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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem"


“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:43-48).

Encerro a série “Eu, porém, vos digo” com esta passagem bíblica que explicita ainda mais o significado das outra cinco vezes que o Mestre divino pronunciou essa antítese (em verdade, Mateus, Marcos 9:13 e João 4:35 apresentam um total de 9 dessas antíteses; a de Marcos coincide com a terceira de Mateus; e a de João reflete claramente que Jesus usava essas expressões para contradizer e corrigir a interpretação equivocada que os líderes judeus e demais religiosos tinham do Antigo Testamento e da realidade em geral! Em nenhum momento Ele contradisse o AT.).

Se procurarmos no AT o mandamento “amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” não iremos achar nada parecido! No entanto, essa frase resumia muito bem a crença judaica com relação aos relacionamentos com os não judeus: “Nisto, veio uma mulher samaritana tirar água. Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber... Neste ponto, chegaram os seus discípulos e se admiraram de que estivesse falando com uma mulher” (Jo 4:7,27). “Responderam, pois, os judeus [a Jesus] e lhe disseram: Porventura, não temos razão em dizer que és samaritano e tens demônio?” (Jo 8:48).

O Senhor Jesus deixou muito claro como a interpretação errada do AT e o costume de acrescentar leis às de Deus geram perigosos tradicionalismos, responsáveis por sofrimentos e mortes, infelicidades e crimes hediondos praticados às custas do Nome e da Lei de Deus!

No Antigo Testamento encontramos o mandamento do amar o próximo, bem como o estrangeiro e até o inimigo. Jesus desenterrou este mandamento dos escombros do tradicionalismo judaico e chegou a chamá-lo de “novo mandamento” (Jo 13:34) também por causa dos preceitos humanos que suplantavam os divinos (cf. Mc 7:1-13) na religião de Israel. (Por outro lado, Deus chamou “novo” esse mandamento quando Ele o contextualizou dizendo “que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros”!). Relembremos: “Não farás injustiça no juízo, nem favorecendo o pobre, nem comprazendo ao grande; com justiça julgarás o teu próximo. Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou JAVÉ. Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou JAVÉ” (Lv 19:15-18). “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, e não se regozije o teu coração quando ele tropeçar; para que JAVÉ não veja isso, e lhe desagrade, e desvie dele a sua ira” (Pv 24:17,18). “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça, e JAVÉ te retribuirá” (Pv 25:21,22). “Uma e a mesma lei havereis, tanto para o estrangeiro como para o natural; pois eu sou JAVÉ, vosso Deus” (Lv 24:22). “Se um estrangeiro habitar entre vós e também celebrar a Páscoa a JAVÉ, segundo o estatuto da Páscoa e segundo o seu rito, assim a celebrará; um só estatuto haverá para vós outros, tanto para o estrangeiro como para o natural da terra” (Nm 9:14). “Não fale o estrangeiro que se houver chegado a JAVÉ, dizendo: JAVÉ, com efeito, me separará do seu povo; nem tampouco diga o eunuco: Eis que eu sou uma árvore seca. Porque assim diz JAVÉ: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança, darei na minha casa e dentro dos meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles, que nunca se apagará. Aos estrangeiros que se chegam a JAVÉ, para o servirem e para amarem o nome de JAVÉ, sendo deste modo servos seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:3-7).

“E orai pelos que vos perseguem”. A história de Davi, também contida no AT, parece nos dizer algo a esse respeito. Leia um salmo e a probabilidade de você ver Davi (e outros salmistas) cantando sobre a perseguição de seus inimigos, inclusive compatriotas (Sl 3:6)! Davi teve a chance de matar Saul, um de seus piores perseguidores, algumas vezes, mas ele não o fez porque considerava o ainda rei de Israel como “ungido de JAVÉ” (I Sm 24:6). Alguém com tamanha percepção espiritual mesmo na angústia, certamente colocava os nomes de seus inimigos em suas não raras orações, em seus clamores e gemidos (comp. Com Pv 24:10).

Sim, não havia desculpa para a existência do ditado judeu “amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo” e o Salvador Jesus, Aquele que nos dá a chance de abandonarmos ditados tronchos, conceitos equivocados de Deus e tradições ofensivas a Sua Palavra, oportunizou à cadente religião judaica a libertação de doutrinas humanas, bem como oferece a você, meu querido leitor, a chance de identificar seus costumes em desacordo com a Bíblia e abandoná-los pelo poder que há na Palavra de Jesus! Somente assim seremos reconhecidos como legítimos “filhos do Pai celeste”, pois estaremos imitando a conduta divina para com Seus próximos e Seus inimigos!



“Eu, porém, vos digo: sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste”, é o que ensina cada um dos “Eu, porém, vos digo” de Jesus Cristo, o qual foi a Palavra do Antigo Testamento, a Palavra do Novo Testamento, e ainda é a Palavra eterna, imutável, sem contradições nem variações! Amor e obediência sejam oferecidos a Palavra de Deus. Amém! (Hendrickson Rogers)

Todo este estudo está disponível num pequeno livro em PDF AQUI (clique).
E ainda aqui no Blog na seguinte sequência de capítulos:

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