I. A indagação sobre se algo aconteceu ou não em determinada
época, há mais de mil anos, só pode ser determinada por argumentos históricos (Wolfhart Pannenberg).
Céticos dos milagres:
Spinosa (XVII) – negou a possibilidade.
David Hume (XVIII) – negou a verificabilidade.
Citadores da existência de Jesus
Flávio Josefo (historiador judeu que trabalhou para os
romanos)
Tácito (maior historiador romano da antiguidade)
Luciano de Samósata (famoso satirista grego do séc. II)
(Todos esses fazem menção da morte de Jesus, talvez de sua
ressurreição e de sua crucifixão.)
O Talmude (um dos livros de tradições orais judaicas,
compilado ao longo do 1° e 2° séculos) menciona a execução de alguém cujo nome
leva a alguns epigrafistas crerem que se trata de Jesus de Nazaré em aramaico.
Um outro documento judeu chamado Toledot Yeshu (séc. V; mas
este é um anti-evangelho), apresenta o tumulo vazio, embora a explicação ali de
acontecimento natural – o corpo fora roubado pelos discípulos.
Pedra com inscrições romanas de Cláudio ou Tibério
(descobridor: Wilhelm Forner e hoje se encontra na Biblioteca Nacional de
Paris) sobre a punição mortal para quem “com intenção de lucrar mudasse o corpo
de uma tumba para outro lugar”. Clyde Billington, Ph.D, professor de História na
University of Northwestern, datou a pedra como sendo de 41 d.C e a enxerga como
segura evidência da historicidade, senão da ressurreição de Cristo, ao menos de
uma versão dela que já era bastante divulgada em uma década da morte de Jesus.
Disponível em : < http://creation.com/nazareth-inscription-1
>. Acesso em: nov. 2015.
Todos esses depoimentos extrabíblicos possuem em comum o
fato de não serem simpáticos ao cristianismo e, curiosamente, nenhum deles
argumentou que a história do túmulo vazio era uma lenda, que Jesus na verdade
estava desmaiado e fora reanimado pelios discípulos. Pelo contrário, todos, sem
exceção, admitem a morte de Jesus. Alguns a mencionam como sendo por
crucifixão.
Conclusão: Jesus morreu na cruz e seu túmulo repentinamente
apareceu vazio.
Esse é o Critério da atestação múltipla – fontes
independentes e antigas que atestam o mesmo fato histórico.
II. O método utilizado para verificar a historicidade da ressurreição
também foi usado para validar a hipótese de que
a) a escrita começou na Mesopotâmia e não com os persas;
b) Sócrates foi envenenado;
c)o rei Leônidas enfrentou os persas com apenas 300 soldados
espartanos.
Se este método é usado por céticos e ateus para acreditarem
nos livros de História, por que não valeria para acreditarem no relato das
Escrituras?
III. Mais evidências:
1ª) Jesus, de fato, morreu crucificado, foi sepultado e seu
tumulo apareceu misteriosamente vazio. (Fatos confirmados por autores da
antiguidade que estavam fora do círculo do cristianismo).
2ª) Critério da atestação múltipla – reconhecemos que a
força dos depoimentos tanto bíblicos quanto extrabíblicos aumenta quando
percebemos que eles procedem de fontes diferentes e independentes umas das
outras. Isso elimina praticamente por completo a possibilidade de serem
testemunhos forjados.
3ª) As próprias pequenas contradições entre os relatos
confirmam que não houve nenhum arranjo artificial dos relatórios. O depoimento
original das testemunhas permaneceu inalterado.
4ª) O argumento textual dos evangelhos não procura fabricar
evidências artificiais. Por exemplo, as mulheres que primeiro viram o túmulo
vazio não tinham nenhuma força jurídica em seu testemunho; no entanto, isso não
foi omitido do texto dos evangelhos.
5ª) Se crermos que a crucifixão ocorreu, mas que a
ressurreição é um mito, então criamos um problema sem solução: estudos
comprovam que o mito demora muito tempo para se estruturar na tradição de um
povo. Mas, o hiato entre a morte de Jesus e as confissões mais antigas de fé
que temos a esse respeito é curto demais para justificar o nascimento,
maturação e estruturação de um mito com tantos detalhes confessionais como este
apresenta! O relato está perto demais dos eventos a que faz referência. Logo,
não pode ser uma tradição baseada em fatos mitológicos.
6ª) As aparições do Cristo ressurreto não encaixam na
categoria de alucinação, visão espiritual ou delírio coletivo. São aparições
reais, táteis que envolveram mais de quinhentas pessoas num período de
aproximadamente quarenta dias.
7ª) Não havia nos discípulos nenhuma predisposição mental
para aceitar a ressurreição. Eles nem sequer entenderam o que Jesus lhes falara
a esse respeito! Assim, descarta-se a ideia de que estivessem mentalmente
dispostos a serem influenciados por uma ilusão.
8ª) Se a ressurreição não fosse uma realidade o movimento
não sobreviveria! Os discípulos saberiam que tudo não passava de uma farça e,
lógico, não teriam por que arriscar sua própria vida por uma mentira que não
lhes trazia nenhum lucro.
Com a palavra os pesquisadores (céticos inclusive):
I) Em 1997 a universidade de Oxford publicou uma série de
discursos acadêmicos iniciados um ano antes num simpósio ocorrido em Nova Iorque.
O tema era a Ressurreição de Cristo e o Dr. Gerald Collins, professor emérito
da universidade gregoriana de Roma apresentou uma lista de dezenas e dezenas de
especialistas de várias universidades do mundo mostrando que, tanto entre
liberais quanto entre conservadores, a disputa teológica atual não parece ser
quanto à historicidade do túmulo vazio e sim quanto ao que provocou o
esvaziamento da tumba. Depois de muitas pesquisas David Van Daalen, professor
de Novo Testamento, chegou a seguinte conclusão:
É tremendamente difícil negar o fato do túmulo vazio com
elementos da História. Muitos questionadores fazem sua oposição baseados em
considerações filosóficas ou teológicas. Mas, a maioria dos acadêmicos de Novo
Testamento são honestos em lidar com esses fatos inegavelmente empíricos.
II) Dr. Geza Vermes, pesquisador judeu e autor de vários livros
sobre o tema, admitiu:
Quando cada argumento é pesado e considerado, a única
conclusão plausível para o historiador deve ser a de que [...] as mulheres que
foram prestar seu último lamento a Jesus encontraram, para sua consternação,
não um corpo, mas um túmulo vazio.
III) Dr. Marcos Borg, negador da historicidade do Novo Testamento,
no entanto admite não poder desmenti-lo:
Não faço a mínima ideia do que aconteceu ao corpo de Jesus e
nem sei dizer se essa ressurreição envolveu seu corpo, também não tenho ideia
se isso envolveria a tumba vazia [...] De todo modo eu não veria problema se algum
dia os arqueólogos achassem o corpo de Jesus. Para mim isso não traria
descrédito à fé cristã ou à tradição cristã.
IV) Dr. Shimon Gibson, arqueólogo associado do Albright
Institute of Archaeological Research de Jerusalém, mesmo sem afirmar qualquer fé
na ressurreição, admitiu a morte de Jesus e o sumiço de seu corpo; e após
avalizar as muitas possibilidades para o fato, afirmou:
Essas teorias [para o túmulo vazio] são estranhas e todas
estão baseadas na falta de senso [...] A realidade é que não temos outra
explicação histórica para o túmulo além daquela que já adotamos pela teologia,
isto é, a ressurreição. Eu deixo com o leitor a decisão do que pensar acerca desta
realidade.
V) Professor Gerd Ludemann, um dos mais céticos alemães da
historicidade do Novo Testamento; para ele, menos de 5% dos ensinamentos
atribuídos a Jesus seriam de fato originários de Sua Pessoa; no entanto, ele
admitiu que:
É possível tomar como certeza histórica que Pedro e os
discípulos tiveram experiências com Jesus após sua morte e que Jesus apareceu
realmente a eles como o Cristo ressuscitado.
VI) O falecido professor Norman Perrin, um cético pesquisador da
Universidade de Chicago, também declarou:
Quanto mais estudamos a tradição em relação às aparições de
Jesus, mais descobrimos a rocha firme sobre a qual essa tradição está baseada.
VII) Por causa disso (e de muito mais), o filósofo e teólogo J.
T. Moreland afirmou:
Hoje, praticamente, nenhum acadêmico especialista em Novo
Testamento nega que Jesus apareceu a um número de seus seguidores após sua
morte. Alguns acadêmicos interpretam essas aparições como alucinações subjetivas
ou visões objetivas concedidas por Deus, mas não visões de um corpo físico.
Contudo, nenhum deles nega que os crentes realmente tiveram algum tipo de
experiência fora do comum.
VIII) Dr. Pinchas Lapide, um judeu ortodoxo, numa de suas
palestras na Universidade de Göttingen na Alemanha:
Eu não excluiria de modo algum a ressurreição de Jesus como
algo impossível de ter acontecido.
Em seu livro (p. 33) ele declarou: "Eu entendo, com base em
minhas pesquisas, que a ressurreição de Jesus não foi uma invenção da
comunidade de discípulos, mas um evento real [...] Quando que um bando de
temerosos apóstolos poderia repentinamente se transformar numa só noite numa
confidente sociedade missionária? [...] Nenhuma visão ou alucinação poderia
explicar uma transformação tão revolucionária." (LAPID, Pinchas. The
resurrection of Jesus: a Jewish perspective. Augsburg Fortress Pub, 1983.)
Fonte: Transcrição por Hendrickson Rogers da trilogia sobre a Ressurreição, do programa Evidências apresentado pelo Dr. Rodrigo P. Silva. (Você pode assistir aos três programas na segunda parte desta pesquisa.)
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