sábado, 16 de fevereiro de 2013

O "Kiss" do desprezo - o costume de culpar os outros e as Escolas Públicas brasileiras!


por  Cristovam Buarque (que é senador) e Hendrickson Rogers (que é professor)

Não é difícil perceber como as manchetes das revistas do último fim de semana se referem à tragédia humana da boate Kiss de Santa Maria: “Quando o Brasil vai aprender?”, “A asfixia não acabou”, “Tão jovens, tão rápido e tão absurdo” e “Futuro roubado”. É também uma tragédia que pode ser associada às escolas de todo o Brasil. É como se a boate de Santa Maria fosse uma metáfora da escola brasileira.


Na primeira delas, os jovens perderam a vida por inalar um gás venenoso; na outra as crianças perdem o futuro por não inalarem o oxigênio do conhecimento. A imprevidência de proprietários, músicos e fiscais levou à morte por falta de ar; a de políticos, pais e eleitores leva a uma vida incompleta por falta de educação. A tragédia despertou para os riscos que correm nossos jovens em seus fins de semana em boates, mas ainda não despertou para o que perdem nossas crianças e jovens no dia a dia de suas escolas.

Estamos fechando boates sem sistemas de segurança, mas ainda deixamos abertas escolas sem qualidade. Os pais começaram a não deixar seus filhos irem a boates inseguras, mas levam confiantemente suas crianças a escolas que não asseguram o futuro delas. Exigimos que as boates tenham portas de emergência, mas não exigimos que as escolas sejam a porta para o futuro das crianças.



A tragédia de Santa Maria provoca a percepção imediata da fragilidade vergonhosa na segurança de boates, mas a tragédia de nossa educação, apesar de suas vítimas, não é percebida. Isto porque ela é uma tragédia à qual nos acostumamos e nos embrutece, ou porque são crianças invisíveis pela pobreza, ou ainda porque somos um povo sem gosto pela antecipação, só ouvimos o grito de fogo e vemos a fumaça depois que matam. Por isso fechamos os olhos à tragédia da educação que hoje devasta a economia, a política e o tecido social do Brasil.

O abandono de nossas escolas não mata diretamente, mas dificulta o futuro de cada criança que não estuda. Se as escolas fossem de qualidade para todos, teríamos menos violência urbana, maior produtividade, mais avanços no mundo das invenções de novas tecnologias e um país melhor.

Por isso, ao mesmo tempo em que choramos as trágicas mortes dos jovens de Santa Maria, choremos também pelo futuro das crianças que não vão receber a educação necessária para enfrentar o mundo. Choremos pelos que perderam a vida na boate ao respirar o ar venenoso, e pelos que não vão receber nas escolas o ar puro do conhecimento.

Não vamos recuperar as vidas eliminadas na boate Kiss, podemos apenas chorar e nos envergonhar. Mas podemos evitar o desperdício das vidas que estão hoje nas “Escolas Kiss”: metáfora que une boate e escola, sobretudo, quando lembramos que a boate se chamava Kiss, nome que também deveríamos dar às nossas escolas de hoje: beijo do desprezo. Desprezo pelas vidas de jovens ou pelo futuro de nossas crianças.

NOTA: Ironias à parte (com relação ao título e à imagem que escolhi para esta postagem), discordo completamente quando se coloca a culpa da qualidade do ensino público num único fator! Por exemplo, usar a fala do senador Estevam para responsabilizar somente os políticos ou os professores ou os funcionários públicos é desconhecer a realidade das salas de aula de uma Escola Pública brasileira. Primeiro vamos acabar com as GENERALIZAÇÕES, as quais são um erro de raciocínio lógico muito comum (e diga-se mais, um erro muito conveniente!). Existem Escolas Públicas de todas as espécies, digamos assim. Existe aquela que honra a Deus quanto à organização de ALGUNS de seus membros, quanto ao esforço de ALGUNS de seus funcionários, quanto à dedicação de ALGUNS de seus alunos e quanto aos resultados no ENEM, nas Olimpíadas e no caráter de ALGUNS de seus alunos! O problema é que tais fatos não representam a maioria das Escolas Públicas.

Isso é efeito de muitas causas: 1ª CAUSA a falta de Deus, do cristianismo bíblico (não do cristianismo pouco útil de  ALGUNS católicos e de ALGUNS evangélicos brasileiros que não melhora em nada os índices do maior país católico-evangélico do mundo - o Brasil!); 2ª CAUSA a falta de valorizar o salário ou a negligência do dever de ALGUNS funcionários públicos, incluindo professores concursados (quer do Ensino Básico, quer do Ensino Superior), ainda que este seja ridículo (ninguém me obrigou a ser professor, certo?); mas, o que me impressiona mais é a 3ª CAUSA falta de interesse de muitas famílias e de muitos meninos e meninas, rapazes e moças com relação a Deus e à educação de seu caráter! É absurdo esse desinteresse e o interesse pela ociosidade, pelos vícios e pelo atrofiamento das faculdades mentais, físicas e espirituais!

Raciocine comigo: se um ser humano sonha, deseja muito algo, não são os anjos maus, os políticos maus, os funcionários públicos maus, os professores maus e os pais maus que irão impedi-lo. Somente Deus e essa pessoa que podem obstar! Obviamente a coisa é muito mais profunda e eu estou sendo simplista. Mas, em essência, é isso mesmo, pois Deus existe, a maioria das pessoas sabe disso e tem condições de buscá-Lo e conhecê-Lo, mas escolhe em vez disso, possivelmente, a maioria de nós prefere culpar os pais, o diabo, os políticos, os funcionários públicos e os professores! Que cada um chame a responsabilidade para si, seja protagonista de sua própria história, e com a graça e o poder do Espírito Santo consigamos todos (os que querem), no lugar de dar desculpas, justificar ou esconder os próprios erros e colocar a culpa nos outros, realizar nossos sonhos e permitir que Deus realize os dEle em nós e através de nós! Posso ser atrapalhado, mas, se Deus e eu queremos nada no universo conseguirá nos impedir. (Hendrickson Rogers)

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