Evidência de design inteligente, não de evolução! |
Poucos traços animais são tão utilizados como ilustrações de evolução como os supostos ossos vestigiais do quadril de cetáceos (por exemplo, baleias e golfinhos). Esses ossos pélvicos (supostas pernas vestigiais) em cetáceos foram muitas vezes considerados como “inúteis”, vestígios de seus ancestrais terrestres.[1] Os evolucionistas alegam que ambos, baleias e golfinhos, têm ossos pélvicos (quadris) que seriam restos evolutivos de quando seus antepassados passaram a andar sobre a terra, há mais de 40 milhões de anos. A hipótese comumente aceita considera que esses ossos são simplesmente vestigiais, regredindo lentamente ao longo do tempo. Por definição, “órgãos vestigiais” originalmente se referiam a partes inúteis do corpo que haviam sobrado de algum ancestral evolutivo.[2, 3]
Em 1859, Charles Darwin sugeriu que as baleias teriam evoluído a partir de ursos, desenhando um cenário em que as pressões seletivas podiam influenciar esse processo evolutivo. Envergonhado pela crítica, ele removeu sua hipótese de ursos nadadores das edições posteriores de A Origem das Espécies.[4, 5] Atualmente, três fósseis-chave presentes em museus – Pakicetus, Amubulocetus e Rodhocetus - são requeridos como formas transitórias entre um animal terrestre e as baleias conhecidas como Basilosaurids (família extinta de cetáceos).[6] Sem esses três, a história entra em colapso. Carl Werner, autor do e-book Evolution: the Grand Experiment, tem investigado as reivindicações feitas sobre esses fósseis, entrevistando os pesquisadores que publicaram sobre eles, e descobriu que nenhum desses fósseis se mantém como transição para baleia.[7] Especificamente, o Dr. Werner descobriu um padrão de fraude relacionado a essas histórias extremamente imaginativas, as quais não são suportadas pela evidência fóssil.
Além disso, existem alguns casos extremos documentados, como o de baleias em que os ossos em torno da região pélvica foram expandidos e/ou ossos adicionais estão presentes.[8] O fato de existirem essas anomalias (saliências ou ossos extras), embora interessante, não demonstra que as baleias já tiveram pernas. Em 2006, foi descoberto por pesquisadores japoneses um conjunto extra de barbatanas traseiras em um golfinho.[9] Mais uma vez, a única razão por que essas estruturas foram reivindicadas como sendo “restos de pernas traseiras” se deve à interpretação evolutiva colocada sobre os dados. O curioso é que essa alegação foi feita antes mesmo de se terem radiografado as barbatanas e realizado uma pesquisa detalhada (não há sequer qualquer menção de ossos nessas barbatanas).
Outro ponto que gera controvérsia é o suposto “gene para pernas” em baleias. É preciso esclarecer que as baleias possuem genes de desenvolvimento, assim como outros mamíferos. Como afirma Brian Hall, biólogo evolutivo canadense, não existe um gene específico para a formação das “pernas”.[10] Mas a qual gene os evolucionistas se referem como sendo responsável pela formação das patas traseiras em baleias? O tal gene é chamado de Sonic Hedgehog, importante nos estágios do desenvolvimento embrionário de distintas partes do corpo em vertebrados e invertebrados.[11-13] Na verdade, a única razão pela qual tais genes, também encontrados em baleias, são chamados de “genes para pernas” é por causa da presumida descendência evolutiva de baleias a partir de animais terrestres.[14] Em outras palavras, por que não chamá-los de “genes de barbatanas extras”?
Em 2004, Mark Ridley havia resumido em seu livro outra questão baseada na hipótese evolutiva aceita ao longo do tempo: “Ora, se as baleias se originaram independentemente de outros tetrápodes (isto é, se foram projetadas individualmente), deveriam elas usar ossos que são adaptados para a articulação dos membros [pernas] a fim de apoiar seus órgãos reprodutivos?” [15: p. 60]
Mas o ponto de vista de Ridley também estava errado. Será mesmo que os quadris da baleia realmente foram adaptados para a articulação do membro ou foram projetados intencionalmente para apoio de seus órgãos reprodutivos? Uma vez que a “cintura pélvica” da baleia nem sequer se conecta com sua coluna vertebral, pernas unidas à pelve de uma baleia só iriam ficar no caminho. Em 2014, uma pesquisa revelou novos detalhes sobre a função primordial dos quadris da baleia que atentam contra esse argumento evolutivo chave, e confirmou o modelo de design inteligente.[16] Um dos coautores do estudo disse: “Todos [cientistas] sempre assumem que se fossem dados às baleias e aos golfinhos mais alguns milhões de anos de evolução, os ossos pélvicos desapareceriam. Mas parece que não é o caso.”[17]
Os biólogos evolutivos autores dessa pesquisa analisaram os tamanhos de órgãos reprodutivos de baleias, comparando-os com todo o corpo e com o tamanho da cintura pélvica. Eles escreveram: “Qualquer que seja a causa subjacente, a hipótese de que espécies com relativamente grandes [órgãos sexuais masculinos] devem ter relativamente grandes músculos isquiocavernosos [...], que por sua vez exigem relativamente grandes ossos pélvicos para servir como âncoras.”[16: p. 6] Esses resultados mostram que as baleias macho usam os ossos pélvicos que foram projetados com propósitos muito específicos, isto é, para ancorar órgãos reprodutivos, e não para a ancoragem de supostos membros (pernas). Resumindo, os quadris dos cetáceos não são vestigiais, nada surpreendente para nós que defendemos o design inteligente.
Então, a curiosidade que surge é: Diante dessas evidências, qual seria a resposta dos evolucionistas? A nova justificativa assumida por eles é que esses ossos pélvicos não se tornaram inúteis (contrariando a definição original de “órgãos vestigiais”) quando ocorreu a transição do terrestre para o aquático, mas que continuaram evoluindo sob pressão da seleção sexual.[16, 18] De fato, Jerry Coyne, em seu livro Why Evolution Is True, redefine “traço vestigial” da seguinte maneira: “Uma característica pode ser vestigial e funcional ao mesmo tempo. Não é vestigial porque é sem função, mas porque ela não executa a função para a qual evoluiu.”[19: p. 62]
Como vemos, assim como a cada nova descoberta de função ao longo de décadas para os famigerados “órgãos vestigiais”, o mito continua firme e forte...
(Everton Fernandes Alves é enfermeiro e mestre em Ciências da Saúde pela UEM; seu e-book pode ser lido aqui)
Referências:
[1] Curtis H, Barnes NS. Biology. 5th ed. Worth Publishers, New York, 1989.
[2] Asimov I. Words of Science. NY: Signet Reference Books, 1959.
[3] Gamlin L, Vines G. The Evolution of Life. NY: Oxford University Press, 1987.
[4] Darwin CR. On the Origin of Species. New York: Random House, 1859.
[5] Gould SJ. Hooking leviathan by its past., p. 359-76. In: Dinosaur in a Haystack. New York: Harmony Books, 1995.
[6] Cineasta Dr. Carl Werner em um comunicado de imprensa: “Museum models of walking whales don’t match fossils”. [Abr. 2014]. Disponível em:
[7] Werner C. Evolution: the Grand Experiment. 3 ed. Vol. 1 [E-book]. Green Forest, AR: New Leaf Press, 2014.
[8] Andrews RC. A Remarkable Case of External Hind Limbs in a Humpback Whale, American Museum Novitates 1921; 9:1-6.
[9] Wieland C. “A dolphin with legs – NOT.” Journal of Creation, 2006. Disponível em:http://creation.com/a-dolphin-with-legs-not
[10] Entrevista concedida por Brian Hall. “Atavismo ou não?” [Abr. 2007]. Entrevistador: Michael La Plage. Genética. Revista Galileu, edição 189, 2007.
[11] Riddle RD, Johnson RL, Laufer E, Tabin C. Sonic hedgehog mediates the polarizing activity of the ZPA. Cell 1993; 75(7):1401–16.
[12] Lewis KE, Eisen JS. “Hedgehog signaling is required for primary motoneuron induction in zebrafish.” Development 2001; 128(18):3485–95.
[13] Rash BG, Grove EA. “Patterning the dorsal telencephalon: a role for sonic hedgehog?” The Journal of Neuroscience 2007; 27(43):11595–603.
[14] Thewissen JGM, Cohn MJ, Stevens LS, Bajpai S, Heyning J, Horton Jr WE. “Developmental basis for hind-limb loss in dolphins and the origin of the cetacean body plan.” Proc Natl Acad Sci USA. 2006; 103(22):8414–8418.
[15] Ridley M. Evolution. Malden, MA: Blackwell, 2004.
[16] Dines JP, Otárola-Castillo E, Ralph P, Alas J, Daley T, Smith AD, Dean MD. “Sexual selection targets cetacean pelvic bones.” Evolution. 2014; 68(11):3296-306.
[17] Entrevista concedida por Matthew Dean. University of Southern California. “Whale sex: It’s all in the hips.” [Set. 2014]. ScienceDaily, 2014. Disponível em:
[18] Feltman R. Long-forgotten secrets of whale sex revealed. [Set. 2014]. “Speaking of Science blog.” The Washington Post. Disponível em:
[19] Coyne JA. Why Evolution Is True. Oxford: Oxford University Press, 2009.
Fonte 2: Criacionismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário