Século 12
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Esse foco sobre a compreensão e a contemplação de
Deus prossegue até o século 12, quando o mundo de fala latina redescobriu os escritos de
Aristóteles, e a Europa se volveu para um estudo mais cognitivo e
empírico da teologia e do mundo. Dois dentre os teólogos escolásticos que
seguiram a filosofia teológica platônica de Agostinho, mas também
incorporaram a nova teologia empírica sob a influência de Aristóteles, foram Boaventura
e Tomás de Aquino.
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Século
13
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Boaventura nasceu em
1217 e gastou a maior parte de sua vida em conexão com a Universidade de Paris, a mais importante instituição da teologia
escolástica daquele tempo. Recebeu o grau de Doutor em Teologia, uniu-se aos franciscanos e em 1257 tornou-se o
sétimo ministro da ordem de São
Francisco de Assis. Agostinho
e Francisco influenciaram profundamente a teologia de Boaventura, a qual,
dessa forma, era profundamente espiritual! Enquanto em Paris, Boaventura
escreveu um livro intitulado “Questões
Controversas Sobre o Mistério da Trindade” e mais tarde outro com o
título “Itinerarium” (ou “A Jornada da Mente até Deus”). Para ele, o
nível mais elevado da mente humana pode ser alcançado quando nos absorvemos
na comunicação entre as Três Pessoas de um só Deus. Em dois dos seis passos
apresentados neste último livro para se conhecer a Deus e entrar em união com
Ele, Boaventura toma emprestado de Agostinho a visão de que, uma das formas
pelas quais o ser humano pode conhecer a Deus é examinando a imagem Dele em nós
mesmos. Boaventura, assim como Agostinho, vê essa imagem como triúna,
argumentando que a alma humana possui três componentes – memória, intelecto e
vontade – dentro de uma só alma. Os três aspectos correspondem ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo em um único Deus. Daí ele usa algo não explorado
por Agostinho – o modo como o intelecto e a vontade surgem da memória como
ilustração da progressão do Filho e do Espírito Santo a partir do Pai.
Através de paralelos um tanto complexos, como este, Boaventura, tal como
ocorrera com Agostinho, vê a progressão do Filho e do Espírito Santo como
parte integral da doutrina da Trindade, o que vai de encontro às Escrituras.
Quanto à sua semelhança com Francisco de Assis, no prólogo do mesmo livro,
ele relata que encontrou inspiração para o livro e para a estrutura de seis
passo na visão de Francisco, na
qual este vira o serafim de seis asas, de Isaías, na forma do Crucificado. Cada asa do serafim representava
um dos passos da contemplação de Deus, e cada par de asas simbolizava uma das
pessoas da Trindade. Boaventura estruturou toda a sua obra em torno do número três, utilizando tríades e
tríades de tríades. O autor apresenta praticamente cada peça de informação em
três partes, e praticamente toda descrição vem com três adjetivos. Dessa
forma, as próprias palavras do livro ilustram o três em um da Trindade.
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Tomás de Aquino,
embora talvez tenha sido o mais empírico dos teólogos escolásticos do século
13, também compreendeu algo da impossibilidade de verdadeiramente “conhecer”
a Deus, que Agostinho expressara
ao final de sua própria busca espiritual. Aquino baseou em Agostinho tanto a
sua abordagem teológica quanto sua compreensão da Trindade! Em sua “Suma Teológica”, tentou demonstrar,
por meios inteiramente empíricos, como a razão humana pode desenvolver uma
teologia natural, paralela à que encontramos nas Escrituras reveladas. Durante
sua tentativa de entender
racionalmente a Deus, Aquino investigou questões a respeito das
características de Deus a partir de muitos diferentes ângulos. Com respeito à
eternidade de Deus, por exemplo, suas inquirições o levaram a conclui que
somente Deus é verdadeiramente eterno. Concernente à onisciência de Deus,
Aquino decidiu que unicamente Deus conhece todas as coisas, poies Ele é
eterno, e somente alguém eterno pode conhecer todas as coisas. Por outro
lado, mesmo um correto encadeamento lógico não escapa de uma contradição
dentro deste tema – “se Deus é eterno e onisciente, pode Ele conhecer a Si
mesmo completamente?” Aquino chegou, uma vez mais, à realidade de que, quando
discutimos o que podemos conhecer a respeito de Deus, sempre restarão
questões que não poderemos responder! Seu verdadeiro ser continua um mistério
para nós.
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quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Cronologia da historicidade da doutrina bíblica da Trindade - 9ª parte
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