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quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Faça uma criança sorrir!


Cerca de 2 mil crianças e adolescentes de comunidades carentes são atendidos diariamente nos núcleos da ADRA espalhados pelo país. Além de muito amor e carinho, elas recebem reforço escolar e nutricional, musicalização, inclusão digital, esportes, entre outras atividades. Tudo isto só é possível graças ao apoio de pessoas como você que quer fazer a diferença na vida das pessoas. Investir na criança é investir na esperança. Neste dia 12 de outubro, dê um presente especial para elas.

Clique aqui e doe agora!

Doe esperança para aqueles que trazem esperança – as crianças, por elas, agradecemos!
Feliz Dia das Crianças!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ex-assassino de porcos reconhece: “Os animais são nossos amigos, não nossa comida”!


Um criador de porcos do distrito de Linkou, em Nova Taipei, em Taiwan, transformou sua fazenda em um legítimo “paraíso suíno”, onde os porcos não são criados por sua carne, depois que foi encarado pelo olhar desesperado e entristecido de um leitão que estava prestes a ser abatido.
“Os animais são nossos amigos, não nossa comida”, diz Lo Hung-Hsien, o dono de um santuário de porcos, também defensor do vegetarianismo e um voluntário em parte do seu dia. Num esforço para cobrir os altos custos de gerenciamento do seu rancho sem fins lucrativos, Lo trabalha em diversos empregos: é caminhoneiro, constrói cochos temporários em mercados noturnos e mantém um serviço de vendas de almôndegas pela internet. Paralelamente a seus trabalhos remunerados, Lo também reserva um tempo para seu trabalho defensor do vegetarianismo, para defender os benefícios da dieta vegetariana, voluntariar em escolas e dar palestras gratuitas na Fundação Tzu Chi.
Esgotando todo o seu arduamente obtido dinheiro em sustentar sua família e seus amigos suínos, Lo diz que, apesar de todas as críticas que tem recebido por sua decisão de mudar a forma de gerenciar sua fazenda, ele continuará apegado a suas crenças mesmo se elas o deixarem sem dinheiro. Lo diz que, antes de sua mudança de coração, ele mantinha uma criação de porcos com fins lucrativos, tendo herdado de seu avô aquele que era um negócio lucrativo e de grande escala. Ele diz que, no auge do então negócio, sua fazenda podia acomodar 500 porcos e obtinha um lucro muito maior do que ele podia gastar. Relembrando do momento que o transformou de um enriquecido fazendeiro suíno a um vegetariano que trata seus animais como companheiros próximos, ele diz que foi um leitão que estava prestes a ser abatido que mudou sua percepção de criação de porcos. Lo afirma que, naquele momento, um funcionário de um matadouro tinha ido à sua fazenda para selecionar uns poucos porcos, fazendo os assustados animais começarem a gritar. “Exceto por um leitão, que abruptamente se aquietou quando eu o peguei com minhas mãos e então me olhou direto nos olhos, como se dissesse: ‘Como é que você pode fazer isso comigo?’ Aquele olhar nos olhos dele me rendeu e me deixou acordado a noite toda”, diz Lo. “Foi aí que eu resolvi aderir ao vegetarianismo e cortar a cooperação com qualquer açougue”, diz.
Ao longo dos últimos cinco anos, apenas quarenta de suas centenas de porcos sobreviveram, enquanto o restante sucumbiu à velhice ou a doenças, mas Lo ainda não poupa esforços em assistir os seus companheiros porcos. Lo começa seu dia às 4 da manhã, indo a diversos restaurantes vegetarianos para coletar seus resíduos, que são cozidos antes de serem dados para seus amados animais comerem. Em seguida, Lo limpa os cercados, dá banho nos porcos e brinca com eles atenciosamente, como se fossem seus filhos. Ele também escreveu com spray, no seu caminhão, a frase “Animais são nossos amigos, não nossa comida” porque quer espalhar as sementes de suas crenças por onde for.
Fonte: ANDA.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A mulher adúltera de João 8 - segundo Francisco Gonçalves


Por uma questão de respeito à veracidade histórica dos relatos bíblicos, necessário se faz que se revise a difundida versão de que Maria Madalena e a personagem conhecida como "mulher adúltera" sejam a mesma pessoa. Nos evangelhos e nos escritos de Ellen White, nada há que dê substância a essa teoria.

Algumas citações, à guisa de introdução: "O significado literal de uma palavra ou expressão somente pode ser determinado por um exame da cultura do povo que a empregou. [...] A revelação divina está inserida num contexto histórico. [...] Temos que recorrer à História. [...] Todas as interpretações que não se harmonizarem com este critério devem ser rejeitadas ou, pelo menos, olhadas com suspeita" (Protestant Biblical Interpretations). "... O objetivo da interpretação é obter o sentido exato dado pela pessoa que escreveu o documento. Para esta pessoa, suas palavras não são ambíguas; pois ela atribuiu um significado definido a tais palavras, e a tarefa daquele que interpreta é descobrir qual é esse significado" (Wigmone on Evidence). "... Todos os teólogos honestos, quer liberais, quer ortodoxos, devem tratar cada palavra com toda a seriedade, se é que desejam considerar as Escrituras de maneira justa" (Revelation ofthe Bible). "No momento em que o estudante consegue captar mentalmente aquilo que o autor ou autores dos livros bíblicos tinham em mente, ele terá interpretado o pensamento das Escrituras. Se ele acrescentar qualquer coisa de seu próprio raciocínio, deixará de ser exegese" (International Standard Bible Encyclopedia). "Na lei das evidências, uma inferência é um fato racionalmente deduzido de outro fato. É uma consequência lógica. É um processo de raciocínio. É tirar uma conclusão de um fato ou premissa estabelecidos. É a dedução de uma proposição, a partir de outra. É uma conclusão retirada de evidências. Um fato, ou proposição, embora não tenha sido apresentada expressamente, é suficiente para ter força de lei. Este princípio é adotado pelas cortes de justiça" {Ecyclopedia Britannica e BacksLaw Dictionary). [Citações coligidas do livreto Divórcio e Novo Casamento, de Guy Duty, Editora Betânia].

Partamos da premissa de que toda e qualquer tese precisa ter base exclusivamente no que está revelado. O que ultrapassa a isso são ilações, fantasias, romances, ficções, sem nenhum apoio na revelação. E o que se encontra revelado é que Maria Madalena e a assim chamada "mulher adúltera" são duas pessoas com identidades distintas, com histórias similares, mas não iguais. Um fato relevante a ser considerado é que nenhuma concordância bíblica relaciona os textos referentes a cada uma delas, identificando-as como sendo uma mesma pessoa! A rigor, é preciso registrar-se que os estudiosos bíblicos, em geral, identificam três personagens distintas: a "mulher adúltera" "Maria Madalena" e "Maria de Betânia" Nós, adventistas, acolhemos a versão de que Maria Madalena fosse irmã de Lázaro e Marta através dos escritos de Ellen White. No livro denominacional Bible Biographies - New Testament, v. 2, p. 23-30 (Ellen G. White, compilado por Walter T. Rea), o autor admite que nada há registrado, na Bíblia e nos escritos de Ellen White, que possa relacionar a "mulher adúltera" com Maria Madalena, mas que de igual modo, em sua opinião, não há nada que possa contradizer claramente essa tese. O SDABC (Comentário Bíblico Adventista) assume igual posição indefinida.

Atenhamo-nos exclusiva e criteriosamente ao que está escrito: O evangelista João e Ellen White mencionam Lázaro, Maria e Marta como sendo três irmãos que viviam juntos em Betânia, em cuja casa Jesus gostava de Se hospedar. Todas as evidências apontam para o fato de que os três fossem solteiros, pois em nenhum momento se registra a presença de alguma esposa ou marido, mesmo nos dramáticos acontecimentos envolvendo a doença, morte e ressurreição de Lázaro (Jo 11; O Desejado de Todas as Nações, capítulo "Lázaro, Sai Para Fora"), ou no jantar em casa de seu tio Simão, quando Marta preparou os alimentos e serviu aos convidados, Maria ungiu a Jesus e Lázaro estava presente, após ser ressuscitado, o que atraiu a curiosidade de muitos, que foram a Betânia não para ver a Jesus, mas para ver a Lázaro (Jo 12; O Desejado de Todas as Nações, capítulo "O Banquete em Casa de Simão"). (É bom ressaltar que esse jantar provavelmente ocorreu na própria semana da crucifixão de Jesus ou na semana anterior, pois foi Lázaro quem conduziu o jumentinho no domingo, na entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, segundo revela Ellen White no livro O Desejado de Todas as Nações.) Maria, portanto, também devia ser solteira. Ela, particularmente, teria um forte motivo para não ter se casado: violentada por seu tio Simão, desonrada, abandonou sua casa, indo morar em Magdala, onde teria se tornado prostituta, pois nenhum homem da época se casaria com uma moça que não fosse mais virgem.

A essa altura, seria bom ressaltar que, pela cultura judaica, além de se permitir que um homem tivesse várias mulheres, ele poderia, ainda, relacionar-se livremente com prostitutas. Judá, viúvo, teve relações sexuais com sua nora Tamar, que se disfarçara de prostituta. Ao saber que ela estava grávida, ordenou que fosse apedrejada. Confrontado, porém, com a revelação de que ele era o pai da criança, assumiu-a como esposa, embora nunca mais tenha tido relacionamento sexual com ela (Gn 38:11-26). Pelas leis judaicas, o "correto" seria que ambos fossem apedrejados. (Maravilhosa graça perdoadora divina! Jesus é descendente de Judá, através desse relacionamento ilegítimo!) Confirmando a mentalidade da época, Salomão declara: "Por uma prostituta o máximo que se paga é um pedaço de pão; mas a adúltera [casada!] anda à caça de vida, e vida preciosa" (Pv 6:26). [Leia ainda Ez 16:30-33.] Não encontramos nenhum texto bíblico que ordene o apedrejamento de prostitutas. Por incrível que possa parecer, os israelitas chegaram ao cúmulo de acolher até "prostitutos-cultuais" em seus cultos de adoração a Deus! (IRe 14:24). O apóstolo Paulo "pôs ordem na casa" ao proibir os cristãos de manter relações com meretrizes (ICo 6:15-20). O único registro bíblico sobre a "mulher adúltera" encontra-se no sucinto relato de João 8:3-11. Conclui-se que ela era casada, pelo fato de que, legalmente, essa era a condição civil para que ela fosse considera adúltera, sendo que o homem com quem se relacionara também devia ser apedrejado (Lv 20:10; Dt 22:22). No livro O Desejado de Todas as Nações, p. 461, Ellen White ressalta: "Com toda a sua professada reverência pela lei, esses rabis, ao trazerem acusação contra a mulher, estavam desatendendo às exigências da mesma. Era dever do marido mover ação contra ela, e as partes culpadas deviam ser igualmente punidas. A ação dos julgadores era de todo carecida de autorização." Porque o evangelista, inspirado pelo Espírito Santo, preferiu manter anônima sua identidade, não sabemos. O certo é que nem mesmo Ellen White recebeu essa revelação. Pode até ser que ela fosse "a outra Maria" (Mt 27:61; 28:1) ou alguma dentre tantas "Marias" que surgem no cenário da crucifixão, sepultamento e ressurreição de Jesus (Lc 24:10; Mc 16:1), mas isso não passa de mera especulação. Quem sabe até seu nome não fosse Maria!

Ao resumir a biografia de Maria Madalena, Ellen White não a identifica, em momento algum, como sendo a "mulher adúltera" como seria de se esperar caso ela o fosse. Aquela que caíra, e cuja mente fora habitação de demônios, chegara bem perto do Salvador em associação e serviço. Foi Maria que se assentou aos pés de Jesus e dEle aprendeu. Foi ela que Lhe derramou na cabeça o precioso unguento, e Lhe banhou os pés com as próprias lágrimas. Achou-se aos pés da cruz e O seguiu ao sepulcro. Foi a primeira junto ao sepulcro, depois da ressurreição. A primeira a proclamar o Salvador ressuscitado" (O Desejado de Todas as Nações, p. 416,423; Lc 10:42,10:39; Jo 12:3,19:25,20:1,11,16-18; Mc 16:9). O saudoso, querido e criterioso pesquisador da Palavra de Deus, pastor Roberto Rabello, compartilhava dessa conclusão, dentre tantos outros abalizados estudiosos.

Fonte: Publicado na Revista Adventista (Fev. de 2008), escrito por Francisco Gonçalves que é membro da Igreja Central do Rio de Janeiro e pai do cantor Leonardo Gonçalves.

Compare com: A mulher adúltera de João 8 - segundo Wilson Paroschi e segundo Hendrickson Rogers.

A mulher adúltera de João 8 - segundo Wilson Paroschi


O que se pode entender, com base na Bíblia e nos escritos de Ellen White, sobre a identidade dessa mulher.Seria possível dizer que Maria Madalena, Maria de Betânia e a pecadora de João 8 seriam a mesma pessoa?
O Novo Testamento parece fazer referência a oito Marias: a mãe de Jesus (Mt 1:18; 2:11; 13:55; At 1:14); a mãe de Tiago e de José (Mt 27:56; Mc 15:40; 16:1; Lc 24:10); Maria “chamada Madalena” (Lc 8:2; 24:10; Jo 19:25; 20:1); Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro (Lc 10:38-42; Jo 11:1-44) a “outra Maria” (Mt 27:61; 28:1); a esposa de Cléopas (Jo 19:25); a mãe de Marcos (At 12:12); e mais uma que morava em Roma (Rm 16:6). Porém, é provável que Maria, mãe de Tiago e José, a “outra Maria” e Maria, esposa de Cléopas, fossem a mesma pessoa. Maria, mãe de Tiago e José é mencionada por Mateus juntamente com Maria Madalena, entre as demais mulheres que estiveram na cena da crucifixão (Mt 27:55, 56). Logo em seguida, ainda no contexto da morte e ressurreição de Jesus, Mateus fala de Maria Madalena e da “outra Maria” (Mt 27:61; 28:1), o que nos leva a crer que essa tenha sido a mesma Maria, mãe de Tiago e José. Quando cruzamos as informações de Mateus, Marcos e João sobre as mulheres que estiveram junto à cruz (Mt 27:55, 56; Mc 15:40; Jo 19:25), não é difícil concluir que Maria, esposa de Cléopas, também consiste na mesma pessoa. Nesse caso, em vez de oito, as Marias do Novo Testamento seriam seis. Porém, neste artigo, vamos estudar as referências a duas delas: Maria Madalena e Maria, irmã de Marta e Lázaro, na tentativa de descobrir se elas eram a mesma pessoa. Também consideraremos a hipótese, até certo modo difundida nos meios adventistas, de que a pecadora de João 8 também fosse Maria Madalena.

A Mulher Adúltera Começando pela pecadora de João 8:2-11, o texto não informa nada a seu respeito: seu nome, onde morava, nem seu estado civil. A tentativa de apedrejamento após o flagrante de adultério não prova necessariamente que fosse casada. Se fosse noiva, a pena seria a mesma. Porém, o castigo raramente era aplicado nos dias de Jesus. Na verdade, o relato sugere que tudo não passou de armação, a fim de pôr Jesus à prova, em público e, quem sabe, apanhá-lo em algum deslize: se recomendasse o apedrejamento, perderia Sua influência perante o povo, de quem Se dizia defensor. Se não, os líderes judaicos O acusariam de descumprimento da lei de Moisés (Dt 22:22). Foi brilhante Sua estratégia de escrever na areia os pecados dos acusadores (O Desejado de Todas as Nações p. 461). Assim, Ele conseguiu inverter os papéis, expor a hipocrisia dos acusadores e perdoar a mulher. Contudo, não há nada no texto que permita ou impeça uma identificação com Maria Madalena. Sobre a autenticidade do relato em si (aparece entre colchetes em várias versões bíblicas), João 7:53-8:11 de fato não consta nos melhores e mais antigos escritos gregos de João. Mas, há evidências ou indícios de sua antiguidade e autenticidade histórica. Poucos duvidam de que a história seja autêntica, tendo sido preservada oralmente ou mediante alguma tradição escrita paralelamente, até que mais tarde acabou sendo incorporada nos manuscritos do Novo Testamento. Temos apenas que nos lembrar de que Jesus fez e falou muito mais do que foi registrado (Jo 21:25), e que diversas histórias permaneceram vivas na memória da igreja por muito tempo, após os evangelhos terem sido escritos.

Maria Madalena Tem-se como certo que o nome “Madalena” (em grego, Magdaléné) seja alusão a Magdala, pequeno vilarejo na praia ocidental do Mar da Galileia, um pouco ao sul de Cafarnaum. Alguns antigos manuscritos se referem a esse vilarejo como “Magdã”, e é assim que ele é citado na maioria de nossas versões de Mt 15:39. Não há dúvida de que Maria “Madalena” era assim chamada por ser originária de Magdala, ou pelo menos por ter morado ali parte de sua vida. Maria Madalena só é mencionada pelo nome uma vez nos evangelhos, antes do relato da paixão de Cristo (Lc 8:2). Depois, ela é citada no contexto da crucifixão. Em companhia de outras mulheres que haviam acompanhado o Mestre desde a Galileia, ela presenciou a morte de Jesus (Mt 27:55, 56; Mc 15:40, 41; Jo 19:25), Seu sepultamento (Mt 27:61; Mc 15:47) e depois o túmulo vazio (Mt 28:1-7; Mc 16:1-8; Lc 23:55-24:22; Jo 20:1). João é o único a relatar o aparecimento de Jesus, após a ressurreição, exclusivamente a Maria Madalena (Jo 20:11-18). A sequência dos fatos talvez tenha sido a seguinte: Maria foi com as demais mulheres ungir o corpo de Jesus no domingo de madrugada, mas adiantou-se a elas e chegou primeiro ao sepulcro, encontrando a pedra revolvida. Então, ela contou a Pedro e a João o que havia acontecido, sendo depois alcançada pelas demais mulheres. Em seguida, teria voltado em companhia de Pedro e João ao sepulcro, onde permaneceu chorando depois que todos foram embora. Foi nesse momento que ela viu os dois anjos e, em seguida, o próprio Cristo ressuscitado. No diálogo que se seguiu, Jesus lhe disse: “Não Me detenhas; porque ainda não subi para Meu Pai” (Jo 20:17). Ele precisava ascender ao Pai; queria ter a certeza de que Sua morte havia sido aceita como sacrifício pela humanidade pecadora (O Desejado de Todas as Nações, p. 590).

Maria de Betânia Irmã de Marta e Lázaro, essa Maria é mencionada pelo nome apenas nos evangelhos de Lucas e João (Lc 10:38-42; Jo 11:1). O povoado de Betânia estava localizado do outro lado do Monte das Oliveiras, distante de Jerusalém aproximadamente três quilômetros, na estrada para Jericó. Seis dias antes da Páscoa, Jesus esteve novamente em Betânia, onde Lhe ofereceram um banquete. Marta servia; Lázaro estava com Jesus à mesa. Maria, “tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo” (Jo 12:3). João menciona apenas que quem O ungiu foi Maria, irmã de Marta e Lázaro, e que o fato se deu em Betânia. Os demais evangelhos também contêm um episódio de Jesus sendo ungido por uma mulher (Mt 26:6-13; Mc 14:3-9; Lc 7:37-50). A dificuldade é saber se os quatro relatos se referem ao mesmo episódio. Os relatos de Mateus e Marcos são praticamente idênticos entre si e muito semelhantes aos de João, embora nem Maria, nem Marta nem Lázaro sejam mencionados, e Jesus foi ungido na cabeça e não nos pés. Sabemos, porém, que o episódio ocorreu em Betânia, como em João, e há outros detalhes na narrativa que também são muito parecidos àqueles mencionados por João. Outra diferença, de natureza secundária, é que tanto Mateus quanto Marcos mencionam que o banquete foi oferecido por um tal Simão, ex-leproso, informação essa omitida por João. No geral, porém, não há porque negar que tanto João quanto Mateus e Marcos se referem ao mesmo episódio. No evangelho de Lucas, as diferenças são bem maiores. Ali, o episódio parece ter ocorrido na Galileia, quando João Batista ainda estava na prisão (Lc 7:18-35), e não na Judeia, onde ficava Betânia, pouco antes da morte de Jesus. Lucas também não menciona o nome de Maria nem de seus irmãos, e é o único que identifica a mulher como sendo “uma pecadora”, cujos muitos pecados tinham sido perdoados por Jesus (Lc 7:37, 39, 47-50). Por outro lado, ele difere de Mateus e Marcos, ao dizer que foram os pés de Jesus, e não a cabeça, que a mulher ungiu. Vários outros detalhes da narrativa também são diferentes, o que tem levado a maioria dos intérpretes modernos a postular dois episódios distintos: um descrito por Lucas, o qual teria ocorrido na Galileia, mais cedo no ministério de Jesus, e outro pelos demais evangelistas, ocorrido em Betânia poucos dias antes da crucifixão. É importante destacar que nem todas as diferenças são necessariamente contraditórias; muitas delas são, na verdade, complementares. Talvez seja por isso que diversos pais da igreja tentavam harmonizar os relatos, dizendo, por exemplo, que Lucas descreve o mesmo episódio, só que num contexto diferente, e que, portanto, Maria de Betânia teria realizado a unção. Isso não é totalmente impossível, ainda mais se considerarmos o fato de que Lucas nem sempre segue uma ordem estritamente cronológica em seu evangelho. Além disso, como ele diz que Jesus havia curado Maria Madalena, expulsando dela sete demônios (Lc 8:2), o passo seguinte de vários escritores cristãos foi identificá-la como a “pecadora” mencionada no capítulo 7, por causa de sua profunda expressão de gratidão, ao ungir Cristo. Foi assim que Maria Madalena, Maria de Betânia e a “pecadora” mencionada por Lucas acabaram identificadas pela tradição da igreja como a mesma pessoa. O cenário estava formado para se dizer que a adúltera de João 8 era também a mesma mulher.

Informações Adicionais Ao escrever sobre esse assunto, em seu livro O Desejado de Todas as Nações (p. 557-568), Ellen G. White trata o relato de Lucas como tendo sido o mesmo que ocorreu seis dias antes da crucifixão e que é relatado pelos demais evangelistas. Ela também informa que o banquete fora oferecido por Simão pelo fato de Jesus lhe haver curado da lepra. Quanto à identificação de Maria, ela claramente dá a entender que se trata mesmo de Maria Madalena, embora não a cite pelo nome. Refere-se a esta Maria como sendo a mesma de quem Jesus expulsou sete demônios e que, mais tarde, acompanharia os eventos de Sua morte e ressurreição. “Foi Maria que se assentou aos pés de Jesus e dEle aprendeu. Foi ela que Lhe derramou na cabeça o precioso unguento, e banhou os pés com as próprias lágrimas. Achou-se ao pé da cruz e O seguiu ao sepulcro. Foi a primeira junto ao sepulcro, depois da ressurreição. A primeira a proclamar o Salvador ressuscitado” (p. 568). Bastante esclarecedora também é a informação de que fora o próprio Simão que induzira Maria ao pecado e que, por isso, a desprezava: “Fora por ele profundamente prejudicada” (p. 566). Em um artigo publicado na revista The Signs of the Times (09/10/1879), sob o título “A oferta de amor”, Ellen White se refere a Maria como aquela de quem Jesus expulsou sete demônios, declarando que, em Sua misericórdia, Ele lhe havia perdoado os pecados, “os quais eram muitos e graves, e seu coração estava repleto de amor por seu Salvador”. Ainda mais significativa é a informação dada no mesmo periódico (09/05/1900), cujo título é “Na casa de Simão”. Nesse artigo, ela declara que Simão era tio de Lázaro, o que significa que também era tio de Maria. Quando nos lembramos de que fora ele mesmo quem a induzira ao pecado, não é difícil imaginar o que teria de fato acontecido. Então, a Sra. White faz aquela que talvez seja a revelação mais surpreendente, sugerindo que essa Maria seja, de fato, a mulher apanhada em adultério (Jo 8): “Essa penitente mulher tornou-se um dos membros mais fiéis do círculo de amizade de Jesus. Ela retribuiu Seu perdão e compaixão com um ato de amor e adoração de profundo desprendimento [a unção na casa de Simão?]. Mais tarde, quando estava cheia de pesar ao pé da cruz [Maria Madalena?], seu coração foi traspassado novamente ao ver a agonia de morte na face de seu Senhor e ouvir-Lhe o brado pungente. Ela sabia que esse sacrifício era por causa do pecado, e sua responsabilidade como alguém cuja enorme culpa havia ajudado a trazer tal angústia ao Filho de Deus parecia mesmo muito pesada” (The Signs of the Times, 23/10/1879; “A sabedoria e a compaixão de Jesus”).

Prudência Na Bíblia, não temos informações suficientes que nos permitam identificar Maria Madalena com Maria de Betânia, irmã de Marta e Lázaro, muito menos com a pecadora de João 8. Ellen G. White, porém, não apenas confirma tal identificação, explicitamente no caso das duas Marias e implicitamente no caso da pecadora de João 8, como também fornece importantes detalhes que muito enriquecem nossa compreensão dos fatos. Com base nesses detalhes, não é difícil reconstruirmos a história de Maria, ainda que hipoteticamente. Induzida ao pecado pelo próprio tio, acabou fugindo para o norte, para os lados de Magdala, onde sua dor e complexo de culpa a conduziram ainda mais fundo no pecado e no vício. Foi assim que Jesus a encontrou, totalmente entregue às forças do mal, e a curou. Depois disso, ela se juntou a outras mulheres que passaram a segui-Lo e ajudá-Lo no trabalho de evangelização. Mais tarde, de volta a Betânia, Jesus conheceria seus irmãos e Se tornaria hóspede frequente da família. Foi então que, talvez por causa de seu passado nada recomendável, ela teria sido usada como isca pelos líderes judaicos desejosos de pegar Jesus em alguma falha. Induzida novamente ao adultério, foi apanhada em flagrante e levada perante Ele que, mais uma vez, a perdoou. “Maria fora considerada grande pecadora, mas Cristo sabia as circunstâncias que lhe tinham moldado a vida” (p. 568). E, seis dias antes da crucifixão, ela expressou sua gratidão num ato cuja memória jamais devia ser apagada (Mt 26:13). Quando Jesus morreu, ela permaneceu ao Seu lado e teve a honra de ser a primeira a testemunhar a ressurreição (Jo 20:11-18). Sem dúvida, uma bela história. Porém, é necessário prudência ao contá-la. Pessoas não familiarizadas com os escritos de Ellen G. White podem não entender ou aceitar essa reconstituição. Mas, seu uso interno na igreja não devia necessariamente causar estranheza. Mesmo assim, permanecem algumas dúvidas, pois a sugestão de que a mulher adúltera seja Maria Madalena não é feita pela Sra. White senão apenas uma vez. Seja como for, é importante que nos atenhamos ao ponto principal, que foi a forma extraordinária como Jesus a perdoou e lhe deu nova chance (Jo 8:10, 11).

Fonte: Publicado na Revista Ministério (mar. e abr. de 2010), escrito por Wilson Paroschi, professor no Seminário Teológico do Unasp. 

Estude ainda: A mulher adúltera de João 8 - segundo Hendrickson Rogers e segundo Francisco Gonçalves.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Plano da Redenção para os anjos!


Imagino Jesus, o Miguel, fazendo assim com um
 anjo contaminado por Lúcifer,
 mas arrependido pelo Espírito Santo!

Por que Jesus morreu pelos humanos caídos e não pelos anjos caídos? Por que estes não tiveram uma segunda chance? Ou eles tiveram até a cruz? Lúcifer conheceu o plano da Redenção antes da fundação do mundo? (Jammily Oliveira, Maceió-AL)

“Portanto, por meio do Filho, Deus resolveu trazer o Universo de volta para si mesmo. Ele trouxe a paz por meio da morte do seu Filho na cruz e assim trouxe de volta para si mesmo todas as coisas, tanto na terra como no céu.” (Cl 1:20, NTLH).

“E que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus” (ARA).

“Foi por meio do seu Filho que Deus reconciliou consigo todas as coisas, no céu e na terra, pois a morte de Cristo na cruz trouxe para todos a paz com Deus através de seu sangue” (NBV).

Esse texto paulino talvez sugira que Jesus morreu também para solucionar problemas celestiais, não somente terrenos, como a queda de anjos, por exemplo! Por outro lado, Paulo pode querer se referir aos pecados humanos registrados no Santuário celestial, como ele escreveu aos Hebreus (Hb 9:23).

No entanto, Paulo não foi o único a escrever sobre “problemas celestiais”. Judas, possível irmão do Homem Jesus, por parte do esposo de Sua mãe Maria (cf. Mt 13:55, Gl 1:19 e Jd 1), menciona em sua carta sobre anjos “que não guardaram o seu estado original” (verso 6)! Seria o caso de, alguns dentre esses, terem se arrependido e recebido o perdão de Deus sem haver a necessidade de serem expulsos do Céu com Lúcifer? João escreveu: “o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (I Jo 38). Poderíamos visualizar este princípio no contexto da sedição de Lúcifer no Céu? Claro que sim, pois “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13:8)! Vamos organizar cronologicamente, então, as ideias e os eventos pré-históricos (e históricos) para encontrarmos respostas:
  a)  Criação de Lúcifer. “No dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus” (Ez 28:13,14).
  b)  Origem do pecado e do mal, ou seja, da transgressão da Lei de Deus (I Jo 3:4). Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em que foi criado até que se achou maldade em você” (Ez 28:15, NVI).
  c)  O Filho de Deus Se manifesta para destruir as obras do diabo (I Jo 3:8). “Onde o pecado abundou, superabundou a graça” (Rm 5:20, ARC). Afirmar que isto só vale para pecadores humanos contradiz a imparcialidade e a imutabilidade do caráter de Deus!
  d)   Disseminação das ideias de Lúcifer no Céu e contaminação de outros anjos. “Pela abundância do teu tráfico, encheram de violência o teu interior, e pecaste” (Ez 28:16, Tradução Brasileira). “Anjos... pecaram” (II Pe 2:4). “Com a cauda ele [o dragão Satanás, cf. Ap 12:9] arrastou do céu a terça parte [talvez um número não literal devido o contexto simbólico] das estrelas [ou seja, dos anjos de Deus, cf. Jd 13 e Ap 1:20]” (Ap 12:4, NTLH).
  e)  O Senhor Jesus consegue destruir as obras do diabo na vida de alguns dos anjos contaminados. Evidências bíblicas:
i)                           Apenas os anjos que “não ficaram dentro dos limites da autoridade concedida a eles” (Jd 6, NBV) e “pecaram” (II Pe 2:4, ARC) que Deus não perdoou! Fazendo uma comparação com os pecadores humanos: “Tornou Moisés a JAVÉ e disse: Ora, o povo cometeu grande pecado, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa-lhe o pecado; ou, se não, risca-me, peço-te, do livro que escreveste. Então, disse JAVÉ a Moisés: Riscarei do meu livro todo aquele que pecar contra mim” (Êx 32:31-33). Certamente JAVÉ agiu assim também para com os pecadores angélicos, para com aqueles que pecaram contra o Senhor Espírito Santo (cf. Mc 3:29).
ii)                         “Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?” (I Co 6:3). Ora, se os justos julgarão os próprios salvos e os perdidos, durante o milênio (I Co 6:2, Ap 20:4 e Mt 19:28), não é invenção dizer que os anjos a serem julgados pelos mesmos justos durante os mil anos, são os anjos salvos e os anjos perdidos! Afinal, os anjos que não precisaram da redenção de Jesus, necessitam do julgamento?!
iii)                       Paulo chama os anjos de “eleitos” (I Tm 5:21) ou “escolhidos” (TB). O mesmo ele faz com pecadores humanos que aceitaram o convite da graça e foram justificados por Jesus! “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (Rm 8:33). A mesma palavra εκλεκτός aparece em Mt 22:14, “muitos são chamados, mas, poucos, escolhidos”. O sentido de muitos é todos os pecadores humanos, pois Jesus afirmou que veio salvar os perdidos (Lc 19:10); e Sua morte foi por “todos” (I Tm 2:6). Todos são muitas pessoas, obviamente, de modo que, os “escolhidos” são aqueles que foram chamados dentre todos e aceitaram o chamado! Aplique isto ao tráfico de informações mentirosas sobre o caráter de Jesus que Lúcifer espalhou no Céu, a consequente contaminação sobre uma quantidade de anjos não mencionada nas Escrituras, o trabalho de Jesus para destruir as obras do diabo na mente dos anjos, Seu êxito em alguns dos afetados e infectados, ou seja, Seu “chamado” a todos os anjos contaminados pelo veneno da serpente e a aceitação deste convite da graça por parte dos anjos “escolhidos”! Infelizmente, o autor do mal preferiu se tornar a serpente, em vez de aceitar o perdão divino.
  f) Pecado eterno por parte dos anjos rebeldes que não aceitaram o “chamado” de Deus e a eterna expulsão deles do Céu! “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás,” (Ap 12:7-9). “Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno [tártaro no grego], os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o Juízo” (II Pe 2:4, ARC).
   g)   Diálogo semiaberto entre os anjos não caídos e os caídos. (Hendrickson Rogers)

   "O Plano da Redenção para os anjos - 2ª parte", aqui! Estude também: 3ª parte, 4ª parte e o Apêndice desta pesquisa, é só clicar!
       

terça-feira, 15 de maio de 2012

"Mamães animais" criadas por Deus!


15 mães duronas do reino animal

[Domingo passado] foi Dia das Mamis, e espero que você tenha passado um dia feliz ao lado dessa guerreira que teve a coragem de te por no mundo. Mesmo as mamães que já não estão entre nós mereceram boas lembranças.
as mamães passam a pensar só em seus bebês, e precisam ser duronas, seja para seus filhotes aprendem a se virar, seja para ajudá-los quando eles precisam. Elas fazem de tudo por seus pupilos: ficam ferozes, os protegem com todas as suas forças, dão suas vidas pela sobrevivência de sua prole.
Isso é ser mãe. E como todas as criaturas do mundo tem uma mãe, uma origem, vamos homenageá-las hoje com histórias dessas diversas “mamães” do nosso reino animal:
1 – ORANGOTANGOS E RÃ FLECHA
Os elefantes africanos ficam grávidos por 22 meses antes de terem seus filhotes. Esse é o maior período de gestação do reino animal.
Embora carregar bebês por tanto tempo seja uma tarefa bastante difícil, tem um outro bicho que se supera no quesito “mamãe que aguenta muito tempo”: os orangotangos chegam aos 50 anos de vida, e cuidam de seus filhotes até eles antigirem nove anos de idade. Tirando os seres humanos, esse é o período de cuidado mais longo dos primatas até que os pupilos possam ter vida própria.
Os nove anos são precisos para o bebê orangotango aprender a sobreviver na floresta: como encontrar comida, como identificar plantas comestíveis (e diferenciá-las das venenosas), como construir um ninho seguro, como se abrigar da chuva, etc.
Ponto para os orangotangos, mas tem outra mamãe que merece uma menção honrosa: depois de colocar até cinco ovos, a rã flecha os observa até eclodirem, carrega seus girinos, um por um, nas costas, do chão da floresta tropical até árvores com altura de 30 metros, encontra piscinas individuais de água nas folhas da copa da árvore para cada um de seus bebês e cria viveiros seguros e individualizados, alimentando cada um dos seus filhos com seus próprios óvulos não fertilizados ao longo de seis a oito semanas para que eles cresçam em sapos jovens sem ter de comer uns aos outros. Essa população de sapos não deve ter problema com alta densidade demográfica, afinal quem iria querer ser mãe assim? Que trabalheira!
2 – ORCAS E GOLFINHOS

Bebês recém-nascidos dão muito trabalho, não? Os humanos são conhecidos por deixarem as mamães loucas porque acordam a noite toda. Mal sabiam elas que estavam no paraíso. Pior seria se fossem uma orca ou uma mamãe golfinho.
Se formos levar em conta, os nossos bebês dormem bastante: entre 17 e 18 horas por dia no começo da vida, e 15 horas por volta do terceiro mês. O lado negativo é que eles quase nunca dormem mais que três ou quatro horas por vez – daí a necessidade de acordar à noite. Mas as mamães podem ter seu descanso – três ou quatro horas por vez.
Coitadas das orcas e dos golfinhos. Os recém-nascidos dessas espécies simplesmente não dormem no primeiro mês. Isso mesmo que você leu. Portanto, as mamães também não dormem: elas passam por obstáculos, nadam e vêm à tona 24 horas por dia por um mês inteiro.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia, EUA, concluíram que esse período de vigília “excepcional” não tem nenhum efeito ruim sobre o desenvolvimento dos bebês cetáceos (não podemos dizer o mesmo sobre as mães, que devem ter ficado traumatizadas). Gradualmente, os bebês atingem níveis adultos normais de sono. O que significa que, finalmente, depois de um mês que mais parece uma eternidade, a pilha dos jovenzinhos começa a morrer.
3 – ARANHAS, ÁCAROS, PEIXE-PIOLHO E CUCOS

Considera-se uma mãe corajosa? Não como a aranha. Para muitas espécies de aranhas, ter um filho é o mesmo que morrer.
Isso porque elas são comidas depois que acasalam – para ser justa, geralmente é a mãe que mata o macho e o come, ou dá de comer para os filhos. Mas o inverso também ocorre. Em espécies da aranha Stegodyphus, o amor maternal vai longe: as fêmeas anexam seus ovos a suas teias e os vigiam até que os bebês eclodam. Uma vez que eles nascem, a mãe continua a comer, mas vomita a maior parte de suas refeições como uma sopa nutritiva para sua prole. Quando os bebês completam um mês de idade, a aranha mãe permite que sua prole a mate e injete enzimas digestivas em seu corpo para comê-la.
Acabou por aí? Claro que não. Depois de devorá-la, os filhos se viram um pro outro e se canibalizam: comem quantos de seus irmãos eles conseguirem (algo me diz que depois que eles crescem e cada um tem a sua própria casa ninguém se visita).
Existem famílias ainda mais felizes. As mamães Amaurobius ferox também se sacrificam para alimentar seus filhotes canibais: cerca de 60 a 130 filhotes se alimentam primeiros dos irmãozinhos (ovos que ainda não foram chocados) e depois devoram a mamãe (ao contrário do orangotango, aranhas amadurecem muito rápido e não precisam aprender nada com sua geradora).
E daí vem a beleza da mamãe aranha: ela poderia fugir da teia e evitar a morte certa, mas ao invés disso, se entrega para seus pupilos, pois sabe que estará dando a eles os nutrientes que os bichinhos precisam para crescer (e quem é que quer que eles cresçam?). Pelo menos os irmãos sobreviventes crescidos se suportam por um tempo mais longo: 3 a 4 semanas antes de deixarem o ninho.
E só para constar aqui, as aranhas não as únicas que se sacrificam por seus bebezinhos: ácaros parasitas também são devorados pela prole, em um ciclo de vida de apenas quatro dias (violência gera violência, né?). Os ácaros crescem várias filhas em seu corpo, juntamente com um filho. Este único macho é provavelmente o maior garanhão da história, e um criminoso antes sequer de nascer, já que engravida suas próprias irmãs quando todos ainda estão dentro da mamãe. Mas nada de dizer que somos o sexo frágil: você acha que as fêmeas iam aguentar tudo isso caladas? Não, não. Quando elas emergem, é “bye bye” para o macho, que morre poucas horas depois.
Outra mamãe que é torturada pelos filhos é o peixe-piolho. Nunca mais reclame que sua gravidez foi dolorosa, pois você não é uma pequena fêmea do peixe-piolho que, quando está pronta para dar à luz a centenas de bebês piolhos, apenas se senta e deixa que eles comam e roam suas entranhas para poder sair de seu corpo para o mundo.

Se você pensa que o “bom comportamento” do mundo animal acabou por aqui, enganou-se. Dar um bebê para a adoção nem sempre é uma atitude bem vista entre os humanos, mas para os cucos é regra: a mamãe cuco, disfarçadamente, põe os seus ovos no ninho de outro pássaro.
Mas é tudo para o bem de sua prole. Ao fazer isso, o outro pássaro (geralmente uma espécie menor) pensa que o filhote é dele e assume o encargo de criar o pinto. O filhote de cuco geralmente choca antes e cresce mais rápido que os outros filhotes menores, forçando-os para fora do ninho, onde eles morrem. Em seguida, o cuco recebe toda a atenção de seus pais adotivos, o que lhe dá chances muito maiores de sobrevivência.
Canibalismo, incesto, mentiras e assassinatos: boa conduta é piada entre esses bichinhos, não?
4 – URSO POLAR E BALEIA CINZENTA

Uma das coisas mais odiadas sobre a gravidez humana é o ganho de peso. Os bebês são lindos presentes, entretanto, que acabam compensando todos os quilos a mais, inevitáveis, conquistados durantes os nove meses.
Inevitáveis, sim. Entre maior fluxo de sangue, seios maiores, o peso do bebê, o aumento do útero e vários outros fatores, em média, você deve pesar 12,5 quilos a mais no final da gravidez. Mas isso não é verdade para todas as pessoas – cada organismo é diferente, e o peso que você deve ganhar para continuar saudável deve ser discutido com seu médico.
Se 12 quilos para você parece o absurdo de todos os absurdos, agradeça por não ser uma ursa polar. Assim como outros animais que precisam engordar para poder ter um filho, a mamãe ursa tem que ganhar 200 quilos (através de gordura de foca) para ser capaz de engravidar.
Isso porque ela vai passar depois por um jejum de oito meses e ainda assim prover para seus filhotes (os fofíssimos mini ursos polares) um leite rico em gordura. Viu só? Fêmea é fêmea. A ursa está até disposta a engordar 200 quilos por um bebê, mas depois faz um regime de oito meses. Brincadeiras à parte, essas mamães servem de inspiração por passarem fome por tanto tempo por seus bebês.

E não são as únicas. As mamães baleias do Pacífico migram milhares de quilômetros das águas frias, ricas em plâncton do Ártico, para lagoas tropicais ao largo da costa do México relativamente pobres em nutrientes, onde elas dão à luz.
Essa mudança de casa tira a baleia cinza de uma fonte de alimento abundante, mas a leva para um ambiente livre das perigosas orcas, que não saem das águas mais frias e que caçariam seus recém-nascidos. Também permite que as baleias alimentem seus filhotes com um leite rico em gordura até que eles construam uma camada de isolamento para poder ir para o gelo do Ártico. Assim como os ursos, as mamães baleias passam fome por meses e ainda tem que produzir leite de alta caloria para seus bebês. Durante esse tempo, elas podem perder até 8 toneladas de peso. Isso que é amor!
5 – COBRAS-CEGAS E CECÍLIAS, SAPOS E GALINHAS

Muitos animais aceitam certa medida de “tortura” em nome de sua prole.
Os anfíbios da ordem Gymnophiona, cobras-cegas e cecílias, são bichos bem nojentos que alimentam seus pupilos com a própria pele.
É exatamente isso. Sua pele é rica em gordura, a qual os filhotes certamente precisam (e não poderiam encontrar em outro lugar? Tem uma rede de fast food em cada esquina!). As mamães, então, nem pensam duas vezes: deixam seus bebezinhos com seus dentinhos pequeninos pularem em cima dela num frenesi e a descascarem completamente.
E nada de pensar: “ufa, acabou”. Dali três dias, a mamãe já cresceu toda sua pele de novo para fornecer mais uma refeição saborosa aos seus queridinhos. Ainda bem que somos mais adeptos do MC Donald’s.
O sapo do Suriname também compartilha sua pele com a prole. Para garantir que seus óvulos fertilizados sobrevivam, a fêmea os fornece pedaços de sua pele.
Quando ela deposita seus ovos na barriga do macho, ele os fertiliza e coloca as bolsas de ovos dos futuros bebês na pele nas costas da mamãe. Sendo assim, eles pulam a fase larval e já emergem dos bolsos de suas mães completamente formados.

Até mesmo a galinha tira algo do seu corpo se necessário: criar uma quantidade infinita de carbonato de cálcio para seus ovos é uma tarefa difícil, portanto, se as galinhas não adquirem cálcio o suficiente em sua dieta, elas literalmente dissolvem seus próprios ossos para criarem as habitações de seus bebês.
6 – BONOBOS

Você provavelmente não vai querer sua mãe por perto quando estiver de olho em uma menina. Já para o bonobo, um dos parentes mais próximos dos seres humanos, isso é vantagem.
Suas comunidades são predominantemente femininas, e os machos permanecem perto das mães. Na verdade, o bonobo aumenta suas chances de ter intimidade com uma fêmea fértil se sair junto com a sua mãe.
Os filhos andam com suas mães entre 81 e 92% do tempo. Quando as mães não estavam perto, o macho dominante foi responsável por cerca de 41% dos acasalamentos com mulheres férteis. Mas se outras mães de baixo nível social estivessem perto, a proporção caía para 25%. Em outras palavras, as mães não deixavam o macho dominante monopolizar as fêmeas mais férteis, permitindo que seus próprios filhos acasalassem.
Elas inclusive interferiam afugentando a concorrência para seu filho, ou separando brigas em que ele entrasse. Em outros casos, montavam guarda enquanto seus filhos acasalavam. Também geravam status para seus filhos, que tinham mais chances de conseguir uma fêmea.
Para as mães, não é só uma questão de ajudar o filho (embora as mamães do mundo todo e de todas as espécies adorem fazer isso). Ter um interesse em sua vida amorosa também lhe ajuda a garantir que seus genes serão passados adiante. 

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