Século 2 d.C.
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Os gnósticos haviam
essencialmente criado uma nova forma de protegerem a Deus de qualquer conexão
com o mundo real! Em vez de utilizarem agentes de Deus, como Logos, Sofia, Justiça, Memra
do Senhor, eles os apresentavam como divindades que constituíam emanações do
único Deus, mas que possuíam existência independente (perceba o retorno ao
politeísmo aqui!). Essas outras divindades, especialmente na forma valenciana
de gnosticismo, por vezes tinham nomes como Cruz, Salvador e Igreja,
nomes cristãos retirados de seu contexto habitual como base para sua leitura
das Escrituras. O argumento de Irineu e o de alguns outros cristãos que se
opuseram ao sistema gnóstico era o de que as “Escrituras”, corretamente
interpretadas, retratam Jesus como Cristo – um ser humano real e um Deus real.
Já as formas gnósticas de docetismo ensinavam que Cristo era uma
dentre as muitas emanações de Deus que povoavam os reinos celestiais e que
não se encontravam no nível de Deus o Pai, o Deus último e transcendente.
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Sabélio desenvolveu
suas ideias como reação ao triteísmo,
tendência que via o Pai, o Filho e o Espírito Santo como três Deuses
separados. Argumentou que, uma vez que existia somente um Deus, um Deus
retratado nas Escrituras sob três formas diferentes, então os três devem ser
consecutivos. Ele sugeriu que Pai, Filho e Espírito Santo eram três modos
diferentes do mesmo Deus em épocas diferentes – Deus Se revelou como o Pai no
AT, como Filho durante Sua vida na Terra e como o Espírito Santo no período
da igreja, mas todos eram uma só pessoa! Com o tempo, o sabelianismo (ou monarquismo
modalístico) provou ser outra fracassada tentativa de manter a crença num
único Deus e ao mesmo tempo reconhecer que existem Pai, Filho e Espírito
Santo!
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Embora todos
esses pontos de vista fizessem sentido face a parte dos escritos revelados,
nenhum deles conseguiu unir tudo o que as “Escrituras” revelaram acerca da
Divindade e de Jesus Cristo. Estava claro que a “Bíblia” parecia revelar a
Deus como uno e trino, mas ninguém no segundo século, conseguiu encontrar uma
forma capaz de expressar a plena complexidade revelada nas “Escrituras”!
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Século
3 e 4
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Os cristãos
começaram a identificar-se mais com base no que criam do que com base em como
viviam e se comportavam. Essa mudança elevou o tom das discussões teológicas,
pois as ideias prevalecentes se tornariam um meio de criar uma linha
divisória entre os que pertenciam e os que não pertenciam à “verdadeira
igreja”!
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Orígenes de
Alexandria, cujos comentários bíblicos estabeleceram a base para esses
debates, foi provavelmente o mais influente intérprete individual da “Bíblia”
na história do cristianismo, embora ele nem sempre fosse original em sua
compreensão, alcançou de modo impressionante seu objetivos de reunir as
valiosas interpretações primitivas das “Escrituras”. Considerado um repositório da interpretação cristã,
os ensinadores cristãos achavam importante estar de acordo com Orígenes
quando se envolviam em qualquer debate, durante o terceiro e quarto séculos. No
segundo volume de seu Comentário de
João, ele propõe-se a lidar com o próprio âmago da perplexidade
relacionada com a Divindade revelada nas “Escrituras” – o relacionamento
entre o Pai e o Filho. Orígenes colocou o Filho numa posição intermediária em
que fazia lembrar o Pai em certos aspectos e os seres humanos em outros. Ele não
considerava Jesus como sendo Deus por natureza, mas apenas por participação,
apesar de retratar o Filho como efetivamente coeterno com Deus o Pai.
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Ário da Líbia, presbítero
da igreja de Alexandria, de quem deriva o termo arianismo, não só colocou o Filho numa posição intermediária. Ele
foi explícito em seus comentários acerca da origem do Filho como ser criado.
Orígenes foi ambíguo ao falar do tempo. Ário precisou o “no princípio” de
João 1:1 e ousadamente ensinou sobre “o início” da eternidade do Filho! Após
a perseguição de Diocleciano a igreja de Alexandria passou por anos de
argumentos e acusações a respeito de quem merecia conservar-se em posições
eclesiásticas. O bispo metropolitano Pedro fora martirizado e Alexandre foi
eleito para substituí-lo. Em meio as contendas de dentro da igreja de
Alexandria, Ário acusou Alexandre de sustentar uma falsa visão de Cristo.
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Século 4
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No Concílio de Nicéia (na atual Turquia),
em 325 d.C. os pontos de vista de Alexandre e Ário vieram a tornar-se
centrais, ao lado de ideias de outros, inclusive as de Eusébio, o historiador da igreja e bispo de Cesaréia. O resultado
do concílio foi a rejeição das ideias de Eusébio e Ário e a formulação de uma
declaração sobre a Trindade que
tendia a vindicar os pontos de vista de Alexandre. A declaração era
essencialmente a mesma do credo
estabelecido pela igreja de Jerusalém, com um adendo que condenava como
anátemas as ideias que colocavam o Filho em sujeição ao Pai.
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Nenhum dos
três principais grupos que se opuseram a fórmula de Nicéia para a Trindade
reconheceu Ário como seu representante! Tampouco qualquer desses grupos
concordou completamente com a cristologia ariana! Não obstante, em virtude de
o credo de Nicéia conter vários anátemas contra as ideias originalmente
propostas por Ário, sempre que alguém propôs ideias similares, a teologia
resultante veio a ser identificada como ariana. Ário não acreditava em todas
as coisas anatematizadas em Nicéia, mas seu nome tem sido normalmente utilizado
para rotular qualquer ponto de vista de considere a Cristo como inferior!
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domingo, 26 de agosto de 2012
Cronologia da historicidade da doutrina bíblica da Trindade - 2ª parte
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Trindade
Postado por
Hendrickson Rogers
às
18:17
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