Manteiga e
carne são estimulantes. Isto tem danificado o estômago e pervertido o gosto. Os
nervos sensitivos do cérebro são entorpecidos, e o apetite animal fortalecido
às custas das faculdades morais e intelectuais. Essas elevadas faculdades, de
função controladora, têm sido enfraquecidas, de maneira que as coisas eternas
não têm sido discernidas. A paralisia tem entorpecido o que é espiritual e
devocional. Satanás tem triunfado por ver quão facilmente pode ele vencer pelo
apetite e controlar homens e mulheres de inteligência, destinados pelo Criador
para fazer uma boa e grande obra. (p. 48)
Influência de um Regime Simples Se
todos quantos professam obedecer à lei de Deus estivessem isentos de
iniqüidade, minha alma sentir-se-ia aliviada; não o estão, porém. Mesmo os que
professam guardar todos os mandamentos de Deus são culpados do pecado de
adultério. Que posso eu dizer que lhes desperte as adormecidas sensibilidades?
Os princípios morais, estritamente observados, tornam-se a única salvaguarda da
alma. Se jamais houve tempo em que o regime alimentar devesse ser da mais
simples qualidade, esse tempo é agora. Não devemos pôr carne diante de nossos
filhos. Sua influência é estimular e fortalecer as mais baixas paixões, e têm a
tendência de amortecer as faculdades morais. Cereais e frutas preparados sem
gordura, e no estado mais natural possível, devem ser o alimento para as mesas
de todos os que professam estar-se preparando para a trasladação ao Céu. Quanto
menos estimulante o regime, tanto mais facilmente podem as paixões ser
dominadas. A satisfação do paladar não deve ser consultada sem respeito para
com a saúde física, intelectual ou moral. A condescendência com as paixões inferiores
levará muitíssimos a fechar os olhos à luz; pois temem ver pecados que não
estão dispostos a abandonar. Todos podem ver, se quiserem. Caso prefiram as
trevas em vez da luz, nem por isso será menor a sua culpa. Por que não lêem os
homens e mulheres, tornando-se mais versados nessas coisas que tão
decididamente afetam sua resistência física, intelectual e moral? Deu-vos Deus
uma habitação para que dela cuideis, e a conserveis nas melhores condições para
Seu serviço e Sua glória. (p. 64)
Deus está trabalhando
em favor de Seu povo. Não deseja que fiquem sem recursos. Ele está levando-os
de volta ao regime originalmente dado ao homem. Esse regime deve consistir de
alimentos feitos do material que Ele proveu. O material usado para esses
alimentos deve ser principalmente frutas, cereais e nozes, mas várias raízes
também poderão ser usadas. Repetidamente tem-se-me mostrado que Deus está
trazendo de volta o Seu povo ao Seu desígnio original, isto é, que ele não
dependa da carne de animais mortos. Ele gostaria que ensinássemos ao povo um
caminho melhor. ...Se a carne for abandonada, se o gosto não for estimulado
nessa direção, se a apreciação por frutas e cereais for encorajada, logo será
como Deus no início desejou que fosse. Nenhuma carne será usada por Seu povo. (p.
82)
Quando o Deus
de Israel tirou o Seu povo do Egito, privou-os de alimento cárneo em grande
medida, mas deu-lhes pão do Céu e água da dura rocha. Com isto não ficaram eles
satisfeitos. Abominaram o alimento que lhes fora dado e desejaram voltar para o
Egito, onde podiam sentar-se junto às panelas de carne. Preferiam suportar a
escravidão, e até mesmo a morte, a serem privados da carne. Deus lhes satisfez
o desejo, dando-lhes carne, e deixando-os comerem-na até que sua glutonaria
gerou uma praga, em conseqüência da qual muitos morreram. (p. 149)
Há uma classe
de pessoas que professam crer na verdade, e que não usam fumo, rapé, chá, ou
café, e no entanto são culpadas de satisfazer o apetite de modo diferente.
Anseiam por pratos altamente condimentados, com molhos muito fortes, e seu
apetite tornou-se tão pervertido que não se satisfazem nem mesmo com carne, a
menos que seja preparada da maneira mais prejudicial. O estômago torna-se
febril, os órgãos digestivos são sobrecarregados, e ainda o estômago tem de
trabalhar arduamente para desincumbir-se da carga que lhe é imposta. Depois de
efetuar sua tarefa, o estômago fica exausto, o que causa desfalecimento. Aqui é
onde muitos se enganam, pensando que é a falta de alimento que produz tal
sensação, e sem darem ao estômago tempo para descansar, tomam mais alimento, o
que no momento afasta o esmorecimento. E quanto mais se condescende com o
apetite, tanto mais clamará ele por satisfação. Esse desfalecimento é em geral
o resultado de comer carne, e comê-la freqüentemente, e em excesso. (p. 157)
Pessoas que
têm cedido ao apetite para comer livremente carne, molhos ricamente
condimentados, e várias espécies de substanciosos bolos e conservas, não se
satisfazem imediatamente com um regime simples, saudável e nutritivo. Seu
paladar está tão pervertido que não têm apetite para um regime saudável de
frutas, pão simples e verduras. Nem devem esperar que logo ao princípio sintam
prazer em alimento tão diverso daquele com que condescenderam alimentar-se. Se
não podem desde o princípio ter prazer em alimentos simples, devem jejuar até
que tenham. Esse jejum se lhes demonstrará de maior benefício do que os
remédios, pois o abusado estômago encontrará o repouso de que havia tanto
necessitava, e a verdadeira fome se satisfará com um regime simples. Levará
tempo para o paladar recuperar-se dos abusos que sofreu e voltar ao seu tom
natural. Mas a perseverança na adoção de um regime abnegado de comer e beber
bem depressa tornará agradável o alimento simples e saudável, e logo este será
ingerido com maior satisfação do que frui o gastrônomo com suas ricas iguarias.
O estômago assim não fica febril e sobrecarregado de alimentos, mas acha-se em
condição sadia, podendo de pronto efetuar sua tarefa. Não deve haver demora na
reforma. Devem fazer-se esforços para preservar cuidadosamente a força que
resta das forças vitais, evitando qualquer carga excessiva. O estômago talvez
nunca mais recupere saúde plena, mas o procedimento acertado na questão do
regime poupará novas debilidades, e muitos ficarão mais ou menos recuperados, a
menos que tenham ido muito longe no suicídio glutão. (p. 159)
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