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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Estudo da Natureza + Filosofia ateísta = Ciência pós-moderna onde não há sincero interesse pela VERDADE


Atualmente, a ciência, de modo geral, é a estranha combinação do estudo da natureza e uma filosofia que exclui Deus! Não há sincera procura da verdade.

Quando Cristóvão Colombo começou a navegar para o oeste em 1492, esperava finalmente chegar à costa da Índia. O plano era baseado na convicção de que a Terra era uma esfera, e assim navegando para o oeste, o navio devia chegar ao lado oriental do planeta. Em reunião realizada em Salamanca, Espanha, os líderes da igreja argumentaram contra tais ideias, advertindo que a Terra seria plana e que se ele navegasse para o oeste, cairia da borda de uma terra plana. Colombo navegou para o oeste, mas em vez de chegar à Índia, desembarcou na margem oriental das Américas – uma descoberta acidental que abriu as portas para o Novo Mundo. Partes dessa história são inventadas. É verdade que Colombo acreditava que a Terra era uma esfera e que, se o navegante fosse para o oeste da Europa em alto mar, uma Terra esférica deveria levá-lo à parte oriental do globo. Mas a grande inverdade histórica, repetida várias vezes, é que os líderes da igreja, na época, afirmavam que a Terra era plana, e que tentaram impedir Colombo de realizar a viagem ao desastroso mergulho na ponta final da Terra. A convicção de que, durante a Idade Média, os líderes da igreja defendiam uma teoria da Terra plana é um mito. [1] Vários escritores são acusados de criar essa falácia e atribuí-la à igreja. No início do século 19, o popular escritor americano Washington Irving combinou a história com a ficção. Descreveu a forma como os padres atacaram Colombo na famosa reunião de Salamanca. Irving afirmou que os líderes da igreja forneceram a Colombo uma longa lista de autoridades que validaram o achatamento da Terra. No entanto, essa descrição não deve ser levada a sério. É considerada fictícia. A história registra que, na reunião de Salamanca, foram expressas preocupações por Colombo ter que viajar para muito longe, mas nada foi dito sobre o achatamento da Terra. O maior responsável pela propagação dessa inverdade histórica foi provavelmente John Draper, cientista e médico que se tornou reitor da faculdade de Medicina na Universidade da Cidade de Nova York. Seu pai era um ministro metodista, mas ele mesmo era fortemente antirreligioso. Quando o filho de sua irmã morreu com oito anos de idade, e ela colocou o seu livro de oração sobre o aparelho de jantar de Draper, ele ficou tão bravo que lhe ordenou que fosse embora de casa. Ela permaneceu afastada da família, unindo-se à Igreja Católica, que o seu irmão havia desprezado. [2] Em 1873, Draper publicou um livro com enorme sucesso intitulado History of the Conflict Between Religion and Science. [3] Só nos Estados Unidos teve 50 edições em 50 anos e foi traduzido em todo o mundo. A essa altura, a controvérsia entre a ciência e a Bíblia foi fulminante. Darwin tinha recentemente publicado A Origem das Espécies que apoiava fortemente a evolução. Neste contexto, o livro de Draper utilizou a falácia da Terra plana para defender a superioridade da ciência sobre a religião. Embora Draper tenha reconhecido que alguns estudiosos na Idade Média acreditavam que a Terra fosse esférica, ele retratou falsamente os teólogos da igreja como opositores de Colombo em Salamanca por sua crença de que a Terra era redonda. Posteriormente, Andrew Dickson White, o reitor da Universidade Cornell, publicou A History of the Warfare of Science With Theology in Christendom. Neste trabalho, White referiu-se à teoria da Terra plana como um “terror entre os marinheiros, [e] foi um dos principais obstáculos na grande viagem de Colombo”. [4] Ao se referir a isso, o historiador Jeffrey Burton Russell salienta: “O curioso resultado é que White e seus colegas acabaram fazendo o que eles acusaram que os padres [da igreja] tinham feito, ou seja, a criação de um corpo de falsos conhecimentos por considerações entre si em vez de pela evidência.” [5] Muitos outros autores também contribuíram para a propagação da falsa ideia de que o cristianismo foi quem introduziu o conceito de Terra plana antes e durante a Idade Média. Tais falsas hipóteses se espalharam amplamente nos livros didáticos e enciclopédias. Felizmente, há indícios de retificações. O clichê “Terra plana” ainda prevalece e se tornou sinônimo de ignorância, de um passado menosprezado, e de religião errônea. A expressão serve para garantir aos céticos que eles estão certos e que não devem confiar na religião. Tais falsas acusações contra a igreja também se tornaram uma conveniente e poderosa arma para adular a ciência e para tentar demonstrar sua superioridade sobre as crenças religiosas. Embora a igreja tenha cometido muitos erros, o conceito de Terra plana não é um deles. Essa falácia foi gerada na época em que a ciência estava se libertando da autoridade religiosa.

A religião e os pioneiros da ciência moderna Quase todos os principais fundadores da ciência moderna (Kepler, Galileu, Boyle, Newton, Pascal, e Linnaeus, só para citar alguns) acreditavam fervorosamente em Deus e na Bíblia. Nas suas publicações científicas, muitas vezes falaram de Deus e de Sua atividade na natureza. Eles não viam conflito entre Deus e os seus estudos da natureza, porque acreditavam que Deus tivesse criado as leis da natureza que tornaram a ciência possível. Isaac Newton (1642-1727), um dos maiores cientistas de todos os tempos, fez mais do que qualquer outro para emancipar a ciência da especulação e do baixo nível de autenticação que prevaleciam antes de sua época. Sua produtiva pesquisa Principia foi elogiada pelo estudioso francês Laplace como sendo superior a todas as outras produções do intelecto humano. Newton comenta: “Este sistema mais belo do Sol, planetas e cometas, só poderia proceder do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso.” Newton era também profundamente comprometido com o estudo da Bíblia, escrevendo extensamente sobre as profecias de Daniel e Apocalipse. A vida de Newton ilustra claramente como a ciência apropriada e uma forte crença em Deus podem trabalhar em conjunto. Johannes Kepler (1571-1630), que trabalhava em Praga, desenvolveu três princípios conhecidos como as leis de Kepler, que sobreviveram quase intactos até hoje. O astrônomo italiano Galileu (1564-1642) viu uma rigorosa relação entre Deus e a matemática da natureza. E como Newton, também escreveu sobre a vida de Cristo. Sua reverência para com Deus manifesta-se na afirmação: “Se tenho sido seduzido em insolência pela maravilhosa beleza de Tuas obras, ou se tenho amado a minha própria glória entre os homens, enquanto avanço no trabalho destinado a Tua glória, gentil e misericordiosamente me perdoa: e, finalmente, me digno graciosamente por provocar estas manifestações que podem levar a Tua glória e à salvação de almas, e em nenhum lugar ser um obstáculo para isso. Amém.”

A rejeição da ciência de Deus Em contraste com Kepler e Newton, a ciência hoje se encontra em uma matriz intelectual muito diferente quando se trata de Deus. O novo etos é fortemente materialista (também chamado de naturalista ou mecanicista) e não há lugar para Deus, em seu menu explicativo. Incluí-Lo é considerado anticientífico. O famoso biólogo Richard Lewontin, da Universidade Harvard, comenta: “Não é que os métodos e instituições de ciência de certo modo nos obriguem a aceitar uma explicação material do mundo fenomenal, mas, pelo contrário, somos forçados a priori a aderir às causas materiais para criar um aparato de investigação e um conjunto de conceitos que produzam explicações materiais, não importa quão anti-intuitivo, não importa quão mistificante para os não iniciados. Além disso, o materialismo é absoluto, pois não podemos permitir um Pé Divino na porta.” A ciência colocou, para Deus, uma placa “Não Entre”. O biólogo Todd Scott, da Universidade do Estado de Kansas, comentou na prestigiosa revista Nature: “Mesmo que todos os dados apontem para um projetista inteligente, tal hipótese é excluída da ciência porque não é naturalista.” Atualmente, existe uma quase absoluta exclusão de Deus dos livros científicos e revistas. Infelizmente, essa atitude fechada impede a ciência de acompanhar as evidências da natureza. A ciência não pode avaliar as evidências de Deus, enquanto Ele é excluído de consideração.

Quando a ciência rejeita Deus? A mudança foi gradual. Durante os séculos 17 e 18, como a ciência moderna se desenvolveu no mundo ocidental, a firme crença em Deus e na Bíblia foi dominante entre os cientistas. A crença começou a diminuir ao passo que o materialismo e a desconfiança da religião cresceram. Filósofos e céticos como Hume, Voltaire, Kant influenciaram profundamente as perspectivas da humanidade durante o Iluminismo. Posteriormente, no século 19, alguns cientistas começaram a fazer sugestões sobre a evolução e a idade das eras geológicas, que estavam em forte oposição ao Gênesis que conta de uma recente criação e do Dilúvio; e aos Dez Mandamentos, em que Deus diretamente afirma que concluiu a criação em seis dias. A Origem das Espécies de Darwin fortaleceu a agitação ao falar sobre um mecanismo para a evolução que não requeria Deus. O livro foi inicialmente visto com considerável ceticismo, até que ambos, teólogos e cientistas, o endossaram. Durante a última metade do século 19, os cientistas continuaram a eliminar a Deus das interpretações científicas. Houve afastamento da espiritualidade, e histórias como a falácia da Terra plana contribuíram para a rejeição da religião. Com o relato de descobertas incríveis, a ciência se tornou mais poderosa. Os cientistas começaram a visualizar seu campo de estudo como superior. As explicações materialistas foram fornecidas para quase tudo e não havia qualquer necessidade de Deus. De fato, a igreja tinha sido tão má no passado, que a sua influência e seu Deus deveriam ser rejeitados. A opinião prevalece fortemente até hoje. Mesmo a sugestão de que possa haver algum tipo de projetista inteligente para as extremas complexidades da natureza a serem descobertas pela ciência, como defendido pelo Design Inteligente, é vigorosamente rejeitada pelos líderes da comunidade científica. A ciência tem se fechado em uma prisão secular que restringe a sua capacidade para encontrar toda a verdade.

Rejeitando a Deus: problemas para a ciência Se a ciência tivesse chegado com algumas explicações plausíveis para as questões profundas sobre as origens, alguém poderia considerar mais seriamente a sua rejeição a Deus. No entanto, quando olhamos para a natureza, as principais características parecem exigir um projetista muito perspicaz. Os exemplos incluem:

1. Como é que se organizaram os átomos por si mesmos de maneira extremamente complicada e versátil? Esses átomos podem formar todos os tipos de coisas desde o nosso cérebro às galáxias, e podem dar à luz, para que possamos ver.
2. Como as quatro forças da física atuam de tal forma que a precisão, e a específica esfera de ação sejam as exatamente necessárias para que o universo exista?
3. Como é que até mesmo a forma mais simples de vida independente, que é extremamente complexa, se organizou por si só em uma Terra estéril?
4. Como características interdependentes, tais como os intricados autofocus e autoexposições dos sistemas do olho, nunca se organizaram por mutações aleatórias? As mutações são quase sempre prejudiciais ou insignificantes e não podem traçar um plano com antecedência, como a projeção complexa dos órgãos.
5. Os bilhões de anos que postularam para a lenta evolução das formas de vida sobre a Terra são demasiadamente curtos para as improbabilidades envolvidas ao nível molecular e diante da lenta taxa de reprodução de organismos avançados.
6. O registro fóssil revela o aparecimento súbito de grandes grupos, em vez de um longo e gradual processo evolutivo. Uns poucos evolutivos intermediários, que são semelhantes a outros organismos, são por vezes sugeridos, mas o problema está com a origem dos grandes grupos.
7. A ciência ainda não encontrou explicações plausíveis em questões sobre fenômenos da mente, tais como a consciência, compreensão, moralidade, apreciação da beleza, e a do significado da existência.
Infelizmente, na ciência secular, a complexidade e a precisão de uma série de descobertas científicas, em meio a explanações mecanicistas ímpias, estão muito menos defensáveis agora do que quando a ciência eliminou Deus, ao longo do século passado. A rejeição a Deus, pela comunidade científica, é provavelmente o seu maior erro filosófico.

Por quê? A extrema complexidade da psicologia e da sociologia da comunidade científica se opõe definitivamente às explicações. Mas há sugestões pertinentes quanto às razões pelas quais a ciência agora rejeita a Deus. Pode-se logicamente argumentar que a especialidade do cientista é o estudo da natureza. Desta forma, o cientista se sente mais confortável do que estudar um Deus menos escrutável. No entanto, o argumento perde a sua validade quando se considera o modo como a comunidade científica livremente se entrega a especulações desenfreadas, como todos os tipos de universos mais além do que podemos observar, ou organismos postulados a terem vivido muitas centenas de milhões de anos antes de os cientistas poderem encontrar qualquer de seus fósseis nas camadas geológicas. O fato de que a ciência especula acerca de assuntos imaginários, e não permite a inclusão do sobrenatural nas interpretações científicas, implica um forte viés contra Deus. Um provável motivo para a ciência rejeitar a Deus é o orgulho pessoal ou público do cientista em uma empresa bem sucedida e cientificamente autônoma. Outro motivo pode ser a liberdade pessoal, que um universo sem sentido fornece, onde ninguém é responsável perante Deus. Além disso, há razões sociológicas. Atualmente, os cientistas estão sob uma tremenda pressão para excluir Deus da ciência, especialmente por causa da atitude contra Deus dos líderes da comunidade científica. A prática atual indica que, se os cientistas incluem qualquer sugestão de Deus em suas interpretações, é provável que as comunidades científica e acadêmica os rejeitem. Muitos cientistas acreditam em Deus, mas não se atrevem a publicar sobre Ele. Devemos manter o ponto de vista de que a ciência tem feito muita coisa boa, e que a maioria dos cientistas são pessoas honestas, que nos fornecem novas informações fascinantes e inovações úteis. Ao mesmo tempo, não devemos nos esquecer de que há a boa ciência e há a má ciência, e devemos procurar seriamente distinguir entre as duas. Há um forte viés secular na ciência. No entanto, os que creem na Bíblia devem sempre ter em mente que todos nós cometemos erros e que uma quantidade enorme de corrupção tem sido promovida sob a bandeira do cristianismo e de Deus. Na grande luta entre a ciência e Deus, o cristão deve buscar refletir o caráter de Deus na adoração, perdão e perspectiva da redenção.

O veredito A ciência tem se redefinido. Hoje, a ciência é a estranha combinação do estudo da natureza e de uma filosofia secular que exclui Deus! Não há busca sincera da verdade. A liberdade acadêmica está comprometida. A exclusão de Deus tem levado a erros tal como a teoria geral da evolução. Esperamos que a ciência confira mais credibilidade à recém-descoberta da extrema complexidade e precisão da natureza que indicam a necessidade de Deus. A ciência deve retornar para a abertura que tinha quando os pioneiros da ciência moderna permitiam Deus nas interpretações científicas.

Fonte: Ariel A. Roth (Ph.D. Universidade de Michigan) foi diretor do Geoscience Research Institute e editor da revista Origins. Embora aposentado, continua a pesquisar, escrever e fazer palestras (email: arielroth@verizon.net), para a Revista Diálogo vol. 20. Edição por Hendrickson Rogers.

Referências
1. Por exemplo: S. J. Gould. “The Persistently Flat Earth”. Natural History 103:12-19, 1994; J. B. Russell. Inventing the Flat Earth: Columbus and Modern Historians. Nova York: Praeger, 1991.
2. Como reportado em Russell, p. 37.
3. J. W. Draper. History of the Conflict Between Religion and Science. 5. ed. Nova York: D. Appleton, 1875.
4. A. D. White. A History of the Warfare of Science With Theology in Christendom. NovaYork: Dover Publications, Inc., 1896, v. 1, 1990, p. 97.
5. Russell, p. 44.

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