domingo, 21 de agosto de 2011

O livre-arbítrio de Deus e o nosso


Deus sabe realmente quem vai ser salvo e quem se perderá, porque Ele é “perfeito em conhecimento” (Jó 37:16) e “conhece todas as coisas” (I João 3:20), inclusive “o que há de acontecer” (Isaías 46:10). Mas esse conhecimento divino, que é absoluto mas não-causativo, não restringe de qualquer forma a liberdade humana de escolher o caminho da salvação ou da perdição. A Bíblia deixa claro que o mesmo Deus que “faz nascer o sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mateus 5:45) também oferece a salvação a todos igualmente. Ele não apenas ordena que o evangelho seja pregado “a toda criatura” (Marcos 16:75), mas também convida: “Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas...” (Isaías 55:1) e “Vinde a Mim, todos.. ” (Mateus 11:28). O mesmo conceito da imparcialidade divina é apresentado pelo apóstolo Pedro em sua declaração: “Reconheço, por verdade, que Deus não faz acepção de pessoas; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (Atos 10:34 e 35). Alegar que todos os seres humanos já nasceram individualmente predestinados para a salvação ou para a perdição implica na rejeição das declarações apostólicas de que Deus “deseja que todos os homens sejam salvos” (I Timóteo 2:4) e “que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (II Pedro 3:9). Como poderia o apóstolo Paulo haver instado a “que todos, em toda parte, se arrependam” (Atos 17:30), se nem todos pudessem se arrepender? Embora a salvação seja oferecida gratuitamente a todos indistintamente, somente aqueles que a aceitam pela fé serão salvos (ver Efésios 2:8-10). “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A perdição dos ímpios não é, portanto, o resultado de um decreto divino arbitrário, mas sim a conseqüência natural de haverem rejeitado individualmente a oferta de salvação. A. W. Tozer comenta: “Certas coisas foram decretadas pelo livre-arbítrio de Deus, e uma delas é a lei da escolha e suas conseqüências. Deus declarou que todo aquele que voluntariamente se entrega a Seu Filho Jesus Cristo na obediência da fé, receberá a vida eterna e se tornará filho de Deus. Decretou também que aqueles que amam as trevas e continuam em sua rebeldia contra a suprema autoridade do Céu, permanecerão em estado de alienação espiritual e sofrerão afinal a morte eterna.” – Mais Perto de Deus (São Paulo: Mundo Cristão, 1980), p. 132. Embora Deus haja predestinado à salvação todos os que voluntariamente aceitam a Cristo (ver Efésios 1:3-14), Ele não predestinou ninguém para a perdição. Que compete ao próprio homem (e não a Deus) escolher o seu destino é óbvio nas seguintes palavras de Josué 24:15: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor.” O Novo Testamento esclarece que mesmo os eleitos do Senhor podem cair da salvação, ao se afastarem de Cristo (Hebreus 6:4-6). Por essa razão, o apóstolo Paulo declarou: “Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado” (I Coríntios 9:27). E é pelo mesmo motivo que Cristo disse que somente os que perseverarem até o fim serão salvos (Mateus 10:22; 24:13; Marcos 13:13). Portanto, embora o homem seja completamente incapaz de salvar-se a si mesmo, ele pode escolher permitir que Deus o salve ou não.

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, Dezembro de 1997. 

7 comentários:

  1. Para o meu gosto, este artigo está ainda truncado. Me parece estar sendo tratado vários assuntos ao mesmo tempo.
    Não duvido que Deus saiba do futuro, porém ainda sinto necessidade de respostas que incluam a seguinte situação: sendo Ele Criador e Santo, tudo criou santo. Suas criaturas foram criadas perfeitas. Então, passava pela mente do Santo que um dia essa criatura iria pecar? Que um dia o obediente se tornaria desobediente?
    Naturalmente que eu, pecador, pense que outro pecador fará uma coisa errada. Mas, Deus?

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  2. Entendo sua dúvida. Perceba que o "passar pela mente" significa diferentemente para as mentes humana e divina. Na "mente" de Deus, Sua onisciência não deixa que evento algum O pegue de surpresa. Mas não confunda a onisciência divina com o querer/realizar divinos! Nem tudo o que Deus vê na tela do futuro é do Seu agrado, muito menos de Sua autoria! Lhe sugiro o artigo "Predestinação Bíblica" ( http://profhendrickson.blogspot.com/2011/07/predestinacao-biblica.html ). Um abraço e insisto: quem é você "irmão leitor"?!

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  3. Professor, li o artigo sugerido.
    Permita-me pontuar:
    A - Houve um tempo de absoluta perfeição.
    B - Lúcifer criou o mal, mas não existia a Terra.
    C - A Terra foi criada em absoluta perfeição, mas já existia o mal em Satanás.
    D - A Terra também foi infectada e afetada pelo pecado.

    Há artigos confusos porque misturam A, B, C e D (todas as possibilidades matemáticas!).

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  4. B - Talvez a Terra já existia quando o mal nasceu. Se Gn 1:1 estiver afirmando que o planeta foi criado junto com o espaço sideral (galáxias, sistemas extra-solares, enfim o 2° céu), então, quando Lúcifer se tornou Satanás a Terra, inabitada ainda, já havia sido construída por Jesus! E ela era "sem forma e vazia" (Gn 1:2), o que combina muito bem com a qualidade moral do caráter dos anjos maus, não acha?

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  5. Viu nossa dificuldade de expressão?
    Você tem razão. O que eu queria dizer no ponto B é que "Lúcifer criou o mal, mas antes da semana da criação".

    Mas, avançando, noto que há um pula pula no tempo. As vezes o escritor fala de tempos diferentes no mesmo assunto, e isso tende a confundir as ideias. Por isso, insisto: o livre arbítrio era santo. As criaturas deveriam escolher entre coisas boas.

    É daí que vem a expressão: "o pecado é um mistério. É inexplicável".

    Um dia o pecado será extinto. Não se levantará segunda vez. No entanto, o livre arbítrio continuará a existir.

    Professor, esse assunto é um espetáculo!!! Por que demorar um mês para responder???

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  6. Olá meu amigo virtual e irmão leitor real! É sempre um privilégio para mim tê-lo comentando no site, até porque seus comentários somam e expandem as ideias bíblicas. Obrigado mais uma vez. Peço-lhe perdão pela demora em responder aos comentaristas. Mas, como tenho demonstrado, minha resposta virá, mais cedo ou mais tarde!

    Permita-me comentar sua afirmação "As criaturas deveriam escolher entre coisas boas". As escolhas das perfeitas criaturas racionais de Deus antes da aparição do mal no universo podiam se resumir em duas: continuar seguindo o Criador ou dEle se afastar. Perceba que a segunda opção não era "boa", embora fosse acessível! O fato dela ser acessível não implica que antes do mal já existisse... o mal! O raciocínio correto é: Deus respeita e protege a liberdade de Suas criaturas, ainda que elas usem-na contra Ele mesmo e contra si mesmas! "Lei da liberdade" (Tiago 2:12) é como o apóstolo se refere aos Dez Mandamentos que certamente existem na versão dos anjos e dos mundos não caídos. Só a existência de uma lei já implica a possibilidade de se transgredi-la; não que Deus seja responsável pelo mal. Ele é responsável pela manutenção e liberdade do bem. Esse é o caráter lindo de nossos Três Amigos divinos. Glórias ao Altíssimo JAVÉ trino! O mistério não é tanto a existência do mal, mas sua insistência! Um grande abraço e que Deus nos livre desse mal.

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  7. Falar das coisas de Deus é uma alegria.
    Como Ele tem nos abençoado através das Escrituras e dos Testemunhos!
    Deus seja louvado porque você tem buscado transmitir com cuidado a Sua Palavra. Por mais limitada que seja a expressão humana, noto sua vontade de errar menos. Eu também tenho sérias dificuldades.

    Bem, pelo menos tenho exercitado uma coisa: não levar para o lado pessoal. É legal demais expandir ideias sem ataque às pessoas ou instituições que pensam diferente. Aliás, noto que esse exercício prova que as pessoas não pensam tão diferente assim. Se dado oportunidade, e estimulado o bom pensamento, muitos chegariam as mesmas conclusões. Achariam as palavras adequadas.

    Por exemplo, você disse: "continuar seguindo o Criador ou dEle se afastar".

    Ora, (expandindo)Adão seria provado não em ir até a árvore e dizer "não" para Satanás, era simplesmente indo ou não indo até a árvore.
    Satanás até poderia nem estar lá, mas Adão caracterizaria a desobediência indo. Ir ou não ir, eis a questão.

    Estar com Deus ou dEle me afastar, eis a "vida" ou a "não vida".

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