam relacionados na Palavra! Cf. Is 14:11, "som da tua harpa"]. Isso já seria razão suficiente para sermos cautelosos ao fazer afirmações categóricas sobre as atividades de Lúcifer no céu antes de sua queda.

Mas alguns textos bíblicos são usados para provar a idéia de que Satanás era músico; veja Ezequiel 28:13-15:
“Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade.”

A passagem acima faz parte de um juízo proferido sobre o rei de Tiro, portanto, a intenção original de Ezequiel [ôps, a "palavra" era do profeta ou de "JAVÉ"? Ez 28:1. A intenção de JAVÉ é dupla claramente! Ou o "rei de Tiro" estava no "Éden"?] não é tratar de Lúcifer em seu estado não caído e por isso, precisamos respeitar o contexto. Mesmo que haja certos paralelos entre a altivez do rei de Tiro e Lúcifer, a linguagem não trata deles de forma literal. Por exemplo, porque o texto trata de instrumentos musicais, alguns concluem que isso se refere ao dom musical de Lúcifer no céu, enquanto outros até vêem aí uma prova de que havia “tambores” no céu. Não é bem assim que se faz exegese, a linguagem aqui é poética, simbólica e metafórica e o hebraico é de difícil tradução e inconclusivo ao falar de instrumentos, é necessária cautela. Podemos, no entanto, aplicar os princípios da queda do rei de Tiro como símbolo da queda de Lúcifer, já que há alguns paralelos óbvios, tais como “eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” (v. 12). Mas ao mesmo tempo em que há paralelos, há também disparidades entre os dois personagens que nos impedem de criar um paralelo literal entre cada elemento do texto de Ezequiel com Lúcifer. Assim, tentar literalizar a passagem de Ezequiel nos traz dificuldades já que se Lúcifer era músico e tocava “tambores e pífaros” (v. 13) no céu, então ele também era coberto de jóias preciosas literalmente, se engajou em “comércio” lá (v. 16, 18), profanou os seus próprios “santuários” (v. 18) e Deus o expulsou em direção à “terra” (que supostamente ainda não havia sido criada!) e o expôs perante “reis” (v. 16, 17). O disparate exegético deveria ser óbvio.  
Concluir, portanto, que Lúcifer era regente do coro celestial ou até mesmo músico celeste com base nos instrumentos citados na passagem de Ezequiel é forçar o texto bíblico. Isso não quer dizer necessariamente que Lúcifer não era músico no céu, a Bíblia contém muitas cenas de louvor oferecido pelos anjos a Deus. Mas querer precisar que função Lúcifer tinha no céu é ir além da revelação.
O outro texto citado é Jó 38:4-7, que mostra que fala do “coro celestial”:
“Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? ... quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?” 

O texto pode estar se referindo a um coro de anjos cantando nas eras sem fim da eternidade, mas não trata de Lúcifer em específico. Acima de tudo, assim como Ezequiel, o texto de Jó é poético e simbólico. É interessante notar que a idéia de que Lúcifer tivera posição de líder dos anjos não é original de Ellen White. Esse conceito parece ter se tornado parte da tradição cristã e era idéia comum para alguns autores no tempo de Ellen White.[1] Ela estaria apenas refletindo uma idéia periférica da sua época neste ponto (como fez em muitos outros[2]) para expressar um ponto mais importante sobre a atuação de Lúcifer. [Por outro lado, a própria Bíblia deixa claro a liderança exercida pelo Lúcifer mudado, o Diabo, ainda lá no Céu, cf. Ap 12:7.]
Com esse breve pano de fundo bíblico e histórico, voltemos então à passagem de Ellen White. Uma leitura mais cuidadosa da passagem indica que Ellen White não pretendeu fazer uma declaração sobre a posição de regente musical de Lúcifer. Ela escreveu que “Satanás tinha dirigido o coro celestial. Tinha ferido a primeira nota,” o que expressa uma ação pontiliar [pontual, certo??] num passado distante e não uma ação constante necessariamente. Note que a conclusão que Satanás tinha a posição estabelecida de “regente do coro” não está no texto. Essa nuance é importante para o entendimento da intenção de Ellen White.
 Ela claramente não está fazendo uma declaração sobre a função de músico de Lúcifer ou como a música é executada nas cortes celestiais, mas está ressaltando sua posição em relação aos anjos: ele era o anjo mais exaltado, tinha primazia em termos de criação e função.

Lúcifer é retratado aqui como aquele que, dentre os anjos, primeiro sentiu em seu coração o desejo de louvar a Deus, ele iniciou o louvor, feriu a "primeira nota" e os anjos seguiram. Assim, a metáfora da música celestial é usada por Ellen White para criar um forte contraste entre a submissão de Lúcifer a Deus ao alçar louvores a Ele e a rebelião que começava a surgir em seu coração através da discórida [discórdia...] e desarmonia. Veja que ela continua dizendo “Mas agora, em vez de suaves notas musicais, palavras de discórdia e ira caíam aos ouvidos do grande líder rebelde.” Aqui Lúcifer abandonara o desejo de louvar a Deus. Dessa forma, a metáfora musical é usada para fins primordialmente homiléticos, para expressar um ponto mais importante, a saber, a exaltação de Lúcifer perante os anjos e sua repentina queda.
Além da precariedade do argumento do ponto de vista bíblico e o fato de que Ellen White não disse que Satanás era "regente" do coro celeste, a idéia de que Lúcifer tinha esse função específica também esbarra em problemas lógicos. O primeiro deles é o tamanho do coro celeste; se houvesse mesmo a necessidade de um regente, deveria haver milhares de sub-regentes para um coro de milhares, milhões ou bilhões de anjos, como ocorre com grandes corais aqui. O problema é que a necessidade de um regente nos moldes de um diretor de coral terrestre fere o conceito bíblico de que os anjos são perfeitos em todos os sentidos e superiores ao homem (Salmo 8:5; Heb 2:7). Por quê? Anjos perfeitos em poder não devem necessitar de um regente que indique o compasso, mudanças de dinâmica, cadência, rallentandos, pianissimos ou mezzo fortes, se é que a música celeste sequer pode ser descrita nos moldes terrestres! [Discordo. A Bíblia apresenta sim o conceito de funções e até ordens angélicas tanto quanto a ideia de perfeição desses majestosos seres superiores aos pecadores: "príncipes", Dn 10:13; "arcanjo" (anjo chefe) Jd 9. Perfeição não exige uniformidade! Deus ama a diversidade e Ele mesmo, JAVÉ trino, apresenta as Três Pessoas divinas com funções e até ordens distintas, obviamente devido as funções e não à natureza divina! Cf. Jo 14:28]
Nem mesmo deve ser necessário que alguém lhes dê a “primeira nota” nos padrões de um regente terrestre, como se os anjos precisassem disso para se manterem no tom. Existem seres humanos que possuem o que chamamos de “ouvido absoluto”, ou seja, não precisam que ninguém lhes toque ao piano ou sopre num diapasão um Dó ou Fá, eles ouvem a nota automaticamente em seu ouvido e cantam no tom. Quanto mais os anjos que foram criados de forma superior ao homem! E até mesmo em nossa esfera decaída, há muito coral profissional por aí que não necessita de regente. Creio que deu para entender os problemas com uma leitura rígida da passagem em questão. [Penso que aqui o autor confundiu perfeição com presença de todos os dons e talentos do Senhor Espírito! Um anjo não caído continua sendo perfeito mesmo alguns dons não se achando presentes em seu caráter. Esse sentido de perfeição=plenitude só é devido a Jesus (Deus)! Cf. Cl 1:19]
 Em conclusão, nosso estudo revela que Ellen White se valeu de certa forma de uma idéia comum em seu tempo [e também da própria Escritura Sagrada!], a saber, de que Lúcifer era líder do anjos, inclusive nos louvores, para ilustrar um ponto mais importante, o da sua posição elevada e repentina queda. Também não há nada na passagem que indique que esse conceito fora parte de uma revelação especial a Ellen White.
Se Lúcifer era ou não "regente do coro celestial" é irrelevante, já que ele não caiu de sua elevada posição por rebelião ao governo de Deus por questões musicais. Assim, devemos ler a passagem sobre Lúcifer e o coro celeste mais por sua força retórica sobre a exaltação e subsequente queda de Lúcifer, e não como uma declaração de qual função musical ele exercia no céu ou como é realizada a música celeste.

Cabe aqui também uma palavra de exortação. Infelizmente a intenção de muitos que usam a passagem de Satanás como suposto “regente do coro celeste” é quase sempre demonizar (literalmente) a música sacra contemporânea. Ouvem-se afirmações do tipo “Satanás é músico, temos que ter cuidado com avanços na música adventista.” Assim, cria-se um espantalho ao redor da música adventista para coibir, oprimir e ostracizar músicos. Nossos músicos não têm liberdade para trabalhar porque sempre correm o risco de se tornar culpados por associação com Lúcifer, o músico par excellence, o “regente do coro celeste”. [Mas também pelo fato de uma fatia dos ditos músicos só fazerem isso na Igreja e nada mais! Não demonstram intimidade com a Bíblia, com a missão, apresentam um conhecimento bíblico raquítico e até mal se sentam nas cadeiras que não estão na plataforma! Cantam e passeiam...]




Com certeza Satanás deve ter um vasto conhecimento da música celeste e bem como da terrestre, mas ele não foi originador da música, Deus o é. Não entreguemos a Satanás algo que pertence a Deus, o dom da música, e não façamos os músicos da Igreja culpados por associação porque um suposto “regente do coro celeste” caiu em rebelião. [Satanás não criou nada a não ser o mal! E dentro desse mal estão os pseudo-músicos adventistas e outros cuja vida não é um "sacrifício de louvor" a Deus! Cf. Hb 13:15 e Lv 22:29]


E, ironicamente, Satanás sempre alcança seu objetivo de espalhar desarmonia na igreja quando, no afã de evitar o complexo do “regente Lúcifer”, caímos em extremos na questão da música sacra, julgando a intenção dos nossos irmãos, impondo nossas idéias pessoais do que Deus aceita ou não ("Se eu não gosto, Deus não gosta também"), criticando e condenando.

No fim das contas, o maior problema dos músicos e adoradores adventistas não é tanto “musical” e sim “relacional”, seja no relacionamento com Deus ou com nosso próximo, como foi para Lúcifer. Cultive relacionamentos saudáveis na questão da música sacra para não cair no mesmo problema daquele anjo caído. 
______________________________
[1] Veja, por exemplo, John Milton, Paradise Lost (Londres: 1674), Livro IV, 600-605; ibid., Livro VII, 130; Daniel Defoe, The Political History of the Devil (1726), p. 49, ibid., The Life and Adventures of Robinson Crusoe (1800), p. 119, Emily Percival, The Token of Friendship(1852), que usa linguagem bem semelhante à de Ellen White: “Lúcifer pode haver sido o líder daquele coro celeste” (p. 26).
[2] Como por exemplo, 6.000 anos para a idade da terra, idéia comum no século 19 hoje questionada por cientistas criacionistas e arqueólogos Adventistas. A história da civilização humana tem pouco mais de 6.000 anos, talvez 10.000. Ellen White nunca procurou estabelecer a idade da terra, ela usou o cômputo para ressaltar um ponto mais importante, a saber, a longa odisséia do pecado na terra.


 Fonte: André Reis.

Comer "tudo o que se move"? 1ª parte


O chão na travessia do mar vermelho


Noé teve filhos após o Dilúvio?


"Sinal" ou sinais da volta de Jesus?


Quem são os 24 anciãos do Apocalipse?


Satanás carregou Jesus nos braços?


sexta-feira, 9 de março de 2012

Como usar a inteligência humana para criar uma inteligência artificial que se iguale?


O termo inteligência artificial geralmente desperta a curiosidade das pessoas. Livros e filmes vêm sendo produzidos há décadas e nos fazem pensar como seria viver em uma realidade em que máquinas feitas pelo homem seriam capazes de pensar e agir de maneira autônoma, realizando os trabalhos mais difíceis e até mesmo tendo emoções, como na famosa história de Isaac Asimov, O Homem Bicentenário. A ideia de automatizar tarefas humanas não é novidade. Blaise Pascal foi um dos primeiros a construir uma máquina calculadora, em 1642, para ajudar seu pai em um escritório de coleta de impostos. O americano Herman Hollerith inventou, em 1880, uma máquina capaz de processar dados baseada na separação de cartões perfurados. Os computadores atuais começaram a surgir na década de 1940, em pesquisas militares. A partir daí, com o rápido avanço da área, um novo mundo de possibilidades abriu-se para a humanidade. E com isso as especulações do que seria possível conseguir nas próximas décadas. Nessa mesma época, o escritor russo Isaac Asimov escreveu uma série de contos que deu origem, entre outros, ao livro Eu, Robô, no qual foram estabelecidas as três leis da robótica, como condição de coexistência dos robôs com os seres humanos e como prevenção de qualquer perigo que a inteligência artificial pudesse representar à humanidade.

No entanto, apesar de ter surgido há várias décadas, a área da computação conhecida como inteligência artificial forte, que busca criar seres artificiais inteligentes, contrariando as previsões que acompanharam seus primórdios, não conseguiu criar um sistema artificial dotado da capacidade de inteligência da maneira como ela ocorre nos seres vivos, nem tampouco a capacidade de ser autoconsciente. O pesquisador Marvin Minsky é co-fundador do laboratório de inteligência artificial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e autor de diversos artigos e livros sobre o tema e suas implicações filosóficas. Minsky defende a ideia de que regras e representações são a natureza da mente, passíveis, portanto, de uma reprodução artificial por um computador. No entanto, após décadas de pesquisas, os estudos não alcançaram o sucesso esperado. Minsky explica que os computadores atuais podem fazer cálculos complexos, no entanto, não conseguem realizar atividades simples que uma criança de quatro anos consegue: “Computadores podem resolver equações diferenciais, mas não conseguem entender uma simples historinha infantil. Podem vencer pessoas no xadrez, mas não são capazes de encher o seu copo”, diz Minsky. Hubert Dreyfus é professor de filosofia na Universidade da California e estuda as implicações da Inteligência Artificial. Em um de seus livros, What Computers Can’t Do (1972), Dreyfus argumenta que a consciência não pode ser adquirida por sistemas baseados em regras ou lógica. O conhecimento das pessoas consiste também naquilo que elas sabem sem saber que sabem e aquilo que nunca foi aprendido, como, por exemplo, “que as pessoas se movem mais facilmente para a frente do que para trás, ou que se se entornar água em cima da toalha ela passará para as pernas de quem está por baixo”.

A questão é: se e como é possível ensinar esse tipo de informação a uma máquina. Como é possível fazer um ser artificial ter bom senso, ser amável, ter iniciativa, senso de humor, distinguir o certo do errado, cometer enganos e criar algo realmente novo? Outro ramo de estudos, conhecido como inteligência artificial fraca, não tem como objetivo direto a criação de seres artificiais, mas utiliza técnicas de inteligência para lidar com problemas complexos. Diversas abordagens são inspiradas em processos químicos e biológicos. Uma dessas técnicas, conhecida como algoritmos genéticos, reproduz artificialmente alguns processos da teoria da evolução proposta por Darwin. Nessa técnica, grosso modo, um problema complexo é escolhido e diversas soluções candidatas ao problema são colocadas num cenário artificial, onde as melhores soluções sobrevivem para a próxima geração. Depois de algumas gerações, a expectativa é de que a melhor de todas as soluções para o problema seja encontrada. Os algoritmos genéticos funcionam bem para diversos problemas matemáticos, no entanto, alguns pesquisadores apontam deficiências na técnica. Os critérios na definição dos parâmetros do programa não são muito claros, como, por exemplo, o percentual de cruzamento e de mutação que vai ocorrer em cada geração. Se ocorre muita mutação, perdem-se bons indivíduos e não se consegue resolver o problema. No entanto, se ocorre pouca mutação, é possível que o programa aponte uma solução ruim como sendo a melhor de todas, pois não conseguiu avaliar todas as possibilidades. De fato, não existe um valor universal para esses parâmetros, que seja aplicável para todos os problemas do mundo. Esse valor tem que ser ajustado, como que por tentativa e erro, de acordo com o problema em questão. Diversos outros parâmetros dos algoritmos genéticos são igualmente complexos de serem implementados. Para alguns problemas, outras técnicas matemáticas são mais fáceis e menos custosas de ser implementadas.

Essas questões, apesar de não se relacionarem diretamente na construção de seres inteligentes artificiais, nos mostram como é complexa a reprodução computacional de processos facilmente explicados por outras áreas da ciência, como física e a biologia. O cérebro humano contém cerca de cem bilhões de neurônios, ligados por mais de dez mil conexões sinápticas cada. Apesar do rápido avanço científico, muito do funcionamento do cérebro continua um mistério. Será que o cérebro humano será capaz um dia de decifrar seus próprios e intrigantes enigmas, e reproduzi-los artificialmente?

O olhar de Luis Fernando Veríssimo sobre o BBB


Para quem assiste esta excrecência televisa e contribui com seu dinheiro, vale conhecer esta crônica do Veríssimo e refletir a respeito, lembrando o registro do Vanucci no Todo Seu do Ronnie Von esta semana..."as instalações do BBB tem um número de camas menor que o de participantes para obriga-los a compartilhar das mesmas, incentivando a promiscuidade entre todos (para não dizer outra coisa) além do incentivo ao consumo de bebidas alcóolicas...


"Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A nova edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB é a pura e suprema banalização do sexo.


Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, héteros...todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterossexuais. O BBB é a realidade em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB . Ele prometeu um “zoológico humano e  divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo. Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis? Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores)  carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor e quase sempre são mal remunerados.

Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo dia. Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, Ongs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais.

 E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$ $$$$$$$ do BBB: José Neumane da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema...., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , ·visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade".
Fonte: recebido por e-mail.

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