Mais rápido e eficiente do que um fogão a gás, o forno de micro-ondas aquece e descongela os alimentos rapidamente, e por inteiro, sem deixar partes geladas. Como ele consegue realizar esse "milagre"? A física explica. O que acontece é uma reação molecular: o forno de micro-ondas possui uma válvula chamada magnetron. Quando o aparelho é ligado, a válvula começa a emitir ondas eletromagnéticas de alta frequência, iguais às do rádio, com 2.450 megahertz (MHz). Essa frequência é a ideal para agitar as moléculas de água presentes na comida. Mas as micro-ondas precisam de mais um empurrãozinho para acelerar o processo: um ventilador acoplado na parte de cima espalha as as ondas pelo seu interior, enquanto as paredes metálicas barram a fuga e as devolvem para o centro, envolvendo o alimento. Nesse bate e volta com o campo eletromagnético, as moléculas de água vibram intensamente, inclusive as que estão dentro, produzindo calor interno e cozinhando o produto por inteiro.
Mitos e verdades. Alguns tipos de vidro, plástico e porcelana não ficam quentes, mesmo depois de vários minutos dentro do micro-ondas ligado. Isso acontece porque a disposição das moléculas destes materiais impede a penetração das ondas - elas estão unidas para não vibrarem. Se o recipiente que foi levado ao micro-ondas esquentar demais, isso indica que ele está puxando energia elétrica que deveria ir ao alimento, causando um pequeno aumento no consumo de energia - e na conta de luz. Existe uma teoria de que frutas verdes amadurecem depois de passarem alguns segundos no micro-ondas, mas isto é lenda. Na verdade, as frutas ficam mais moles porque passaram por um processo de cozimento, mas não de amadurecimento.
Perigos para a saúde. Apesar de o forno ter paredes de aço que evitam o vazamento das micro-ondas, elas podem sair pela porta. A tela que fica entre os vidros impede a saída da maioria das ondas (a malha metálica tem furinhos menores do que o comprimento das ondas), mas não evita que algumas invadam sua cozinha. A exposição às micro-ondas podem provocar até cegueira. Como as ondas de alta frequência provocam a vibração das moléculas de H2O, elas podem ressecar o cristalino, que possui muita água, danificando a visão. Outros órgãos que são constituídos de água, como fígado e rins, também podem sofrer danos. Além disso, crianças menores de 12 anos podem perder neurônios em formação se forem expostas à grande quantidade das ondas. O ideal é, ao ligar o forno, situar-se a uma distância de 50 centímetros, no mínimo. Quando o forno desliga-se, o megatron para de emitir as ondas, e o ambiente volta a ficar seguro. Para garantir a segurança do aparelho, o indicado é levá-lo para um técnico a cada dois anos - ele vai medir a taxa de vazamento da radiação e tomar as medidas necessárias. Uma delas é trocar uma borracha de proteção que fica dentro das portas e que se desgasta com o tempo.
Como foi descoberto. O magnetron foi desenvolvido por um físico norte-americano para detectar as aeronaves inimigas na Segunda Guerra Mundial. Só uma década mais tarde, durante o aperfeiçoamento de radares, é que um engenheiro descobriu o potencial culinário desse gerador. Percy LeBaron Spencer percebeu que uma barra de chocolate derreteu no seu bolso enquanto ele trabalhava com um radar ativo – mas, antes de patentear o eletrodoméstico, ele ainda repetiu o experimento com milho de pipoca e um ovo para uma plateia de amigos. O primeiro modelo de micro-ondas chegou ao mercado no fim da década de 1940 e foi um sucesso, mesmo tendo 1,8 metro de altura, mais de 300 quilos e custando cerca de US$ 5.000.
Fonte: JOSÉ CLEBER DA CUNHA PINTO, professor do Departamento de Engenharia de Sistemas eletrônicos da Escola Politécnica da USP, e Renata Leão, gerente da Engenharia de Serviços da Whirpool Latin America. Link do artigo original. Acesso em: 15 jul. 2013.
Fonte 2: Biologia Teísta.
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