domingo, 31 de julho de 2011

Raabe

Como explicar o fato da prostituta Raabe haver escondido os espias de Josué, e haver mentido a respeito (Josué 2), e Deus ainda usar de misericórdia para com ela e seus familiares (Josué 6:22-25)?

Somos propensos, muitas vezes, a pensar que Deus, para ser justo, deve restringir Sua oferta de salvação apenas às pessoas moralmente dignas. Mas a mensagem bíblica, revelada tanto no Antigo Testamento como no Novo, é que a oferta de salvação é extensiva a todos os pecadores. São de Cristo as palavras: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Lucas 5:31 e 32). Em Isaías 1:18 é apresentado o convite: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.” A experiência da prostituta Raabe é uma das mais belas histórias de salvação pela graça “mediante a fé” (Efésios 2:8) encontradas nas páginas do Antigo Testamento. Como Abraão foi justificado pela fé (Gênesis 15:6; Romanos 4), e essa fé se evidenciou na prática de boas obras (Tiago 2:21-24), assim também o foi Raabe. Hebreus 11:31 declara que “pela fé, Raabe, a meretriz, não foi destruída com os desobedientes, porque acolheu com paz aos espias”. E Tiago 2:25 acrescenta que a fé dessa mulher foi genuína porque resultou na prática de boas obras. Mas o fato da vida de Raabe ser poupada, sendo ela uma prostituta e havendo mentido aos emissários do rei de Jericó, não significa que Deus estivesse sancionando tais pecados explicitamente condenados no Decálogo (ver Êxodo 20:14 e 16). Nesse incidente, Deus manifestou Sua graça salvadora a uma prostituta possuída de uma fé genuína, com o propósito de salvá-la de sua vida de pecado. O mesmo poder regenerador que atuaria na vida da “mulher adúltera”, durante o ministério terrestre de Cristo (João 8:1-11), também transformou a vida da prostituta Raabe. E o mesmo amor compassivo que perdoaria as mentiras do pretensioso apóstolo Pedro (Marcos 14:27-31; 66-72) também perdoou a mentira de Raabe. A galeria dos heróis da fé (ver Hebreus 11), da qual Raabe faz parte (verso 31), não é composta por santos que nunca pecaram, mas por pecadores que pela graça divina alcançaram a vitória sobre os seus pecados. Essa galeria é formada por pessoas que, à semelhança do filho pródigo (Lucas 15:11-32), deixaram as imundícies de uma vida de pecado e voltaram à casa paterna; pessoas que estavam mortas em “delitos e pecados” mas que foram regeneradas pela graça divina (Efésios 2:1 e 5). Assim como Deus perdoou e regenerou Raabe, Ele também está disposto a perdoar e regenerar a cada um dos demais seres humanos atingidos pelos “dardos inflamados do maligno” (Efésios 6:16).

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, junho de 1999. 

Os sonhos

Determinar a natureza específica de cada sonho de uma pessoa é um assunto muito complexo e subjetivo. Além dos "sonhos mentirosos" e não autênticos (Jeremias 23:32: 29:8 e 9), existem dois grandes grupos de sonhos reais. O primeiro e mais comum deles é o formado pelos sonhos naturais, que fazem parte do processo normal de descanso durante o sono, e cujo conteúdo pode apresentar-se de forma organizada ou desorganizada. Uma vez que "dos muitos trabalhos vêm os sonhos" (Eclesiastes 5:3), é provável que pessoas envolvidas em assuntos religiosos sonhem com eles, sem que tais sonhos sejam de origem sobrenatural. Já o segundo grupo básico de sonhos é formado pelos sonhos sobrenaturais, que podem ser de origem divina ou satânica. Os sonhos de origem divina têm normalmente um propósito salvífico bem definido, e podem ser concedidos tanto aos profetas verdadeiros (Números 12:6), como aos membros comuns do povo de Deus (Joel 2:28), e mesmo às pessoas que não pertencem ao povo de Deus (Gênesis 41; Daniel 2). Por sua vez, os sonhos de origem satânica são quase sempre fascinantes, e podem conter verdades, para confundir a pessoa. Suas predições podem até se cumprir, mas eles tendem a afastar, eventualmente e de alguma forma, a pessoa de Deus e de Sua vontade (ver Jeremias 29:8; Mateus 24:24; 1 Pedro 5:8). Torna-se evidente, portanto, que tanto os sonhos naturais como os sobrenaturais (quer divinos ou satânicos) podem ter um conteúdo religioso. Além disso, o simples fato de Deus conceder um sonho sobrenatural a alguém não transforma essa pessoa automaticamente num profeta, como pode-se inferir das experiências de Faraó (Gênesis 41) e de Nabucodonosor (Daniel 2). Embora todo profeta receba sonhos de origem divina (Números 12:6), nem todos os que recebem tais sonhos podem ser considerados profetas. O chamado para o ministério profético é algo diferente e bem mais abrangente. A atitude de atribuir a Deus a origem de todos os sonhos de cunho religioso, e de buscar sempre um significado especial para o seu conteúdo, é altamente perigosa. Aqueles que assim agem são tentados a se considerar mais privilegiados por Deus do que os demais, tornando-se presas fáceis das artimanhas do maligno. Somos advertidos pelo próprio Deus de que todos os sonhos (até mesmo os dos profetas) devem permanecer subordinados à autoridade normativa das Escrituras. "O profeta que tem sonho conte-o como apenas sonho; mas aquele em quem está a Minha palavra, fale a Minha palavra como verdade. Que tem a palha com o trigo? — diz o Senhor" (Jeremias 23:28). "À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva" (Isaías 8:20; ver também Mateus 21-23; Gálatas 1:8 e 9; 1 5. João 2:4; 4:1). Sonhos jamais são usados por Deus como um fim em si mesmos, mas apenas como um meio de nos aproximar mais dEle e de Sua Palavra (ver João 20:29). Ademais, não podemos permitir que nossa fé dependa de tais meios, possíveis de serem usados também por Satanás. Portanto, se você tiver um sonho que julga ser de procedência divina, mas não tem plena certeza disso, o mais prudente é tentar extrair dele uma lição positiva para a vida, até que a sua origem e o seu propósito fiquem melhor esclarecidos.

Fonte: Sinais dos Tempos Jul/99

"Tudo o que se move e vive ser-vos-á para alimento" (Gn 9:3)

Algumas pessoas encaram essa declaração divina a Noé, após o Dilúvio, como autorização ao consumo, sem quaisquer restrições, de toda espécie de animais limpos e imundos. Mas essa interpretação não é sancionada pelas normas e práticas alimentares encontradas nas Escrituras. A distinção entre animais "limpos" e "imundos" já em conhecida por Noé antes do Dilúvio, pois o próprio Deus havia feito essa distinção ao mencionar os animais a serem preservados na Arca (ver Gênesis 7:2 e 8). Após sair da Arca, Noé ofereceu holocaustos ao Senhor exclusivamente "de animais limpos e de aves limpas" (Gênesis 8:20). Embora animais limpos fossem sacrificados ao Senhor desde a queda dos nossos primeiros pais (Gênesis 3:21 e 44), foi somente após o Dilúvio que o consumo de alimentos cárneos foi permitido, pois grande parte dos vegetais havia sido destruída (ver Gênesis 1:29; 9:1-6). Se a intenção em Gênesis 9:3 fosse eliminar toda e qualquer distinção entre animais limpos e imundos, isso certamente apareceria nas discussões bíblicas posteriores sobre o assunto. Isso, porém, não ocorre. Mesmo se Gênesis 9:3 houvesse liberado temporariamente o consumo de animais imundos, o que não é o caso, essa hipotética permissão acabaria sendo desfeita eventualmente pelas leis de saúde registradas em Levítico 11:1-31, Deuteronômio 14:3-21 e outros textos bíblicos. A própria determinação divina de preservar na Arca "sete pares" de cada espécie de animais limpos e apenas "um par" dos animais imundos (Gênesis 7:2) sugere que somente os animais limpos haveriam de ser oferecidos em sacrifício e consumidos como alimento. Como dos animais imundos foi preservado apenas um casal de cada espécie, bastaria que Noé imolasse o macho ou a fêmea de um casal que ainda não havia se reproduzido para acabar extinguindo definitivamente a respectiva espécie. Devemos ser cautelosos na interpretação de "tudo o que se move, e vive", para não acabarmos incluindo o próprio homem entre os alimentos cárneos divinamente sancionados, pois este também "se move, e vive". Portanto, a expressão é uma mera generalização (semelhante à expressão "todo o mundo", usada em português), que não desfez a distinção entre animais limpos e imundos já conhecida naquela época. Assim, após o Dilúvio o homem poderia se alimentar também de animais limpos, em acréscimo aos vegetais que já vinham sendo consumidos desde a Criação (Gênesis 1:29).

Fonte: Sinais dos Tempos Nov/Dez 99

Os "sábados" de Colossenses 2:16 e 17

Um dos textos bíblicos mais usados contra a observância do sábado do sétimo dia é Colossenses 2:16 e 17: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados [grego sabbátōn], porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” A maioria dos intérpretes vê a expressão “dia de festa, ou lua nova, ou sábados” como uma progressão anual/mensal/semanal. Por mais difundida que seja essa interpretação, existe também a possibilidade, de acordo com Kenneth A. Strand, de “que Paulo estava usando o recurso literário comum do paralelismo invertido, assim movendo-se das festas anuais às mensais e novamente às anuais”. Além disso, é importante lembrarmos que “Colossenses trata, não com dias em si, mas com cerimônias” (Kenneth A. Strand, “The Sabbath”, em Handbook of Seventh-day Adventist Theology, p. 506). Existem muitas discussões quanto ao texto do Antigo Testamente de onde poderia ter sido extraído a expressão “dia de festa, ou lua nova, ou sábados”. Comentaristas bíblicos sugerem pelo menos nove diferentes passagens (ver Nm 28- 29; 1Cr 23:29-31; 2Cr 2:4; 8:12, 13; 31:3; Ne 10:33; Ez 45:13- 17; 46:1-15; Os 2:11). Mas um estudo exegético, linguístico, estrutural, sintático e intertextual de Colossenses 2:16 com esses textos, desenvolvido por Ron du Preez, constatou que o verdadeiro antecedente dessa expressão está em Oséias 2:11, que diz: “Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades”. Enquanto os dias de “festa” (hebraico hag; grego heortē) dizem respeito às “três festas de peregrinação da Páscoa, do Pentecostes e dos Tabernáculos”, os “sábados” (hebraico sǎbbāt; grego sábbata) se referem às três celebrações adicionais das Trombetas, da Expiação e dos Anos Sabáticos. – Ron du Preez, Judging the Sabbath: Discovering What Can’t Be Found in Colossians 2:16 (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2008), p. 47-94. A tentativa de associar os “sábados” de Colossenses 2:16 com o sábado semanal parece não endossada nem pelo contexto anterior e nem pelo posterior dessa passagem. O verso 14 afirma: “tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz”. Já o verso 17 acrescenta: “porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”. Somente os “sábados” cerimoniais judaicos, instituídos no Sinai (ver Lv 23), podem ser qualificados como “ordenanças” e “sombras” (Cl 2:17). O “sábado” do sétimo dia, instituído na semana da criação (ver Gn 2:2, 3), é de natureza moral e não pode ser qualificado como mera “sombra das coisas que haviam de vir”. Por conseguinte, de acordo com Ron du Preez, “o ‘sábado’ de Colossenses 2:16 deve ser necessariamente entendido como se referindo aos sábados cerimoniais da antiga religião hebraica, e não ao sábado do sétimo dia entesourado explicitamente no Decálogo” (Ibid., p. 89). É evidente, portanto, que o conteúdo de Colossenses 2:16 e 17, geralmente usado para invalidar a santidade do sábado bíblico, não suporta essa tentativa. Como sinal da aliança eterna entre Deus e os seres humanos (cf. Gn 2:2, 3; Is 66:22, 23), o sábado semanal transcende a todas as demais alianças locais, sendo de natureza perpétua e imutável.

Fonte: Dr. Alberto. R. Timm, Revista do Ancião, 3° trimestre de 2010. Correção ortográfica por Hendrickson Rogers.

Uma Pessoa maravilhosa chamada Espírito Santo!

Dos membros da Santíssima Trindade, o terceiro é Aquele de quem há menos informações objetivas, precisas, que definam o Seu próprio Ser. O Filho Se tornou um de nós. Sua manifestação foi visível, material, em nosso nível. O Pai foi por Ele revelado. Mas o Espírito permanece um tanto imperceptível, à parte, despretensioso, operando sem auto-projeção, não Se impondo, não falando “de Si mesmo” (João 16:13). E no próprio ato do desprendimento, Ele cumpre a divina obra que O faz conhecido. É parte de Sua glória exaltar e glorificar o Filho, e através do Filho, o Pai, fazendo com que a revelação de ambos se efetive na consciência humana. Que exemplo de abnegação! No quarto Evangelho, o Espírito executa sete atividades, todas em exaltação a Jesus:

1) Ensinar, e
2) Fazer lembrar tudo o que Jesus disse – João 14:26.
3) Dar testemunho de Jesus – João 15:26.
4) Convencer do pecado, porque o mundo não crê em Jesus; da justiça, porque Ele
foi para o Pai; e do juízo, porque Satanás foi julgado e derrotado – João 16:8.
5) Guiar a toda a verdade, e Jesus é a verdade (14:6) – João 16:13.
6) Declarar ou anunciar, o que Jesus, da parte do Pai, Lhe entrega – João 16:13,
14 e 15.
7) Glorificar a Jesus – João 16:14.

O Apocalipse refere-se a Ele como os sete Espíritos de Deus (Apoc. 1:4 e 5; 4:5). Sete é o número da plenitude. O Espírito alcança a plenitude nesta atividade cristocêntrica sétupla. Isso é tão fundamental para o plano da redenção, que, sem a atuação do Espírito, seria como se Jesus nunca tivesse encarnado e Deus nunca tivesse Se manifestado. Ele habilita o homem a entender a salvação e responder positivamente a ela. Sem Ele, a Igreja não poderia cumprir Sua missão, e estaríamos fadados a permanecer neste mundo indefinidamente.

Objeto de especulação – Talvez o fato de existir pouca informação sobre o Espírito Santo faz com que uma conceituação sobre Ele se torne mais susceptível de especulação. Nos dias de Ellen G. White, havia aqueles que afirmavam que o Espírito era uma “luz derramada” e “uma chuva caída”. Ela condenou esse tipo de especulação por rebaixar a Deus. (Evangelismo, p. 614). Mais afrontoso ainda é toma-Lo por uma criatura. Há os que acreditam que Ele e Gabriel se equivalem. A inspiração nega isso fazendo clara distinção entre ambos no registro das palavras deste anjo a Maria:”Descerá sobre ti o Espírito Santo...” (Luc. 1:35). Gabriel não poderia estar falando de si mesmo. E Ellen G. White assegura que o seguidor de Jesus pode sentir-se confiante e seguro no conflito “contra as hostes espirituais da maldade”, porque “mais que anjos estão nas fileiras. O Espírito Santo, o representante do Capitão do exército do Senhor, desce para dirigir a batalha.” – O Desejado de Todas as Nações, p. 352. Rebaixar o Espírito Santo à categoria de anjo é, na realidade, minimizar o poder de Deus, algo muito a gosto de Satanás. Outra forma especulativa no tratamento de tão sublime tema, é despojar o Espírito de Sua personalidade. As chamadas Testemunhas de Jeová afirmam que Ele é apenas uma influência ou energia – o poder de Deus. Esta idéia é tão antiga quanto o século III, quando Paulo de Samosata a difundiu. No tempo da Reforma, Lécio Socino e seu sobrinho Fausto propagaram a teoria. Não há como negar que este conceito rebaixa o valor do Espírito Santo para a Igreja. L. E. Froom a isto se refere quando afirma que negar a personalidade do Espírito não é “mera questão técnica, acadêmica ou simplesmente teórica. É de suprema importância e do mais elevado valor prático. Se Ele é uma Pessoa divina e O consideramos como impessoal, estamos roubando desta Pessoa divina a deferência, honra e amor que Lhe são devidos. E mais: Se o Espírito é mera influência ou poder, podemos então procurar apropriar-nos dEle e usá-lo.” – A Vinda do Consolador, p. 40. À página 36 da edição castelhana acrescenta-se ao final deste parágrafo: “Mas se O reconhecemos como Pessoa, estudaremos como nos submeter a Ele de modo que nos use segundo Sua vontade.” “Não – continua Froom -, o Espírito Santo não é uma tênue, nebulosa influência imanente do Pai. Não é algo impessoal, vagamente reconhecido, apenas um invisível princípio de vida... Jesus foi a personalidade mais influente e marcante neste velho mundo, e o Espírito Santo foi designado para preencher Sua vaga. Nada a não ser uma Pessoa poderia substituir aquela maravilhosa Pessoa. Nenhuma simples influência seria suficiente.” – Ibidem, pp. 41 e 42. Para substituir uma pessoa maravilhosa, só outra pessoa maravilhosa. Alguns se valem do fato de a Bíblia identificá-Lo como Espírito de Deus ou de Cristo (I João 4:2; I Cor. 3:16; Gal. 4:6; I Ped. 1:11, entre outros textos), para afirmar que o Espírito Santo é algo inerente a Deus, tal como a Sua energia ou virtude. Todavia, a fórmula indica procedência e não inerência (cf. João 14:26; 15:26). Pode também indicar que Sua obra é executada em subordinação ao Pai e ao Filho. Parte desta obra é a representação vicária de ambos neste mundo. De fato, Jesus prometeu aos discípulos que retornaria para eles na pessoa do Espírito Santo (João 14:16-18 e 23). Outro expediente utilizado pelos que rejeitam a personalidade do Espírito Santo tem a ver com o gênero neutro do grego pneuma, espírito. “A Bíblia não empregaria uma palavra neutra para identificar uma personalidade”, dizem. Contra essa hipótese se verifica que o termo é usado em referência a entidades reconhecidamente pessoais. “São todos eles espíritos ministradores...”, afirma o escritor sagrado acerca dos anjos (Heb. 1:14). Além disso, o Novo Testamento emprega fartamente pronomes pessoais gregos em referência ao Espírito Santo. Apenas em João 14-16 isso ocorre 24 vezes, e Ele próprio faz referência a Si com o pronome pessoal: “Disse-lhe o Espírito [a Pedro]: Estão aí dois homens que te procuram; levanta-te, pois, desce e vai com eles, nada duvidando, porque Eu os enviei” (Atos 10:19 e 20). Deve-se notar, finalmente, que o título Parákletos, aplicado ao Espírito Santo e vertido Consolador em nossas Bíblias, subentendendo a Sua personalidade. Etimologicamente significa alguém chamado para estar ao lado de, “advogado” e “conselheiro”, sendo apropriados equivalentes em português. Condenando as especulações, o Espírito de Profecia adverte: “A natureza do Espírito Santo é um mistério. Os homens não a podem explicar, porque o Senhor não lho revelou. Com fantasiosos pontos de vista, podem-se reunir passagens da Escritura e dar-lhes um significado humano; mas a aceitação desses pontos de vista não fortalecerá a Igreja. Com relação a tais mistérios – demasiado profundos para o entendimento humano – o silêncio é ouro.” – Atos dos Apóstolos, p. 52.

Um Ser pessoal – Quando Ellen G. White afirma que “a natureza do Espírito Santo é um mistério”, não quer ela dizer que nada podemos saber sobre Ele. Aquilo que a Revelação nos transmite não é especulação; é a realidade, é o nosso dever aceitar por fé. Dois pontos sobre o Espírito Santo estão devidamente assentados nas páginas sagradas: Ele é uma pessoa, e é Deus. “O Espírito Santo tem personalidade, do contrário não poderia testificar ao nosso espírito e com nosso espírito que somos filhos de Deus. Deve ser também uma pessoa divina, do contrário não poderia perscrutar os segredos que jazem ocultos na mente de Deus.” – Evangelismo, p. 617. A personalidade do Espírito Santo é claramente inferida do testemunho bíblico. As seguintes referências não deixam dúvida a respeito:

1) Ele é citado entre pessoas: “Pois pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor maior encargo” (Atos 15:28). Além disso, Ele aparece na fórmula batismal junto ao Pai e ao Filho (Mat. 28:19); seria redundância Jesus mencionar o Espírito Santo, tendo já mencionado o Pai, fosse Ele a mera energia dEste; também não faria sentido Jesus ordenar o batismo em nome de uma Pessoa, o Filho, e agora em nome de uma energia, o Espírito.
2) Ele é Senhor (II Cor. 3:17 e 18). Este termo define personalidade e divindade quando
aplicado ao Pai e ao Filho; por que não quando aplicado ao Espírito?
3) Ele possui mente (Rom. 8:27). O termo grego traduzido “mente” neste texto em algumas versões é phrónema (alguma coisa que se tem em mente, que passa pela mente, o pensamento), em contraste com nous (a mente como sede da consciência, da reflexão, da percepção, do entendimento, do julgamento crítico e da determinação). O importante é que phrónema pressupõe a existência de nous. Apenas um ser pessoal é dotado de nous, e pode exercer phrónema. O Espírito Santo é um ser pensante, o que implica inteligência. Ele não pode ser menos que uma pessoa.
4) Ele tem sentimentos:
* pode ser contristado – Efé. 4:30
* expressa anseio – Tia. 4:5
* possui alegria – I Tess. 1:6
* ama – Rom. 15:30
* expressa vontade – I Cor. 12:11
5) Pode, e deve, ser mantida comunhão com Ele (Fil. 2:1; II Cor. 13:13). Não se atém comunhão com uma energia.
6) Não é mero poder, mas tem poder (Rom. 15:19) Seria outra redundância a Bíblia falar do poder do Espírito Santo, fosse Ele mero poder; seria “o poder do poder”!
7) Pode-se mentir a Ele (Atos 5:3). Mente-se a uma pessoa e não a uma energia.
8) Pode-se-Lhe resistir (Atos 7:51). É possível cumprir o papel de um resistor (componente que impede ou atenua, o fluxo de da corrente elétrica) para com o Espírito Santo? Sim, e isto o pecador faz quando, diante do apelo divino, prefere permanecer no erro. Mas isso não significa que o Espírito Santo não seja uma pessoa, pois não é apenas a uma energia que se resiste. Pessoas também podem ser resistidas, incluindo Deus. (11:17). O texto fala de se resistir às claras evidências da verdade, apresentadas pelo Espírito Santo.
9) Pode-se guerrear contra Ele (Gal. 5:17) O que é uma intensificação de resistência ao
Espírito Santo.
10) Pode-se ultrajá-Lo (Heb. 10:29) Como é possível ultrajar uma energia? Ultrajar se liga naturalmente ao sentido de afrontar, insultar, difamar, injuriar, ofender, deprimir, vilipendiar, desacatar, vituperar, envergonhar. Como se pode fazer tudo isso a uma energia?
11) Pode-se blasfemar contra Ele como se blasfema contra o Filho (Mat. 12:31). É possível blasfemar contra uma energia? Blasfema-se contra uma pessoa, como é o caso de Jesus aqui.
12) Ele executa específicas funções próprias, não de uma energia, mas de uma pessoa:
* sonda, perscruta a Deus – I Cor. 2:10
* concede dons para a edificação da Igreja – I Cor. 12:7 (em outras palavras, ao conceder dons à Igreja o Espírito Se dá a ela)
* contende com pecadores – Gên. 6:3
* ordena sobre itens relevantes para a obra de Deus – Atos 8:39; 10:19 e 20
* envia pessoas no processo do cumprimento de alguma missão – Atos 10:19 e 20
* ensina o que uma vez ouviu – João 16:13 (ouvir não é próprio de uma energia), ver também 14:26; I Cor. 2:13
* revela, especialmente pelo exercício profético – Atos 1:16; II Ped. 1:21; I Tim. 4:1
* testifica através da intuição na consciência, nem como com o testemunho da Igreja – Rom. 8:16; Atos 5:32; Apoc. 22:17
* move o agente humano na captação da revelação divina – I Ped. 1:21
* incute novas realidades ainda não percebidas – Heb. 9:8
* indica a correta compreensão do que é revelado – Ped. 1:11
* guia os filhos de Deus – Rom. 8:14, inclusive na busca de “toda a verdade” – João 16:13
* assiste nas fraquezas – Rom. 8:26
* intercede corrigindo nossas orações – Rom. 8:26
* produz frutos na vida dos que se submetem a Ele – Gál. 5:22 e 23
* lava e renova, o que resulta em salvação – Tito 3:5. Em João 3:5 e 6 este ato é referido por Jesus em termos do novo nascimento
* escreve a lei de Deus nas tábuas do coração – II Cor. 3:3
* santifica – II Tess. 2: 13; I Ped. 1:2
* sela os que são de Deus – Efé. 1:13

Conclusão – Que pessoa maravilhosa é o Espírito Santo! Que humildade que interesse, que desvelo! Ele nos ama a ponto de instar conosco a que sejamos salvos. Ele está disposto a aplicar em nossa vida a obra redentora da cruz em toda a sua extensão. A exemplo do Pai e do Filho, Ele anseia por nossa presença no reino de Deus. Já lhe agradecemos por isso? De fato, Ele é um precioso Amigo. Se O resistirmos, magoá-Lo-emos, e Ele poderá Se afastar triste e pesaroso por nossa indelicadeza e apego àquilo que resultará em nossa infelicidade permanente. Mas se O acolhermos, Ele tomará posse do nosso ser, far-nos-á crescer até a semelhança com Jesus e até colocar os nossos pés na cidade celestial. “Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração” (Heb. 4:7).

Fonte: Dr. José Carlos Ramos, Revista Adventista, agosto de 2001. Correção ortográfica por Hendrickson Rogers.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A sabedoria de Provérbios 8

Diferentes teorias foram propostas ao longo da história do cristianismo para identificar a “sabedoria” mencionada em Provérbios 8:22-31. Alguns teólogos do 2º século d.C. a viam como sendo o Espírito Santo. Já no 3º século, essa interpretação deu lugar a uma generalizada identificação dela com Cristo, a segunda pessoa da divindade. Comentaristas mais recentes continuam discutindo se ela foi realmente uma companheira (ser distinto) do Senhor em Sua obra criadora ou meramente uma característica (atributo) dEle. Para compreendermos a sabedoria de Provérbios 8:21-31, devemos ter em mente: (1) que ela não é apresentada como um ser divino em nenhuma das demais passagens de Jó, Provérbios e Eclesiastes onde aparece personificada; (2) que ela assume neste texto as prerrogativas divinas de haver existido com Deus antes da obra da criação e de haver sido o “arquiteto” dessa obra; e (3) que ela é descrita como havendo nascido antes da obra da criação (versos 24 e 25). Reconhecendo a Cristo como a “sabedoria de Deus” (I Coríntios 1:24 e 30) e Aquele “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Colossenses 2:3), o Novo Testamento também O identifica como igual a Deus o Pai, e por conseguinte, coeterno com Ele (Filipenses 2:6-7; Colossenses 2:8-9; Hebreus 1:2-3). Assim, se a sabedoria mencionada em Provérbios 8:22-31 teve realmente um início (como sugere a expressão “eu nasci” nos versos 24 e 26), então ela não pode ser a pessoa eterna de Cristo ou um dos atributos eternos do Pai, mas apenas uma manifestação específica da eterna sabedoria de Deus em Cristo na obra da criação, descrita pelo próprio texto em consideração (ver João 1:1-5 e 10; Colossenses 1:15-17; Hebreus 1:1-14; Apocalipse 3:14).

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, julho de 1997.

Um convite à reflexão para nossos irmãos muçulmanos e da Igreja "do véu"

Em I Coríntios 11:2-16, Paulo afirma que “todo homem que ora ou profetiza, tendo a cabeça coberta, desonra a sua própria cabeça” (verso 4), ao passo que “toda mulher ... Que ora ou profetiza com a cabeça sem véu desonra a sua própria cabeça” (verso 5). Endossando o uso do véu pelas mulheres que oram ou profetizam, Paulo estava em conformidade com o costume oriental (judaico e árabe) da época. Mas ao afirmar que os homens não deveriam cobrir a cabeça em tais circunstâncias, ele estava rompendo diretamente com a tradição judaica, que ainda hoje continua ordenando o oposto. Para compreendermos essa distinção entre o homem e a mulher, quanto a cobrir ou não a cabeça, devemos ter em mente, em primeiro lugar, que Paulo está se referindo aqui ao véu como um “sinal de estar sob a autoridade de outrem” (Leon Morris). Essa distinção baseava-se no princípio de que cristo é “o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher” (verso 3). Por conseguinte, se a mulher deixasse de usar o véu, ela estaria assumindo uma atitude de desonrosa insubordinação para com o seu marido. Por outro lado, se o homem passasse a cobrir a cabeça, ele estaria negando “ser ele imagem e glória de Deus” (verso 7), reconhecendo o senhorio de outra autoridade em sua vida. Mas essa subordinação funcional da mulher à autoridade do homem não pode ser isolada da declaração paulina de igualdade essencial entre ambos os sexos. Nos versos 11 e 12, Paulo é claro em asseverar: “No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. Porque, como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus”. Esse mesmo conceito de igualdade essencial é enunciado também em Gálatas 3:28: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. As referências em I Coríntios 11:2-16 às “tradições” (verso 2) e aos “costume[s]” (verso 16) parecem corroborar a noção de que o uso litúrgico do véu era apenas uma norma cultural, em harmonia com o estilo do vestuário cristão oriental da época, e não um mandamento normativo para as demais culturas que não possuem tal costume. Como cristãos, devemos romper apenas com os elementos de nossa cultura que estejam em direta oposição aos princípios universais da palavra de Deus. Exigir, ainda hoje, que as mulheres cubram a cabeça com um véu ao adentrarem um templo ocidental é uma imposição legalística e artificial.

Fonte: Dr. Alberto R. Timm, Revista Sinais dos Tempos, março de 1999. 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O corante carmim de cochonilha e os biscoitos recheados sabor morango

Dê uma olhadinha no seu jardim e, talvez, você conheça pessoalmente o Cochonilha!
No Brasil, a cochonilha é também uma praga de jardim. A primeira evidência de que a planta está infestada é o aparecimento de bolinhas brancas que parecem ser de algodão nos caules, próximos às folhas. Elas sugam a planta, roubando sua seiva, alojando-se principalmente na parte inferior das folhas e dos brotos. Para defender-se da predação por outros insetos, produz ácido carmínico, que extraído de seu corpo e ovos é utilizado para fazer o corante alimentício que leva seu nome. O corante de cor vermelho-escura é utilizado em larga escala pela indústria cosmética (shampoo, batons, etc.) e alimentícia, emprestando sua cor a biscoitos sabor morango, gelados de frutas vermelhas, leites de soja sabor morango, geléias, sobremesas, sendo também utilizado em medicamentos e roupas. Pode causar reações alérgicas em algumas pessoas. Normalmente especificado como “Corante natural carmim de Cochonilha”, C.I. 75470 ou E120 as composições dos produtos. Para produzir apenas 450 gramas deste corante precisam de ser mortos cerca de 70.000 insetos. Bilhões de animais são criados e destruídos todos os anos na fabricação deste corante. Como alternativa a este corante poderia ser utilizado sumo de beterraba, que não possui qualquer toxicidade. Ou, no caso dos alimentos, simplesmente nada, pois um corante não acrescenta benefícios aos produtos. Antes de comprar estes produtos verifiquem os ingredientes que contem no rótulo Vejamos o que diz a Bíblia sobre o consumir tais coisas:
Levitico 11
20
Todo inseto que voa, que anda sobre quatro pés será para vós outros abominação.||Português: João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada||Levítico||11||20

21
Mas de todo inseto que voa, que anda sobre quatro pés, cujas pernas traseiras são mais compridas, para saltar com elas sobre a terra, estes comereis.||Português: João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada||Levítico||11||21

22
Deles, comereis estes: a locusta, segundo a sua espécie, o gafanhoto devorador, segundo a sua espécie, o grilo, segundo a sua espécie, e o gafanhoto, segundo a sua espécie.

41
Também todo enxame de criaturas que povoam a terra será abominação; não se comerá.||Português: João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada||Levítico||11||41

42
Tudo o que anda sobre o ventre, e tudo o que anda sobre quatro pés ou que tem muitos pés, entre todo enxame de criaturas que povoam a terra, não comereis, porquanto são abominação.||Português: João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada||Levítico||11||42

43
Não vos façais abomináveis por nenhum enxame de criaturas, nem por elas vos contaminareis, para não serdes imundos.||Português: João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada||Levítico||11||43

44
Eu sou o SENHOR, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo; e não vos contaminareis por nenhum enxame de criaturas que se arrastam sobre a terra.

Lembrem-se, nosso corpo é o templo do Espírito Santo (I Co 6:19,20) 

Fonte: Advento 7

NOTA: O dicionário informa: Cochonilha "denominação comum a diversos insetos homópteros, parasitas, que se alimentam de seiva vegetal. Algumas espécies. podem se tornar pragas agrícolas. Corante vermelho obtido da cochonilha-do-carmim, usado na indústria alimentícia e farmacêutica". Então, para não sermos tão enganados pelos anjos maus, vamos seguir os conselhos paulinos: "aplica-te à leitura", (I Tm 4:13), não só da Bíblia! E "ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom" (I Ts 5:21, NVI). Hendrickson Rogers

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Muitas denominações religiosas inclusive nos tempos de Jesus Cristo

Para que tenhamos uma melhor compreensão dos Evangelhos é necessário entender um pouco do contexto em que Jesus veio, principalmente percebendo a influência política e filosófica que dominava o povo daquele tempo. Veja a seguir 10 dos principais grupos que dominavam o pensamento judeu:
 
João Batista, pregava o arrependimento de pecados. Imagem: Google


JUDEUS MESSIÂNICOS - pregavam o verdadeiro Evangelho do arrependimento
Muitos caem no erro de achar que a mensagem do arrependimento de pecados foi inaugurada por Jesus, no entanto desde que o pecado entrou no mundo é essa a forma que Deus usa para a salvação. No período intertestamentário percebemos que haviam crentes sinceros que além de serem pessoas arrependidas criam que o Messias iria chegar para nos salvar. Creram que Jesus era o Salvador!


Reunião dos fariseus. Imagem: filme Jesus de Nazaré



FARISEUS - considerados Rabinos (mestres), responsáveis pelo ensino da Talmud
Os fariseus eram um grupo político e religioso surgido no período intertestamentário, formado por alguns ricos, porém aberto a pessoas com menor poder econômico. Buscavam seguir rigidamente a lei de Moisés (aceitavam também o restante dos livros do Antigo testamento), acreditavam que a observância total da lei os faziam "justos" diante de Deus, para não se contaminarem evitavam estar onde "pecadores e publicanos" estavam. Jesus combateu suas práticas.


Saduceus em acusação a Jesus. Imagem: filme Paixão de Cristo



SADUCEUS - elite judaica que não criam na ressurreição dos mortos
Também eram um grupo político e religioso judeu na época de Jesus, porém eram mais influentes. Era formada pela elite do povo e tinham forte ligação com o poder romano. Guardavam a lei apenas da Torá (livros escritos por Moisés) e não aceitavam a ressurreição, nem os anjos. Geralmente os sumo sacerdotes eram ligados aos saduceus. Nos evangelhos vemos Jesus os repreendendo por seus ensinos.

Escriba judeu - Karro Art. Imagem: judaica-art.com




ESCRIBAS - responsáveis pela tradição dos anciãos
Os escribas surgiram como copistas reais inicialmente no reinado de Salomão. Porém, após o retorno do cativeiro babilônico os escribas ganharam maiores responsabilidades, sendo considerados doutores da lei. Para alguém exercer tal função deveria começar seus estudos aos 14 anos e só eram aptos para legislar após os 40.  Tinham forte ligação com os fariseus e foram acusados por Jesus por colocarem regras pesadas demais para suportar, onde nem os mesmos conseguiam seguir. 

Peter Strauss, um zelote na minissérie Massada. Imagem: BíbliaCenter



ZELOTES - lutavam pela libertação política de Israel
Os zelotes eram um grupo político revolucionário de Israel que lutavam contra a dominação romana. Um dos apóstolos, Simão, era participante desse grupo. Barrabás, que foi liberto no lugar de Cristo, também era militante dos zelotes, inclusive foi preso após cometer homicídio em uma rebelião. Tiveram grande influência na tentativa frustrada de sedição contra o Império Romana, no ano 70 d.C.


Essênios no deserto. Imagem: National Geographic



ESSÊNIOS - grupo separatista judaico que vivia no deserto
Esse grupo formou-se provavelmente na mesma época do que os fariseus. Eram judeus que seguiam estritamente as regras da lei e criam em todo o Antigo Testamento. Tinham hábitos bem peculiares como viver em regiões isoladas, vestir branco, não se casavam e se purificavam antes de comer.  Ficaram bem conhecidos devido aos Pergaminhos do Mar Morto, encontrados em Qumran, um dos refúgios deles.


Rei Herodes. Filme: Jesus, o Natal.



HERODIANOS - criam que o Messias era Herodes
O termo Herodiano é relacionado ao rei dos judeus, Herodes, o Grande, e designa todos os personagens históricos que tinham laços consaguíneos com ele. Partidário de Herodes, o grande. Formava uma seita para sustentar que o rei Herodes seria o Messias. Alguns apontam que o motivo de ele ficar tão irado com a notícia da chegada do Messias era que ele mesmo se considerava o verdadeiro enviado de Deus.

 
Universum, obra gnóstica. Pintura: Hugo Heikenwalder



GNÓSTICOS - conceito filosófico-religioso que defendia o dualismo
Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os Gnósticos acreditam que a matéria é essencialmente perversa e que o espírito é bom. Como resultado dessa pressuposição, os Gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque vida verdadeira existe no reino espiritual apenas. Seu conceito já existia na época de Jesus, porém foi mais forte no início da igreja primitiva.


Coletores de impostos. Pintura: Marinus van Raymerswaele.



PUBLICANOS - coletores de impostos do Império Romano
Publicano é o nome dado aos coletores de impostos nas províncias do Império Romano. Eram detestados pelos judeus e muitas das vezes envolviam-se em corrupção cobrando das pessoas além do que deveriam. E sofriam um grande repúdio da casta religiosa dos fariseus. Mateus, o evangelista, foi publicano e Zaqueu (publicano bastante conhecido por sua corrupção) também chegou a se converter.





FILOSÓFOS GRECO-ROMANOS - a filosofia dos deuses do Olimpo
É o conjunto de mitos e lendas das tradições gregas e romanas da antigüidade que fundiram-se com a conquista da Grécia pelo império romano. Sabemos que essa mitologia teve uma influência direta e indireta na época de Jesus, pois Israel passou sendo por muito tempo dominada pelos gregos e nos Evangelhos quem estava no poder eram os romanos. [Fonte]

NOTA: As denominações religiosas ou igrejas (como também são conhecidas) têm existido paralelamente  apos o Éden por, pelo menos, dois motivos: (1) a busca pela verdade (At 17:11) enquanto a progressiva luz de Deus, a própria Verdade, é derramada proporcionalmente ao querer humano e (2) o zelo satânico de afastar as famílias da Verdade, por meio de tradições, doutrinas sem apoio bíblico e espiritualismo (o falso viver no Espírito, onde o pecador pisa a Bíblia e afirma que quem o guia é o Espírito Santo. Um exemplo: o falso dom de línguas nas igrejas pentecostais!); confira II Co 4:3 e 4 e 11:14 e 15. E você, no que crê? No que a Palavra de Deus ensina ou no que a palavra dos falsos pastores espalhados em todas as denominações religiosas prega? A decisão é sua. “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus” (Cl 1:9,10). Hendrickson Rogers 

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