"Minha família - papai, mamãe e eu, a Evinha!" |
Segundo um novo estudo da Universidade Harvard e do Hospital Infantil de Boston, ambos nos EUA, estar em um ambiente familiar propício estimula o crescimento do cérebro e o desenvolvimento de habilidades mentais nas crianças.
Os pesquisadores analisaram imagens de ressonância magnética do cérebro de órfãos romenos de 8 a 11 anos de idade, sendo que alguns deles tinham sido adotados.
Os cientistas afirmam que a maioria dos lares de adoção (casas institucionais de cuidados dos órfãos) tem poucos cuidadores para muitas crianças, e, sendo assim, o atendimento é altamente regulamentado e o investimento do cuidador nas crianças é baixo. Ao comparar as crianças colocadas em cuidados de terceiros com as que cresceram em um ambiente tipicamente doméstico, os pesquisadores descobriram que as primeiras menores níveis de substância branca e cinzenta, dois componentes do sistema nervoso central do cérebro. Eles também descobriram que os órfãos que mais tarde foram adotados, ou seja, passaram a morar com famílias, tinham níveis normais de substância branca, mas menos massa cinzenta. A substância branca retransmite mensagens para o cérebro e desempenha um papel fundamental na nossa capacidade de aprendizagem, permitindo que o cérebro funcione de forma apropriada, enquanto a substância ou massa cinzenta contém células nervosas e governa nossos músculos, sentidos, memória, emoções e fala. Pode ser que o déficit em massa cinzenta nas crianças sob cuidados de terceiros tenha a ver com a ausência de estimulação necessária para o desenvolvimento normal do cérebro no inicio da vida, já que elas conviveram muito tempo com privação, negligência física e psicológica.
Também pode explicar por que as crianças que passam muito tempo sob cuidados não familiares têm, em média, QI mais baixo e menos competências linguísticas, além de estarem em maior risco de problemas de desenvolvimento, tais como déficit de atenção/hiperatividade e problemas de saúde mental. A conclusão é de que crianças expostas à criação institucional (não familiar) passam muito tempo em um ambiente privado sem uma experiência adequada para o desenvolvimento normal do cérebro. Os dois primeiros anos de vida são um período especialmente sensível, que exerce um efeito máximo no desenvolvimento cognitivo da criança. Para crianças em lares institucionais, o ideal é ser adotado o mais rápido possível. E famílias que relegam o cuidado com seus filhos a terceiros, por exemplo, babás em tempo integral ou creches? A pesquisa não é clara nesse ponto, afinal estudou órfãos, mas essa é uma questão que vale reflexão, afinal, o estudo fala da importância de um ambiente familiar, amoroso, ou como os cientistas o chamam, “tipicamente doméstico”, para um desenvolvimento mental ideal.
Fontes: Telegraph e Hypescience.
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